Capítulo 19
"Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
Pois metade de mim é o que eu grito
a outra metade é silêncio"
Louis ergueu o olhar do caderno onde escreve para observar Samuel através da porta entre os cômodos, cantarolando baixo uma música que fala sobre um prisioneiro. Ele coloca tanto sentimento na voz que a tristeza de estar preso parece até dele. Sam está lavando a louça e Louis sentado no tapete da sala depois do jantar.
"Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
Que o homem que amo seja para sempre amado
Mesmo que distante
Pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade."
Ele contou ao psicólogo. Pela primeira vez Louis contou à alguém sobre os sonhos, sobre as impressões por Harry desde que o conheceu e sobre amá-lo, e depois sobre ele avisar que irá partir.
Louis esperou que o doutor encarasse seu caso como algum delírio ou transtorno, mas foi surpreendente. Ele levou tão a sério que pediu dez minutos para preparar um chá para os dois e depois sugeriu que Louis devolvesse o caderno de Harry, sem ler o que havia escrito nele, mas deixando um recado dentro dele. Algo sobre seus sentimentos. Parecia mais um conselho de amigo do que uma atividade terapêutica.
"Que as palavras que falo não sejam ouvidas como prece
Nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
Pois metade de mim é o que ouço
a outra metade é o que calo."
Ele realmente não leu as outras páginas porque por mais que seja controverso o fato de ainda não ter tido coragem de devolver o caderno, Louis não se perdoaria por ler a intimidade de alguém sem autorização. Então ele está mesmo transcrevendo seus sentimentos numa das últimas páginas amareladas do diário costurado e está decidido que devolverá no fim de semana, após o casamento de seu pai.
"Que a minha vontade de ir embora
se transforme na calma e paz que mereço
Que a tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
a outra metade um vulcão."
Ele queria que a vida fosse menos complicada, que a vida fosse inocente como fora antes de ser ferido.
"Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
Pois metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei."
Por que Harry não o disse que seu coração pertencia à outro antes de Louis entregar o dele? Por que ele o cativou e alojou-se no lugar onde em Louis antes havia vazio, para depois ir embora como se a saudade não fosse nada demais?
"Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois metade de mim é abrigo
a outra metade é cansaço."
Louis não pode ficar deprimido quando tantas outras coisas boas estão para acontecer, como o casamento de Mark e também o manifesto que tem tudo para ser uma experiência incrível.
Ainda assim, é difícil ignorar a dor.
Ele tem o direito de sentir um pouco dela, não tem?
Talvez se ele ficar no escuro por um tempo, aprenda a ver as coisas de forma adaptada. A dor é que ensina.
"Que a arte me aponte uma resposta
mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Pois metade de mim é platéia
a outra metade é canção."
Porque mesmo Harry dizendo adeus, Louis ainda sonha com ele como se a reciprocidade fosse real.
E se ele estiver mesmo enlouquecido, é tarde demais, porque Louis já está louco de amor, mesmo ferido, mesmo sendo possivelmente errado amar o amor de outro alguém.
"Que a minha loucura seja perdoada
pois metade de mim é amor
E a outra metade também."*
Niall finalmente apareceu vindo de seu quarto, bem arrumado e cheiroso, pronto para sair. Louis fechou o caderno, sobrepôs as mãos nele para escondê-lo e prestou atenção na agitação do amigo.
- Eu vou buscar Aruna, vejo vocês na festa mais tarde!
E então saiu sem esperar respostas.
- Que festa? - Louis nem sabe o porquê de perguntar, já que seus amigos andam saindo numa frequência duvidosa e ele aparentemente é o único caseiro mal informado entre eles.
- Eu te disse mais cedo - Sam aparece da cozinha secando as mãos no pano de prato - vamos à uma festa no Leidseplein essa noite.
- Desculpa, eu acho que não estava prestando atenção.
- Vamos lá, você passou a semana toda em casa.
- Eu não tô com vontade de sair.
- Você está bem? - Sam perguntou preocupado - Tem alguma coisa a ver com Harry?
- Como você sabe?
- Provavelmente porque vocês dois estão apaixonados e passam tempo demais juntos.
- Apaixonado no plural? - Louis suspirou com a risada curta e talvez bastante sarcástica - Não é assim.
- Mas eu tinha certeza que-
- Ele disse que vai embora para não perder o homem que ama - Samuel transformou o cenho franzido em olhos arregalados e queixo caído - Eu estou assim porque Harry vai embora.
- Não.
- Não o quê? - Louis pergunta sem entender o jeito pasmo de Sam.
Ele desvia o olhar para outro canto da sala e responde meio gaguejando.
- Não imaginei que ele fosse embora, quero dizer.
Louis estreita os olhos para ele e Sam muda o foco. É estranho, ele não deveria deixar passar, mas deixa mesmo assim porque está com coisas demais para se pensar.
- Eu acho que você deveria vir comigo para a festa, sabe? Nesses dias eu vim saindo com frequência e está me distraindo, pode ser legal pra você também.
- Pela primeira vez eu devo concordar - Louis suspira e se levanta para ir se arrumar.
- Legal, o banheiro é meu primeiro!
Sam já está correndo para buscar sua toalha e Louis vai para o quarto, dizendo a si mesmo que é melhor uma festa do quê dormir e ter outro daqueles sonhos parecidos com essa realidade, onde assim que ele pensa finalmente ter Harry, o perde.
═─────── (Harry)
- Pai - ele seca as lágrimas antes que ela o veja.
Aruna caminha devagar em sua direção e analisa a situação respirando fundo.
- O senhor está bebendo outra vez?
Ela senta ao lado dele. Sua filha usa um vestido claro e All Star branco. O cabelo preso é sempre tão teimoso quanto ela e escapa do elástico, despontando para todos os lados. A garota enrola um pedaço de grama no dedo e olha para o céu, porque ela não quer olhar para o copo cheio e a garrafa vazia.
- Eu gosto quando você me chama de pai por acidente - ele funga e puxa os joelhos contra o peito.
- Não chamo por acidente, eu te chamo de pai porque você é o meu pai, apesar de tudo.
- Você ainda me odeia?
- Eu não te odeio, eu fui uma idiota com o senhor por anos, mas eu nunca seria capaz de te odiar. Até porquê eu fui feita com amor, certo?
Se Harry não soubesse que ela tem mais de dez mil anos, diria que ela se parece com uma criança humana. Sempre tão inocente e esperançosa.
- Mas eu tento te proteger demais, você mesma disse que é sufocante.
- Sabe de uma coisa... Quero dizer, o senhor sabe de muita coisa porque é o senhor do Tempo, o cara que ensina e tudo mais, mas eu acho que preciso te lembrar que quando o papai se entregou no meu lugar para que eu vivesse, não foi só para me proteger, foi também pelo amor que ele sente pelos humanos. Ele sabia que o mundo precisaria de algo que não os permitissem desistir mesmo quando tudo está tão difícil e dolorido.
- É porque quem ama protege, ele protegeu toda a humanidade.
É isso, ele pensa, quem ama protege e eu vou me afastar de Louis para protegê-lo.
- Sim, quem ama cuida - ela tira o copo da mão dele e joga o restante do líquido fora - e enquanto ele não volta para nós dois e enquanto eu estiver aqui, vou cuidar do senhor como o senhor vem cuidando de mim desde sempre, porque eu te amo. E eu entendo o seu ciúme pelo Niall, logo o seu melhor amigo que mais confiou se apaixonou e se uniu à mim enquanto eu te lembro tanto o papai, enquanto o que o senhor quer é me proteger porque sou um pedacinho de vocês dois, mas dentro de qualquer possibilidade de risco eu ainda serei a última a morrer, se lembra?
- Eu não vou agradecer ao Zayn por isso.
- Nem eu - Aruna riu e Harry acabou rindo junto - Não falo com ele há séculos, acredita?
- Literalmente.
- Ele foi um babaca, ele sabia que o William Shakespeare era importante para Niall e eu.
- Estava na hora dele, Aruna. Você precisa entender que nem sempre a gente pode burlar o propósito e o tempo por capricho.
- Mas tinha que ser no dia mais importante da vida dele? O Niall e eu estávamos no auge das apresentações, o William estava orgulhoso do nosso desempenho nas peças e aí o Zayn só apareceu e puft - ela faz um gesto no ar com as mãos para simular uma explosão - o idiota botou fogo num teatro!
- Isso é a cara dele - Harry negou com a cabeça e deitou na grama, Aruna o seguiu - sabe onde ele se meteu dessa vez?
- Eu não faço ideia, mas com certeza está aprontando de novo.
- Você acha que ele está bem?
- Está preocupado com o Zayn, é sério?
Harry dá de ombros e ela olha as estrelas, a única coisa que Malik fez de bonito para a humanidade foram essas estrelas e Harry tem que admitir que foi um belo presente para Louis, mesmo que custe o seu orgulho próprio.
- Achei que estivesse chateado por ele estar flertando com o papai.
- E eu estive, nós temos um acordo do qual ambos não estamos cumprindo, o que afetou um tanto a nossa harmonia. Mas somos irmãos e eu infelizmente me preocupo que ele esteja surtando de novo por aí, porque da última vez que entramos em conflito ele causou um bocado de tragédias históricas.
- O Liam me disse que o Zayn está aprendendo a se controlar aos poucos.
- O Liam defende todo mundo, filha.
- Eu não o julgo, acho que Liam sente muita falta de como as coisas costumavam serem pacíficas antes da condenação e eu também sei que ele só está tentando me alimentar com a ideia de que as pessoas possam melhorar um dia.
- E você acredita? - Harry olha para ela de soslaio e se sente tonto da bebida, mas não tão bêbado quanto gostaria.
- Sendo quem sou, é inevitável que eu deixe de crer em algo, não é mesmo? O senhor que é o Tempo sabe melhor do que ninguém que com o seu passar as coisas mudam, à passos de formiga ou num estalar de dedos.
- Você tem razão, sunshine.
- Quer me contar o motivo por estar bebendo desse jeito de novo?
As risadas de dentro da casa podem ser ouvidas. Pelo som, é Niall que chegou e está sendo recebido por Taylor. Aruna avisou mais cedo que o namorado viria buscar ela para uma festa, então ele não vai ralhar sobre Niall estar ali de novo. Não adianta, de qualquer forma. Harry vem sendo tão chato com eles por anos e anos, mas é porque está ficando cada vez mais difícil aguentar a pressão do medo sozinho. Se ele fosse fraco e se fosse uma opção possível, já teria desistido desde o início.
Mas o fim do Tempo seria o fim da humanidade. Escolher desistir do seu amor é impossível, mas escolher lutar por ele seria pedir por guerra e morrer em seu lugar seria aniquilar a existência da vida.
Além disso, ele prometeu à Louis que não se entregaria.
Ele prometeu que ia lutar e também manter a esperança viva.
- Eu não vou estragar tudo para o seu pai de novo, eu vou embora antes que ele perca a chance de viver decentemente ao menos uma vez.
- Você não acha que já é tarde demais?
- Sempre é tarde demais, mas se você está falando sobre a troca de votos, eu impedi que ele falasse.
- Mesmo se ele não falar, ainda pode sentir que se entregou.
- Estou ouvindo direito?
- O quê?
- Você está tirando minhas esperanças.
- Credo, não - Aruna rola na grama até conseguir deitar a cabeça no peito dele e o abraçar - eu só acho que a Taylor e o Greg tem razão, o senhor deveria aproveitar seu tempo com o Amor, porque isso te faz bem.
- Mas não faz bem para o Lou.
Aruna não rebate e Harry estranha. Dificilmente sua filha deixa de argumentar, então ele tenta erguer a cabeça para olhar ela em seu peito e franze o cenho, achando a atitude suspeita.
Ela parece tão preocupada com alguma coisa, que nem consegue debater ao seu modo sobre outras.
Antes de aparecer ali, ela não sabia que ele estava sentado no gramado do jardim se martirizando com uma garrafa de Whisky. Aruna veio até ele como dificilmente faz, porque certamente quer um conselho. Quando um Designado precisa de conselhos ou desabafar, eles sempre procuram por Greg, Liam ou Harry. Um Designado inserido à cultura humana por tanto tempo acaba misturando muito sua verdadeira forma com as maneiras mundanas.
Há momentos em que eles também precisam pensar em suas ações. Eles estão vivos, afinal de contas. Eles não são perfeitos assim como nada na vida é e eles tendem a cometer erros, enganarem-se ou ficarem confusos.
Greg sempre sabe o que dizer de forma maleável, porque ele literalmente é a motivação. Ele é a linha de chegada na corrida da esperança e da coragem. Além disso, ele é um cara sóbrio e calculista, mesmo em sua forma boa no peso da balança, Gregori Willhen vai dizer o que ele acha certo para encaixar em seus propósitos.
Já Liam é um cara pacífico. A amizade dele com Aruna faz sentido, porque ambos são sempre positivos em relação à tudo. Procurar Liam é para quando você quer ouvir coisas boas, mesmo que não sejam tão realistas assim.
O Tempo, por sua vez, é sábio. Se Gregori é a motivação, Harry é o tambor para todos os ritmos. Ele também está constantemente aprendendo, mas ele vive para transformar, ensinar e sim, infelizmente, também para dar e tirar. As coisas se resolvem através dele, seja para melhor ou pior.
Mesmo que quase nenhum Designado o procure diretamente, eles eventualmente aprendem mesmo assim. Não há possibilidades de não entender as coisas com o passar do Tempo, não tem como fugir do Tempo ao menos que você queira se entregar à Morte.
Tem gente que desiste do Tempo antes mesmo de aprender com ele.
Tem gente que não suporta o Tempo passar rápido e tem gente que não aguenta o quão lento ele possa ser.
Dizem que o Tempo não é amigo de ninguém.
Deve ser por isso que ele está no topo do lado escuro da Balança.
É certo que ao menos houve um tempo em que o Tempo realmente teve amor.
- O que foi?
- Do quê?
- Você está sendo estranha, você e o Niall, desde o final do século passado.
- O senhor está contando os dias do meu humor?
- Eu só estava estranhando.
Aruna fecha os olhos e conhecendo ela tão bem como Harry conhece, sabe que quando sua filha faz esse tipo de coisa é para evitar que ele leia suas reações.
- Acho que algo mudou, pai.
- Como assim?
- Eu não sei o que é, mas Niall e eu estamos mais unidos como num elo e as nossas asas também, elas estão mudando de cor quando estamos juntos.
Esse tipo de coisa ele já viu acontecer, mas não se lembra quando. É uma lembrança pinicando na borda de sua memória assim como tantas outras que desvanecem depois de ver tanta coisa na sua infinidade. Tem coisas que não dá pra esquecer e tem coisas que ele luta pra não esquecer, mas é impossível manter tudo à salvo na memória.
- Você levou esse caso para a Balança?
- Tá brincando? Se eu escuto do meu próprio pai que não posso ficar com o cara que eu amo, o que acha que os deuses vão dizer sobre dois Designados de lados opostos juntos?
- Eu sei muito bem o que eles dizem, não interferem, mas os sermões geram todo aquele estresse de assembléias para nos pressionar sobre o equilíbrio.
- O Niall acha que podemos descobrir o que está acontecendo sem levar à Balança, não pode ser nada demais.
Harry segura a mão dela e entrelaça os dedos. Ele as observa no ar e ainda se sente um pouco enjoado pela bebida. As mãos dela são tão pequenas quanto as mãos de Louis, são lindas.
- Desde quando essas mudanças em vocês dois vem acontecendo?
- Desde- Aruna hesita, ainda de olhos fechados e parece resignada.
Assim ele já sabe o que está por vir. O pior ano de todos. A vez anterior à essa, em que Louis morreu jovem demais e os dois nem mesmo haviam se conhecido direito. Bastou o menino de doze anos olhar para Harry de um jeito como se lembrasse de tudo e pronto, seu amor se foi. Uma criança que não teve tempo o suficiente para viver uma vida merecida.
Foi aí que Harry decidiu evitar os fins de Louis.
Se ele se afastar, esse ciclo doentio fica menos pior.
- Desde 1999 - completa o que ela não quer dizer com medo de desenterrar dores que nem mesmo foram enterradas, está bem ali e também na garrafa vazia aos seus pés - Vocês estão escondendo esse segredo por vinte anos?
- Qual é, vinte anos é só um sopro depois de quatrocentos anos namorando nas sombras do tempo.
- Você tem esse humor ácido da sua tia que eu não gosto.
- Vai mesmo fugir da situação? - ela volta o foco para a tragédia dos pais.
- Eu preciso ir embora para dar mais tempo à ele, mesmo que me doa. Não consigo ser egoísta com Louis.
- Às vezes eu olho para ele e tenho a sensação de que sabe de alguma coisa, que no fundo Louis sabe quem ele é. Eu fico fantasiando que ele se lembra de mim, mas eu sei que é impossível.
- Ele não pode se lembrar de nada, ele está condenado à isso enquanto estivermos em equilíbrio e ele for só um peso convertido em mortalidade que não serve para nenhum dos dois lados.
- E se o papai já te entregou o coração dele secretamente, sem ter te contado?
Styles quase suspeitou disso desde que o levou no terraço pela primeira vez nessa vida e Louis pegou em sua mão. Aquilo foi uma coisa. Harry fingiu ceticismo, como sempre faz, mas algo mudou. Ele sentiu a mesma coisa que sente toda vez que Louis e ele se unem, é como um elo etéreo trocado num toque físico e singelo. Toda vez a sensação absoluta é como a primeira vez, mas também é uma premeditação para a última.
Mas não foi a última, isso é que foi diferente.
Então Harry pensou que talvez Louis ainda não tenha certeza do seu amor.
Mas quando o beijou com mais paixão do que necessidade carnal, quando ele prometeu que ficaria como se soubesse, como se pudesse ter noção de que o Sol só existe porque ele decidiu se sacrificar, Louis ainda estava lá.
Ele prometeu e ficou.
É uma esperança da qual Harry não vai alimentar porque machuca.
Não é exatamente a esperança que o machuca, porque, inclusive, ela está ali sendo linda em seu peito e tentando constantemente manter ele firme, mas é a ilusão alimentada por ela.
As coisas já fugiram um pouco do roteiro nas últimas duas vezes. Na primeira Louis viveu mais do que geralmente viveria, ainda assim ele se foi quando decidiu que seu coração seria para sempre de Harry. Na segunda vez ele se foi cedo demais, quando nem teve a chance de ser maduro o suficiente para entender o próprio coração.
Mas eventualmente, a morte vem pegá-lo, mesmo que nem mais a morte esteja de acordo com a maldição. Esse foi o combinado na Assembleia da Balança durante a condenação. É o preço pelo equilíbrio, o preço para manterem Aruna e a humanidade vivas.
Para Louis deixar de ser um mortal a Balança deverá estar de acordo e para haver acordo, precisam de equilíbrio.
O Amor seria um peso.
Zayn não tem outra saída, a não ser manter esse ciclo. Ele já tomou a decisão com Louis e não tem como voltar atrás mesmo arrependido.
Aruna segurou o relicário entre os dedos e beijou o bronze para chamar a atenção do pai, por uma resposta.
- É impossível, filha, se Louis tivesse o feito já não estaria mais vivo.
═─── ❦ ───═
*O texto poético na narrativa do Louis é de autoria do Oswaldo Montenegro.
Eu preciso da ajuda de vocês para panfletar Aruna, porque eu sou péssima em divulgar.
Posso contar com a sua ajuda, por favor?
Eu agradeço com uma att nesse fim de semana, inclusive, a melhor att dessa fanfic kkkk
Bjs de @_shakesqueer
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