Capítulo 16
O começo da semana foi uma correria para Louis.
Na segunda ele ainda estava suspenso das aulas, mas acordou ao meio dia, por ter passado a madrugada em claro.
Foi difícil dormir pensando no que viu e ouviu.
Difícil dormir com a ansiedade queimando todos os fios do seu cérebro. Nesse dia houve a primeira consulta com o psicólogo - começando sem mencionar as loucuras de seus sonhos com Harry ou todas as coisas envolvendo ele - depois Louis precisou fazer uma série de coisas cotidianas que o dia a dia na faculdade o impediria, como ir ao banco e na loja para comprar os materiais de pintura que lhe faltava.
Na terça-feira Louis ainda não estava de volta às aulas, mas ele usou o dia para repor matéria com a ajuda de Zaki que além de emprestar as anotações foi buscar seu quadro danificado, incentivado a terminá-lo.
Louis usou parte do tempo entre um intervalo e outro nos estudos para ajudar com os preparativos do casamento de Mark, cochilar com Olivia e deixar mensagens nas redes sociais para Zayn na esperança de que ele o respondesse, mas nada. Pelo menos o "visto por último" está datado em sábado e há uma curtida numa publicação da banda de rock metal que Zayn mais gosta, então pode significar que ele está vivo e que na melhor das hipóteses só está sendo um idiota em preocupar Louis sem dar notícias.
É quarta-feira de manhã quando a rotina da qual sentiu tanta falta voltou. Louis está correndo para a sala de aula no primeiro período com o café em mãos. Depois ele troca de aula e esbarra em Gemma e Bleta pelo caminho e elas o convidam para assistirem o primeiro treino de Sam, desde que ele também voltou ao time após o repouso e Louis confirma o encontro deles para depois das aulas. No almoço ele precisa ir à secretaria e perde tempo na fila, então acaba comprando algo rápido para comer antes de voltar às aulas da tarde.
Esse último período do qual ele tem aula de história.
Louis escolhe a cadeira no fundo da sala e empertigado nela, pensa que deveria ter feito amizade com mais pessoas dessa turma. Ele acena para alguns rostos conhecidos, mas ninguém é tão próximo a ponto de iniciar uma conversa que o distraia do nervosismo.
E lá está o motivo dos seus sonhos e contraditoriamente, também da sua insônia.
Harry escolheu matar os alunos num jeans branco apertado e camisa preta de botões. Ele entra na sala atrapalhado como é, embora seja encantador. Primeiro enrosca o cabo solto do notebook na porta, depois chuta por acidente a cadeira dele e leva um minuto inteiro para conseguir ligar o refletor com dificuldade. Quando sai de trás da mesa e usa a ponta do dedo para deixar o óculos de grau no lugar, o professor recupera sua habitual postura fina e elegante.
Seu olhar verde escuro cruza com os brilhantes azuis.
E Tomlinson queria mesmo ter prestado atenção na aula, ele queria. Mas é impossível com as lembranças de todos os sonhos, todas as sensações e agora as fotos que viu no quarto, além da culpa de ter ficado com um objeto que não lhe pertence e o que ouviu de Taylor. Está tudo pendurado em sua cabeça.
Louis faz anotações do pouco que consegue prestar atenção e o tempo passa rápido.
Logo ele está guardando suas coisas e se enrola até que a maioria dos alunos saiam aos poucos da sala. No dia anterior estivera bolando um plano para afastar-se de Harry e evitar se machucar. Agora ele está ali de novo inventando desculpas a si mesmo para se aproximar.
- Eu fiquei um pouco confuso sobre essa relação da descoberta da escrita e a Arte Bizantina - falou para o professor e não é mentira, ele realmente estava ocupado demais se martirizando.
- Quer ajuda mais tarde?
- Você pode fazer? - Louis quase se empolgou, mas ele está desanimado demais para isso.
- Na verdade eu deveria te punir por não prestar atenção na aula, mas por outro lado seria cruel te deixar à deriva depois de dias sem vir à aula por culpa da suspensão, então eu te envio uma mensagem com os links confiáveis que podem ajudar na pesquisa.
- Legal da sua parte - O sorriso forçado de Louis não passou despercebido.
- Você está bem?
- Eu vou ficar bem.
- Isso me faz lembrar de quando você me cobrava sinceridade para fazer a amizade funcionar - Harry diz com bom humor e leva a mão ao bíceps de Louis carinhosamente.
Agora é o momento em que deveria dizer "Estou assim porque preciso me afastar já que estraguei tudo estando completamente e verdadeiramente apaixonado enquanto você tem outra e isso me machuca."
Mas ele não consegue. Sente-se tão para baixo nessa amizade que a coragem lhe falta. Ele acha que não tem medo do amor, mas tem medo de suas falsas expectativas estragar tudo entre os dois.
Afinal, um dos problemas da unilateralidade é ir o mais alto possível e depois cair por peso de sentimentos, sem socorro e sem consolo porque a culpa é toda sua ao carregar sozinho e tão longe as expectativas.
Talvez seja tarde demais e ele estivera bem alto desde o momento em que colocou seus olhos em Harry Styles.
É uma justificativa plausível para se estar literalmente louco por ele.
Por outro lado, seu subconsciente o incita a dizer a verdade. Sobre não ser capaz de se afastar, que manter uma relação de amizade é incrível e o enche de felicidade, mas Louis precisa de mais. Ele quer que as mãos de Harry estejam entrelaçadas as suas não só em momentos sensíveis e tímidos como também o tempo todo.
Louis quer Harry, o Tempo todo.
Ele tem tanto medo de dizer e não só medo de ser rejeitado, ele tem medo de dizer e perder o mínimo do contato que não é muito, mas já é muito mais do que Louis sonhou em um dia ter com e por alguém. Se ele disser e Harry matar o pouco de esperança que há em Louis em relação aos dois, ele não sabe se é capaz de voltar a se acostumar com aquele velho vazio que já fazia parte de si antes de Harry aparecer.
O quão dramático é seu extremo em pensar que um pouco de si morreria se Harry não fosse empático com a paixão da qual Louis sente?
Mas para ele é melhor morrer do que não falar de amor.
- Eu realmente ficarei bem - decide adiar.
Se for para falar disso é melhor que não seja na sala de aula, com a movimentação barulhenta dos alunos cansados se retirando às pressas e aquele burburinho agitado e inconveniente.
- Você está ocupado? - Harry dá um passo para trás e guarda suas coisas para encerrar o expediente.
- Desculpa, eu prometi assistir o treino do Sam com as meninas.
- Tudo bem, eu entendo.
Harry sorriu triste e desviou o olhar para os próprios pés. Louis deixou os ombros caírem e o tanto que não se sente capaz de segurar sua defensiva desde o que ouviu sobre Taylor, é o mesmo tanto que também não pode segurar a si mesmo e sua vontade de girar em torno de Harry feito um satélite natural. O sorriso triste do outro também o afetou, Louis não queria causar aquilo.
- Você precisa de mim?
- Não se preocupa comigo.
- Vamos lá, do que você precisa?
Harry hesitou antes de responder:
- A Sra. Cox está confeccionando os trajes para o casamento e precisamos fazer ajustes no meu terno de padrinho.
- Eu tenho que ajustar o meu também, acho que ela é a responsável por ele.
- Sim e, bem - Louis abre a porta para Harry passar e eles caminham lado a lado no corredor lotado - eu queria sua opinião sobre como ficarei nele.
Os dois chegam ao lado de fora do prédio e é o momento de irem. Tomlinson se sente patético que mesmo magoado ainda tenha tanta vontade de estar perto o tempo inteiro.
- Tudo bem nós podemos ir amanhã.
- Amanhã.
Harry repete satisfeito e as borboletas pegam leve dessa vez, mas ainda assim o chacoalhar das asas delas em ver o sorriso tímido e aliviado dele faz com que Louis quase flutue.
- Se eu pudesse iria hoje a noite com você, mas além de ver Sam treinar eu ainda preciso ir para casa fazer os trabalhos das aulas, ajudar Mark por e-mail com algumas pendências do casamento e pesquisar os apoios necessários para a manifestação pelo Projeto Ubuntu.
As pessoas passam apressadas e alheias por ali enquanto Louis tagarela justificativas com os olhos presos naquele verde lindo, uma vez olhando para a evidência de cachos renascendo. Harry presta atenção com o sorriso despontando, bem perto dele e sendo uma mescla impossível de homem fofo com homem sexy.
- Eu sei que sim.
- Então eu te vejo amanhã - não vai agora, Louis pensa na verdade querendo só mais um tempinho, por favor.
- Amanhã.
- Mas ficaremos pelo terraço depois de provarmos os ternos.
- Combinado - Harry beija sua bochecha e se afasta, indo embora.
Louis fica paralisado por um instante como um bobo com o coração acelerado e pensando que se a coragem fosse gente, ele teria que se entender com ela primeiro antes de falar para Harry tudo o que sente.
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No campo de futebol da universidade só haviam os jogadores em treinamento e cerca de uma dúzia de alunos interessados em passar um tempo à toa assistindo os garotos trabalharem.
Louis pulou cinco degraus acima do gramado - ainda umedecido da chuva no dia anterior - para a arquibancada onde seus amigos estão reunidos. Além das garotas, Niall, Aruna e Zaki também estão por lá.
- Qual o assunto? - ele disse de supetão, atrás de Gemma para assustá-la e ela solavanca com um gritinho. Louis ganha um leve tapa no braço pela travessura e eles riem.
- Festa hoje a noite - Niall explicou animado - na mesma fraternidade em que fomos da primeira vez.
- E vocês vão?
- Nós vamos, incluindo você! - Gemma responde por trás de seus óculos escuros, com aquela animação contagiante que faria Louis facilmente ceder.
Ele tem certeza que Bebe acorda todo dia com Gemma pontuando todas as coisas legais do universo para considerar um dia perfeito. Ela é espontânea e alegre, mas não de um jeito irritante, é do tipo que trabalha com prazer naquilo que faz cada um se sentir bem.
- Não vai dar, eu prometi ajudar Mark com algumas pendências do casamento e eu também tenho trabalho das aulas para entregar.
- Ah - ela lamenta - haverá uma próxima e você virá conosco quando puder.
- Ótimo, vai ser legal. Se divirtam, mas não se esqueçam que sábado iremos nos reunir no lobby do dormitório para organizar os preparativos da manifestação!
- Não tem como esquecer com vocês travando o nosso grupo de mensagens com as ideias e tudo isso.
- Não reclama, Niall - Aruna o olha torto e ele fica quieto - Você prometeu nos ajudar!
Louis adora ver isso. O modo como esse cara barulhento e caótico se derrete nas mãos dela.
- E eu vou - Niall tira um cigarro do bolso e coloca na boca, mas ainda não acende.
Louis olha para Bebe um pouco mais afastada e ela está numa conversa paralela com Zaki. Ele parece explicar para a amiga algo realmente sério, pela pose dela de atenção e a feição endurecida.
- Oioi! - ele abraça o ombro de Bebe e recebe os cumprimentos de volta - O que tá rolando?
- Estávamos falando sobre casos de tentativa de suicídio em universidades - Bebe explicou amuada e os três olharam para o campo, para Sam que ainda está se aquecendo separado dos outros jogadores.
- Assunto pesado.
- Mas necessário - Bebe diz enquanto todos assistem Niall descer pelos bancos como se fosse o John Travolta em Grease, num zigue zague cheio de graça para fazer a namorada e Gemma rirem do bobão que ele é.
Niall terminou de descer dando sinais que vai aprontar alguma coisa no campo, mas os outros voltam a atenção para o assunto e deixam o doido para lá.
- O tempo de caos é uma característica dessa época. Nunca fomos tão bombardeados por tantas informações. Esse bombardeio acaba produzindo uma sensação de confusão e de desespero maior ainda - Zaki opina.
- Sim, somos jovens em constante pressão. Vai de crise familiar à descoberta de identidade, cobranças de posicionamento e responsabilidades recém assumidas.
- E o sentimento de estar sozinho, quem nunca se sentiu sozinho?
- Quem nunca pensou em desistir enquanto estivera sozinho?
Com esse comentário de Bleta, Aruna inclina o corpo para entrar na conversa também.
O jeito de ficar séria e preocupada no momento certo é a mesma de Harry. Louis lembra da foto vista na noite de domingo e que agora está no caderno do qual ainda não sabe o que fazer enquanto escondido em seu quarto.
Ele sente o carinho ainda presente e essa afeição intensa pela garota. Ele pensa que a crescente vontade de se aproximar dela - embora por razões desconhecidas e completamente diferentes - talvez tenha a ver com o pai dela.
Louis não consegue parar de pensar nos dois e isso é louco, é vergonhosamente obsessivo.
Ele se sente um imbecil doente.
- Quem aqui está pensando em desistir do quê?
- Estamos falando sobre suicídio em universidades.
Aruna se encolhe sensível com a menção da palavra e Gemma preocupada se aproxima dela.
- Você já tentou alguma vez, Zaki?
- Querem honestidade? - os outros esperam em silêncio que ele continue - Acho que ser o único aluno negro da turma, vir para um país onde eu pouco falava o idioma, tão pouco falava a língua de sua cultura, inicialmente sem conhecer ninguém e longe de parte da minha família que ainda permanecem correndo risco na guerra de uma terra que eu sinto falta mais do que tudo, foi bastante difícil.
- Então você...
- Foi uma fase pesada, não é mais a mesma coisa porque eu me fortaleci com o tempo. Apesar disso não deixou de ser difícil, mas eu ainda estive numa posição melhor que outros que vieram da minha terra e absolutamente melhor do que quem ainda está lá. Eu tive sorte de estar numa família em condições de sair do país adequadamente e eu tive um estudo, que é a base de tudo para início das coisas na vida darem certo.
- E você está aqui - o sorriso de Aruna não está nos lábios, está nos traços de seus olhos em expectativa e as bochechas levemente elevadas.
- Mais forte e pronto para o que vier, mas acontece que eu trabalhei duro para alcançar minha paz, trabalhei em mim mesmo e tive recursos para isso, mas não é assim para todos. Nem todo mundo consegue sair bem dessa.
- Zaki estava me dizendo que esses números estão crescendo nas universidades por uma série de fatores. Todos eles tem ligação com o mesmo mal que é solidão.
Eles olham para Niall abaixando-se atrás dos bancos reserva, mas seguem a conversa sem dar importância para o que ele pensa em aprontar lá no campo.
- Podemos usar a cor da esperança na manifestação? - Gemma deu a idéia animada e fazendo Aruna sorrir carinhosamente para ela, como se estivesse sendo grata por ser acalentada.
- Verde - Zaki pareceu gostar - Legal, anota isso no grupo de mensagens depois, Gem.
- Hum, na verdade eu estava falando do amarelo, que também é a cor do combate ao suicídio.
- Por que amarelo?
- Porque é a cor da esperança - ela afirma como se fosse óbvio.
- Deixa que eu explico, Gem - Aruna aperta a mão dela sobre o colo e coloca o cacho escapando do coque atrás da orelha - Nós interpretamos a luz do Sol como amarelo quando na verdade ele é incolor, porque associamos amarelo com o brilho e brilho com a alegria de se respirar. E respirar é uma coisa difícil de se fazer quando a escuridão sufoca, certo?
- Amarelo é o nascimento de um brilho entre o elo do amor e a paciência do tempo, ou seja, a esperança, uma nova chance.
- Uau, isso é demais - Bleta piscou encantada - E a ideia de espalharmos tintas amarelas e nos vestirmos dessa cor é uma alusão ao Sol e a manifestação de esperança?
- Vocês são muito criativos - Zaki riu - parece ótimo!
- Se eu conseguir fazer com que as pessoas se acalmem, respirem e olhem para o outro, eu acho que a gente começa a construir uma coisa muito bonita - Louis diz para os amigos que os olham, mas ele está mesmo é estreitando os olhos para o campo.
Sorrateiramente, Niall tirou o apito do pescoço do treinador e começou a correr pelo campo fazendo barulho com aquilo. Seria ridículo se não fosse tão engraçado o jeito que ele saltita e o treinador corre atrás tropeçando nos próprios pés, porque Niall também amarrou os cadarços um no outro e agora o homem não pode o alcançar suficiente. Os jogadores estão rindo ao invés de ajudar.
- O que ele está fazendo? - Louis perguntou rindo também, porque é cruel, mas também é impossível não rir de Gemma se curvando em gargalhadas ao ver aquilo.
- Eu sabia que esse baderneiro faria alguma coisa - ela explicou tentando respirar - o treinador foi um idiota com Sam quando ele chegou, fez piada sobre o incidente e o Niall ficou puto.
- Se o treinador alcançar o Niall não vai ser legal - Louis entorta o nariz imaginando o desastre - devemos ajudar?
Aruna respira fundo e bate as mãos nas coxas antes de levantar dizendo:
- Ok, juro por todos os elementos do universo que esse é o homem perfeito para mim.
O treinador tira os sapatos e corre atrás de Niall para fora do campo e os amigos correm atrás gargalhando, para socorrê-lo.
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Louis está ocupando a sala de sua cobertura do dormitório para estudar, porque ele pintou o quarto no dia anterior e ainda está uma bagunça de jornais que protegeram os respingos da tinta usada e também há latas e pincéis por toda parte.
O notebook está em seu colo, o sketchbook rabiscado ao lado, o celular em mãos com a caixa de mensagens aberta na conversa com Harry que pergunta se ele está bem, se está conseguindo cumprir suas tarefas de forma saudável e questionando se Louis já se alimentou, o que ainda não aconteceu porque ele não come comida de verdade quando Sam não está em casa para fazer e essa noite o goleiro também saiu para ir à festa com os outros.
Harry e Louis trocam mensagens por vinte minutos e o garoto leva outros dez para respirar de olhos fechados e sonhar acordado com a possibilidade de não ser odiado quando contar a ele que dentro da gaveta de seu guarda-roupa está escondido criminalmente o que seria possivelmente um diário ou caderno bem pessoal de Harry, do qual Louis pegou sem querer - não tem como explicar uma coisa dessas sem parecer um idiota - e agora ele não tem coragem de devolver por medo do outro ficar chateado.
Não adianta pensar nisso agora, ele vai dar um jeito depois e talvez pedir para Aruna colocar de volta no lugar porque ela não entregaria a cabeça de Louis e poderia entrar facilmente no quarto do pai dela e colocar o caderno lá, como se nada tivesse acontecido.
Louis decide pensar sobre isso e talvez falar com ela no dia seguinte.
Agora ele volta a digitar para o site do hotel fazenda onde será o casamento de seu pai, depois envia para o e-mail dela o que foi conferido e o que ainda falta ser resolvido para outro momento. Ele termina de desenhar cansado e com sono no sketchbook - mas Louis é um esquisito que geralmente se inspira estando em seu limite emocional ou físico - quando a campainha toca.
Não pode ser os outros dois moradores dali, que possuem as chaves ou ligariam bêbados para Louis abrir a porta se o caso fosse a perda delas. Bleta também ligaria, mas ela está na festa com os outros à essa hora. Mark falou com Louis no e-mail minutos atrás, o que significa que ela está em casa.
Ele veste a camisa antes de atender e se surpreende.
- Entrega para o Sr. Tomlinson - o rapaz baixinho com o uniforme da pizzaria próxima ao campus diz esticando a embalagem média em sua direção.
- Há um engano, porque eu não pedi pizza nenhuma - Louis disse, mas segurou a embalagem mesmo assim.
- Acho que é um presente - o rapaz sugere dando de ombros - quem encomendou pediu para deixar um recado na tampa da embalagem.
- Isso é sério?
- Boa noite e bom apetite!
- Obrigado e bom trabalho.
Louis franziu o cenho e fechou a porta quando o entregador desapareceu pelo elevador. O garoto desliza em suas meias até a cozinha e coloca a pizza na mesa. Ele abre a caixa com pressa, tanto por curiosidade quanto fome. Estivera tão ocupado que nem havia percebido o vazio no estômago que agora ronca por atenção. Olivia quando sente o cheiro da caixa sendo aberta aparece correndo do quarto feito um jato, mas essa engraçadinha acabou de comer, dela Louis não consegue esquecer.
O bilhete está engordurado ao lado de dentro da caixa. A pizza é de mussarela e ele fica feliz por ser uma de suas preferidas.
Está escrito:
"Você disse por mensagem que não havia comido ainda e eu sei que está muito ocupado, mas agora tire um tempo para comer, por favor. É mussarela!
Te vejo amanhã, H."
Louis grunhe, mas a vontade é de gritar porque estar apaixonado deve ser fácil se a paixão em questão não for pelo senhor perfeito.
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