Capítulo 15
Louis estivera pela próxima hora recostado no peito de Harry. O professor segura as cartas para ele jogar e Louis não ganhou nenhuma partida, mas também não quer sair desse jogo tão cedo. Não quando uma mão de Harry ainda está segurando a sua cintura com firmeza e suas pernas estão enlaçados uma na outra. Ele sente a respiração quente em sua nuca, toda vez que, meio embriagado, Harry se aproxima para sussurrar uma dica de jogada.
- Niall sempre descarta os menores números para guardar os maiores para a cartada final - a voz grave e arrastada segreda em seu ouvido - use os menores também e guarde as maiores para o final, ele será pego de surpresa.
Louis sabe essa jogada, mas é melhor parecer que não e ter mais de cochichos e aproximação. Além disso, Harry sendo prestativo é fofo e ele não quer chateá-lo ao dizer que não é só Niall, como todos que jogam cartas, fazem dessa forma.
- Essa daqui? - pergunta fingindo inocência e aponta para o seis de espadas.
- Pode ser, esse é ótimo.
Louis joga a carta na mesa e volta a colocar a cabeça no ombro de Harry, ajeitando as cartas na mão dele. Ele pode sentir o coração do outro acelerado e quer saber se é pelo mesmo motivo que o seu quase sai pela boca.
Ele quer perguntar se Harry também sente essa coisa no estômago, porque é a primeira vez que Louis se apaixona e a sensação do primeiro amor o deixa ainda mais inconsequente, bobo, completamente afetado, confuso e avoado.
O cheiro doce do perfume de Harry é bom e distraído, Tomlinson perde outra partida. Taylor vence e levanta da cadeira triunfante, mas cansada.
- Vou me recolher - ela anuncia enviando um beijo no ar para todos - fiquem à vontade, eu preciso descansar, porque amanhã faremos os ajustes do vestido de noiva com Mark.
- Boa noite Tay! - todos respondem, mas Harry olha para ela de um jeito diferente e Louis não deixa passar.
Ele observa o quão nervoso Harry parece de repente, como se tivesse dado conta de algo urgente.
Harry recusa educadamente a bebida quando Louis oferece de novo e embora não queira, precisa sair de seu colo e sentar no lugar de Taylor, porque não faria mais sentido para os outros que Louis fique ali.
Antes mesmo de iniciar a próxima partida, Harry se despede de todos e avisa que também vai subir para o seu quarto. Eles decidem parar o jogo e pedir pizza para comerem antes de irem para os dormitórios. Bleta e Sam esperam os outros estarem distraídos para encurralar Louis.
- O que está fazendo aqui ainda? - Bleta dá um tapa em sua testa.
- Ouch, dói! Onde diabos você quer que eu esteja?
- Vá atrás dele!
- De quem? - Louis esfrega a testa e olha para os dois de olhos arregalados e insinuativos até entender - Vocês estão loucos!
- Louco está você, essa é a sua chance com o homem - Sam foi em direção ao corredor que liga a piscina coberta para a casa - Todo mundo sentiu o clima, Harry saiu daqui se escondendo nas calças e você vai fazer o sonso agora?
- Vai, Louis, nós te damos cobertura!
- Aonde?
- Para beijar o Harry! - os dois gritaram ao mesmo tempo e Louis pulou assustado e verificou apavorado se ninguém na outra área ouviu, aparentemente não.
- Ei, vocês querem um megafone?
- Foda-se, todo mundo já viu que vocês dois estão explodindo em tensão sexual tem dias!
- Bleta, pelo amor de deus, eu falo isso de vocês dois por acaso? - Sam ficou vermelho e ela se engasgou com a própria risada, mas essa foi a intenção, desviar o foco - Talvez eu diga, mas não fico pressionando!
- Louis, vai!
Não tão contra, ele suspira vencido e segue o caminho para dentro do corredor.
É a primeira vez que veio à casa de Greg, então no percurso Louis se distraiu admirado com a decoração elegante. Obviamente, já que Willhen é um fotógrafo, há muitas delas pela casa em quadros e artisticamente. Louis apressa o passo e sobe as escadas antes que perca a coragem. No segundo andar ele vê as costas de Harry, que caminha para dentro de um cômodo. Louis o segue pensando que, bem, eles são amigos não são? Harry não vai achar tão estranho Louis estar ali, talvez.
Ele passa por dois cômodos de portas fechadas e o de Harry tem portas duplas de madeira pesada. Elas estão entreabertas e Louis o chamou num sussurro tímido, mas não obteve resposta. Espera um minuto inteiro antes de bater nela e ainda não é atendido, por isso toma a decisão de bêbado sem vergonha que é e coloca a cabeça para dentro do quarto. Harry não está ali. Louis une as sobrancelhas confuso e entra totalmente, deixando a porta aberta atrás de si.
- Harry? - ele chama de volta, mas nada.
Se aproxima da poltrona perto da janela. É uma vista sem graça, só há a vista das casinhas tortas e as ruas de lajotas que ligam a residência ao centro de Amsterdã. A poltrona acolchoada tem aparência confortável e cansado do dia agitado, de nadar com seus amigos, de ter a alma sugada pela presença magnífica de Harry, cansado pela bebida em seu corpo, ele sentou-se ali sem pestanejar. É realmente confortável e Louis sorriu para si mesmo imaginando Harry em cada canto daquele cômodo. Ele já sente falta do outro.
Fechou os olhos e sentiu o cheiro doce e marcante em todo lugar.
Mas é só o cheiro sobre Harry, porque nada ali é de sua personalidade. Parece mais um quarto de hotel, como se o tempo de Harry por ali fosse passageiro e não fosse necessário deixar marcas. Louis olha para as paredes vazias e a cama bem arrumada ao seu lado da poltrona, a mesa disposta no outro. Na pequena mesa polida há um caderno aberto e um porta retrato simples. Louis pega o objeto leve e passa o dedo sobre o vidro protegendo a fotografia gasta.
Ele treme e engole o gosto amargo do ciúme.
É uma foto de Taylor em roupas antigas ao lado de Harry, também vestido assim. Louis pensa que os dois provavelmente estavam em uma festa à caráter e a fotografia ganhou um aspecto retrógrado proposital.
Harry tem uma fotografia com Taylor nessa intimidade que afeta os sentidos de Louis e agora ele vergonhosamente sente inveja.
Faz careta para si mesmo e devolve o porta retratos no lugar, mas com esse movimento seus olhos esbarram em outra fotografia. Essa está solta no caderno aberto e sem raciocinar o quão errado é bisbilhotar, Louis trás o caderno para o colo e analisa a foto ali com outro sentimento.
É um tipo de afeto que o aquece e rapidamente faz com que ele esqueça de Harry e Taylor, substituindo o ciúme por carinho. De repente os outros dois não parecem tão importante quanto quem Louis vê naquele pedaço de imagem amarelada.
É Aruna.
Aruna do mesmo jeito que é hoje, mas tão linda, tão encantadora que ele sente vontade de chorar e nem sabe o motivo. Ele não consegue entender o que o toca, mas é forte e Louis sente demais.
Atrás da foto está escrito de letra corrida e tinta preta:
"E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris..."
E o mais estranho era que, abaixo da assinatura de Harry Styles na foto da filha, estava marcado a data de 1954.
Ele se levanta assustado quando escuta as vozes vindas de uma entrada estreita no mesmo cômodo, que Louis não havia reparado, entre dois grandes guarda-roupas. É uma abertura estreita para o cômodo ao lado que parece um escritório e dali ele pode espiar estantes de livros, mas não as pessoas que riem e conversam entre cochichos. Ainda assim, Louis sabe que são Harry e Taylor e que agora os dois se aproximam.
- Eu não sei o porquê dessa sua tentativa ridícula de fugir, um beijinho não fará mal.
- Um beijo leva à muitas coisas no nosso caso.
- Você até soa perigoso assim - o modo baixo e insinuativo como ela cantarolou o deixa enjoado.
Se os dois pararem de falar, Tomlinson poderá ouvir o som do próprio coração se partindo em pedacinhos.
Harry mentiu?
Ele e Taylor são bem mais do que amigos?
Por que Harry mentiu?
Mas ele não quer ficar ali, tremendo e parecendo um idiota machucado quando os dois aparecerem. Ele saiu cambaleando do quarto e antes de fechar totalmente a porta, escutou Harry dizer:
- Talvez eu seja, porque uma vez que minhas mãos puderem tocar seu corpo, eu não poderei tirar elas de lá.
Idiota, idiota, idiota.
Louis encosta a testa na parede do corredor por um segundo, ele quase bate nela com um pouco de raiva de si mesmo, mas ele não pode ser visto e nem ouvido, então o melhor é seguir o caminho de volta. Ele engole o choro com determinação, mas só quando desce as escadas percebe que sem querer, durante o nervosismo e a afobação do momento, trouxe o caderno de Harry consigo.
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