━ 🫐 : O1 Chᥲρtᥱr.
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Bloqueio artístico e geléia
de frutas vermelhas.
· ꙳ ·
Bloqueio criativo, o maldito
e infeliz bloqueio criativo...
Segundo o Google é um fenômeno envolvendo a perda temporária da habilidade de continuar a gerar conteúdo, geralmente por falta de inspiração ou criatividade, mas sabiamente Seo Changbin classificava esse pequeno imprevisto como seu inferno pessoal.
O bloqueio criativo havia atacado o jovem desde o seu término de namoro, claro que isso iria o afetar de alguma maneira, Wooyoung, o gatinho do curso de estética era no mínimo inesquecível, um garoto bonito, popular, engraçado e com um coração puro e bom. Eles se gostavam e infelizmente demoraram para perceber que esse gostar era apenas de amizade e para Seo Changbin, estava tudo bem, já que o término apenas reforçou a amizade dos dois. Era bizarro como o fim de um relacionamento, mesmo sem amor envolvido, poderia acabar com a criatividade de um jovem artista.
Hwang Hyunjin pensava a mesma coisa, mas de forma mais poética recitou acariciando os cabelos do amigo que estava cabisbaixo com a cabeça deitada na mesa digitalizadora, Seo estava acabado, em seus pensamentos ele já soube logo de cara que toda a sua carreira era um fracasso.. ━ É terrível ter algo lindo para desenvolver, uma arte linda para mostrar, uma cena perfeita para descrever, e ser bloqueado loucamente por muros que te impedem de encontrar belas inspirações para serem postas em um sua arte mais pura. - O de cabelos escuros suspirou meio preocupado olhando para Yang JeongIn, que jogou seu Ipad no sofá bravo. O garoto estava preocupado, com raiva e com um certo medo. Ambos eram apenas estudantes ainda, receber uma proposta de trabalho antes mesmo de receberem um diploma era bem importante para o currículo dos três amigos.
A mesma proposta já havia aparecido há um ano atrás e eles entregaram uma webcomic de boys love com um tema místico de elfos negros. Mesmo não crendo por completo que aqueles três estudantes teriam a capacidade de fazer um trabalho tão bom, a editora fechou contrato e logo quis mais daquele trabalho incrível que ambos haviam lhe dado. Era um fato, os três amigos estavam prontos para se tornarem gênios em ascensão.
O problema mesmo era que, o manhwa publicado pela editora havia sim feito sucesso, mas mesmo assim eles queriam algo novo. Com uma certa exigência estranha e específica demais: O personagem tinha que ser apaixonante, arrancar suspiros de qualquer adolescente ou adulto que olhasse apenas para o seu perfil desenhado. Esse era o puro marketing, já que por pesquisas feitas ao público confirmou que quaisquer conteúdos para adolescentes - ainda mais o público feminino- faziam mais sucesso ainda quando o personagem secundário ou principal são apaixonantes, sejam eles vilões ou mocinhos. A liberdade criativa dos artistas estava intacta, porém Seo ainda sim estava com a sua mente vazia, sem ideias de como começar a fazer os personagens. Era como se todo o seu talento e esforço artístico tivesse desaparecido.
━ Não me fode desse jeito. Eu e o Hyunjin fizemos toda a base da história, respeitamos como sempre a sua liberdade artística de imaginar e fazer a estética dos personagens por inteiro. Agora, você, grande incompetente, nos fala que em duas semanas você não pensou em nada?. - O estressado respirou andando em círculos como forma de acalmar todo o seu desespero. ━ Precisamos desse dinheiro, você sabe que precisamos pagar o aluguel dessa casa e eu acabei de comprar outra mesa digitalizadora e o Hyunjin precisa pagar a mensalidade da faculdade dele, sem esse trabalho a gente vai... Olha Changbin, eu sei como é ter bloqueio criativo, mas você tem que tentar, ou você vai acabar ferrando com a nossa oportunidade. - JeongIn comentou mais sério.
Mas em um impulso, nada delicado, o menor se levantou bruto assustando Hyunjin que se afastou de si.━ Eu não consigo pensar em nada, você não me ajuda em porra nenhuma, só fica jogando mais reclamações em cima de mim e eu tô é cansado. Cale a boca, para de falar, sério, eu não aguento mais ouvir você. Se fuder, se não está bom, arruma outro desenhista. - Changbin jogou a sua caneta digitalizadora na mesa e se levantou bravo pegando apenas a sua mochila e saindo de casa, era uma tarde quente de sábado, então seria possível conseguir esvaziar a sua cabeça fazendo algo no centro da cidade.
Hwang Hyunjin ouviu Changbin bater a porta fortemente ao sair de casa e observou JeongIn entrar no seu quarto também nervoso.
Maldito trabalho, maldito bloqueio criativo e malditas preocupações financeiras. Desde o começo, a ideia de trabalharem juntos foi apenas para juntar mais os amigos de infância, mas como sempre, eles estavam errados, desde o imprevisto bloqueio de Changbin, que havia começado a três meses atrás, ambos haviam se fragilizado. ━ Ótimo. Como sempre só. - O escritor riu nasalado se levantando, começando a murmurar meio entristecido, porém acostumado com o clima. ━ A solidão às vezes é necessária. Insuportável, porém necessária. - Então pensativo, o jovem escritor se encontrou confuso com a sua mais nova crise existencial. ━ Estar quase sempre sozinho deve ser o meu inferno pessoal. Compreendo.
━ Eu só acho que essa sua tristeza é desnecessária, calma lá irmãozão. - Lee Felix revirou seus olhos de forma desrespeitosa, o garoto com todo o cuidado e concentração começou a enfeitar com chantilly e morangos picados em cubinhos o milk shake da mesa 12, mas ainda sim, comentava abafado por estar usando uma máscara preta. ━ Só faz quatro meses que nos mudamos para cá, olha, Kwangju é uma boa cidade e essa doceria é perto de pontos ótimos, lembra?. A faculdade, o parque, a escola secundária e o fliperama, sem contar que somos vizinhos comerciais de uma lan house que vive cheia. Então por favor. - O mais novo sorriu tirando as suas luvas de látex pretas e abraçou o mais velho distribuindo beijinhos pela bochecha do mesmo que apenas sorriu já acostumado com aquele tipo de afeto. ━ Vamos parar de pensar na vida que tínhamos em Lismore. As pessoas amavam o nosso trabalho lá, elas vão amar o nosso trabalho aqui.
━ Verdade, eu não sigo vocês a toa. Ambos têm talentos e mesmo que com poucos clientes, creio que logo vamos crescer. - Lee Minho sorriu largo pegando com cuidado a taça de milk shake, a colocando na bandeja junto com uma torta holandesa que o próprio Christopher havia feito.
━ Eu não sei. Eu estou feliz aqui, eu, você, o Minho, o Seungmin e o nosso novo barista, Jisung, nos divertimos aqui, mas parece que uma doceria artesanal apenas chama a atenção de crianças, casais já adultos e velhas solteironas. - Bang falou baixo a última parte ouvindo seu irmão rir alto. Félix não segurou a sua risada, mas ela logo foi contida. ━ Eu só disse que o público jovem aparecia muito mais no nosso estabelecimento, quando morávamos em Lismore.
━ Fa..fa…faz a..penas quatro me..meses. - Kim Seungmin, o seu amigo quieto que apenas observava a conversa tentou comentar em um bom tom. ━ Di…digo, vamos com calma…
Não era uma comparação muito saudável, eram povos, culturas e costumes diferentes. Ainda levaria um bom tempo para ambos se acostumarem com tudo. Tudo aquilo era novo, era uma vida nova, ninguém esperava por uma mudança tão grande e repentina e como o mais velho odiava grandes mudanças, não se sentia nem um pouco confortável com a sua nova estadia.
Bang perdeu seus Pais muito jovem, infelizmente nunca conseguiu lembrar do rosto ou de seus nomes, apenas se lembra vagamente do incêndio que o fez órfão. Por um bom tempo ele passou a ser uma criança, que mesmo com pouca idade, era reclusa em volta de pessoas que não enxergavam seu brilho, passou por alguns abrigos, mas ao completar dez anos foi adotado pela pessoa mais boa e gentil que havia conhecido em toda a sua vida. A Senhora Mei Wen, uma mulher de idade que visivelmente tinha boas condições financeiras para cuidar de uma criança. Christopher nunca sequer reclamou de sua vida após ser adotado pela doce senhora, até mesmo quando se mudou para Lismore, na austrália, sem nem saber quase nada do idioma, apenas por capricho da "velha’’, Bang não se pôs a reclamar pois com a Senhora Mei, tudo ia dar certo, ele sempre estaria seguro.
Não que o jovem de cabelos escuros não gostasse de falar sobre o seu começo de vida um tanto conturbado, nunca teve vergonha de seu passado e de agradecer, a agora, finada Senhora Mei. Já Félix não gostava de comentar sobre nada de seu passado, suas lembranças eram conturbadas, e relembrar que além de órfão, havia sido rejeitado por sete famílias diferentes era um tanto vergonhoso para si. Não que o seu passado afetasse o seu presente e futuro próximo, claro que não!
Lee era extremamente feliz sabendo que havia "ganhado" na loteria por ter sido adotado pela mesma Senhora dócil, Mei Wen, que se apaixonou por seu sorriso puro, além de ter conseguido uma boa casa e uma boa "mãe" para cuidar de ti, ainda havia ganho um irmão que no qual o amava verdadeiramente, a conexão que existia entre eles era no mínimo perfeita e além de conectados, haviam adquirido o mesmo sonho de sua mãe adotiva.
A majestosa ’’littleberry’’. A confeitaria que além de oferecer os melhores bolos, tortas e os milk shakes, que de fato, eram incrivelmente únicos, era um lugar para as pessoas não se sentirem sozinhas, óbvio, quem gostasse da ideia de ter um momento de paz, poderia se sentar nas últimas mesas onde era proibido qualquer perturbação, agora para os solitários e confusos que precisavam de alguém para conversar, aquele era o lugar certo. Não existia lugar melhor para socializar e a ideia era um sucesso, claro, tirando a parte que desde a sua abertura foi o ponto de encontro de Senhores e Senhoras descompromissados e com bastante amor para dar, o que era bem ruim para os negócios inocentes dos dois irmãos que definitivamente não tinham interesse algum em uma casa de Swing.
━ Já…vo..volto…- Seungmin murmurou vendo que uma senhora junto de uma criança havia entrado e logo se sentado em uma das mesas. O garoto lentamente pegou um caderninho azul bebe e a sua caneta preta de gel com cheirinho de uvas e logo foi os atender.
━ Sabe. Eu sei que o seu trabalho é fazer os bolos e doces junto das meninas e do Minnie, mas já que você está desocupado pensando no leite coalhado cheio de chia, você poderia limpar o chão. Derrubaram geleia de frutas vermelhas nele. - Lee Minho sorriu arrumando os cabelos do amigo que apenas concordou. ━ Mas vai logo, alguém pode escorregar. - Voltou a atender as mesas com aquele mesmo sorriso contagiante. Bang não contestou, pegou o esfregão e o desinfetante no armário de limpeza, mas logo foi parado por Jisung que lhe veio perguntar algo sobre a maquininha de cartão, nem ao menos deu tempo do garoto terminar de explicar tal coisa para o funcionário, foi repentino, logo no fundo havia se ouvido um estrondo no chão seguido por apenas uma voz dolorida soltando um "ah".
Christopher arregalou os olhos se virando, era o que Minho temia, alguém tinha escorregado e caído na geleia de frutas vermelhas. O mais velho suspirou preocupado e largou o esfregão caminhando rapidamente até o homem que estava estirado no chão de olhos fechados. O mais velho se culpou, droga, um cliente havia se machucado, isso era grave. Ele agachou tocando no rosto do mesmo que riu nervoso por tal situação que nunca havia lhe ocorrido. ━ Moço, Você se machucou? Tem algo doendo? Me desculpe, foi culpa minha. - Engoliu o seco passando um breve olhar no rosto do jovem acidentado.
Christopher odiava geleias de
frutas vermelhas, ele as odiava !
Droga. Era mentira, ele amava o sabor magnífico de uma geleia de frutas vermelhas caseira, junto ao seu muffin de laranja, aquele sabor, aquela textura mais lisa e leve, o aspecto mais doce que combinava tanto com salgados e doces, bem, Bang não podia a odiar. Mas como tal doçura podia se tornar, em um piscar de olhos, tão mortal?
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