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05


Karina's pov:

"Quem é você que me faz sentir algo que nunca soube que podia ser sentido?"

Eu adorava vir a galeria quando não estava trabalhando no estúdio de arte. Era incrível passar horas pelos salões de exposição, imaginando quando seria a vez das minhas obras serem reconhecidas pelo público. Além disso, eu auxiliava minha mãe com alguns projetos. E é por isso que meu retorno está sendo péssimo.

— Desculpe, o que você disse? — Eu me inclino para a frente, em direção a minha mãe. Ela está sentada à sua mesa, coberta de documentos, papéis e amostras para a próxima exposição. 

Ela assumiu total responsabilidade sobre a nova exposição, e está bem claro que se empolgou com o projeto. Depois de se formar em artes plásticas na faculdade, minha mãe começou a trabalhar como curadora de arte da galeria. Seu empenho não demorou para ser reconhecido. E logo ela estava sendo promovida a diretora, um cargo que aceitou de bom grado.

Minha mãe não se vê como empresária, mas, depois de todos esses anos a frente da galeria, consegue representar esse papel muito bem.

— Quando propus que voltasse a trabalhar na galeria, não imaginei que fosse ter problemas já na primeira semana. — Ela olha para os documentos em cima da mesa e os folheia, evitando me encarar. 

— Você pode contratar outra pessoa para ficar no meu lugar — digo.

Ela deixa os documentos de lado, olha para mim e respira fundo.

— É só isso que você vai dizer? Você não tem nenhum interesse em saber o que causou o conflito?

— Independente do que seja, eu sei que isso vai se repetir. Então não quero saber. — Eu me levanto para ir embora, mas ela faz um gesto para que volte a me sentar. 

— Você fez um dos estagiários quase chorar ontem.

— Ele cometeu um erro. — O garoto perdeu as cópias da radiografia de uma obra importante. Eu encontrei uma hora depois na sala de leitura de arquivo. — Achei que eu devesse prestar serviços de curadoria e não servir de supervisora no setor de restauração. 

— Exatamente. Cuidar do seu trabalho — Ela concorda. — Não desequilibrar a equipe do professor Park. Você é a pessoa mais qualificada para o cargo quando se trata do aspecto técnico. É bacharel em artes visuais e sabe avaliar muito bem o trabalho dos artistas que entram em contato. Mas quando falamos no aspecto emocional… Você não age da forma adequada com as pessoas com quem trabalha. 

Fico olhando para ela, impassível.

— Você está me advertindo por conta disso?

— Sim… Não. Quero dizer… — Ela recosta na cadeira e passa a mão nos cabelos. — Jimin, será que você não percebe que não vai conseguir se relacionar com as pessoas se continuar sendo fria assim?

— Eu realmente não entendo aonde você quer chegar. 

— Escute, eu não estou dizendo que você deve relevar os erros, mas dizer que um estudante não é capacitado o suficiente para estar aqui não é a melhor abordagem. Eu entendo tudo pelo que vem passando, mas isso não é do seu feitio, Jimin. 

— As pessoas mudam. 

— E nem sempre é uma mudança positiva — minha mãe retruca.

— Eu quase não falo com ele. Quase não falo com ninguém.

Isso também é verdade. Eu falo o mínimo possível. A maioria das pessoas não faz ideia de como é minha voz, e eu não me importo nenhum pouco com isso.

— Essa é outra questão — ela continua. — Você quase não se comunica e quando faz isso geralmente é para apontar alguma falha. Você deveria se envolver com os artistas que vai agenciar e motivá-los. 

— Você está mesmo me dizendo isso? Porque vamos ser sinceras, acho que a ex pintora aqui não é capaz de motivar ninguém há muito tempo. 

A palavra “pintora” paira entre nós, e, por um segundo, acho que peguei pesado, porque se meu ponto fraco é tudo o que a vida me tomou, o ponto fraco da minha mãe é tudo o que aconteceu comigo no último ano. 

Mas Bae Joohyun está no modo diretora de arte, então não se deixa abalar. Ela apenas me encara antes de voltar a atenção para os documentos sobre a mesa.

— Tire a tarde de folga. Porque claramente você não está em condições de lidar com ninguém no momento. 

Fico em silêncio.

Ela ergue o olhar para mim.

— Pode ir agora. — Eu me levanto da cadeira e, antes de sair do escritório, ela acrescenta: — E compareça a sua sessão de fisioterapia no sábado pela manhã. Ou vou me encarregar pessoalmente de te acompanhar. 

Vou até o meu escritório e pego minhas coisas. Ao passar pela sala de pesquisas, escuto algumas pessoas comentando o fato de que acabei de levar uma advertência. Alguns parecem até decepcionados porque não fui substituída logo de uma vez. 

Como eles podem odiar uma pessoa que nem conhecem, penso.

Eu fico na minha na maior parte do tempo, raramente falo com alguém, mas, de certa forma, eles tiraram as próprias conclusões sobre quem eu sou. E me incomoda o fato de eu ser a vilã da história.

[…]

Na mesa dos fundos do Coffe Bar, em Gangnam, ninguém me incomoda. Eu me sento àquela mesa todas os fins de tarde, tomo um café e leio algum livro. Nunca ninguém me incomoda. Eu estou sempre sozinha, a não ser quando Aeri aparece.

Ela conhece minha rotina como ninguém, então quando está livre, ela me encontra aqui, senta na minha mesa com um café e algumas iguarias. Sempre coloca um prato na minha frente e começa a conversar comigo.

— O que quer dizer com advertência?

— Exatamente isso — respondo, virando uma página do livro.

— Mas não completou nem uma semana que você começou a trabalhar — comenta Aeri, aparentando estar mais chateada do que eu. — Conflitos assim podem desestabilizar a estrutura de uma equipe. 

Dou de ombros.

— Droga, Jimin! — Ela exclama, colocando a mão sobre meu livro. — Sei que você não está nem aí para nada, mas agir dessa forma não vai resolver nada — ela reclama. — Olhe só, se perceber que não tem condição de continuar a trabalhar na galeria, pode fazer uns turnos na livraria. 

Dou um meio-sorriso e lhe agradeço. A mãe de Aeri é dona da livraria Takashimaya, e eu estou sempre por lá em busca de alguma aquisição. Era Aeri quem auxiliava lá antes, mas, quando se formou e começou a trabalhar no Seul Hospital, ela teve que ser substituída. Ningning tem trabalhado lá desde então, mas eu sei que logo ela também vai seguir seu próprio caminho. 

— E mudando um pouco de assunto, você viu as minhas mensagens sobre a reunião com o pessoal da faculdade? — Ela pergunta.

— Você me mandou várias mensagens, então era meio impossível eu não ver.

Ela dá uma risada.

— Não foram tantas assim, sua melodramática. Você vai?

— Eu não curto festas, lembra? Além disso, seus amigos da fraternidade me odeiam.

— Não vamos exagerar! — Ela diz.

— Eles me acham uma metida. 

— Mas eu sei que você não é! Além disso você é minha prima e melhor amiga e, se eles têm problemas com isso, não posso fazer absolutamente nada. Se você quiser, posso inventar uma desculpa e nós duas podemos ter uma bela noite só para a gente. 

— Não quero que você mude seus planos por minha causa, Giselle. 

— Eu entendo. Mas seria divertido ver Ningning descontar a fúria dela em você por estar roubando minha companhia. 

Sorrio.

— Tentador, mas vou passar essa. Divirta-se na reunião.

Bem neste instante, Yuta, o filho de um amigo da família, entra e caminha até o bar, interrompendo nossa conversa. Ele anda cabisbaixo nos últimos dias por que não conseguiu entrar na faculdade dos seus sonhos. Nós nos viramos para olhá-lo quando ele se senta na cadeira e abaixa a cabeça.

— Oi, Yuta! — cumprimentamos. Ele mantem a cabeça baixa e acena.

Aeri faz uma careta.

— Se você concordar, vou pegar minha companhia e levar para aquele rapaz ali. Parece que ele precisa disso mais do que você.

Assinto com a cabeça e observo Aeri consolar Yuta. Minha prima é uma pessoa incrível. Sempre foi. Todas as vezes que tento me isolar, ela invande o meu mundo e me traz de volta. 

Enquanto Aeri conversa com Yuta, volto para o meu livro. 

Eu posso até ser uma reclusa, mas, com café, meus livros e Aeri, nunca estou sozinha de verdade.

[…]

No caminho de volta passo pelo Yongsan Park e, na metade do caminho, paro para olhar o céu. O sol brilha fraco em sua despedida, lentamente recolhendo sua luz das árvores cujas folhas há muito tempo vieram ao chão. 

Eu não estou muito interessada em voltar para casa. Não estou muito interessada em voltar para o meu quarto escuro e para as lembranças que insistem em não me abandonar. Ao menos por alguns minutos eu quero fingir que nada aconteceu. 

Encosto em uma árvore e deixo o ar do fim de tarde tocar meu rosto.

Um cantarolar baixinho faz com que eu me vire rapidamente. Meus olhos passeiam pelo parque à procura da origem do som. A alguns metros de mim, tem uma garota sentada no gramado com um caderno de desenho em mãos. Fico surpresa quando percebo ser Minjeong. Seu cabelo negro como a noite está preso por um lápis em um coque folgado, e ela veste um sueter largo e calça jeans desbotada. 

Segura um lápis que desliza sobre a página do caderno em traços suaves e concentrados.  

Parte de mim quer desviar o olhar, mas outra parte quer muito continuar observando. Meu pé direito move-se para a frente, quebrando um galho, e chamando sua atenção. Ela vira na minha direção, parecendo confusa com o fato de eu estar ali, depois parece contente.

Seus olhos castanhos sorriem antes mesmo que os lábios acompanhem o sinal de gentileza.

— Jimin — Ela sussurra, guardando seu material antes de levantar e limpar a calça com a mão. — Não imaginei que fosse te encontrar aqui no parque. 

Pigarreando, franzo a testa para me desculpar.

— Desculpa. É que eu vi que você estava…

— Desenhando.

— É… Desenhando. Sinto muito, não quis interromper você — Eu sei que algumas pessoas não gostam de ser atrapalhadas quando estão criando algo. Mas fiquei tão interessada no que ela estava fazendo que esqueci desse detalhe.

— Não. Você não me atrapalhou. Eu… bem, eu já estava de saída de qualquer forma. Como pode ver minha iluminação natural também já se retirou. 

Ela sorri de novo e, pela primeira vez, noto como seu sorriso é lindo. Vejo sua boca se abrir e abro a minha ao mesmo tempo. Então fecho rapidamente, querendo ouvir sua voz mais do que a minha.

— O que faz aqui nesse horário? — Ela pergunta.

— Gosto de caminhar no parque de vez em quando — respondo, dando de ombros. — Não precisei ir a galeria hoje pela tarde, então estava aproveitando um pouco do meu tempo livre. 

Ela ergue uma sobrancelha, interessada na informação.

— Ah, é? Bem, eu vim aqui por conta da paisagem. Mas confesso que a sua ideia me parece bem agradável. 

O silêncio volta. Desvio o olhar para o parque, e fico encarando as luzes dos postes por um bom tempo. Quando volto a olhar em sua direção, ela ainda esta ali, e vasculho meu cérebro em busca de algo para dizer, algo que não me faça parecer uma completa deslocada. 

— Tem se adaptado bem em Seul? — Pergunto, quase engasgando com uma pergunta tão sem importância. Faz tanto tempo que não tenho uma conversa casual que é, ao mesmo tempo, pouco natural e estranhamente familiar. 

— Minha tia facilitou muito minha estadia aqui — ela responde, me puxando de volta para a conversa. — Além disso eu estava bem animada para minhas aulas na KArts — Fico um pouco chocado com a sua declaração, e ela percebe. — O que foi?

Passo as mãos pelo cabelo e me inclino para a frente.

— Nada. Só que… Eu me formei lá no ano passado. Eles têm uma grade curricular bem impressionante, mas talvez eu seja um pouco suspeita para falar. 

— Nenhum pouco. Foi exatamente por isso que optei por fazer minha especialização na instituição. A maioria das pessoas acha estranha essa minha paixão toda pela arte. Mas uma coisa que te faz tão feliz que você não consegue expressar em palavras não pode estar errada. 

Enquanto eu escuto suas palavras, fico me perguntando o que aconteceu com o meu eu que tinha tamanha paixão. Não consigo mais encontrá-la. Tudo que aconteceu comigo no último ano parece ter enterrado o meu verdadeiro ser. 

Minjeong dá alguns passos e observa meu rosto. Espera que eu diga alguma coisa, mas, como eu não sei o que dizer, fico em silêncio.

— Posso te fazer uma pergunta? — Ela diz. 

Olho para ela, confusa. E mesmo que eu não tenha obrigação de aceitar, sou vencida pela curiosidade. 

— Pode perguntar.

— Foi sua namorada? Quem você perdeu?

Empertigo o corpo, surpresa com suas palavras. 

— Como você descobriu?

Com um sorriso gentil, ela dá um passo mais para perto.

— Quando você comentou sobre aquela frase, falou dela no passado.

— Ah. — Isso é tudo que consigo dizer. Eu não sei o que mais pode ser dito, e só de pensar em Somi, na tarde do incidente, sinto um nó na garganta. 

— Te incomoda muito falar sobre isso?

— Não, é só que… — Minha voz some, mas Minjeong ainda parece engajada na conversa, sem demonstrar tédio pelos meus pensamentos. — Esse assunto tende a se tornar desgastante com o tempo. Não importa o que eu diga, nada vai mudar o passado. 

Quando fecho minha boca, respiro fundo, tentando lutar contra o cansaço que me acompanha quase todos dos dias.

Minjeong percebe a emoção, e sua mão se move, encontrando a minha. Seu toque é delicado, caloroso.

— Sinto muito pela sua perda.

Cinco palavras. Cinco palavras de uma desconhecida e um simples toque me trazem uma sensação de vida que há muito tempo eu não sentia. A naturalidade com que ela se aproxima não é nenhum pouco incomoda essa noite. 

— Obrigada.

Ela não segura minha mão por muito tempo, mas a sensação de familiaridade faz os poucos segundos me deixarem pensativa.

— Talvez o segredo seja começar devagar, viver um dia de cada vez.

— Não é tão fácil quanto parece — digo, quase num sussurro.

Minjeong balança a cabeça. De repente fica séria, com um olhar triste.

— Eu sei que não é fácil. Mas as melhores coisas da vida não são fáceis. Elas são difíceis e dolorosas. Isso torna a chegada ao destino final muito mais interessante.

— Talvez. Mas não posso dizer que estou pronta para embarcar nessa aventura.

Ela dá um sorriso tímido. 

— Então vou ficar em silêncio. — diz, colocando uma mecha solta de cabelo atrás da orelha. — Foi mal eu ter entrado nesse assunto assim. É só que… Toda vez que meus olhos te encontram, você parece…

— O quê? — Pergunto, querendo muito saber.

Ela franze o cenho.

— Como se tudo o que você amasse fosse roubado bem na sua frente, e você tivesse que assistir sem poder fazer absolutamente nada. E a única coisa que eu penso é em quanta dor se escondem por baixo desses olhos. 

Fico olhando para ela fixamente. Não sei explicar, mas há alguma coisa nela que desperta meu interesse. Ela deve estar me achando uma maluca, mas não sei mais o que fazer. Pigarreando, coloco as mãos nos bolsos do casaco e me afasto. 

Ela suspira de leve, mas seu sorriso se mantem.

— Tudo bem, então. Foi bom ver você. — Segurando a alça da bolsa, ela começa a se afastar em direção a entrada do parque.

Fico observando até não poder mais vê-la. Então olho para todas as direções, conferindo as árvores silenciosas e me perguntando se ela realmente esteve aqui conversando comigo. Mas eu sei que ela esteve, pois o calor do seu toque ainda está presente em minha mão.

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