Глава тринадцатая - (Glava trinadtsataya)- Capítulo Treze
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"Como você pode ver através de meus olhos;
como portas abertas,
Conduzindo você até meu interior.
Onde eu me tornei tão entorpecido;
Sem uma alma.
Meu espirito dorme em algum lugar frio,até que você o encontre e o leve de volta pra casa.
Acorde-me.
Acorde-me por dentro."
Bring Me To Life - Evanescence
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DESDE MINHA CHEGADA A VLADIMIR, minha conversa com Belov e a noite mal dormida que tive ao pensar nas inúmeras possibilidades que me aguardavam, a angústia e a sensação de impotência não me deixaram em paz. Cada segundo parecia uma eternidade, e a cada pensamento, o peso do que estava por vir se tornava mais insuportável.
Entrar no carro ao lado de Belov e seguir ao hospital para encontrar Nikolai só intensificava as emoções que tentavam me esmagar. A paisagem de Vladimir passava pela janela como um borrão, toda a sua beleza incapaz de apaziguar a tempestade que rugia dentro de mim. Era como se o próprio ar ao meu redor estivesse carregado de eletricidade, cada respiração um esforço para não sucumbir à ansiedade.
Cruzar os corredores frios e impessoais do hospital deixava meu corpo ainda mais gélido, cada passo ressoando como um tambor no silêncio opressivo. A distância até o quarto de Niko parecia interminável, e minha mente, já perturbada, mergulhava em um redemoinho de pensamentos sombrios. O que eu diria? O que ele diria? E se fosse tarde demais para nós? Cada nova dúvida alimentava a aflição que me consumia, como uma chama que não podia ser apagada.
Os corredores até o leito de Nikolai pareciam intermináveis. Uma estrada de pedra a caminho do inesperado. Meu coração batia em descompasso, e minhas mãos suavam à medida que me aproximava da porta. Belov conversava comigo, tentando de alguma forma me preparar para o reencontro, mas nada do que ele pronunciava era ouvido ou assimilado. As palavras passavam por mim como um vento distante, incapazes de acalmar a tempestade interna.
Eu precisava, necessitava olhar para Nikolai, ver com meus próprios olhos que ele estava ali, vivo. Apenas o vislumbre de seu rosto poderia começar a dissipar a angústia que me consumia desde o momento em que soube de seu estado. Cada passo me levava mais perto, mas a porta que nos separava parecia um obstáculo impenetrável, carregada com todo o peso das minhas dúvidas e medos.
Quando finalmente alcancei a porta, minha mão hesitou por um breve segundo, pairando sobre a maçaneta. Era como se o universo inteiro prendesse a respiração, aguardando o momento em que eu finalmente reuniria coragem para cruzar aquele último limiar.
Vendo minha hesitação, Belov tomou a dianteira, abrindo a porta para mim. Ao cruzar aquele portal frio e impessoal, meu mundo desabou. Ali, na cama, pálido e com o olhar vazio, estava Nikolai-o meu amado Laranjinha. Ele estava vivo, respirando, mas tão distante que parecia mergulhado em um abismo escuro e insondável.
Seus olhos oceânicos, outrora tão brilhantes, estavam apagados, como se a luz tivesse se retirado de suas profundezas. Seus fios vibrantes e alaranjados, agora longos e opacos, caíam de maneira desordenada ao redor de seu rosto. Seu corpo, ainda forte, mostrava sinais de abatimento, e sua pele, que um dia reluzia com vida, estava agora pálida, quase translúcida. Seus lábios, outrora tão cheios de cor, estavam rachados e sem vida.
O que eu via à minha frente era apenas uma sombra da beleza deífica que um dia fora tão contemplada por mim. Nikolai estava ali, mas ao mesmo tempo não estava-como se uma parte essencial de sua alma tivesse se perdido em algum lugar distante, fora de meu alcance. E a dor de vê-lo assim, quebrado e distante, era quase insuportável.
Me aproximei a passos curtos e hesitantes, com o coração pulsando descompassado em meu peito. Nikolai mal olhou para mim, presente apenas em corpo, enquanto sua mente parecia vagar por lugares inóspitos e distantes. A cada passo que eu dava, a sensação de impotência me sufocava, mas eu precisava tentar, precisava encontrar algum vestígio do homem que eu amava.
Inclinei-me para ele, tentando de alguma forma conectar-me com a alma perdida por trás daquele olhar vazio. Por um breve instante, seus olhos cruzaram com os meus-um vislumbre fugaz, como uma chama tremeluzindo em meio à escuridão. Mas não havia palavras em seus lábios ressecados, apenas o som errático de sua respiração acelerada, que me dava a única certeza de que ele, de fato, notara minha presença.
Esse pequeno sinal, embora mínimo, era o suficiente para manter a esperança viva dentro de mim, por mais frágil que fosse. Eu sabia que, por mais distante que estivesse, ele ainda estava lá, em algum lugar, esperando para ser trazido de volta.
"Eu sou Andrey," minha voz tremeu, carregada de uma emoção que eu mal conseguia controlar. "Eu... Eu estava com você. Nós... tínhamos algo muito especial." Tentei soar firme, mas a força das minhas palavras se desfez no ar, fragilizada pela dor que eu sentia ao vê-lo tão distante.
No fundo, ouvi Belov murmurando algo como "Ele não lembra ou não consegue lembrar," mas suas palavras se misturaram ao vazio que ecoava dentro de mim. Eu não me importei com o que ele dizia, nem com suas tentativas de conforto e percebendo isso ele se retirou do cômodo. Meu foco estava inteiramente em Nikolai-meu amado Laranjinha, que agora parecia tão longe de mim.
Dando um passo hesitante, me aproximei ainda mais e, com uma suavidade quase desesperada, deslizei minha mão sobre o braço dele. A pele que antes era quente e vibrante agora estava fria, tão distante como ele próprio. Uma fina lágrima escapou dos meus olhos, encontrando sua derme pálida. Não consegui contê-la; era como se todo o meu sofrimento estivesse se materializando naquele pequeno gesto.
E foi esse toque, essa lágrima, que pareceu rasgar o véu de distância que nos separava. Nikolai, como se despertasse de um transe, voltou sua atenção para mim. Seus olhos finalmente focaram nos meus, e por um instante, eu vi um lampejo de reconhecimento-como se, por um breve momento, ele estivesse de volta.
Quando finalmente nossos olhos se conectaram, senti como se nossos corações batessem em uníssono. A conexão entre nós, que sempre fora intensa, voltou com força total, mesmo em meio à dor e à distância. Nikolai tentou desviar o olhar, mas não conseguiu esconder as lágrimas silenciosas que começaram a escorrer pelo seu rosto. Elas diziam mais do que qualquer palavra, revelando a luta interna que ele travava naquele momento.
"O que faz aqui?" A voz dele saiu rouca, quase fria, mas a intensidade das emoções o traiu. Ele queria parecer distante, mas era evidente que meu retorno mexia profundamente com ele.
"Estou aqui por você," respondi com firmeza, atraindo novamente sua atenção para mim. Eu sabia que, por trás daquela fachada, havia uma parte dele que ainda me queria por perto.
"Você não deveria estar aqui, não há motivos para isso." Sua tentativa vã de me afastar só reforçou minha certeza de que eu deveria ficar. Mesmo que suas palavras soassem ríspidas, seus olhos não mentiam. Eles estavam carregados de emoção, e eu podia ver o quanto ele estava tocado pela minha presença. Havia dor, confusão, mas também um resquício de esperança-a mesma esperança que eu não estava disposto a abandonar.
Virando-se lateralmente, dando-me as costas, Nikolai murmurou com a voz abafada: "Vai embora, Andy. Não há nada aqui pra você."
Para quem observasse de fora, eu provavelmente parecia louco, mas aquelas palavras, tão teimosas e reminiscentes de uma criança emburrada, aqueceram meu coração de um jeito que eu não esperava. Sem pensar duas vezes, me aproximei mais e o abracei com cuidado, envolvendo-o com meus braços como se ele fosse algo frágil, quebrável.
Inclinei-me até que meus lábios estivessem próximos ao seu ouvido e, com a voz suave, sussurrei: "Tudo que você é me pertence, mesmo que sejam apenas fragmentos de você. Foi a sua promessa, meu amor. Você é meu, Nikolai Petrov."
Naquele momento, senti seu corpo relaxar um pouco em meus braços, e a barreira que ele tentava manter começou a ceder. A resistência enfraqueceu, dando espaço para o que sempre existiu entre nós: uma ligação que, apesar de tudo, ainda estava viva.
Senti o corpo de Niko estremecer após minhas palavras, e logo ele irrompeu em um choro dolorido e copioso. Sua mão encontrou o caminho até meus cabelos, e eu o apertei um pouco mais contra mim, tentando transmitir toda a segurança e amor que ele precisava naquele momento.
"Eu lembro disso," ele soluçou entre as lágrimas, com a voz embargada de emoção. E então, pegando minha mão, beijou-lhe a palma com uma ternura que quase partiu meu coração.
"Vou voltar para você, Andy. E quando eu voltar, serei eternamente seu," ele repetiu, as palavras saindo de seus lábios com uma força que, mesmo fragilizada, carregava a promessa de um amor que nem o tempo, nem a dor, poderiam apagar.
Após alguns minutos agarrado a ele e sentindo seu corpo mais relaxado, ouvi Niko suspirar profundamente antes de começar a falar.
"Andrey, sei que fiz essa promessa, mas não poderei cumpri-la. Não sou mais o seu Niko. Nem metade do que posso ter sido," ele dizia firme, e a mesma firmeza em suas palavras estava na forma em que sua mão enlaçada à minha pressionava meus dedos.
Como ele poderia tentar me afastar com palavras quando o que mais seu corpo demonstrava era a vontade de me ter ao seu lado?
"Espero que você entenda a situação e retorne para Moscou. Vá viver sua vida, termine seus estudos e encontre alguém que você ame e que te ame na mesma medida," ele dizia abafado, suprimindo sua dor.
"Não preciso retornar a Moscou para isso, Niko. Já achei alguém que amo e que tenho certeza que me ama na mesma medida, e não pretendo deixá-lo," fui o mais claro e sucinto ao dizer-lhe as palavras sussurradas ao pé do ouvido.
Seu corpo tencionou, e mesmo que ele não tenha proferido em voz alta, sei que minhas palavras lhe causaram um grande alívio.
"Você é muito teimoso, garoto!" exclamou, tentando soar bravo, ao passo que se virava de frente para mim.
"Não sou teimoso," disse, acariciando-lhe a face e vendo-o fechar os olhos, aproveitando o toque. "Apenas te amo demais para desistir de você." Então, uni nossos lábios em um beijo singelo, mas carregado de emoções.
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O reencontro, carregado de saudade e emoção, se traduzia em um beijo hesitante, mas intenso. Andrey, impulsionado pelo amor e pela teimosia, aproximou-se de Nikolai, seus dedos entrelaçados com os do amado. O beijo foi suave, como se temesse quebrar a frágil paz que havia se instalado naquele quarto de hospital.
A mão de Nikolai, apesar de imobilizada, se apertou em resposta, os dedos finos buscando a segurança da mão de Andrey. Era uma declaração silenciosa, um grito silencioso de saudade. O beijo, inicialmente tímido, foi ganhando força, a saudade se transformando em um turbilhão de sentimentos.
A boca de Andrey deslizava sobre a de Nikolai, explorando cada centímetro de seus lábios. Os olhos fechados, buscando a intensidade do momento. A promessa de recusa, as palavras de despedida, tudo se diluía naquele abraço quente, naquele beijo que falava mais do que palavras.
Andrey, com a mão livre, deslizou seus dedos pelos cabelos longos e alaranjados de Nikolai, acariciando-os com delicadeza. Era um gesto de carinho, um toque que expressava a ternura que sentia. Entre um selinho e outro, ele sussurrava "Eu te amo", palavras que ecoavam no silêncio do quarto, carregadas de um amor inabalável.
Era um beijo de reencontro, um beijo que dizia: "Estou aqui, e não vou te deixar". Um beijo que, apesar da dor e da incerteza, trazia esperança e a promessa de um futuro juntos.
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"𝗔𝗼 𝗼𝗹𝗵𝗮𝗿 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘃𝗶𝘃𝗲𝗺𝗼𝘀, 𝗽𝗲𝗿𝗰𝗲𝗯𝗼 𝗾𝘂𝗲, 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼 𝗻𝗮𝘀 𝗲𝘀𝗰𝗼𝗹𝗵𝗮𝘀 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗱𝗼𝗹𝗼𝗿𝗼𝘀𝗮𝘀 𝗲 𝗻𝗮𝘀 𝗶𝗻𝗰𝗲𝗿𝘁𝗲𝘇𝗮𝘀 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗽𝗿𝗼𝗳𝘂𝗻𝗱𝗮𝘀, 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗼 𝗮𝗺𝗼𝗿 𝘀𝗲𝗺𝗽𝗿𝗲 𝗲𝗻𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗼𝘂 𝘂𝗺𝗮 𝗺𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗱𝗲 𝗯𝗿𝗶𝗹𝗵𝗮𝗿 𝗮𝘁𝗿𝗮𝘃𝗲́𝘀 𝗱𝗮𝘀 𝘀𝗼𝗺𝗯𝗿𝗮𝘀, 𝗺𝗼𝘀𝘁𝗿𝗮𝗻𝗱𝗼-𝗺𝗲 𝗾𝘂𝗲, 𝗮𝗽𝗲𝘀𝗮𝗿 𝗱𝗲 𝘁𝘂𝗱𝗼, 𝗮 𝘃𝗲𝗿𝗱𝗮𝗱𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗰𝗼𝗿𝗮𝗴𝗲𝗺 𝗿𝗲𝘀𝗶𝗱𝗲 𝗲𝗺 𝗽𝗲𝗿𝗺𝗮𝗻𝗲𝗰𝗲𝗿 𝗮𝗼 𝗹𝗮𝗱𝗼 𝗱𝗲 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗮𝗺𝗮𝗺𝗼𝘀."
𝗔𝗻𝗱𝗿𝗲𝘆 𝗦𝗼𝗸𝗼𝗹𝗼𝘃
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