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Глава седьмая (Glava sed'maya)- Capítulo Sete

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"Estou cansado de amar de longe.
E de nunca estar onde você está.
Fecha as janelas e tranque a porta.
Eu não quero te deixar."

James Arthur Car's Outside
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𝑨𝑷𝑶́𝑺 𝑨 𝑺𝑨𝑰́𝑫𝑨 𝑫𝑬 𝑵𝑰𝑲𝑶𝑳𝑨𝑰, permaneci parado em frente a porta tentando absorver as informações recentes. Meu laranjinha estava de volta, lindo e gentil como há treze anos.

Em meu peito havia um misto de emoções conflitantes: alegria pelo reencontro, medo pelo futuro e tristeza por sua reação eram apenas algumas delas. " Porque Niko saiu correndo? Porque chorou ao me ver? Do que ele tem medo?"

Eram tantas perguntas que não tinha a capacidade de compreender.

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A porta se fechou com um baque seco, o som ecoando no pequeno apartamento. Andy permaneceu imóvel, a mão ainda agarrada à maçaneta fria, como se a madeira pudesse reter o calor da presença que se esvaía. A imagem de Niko, o rosto marcado por uma expressão de sofrimento e culpa, ainda lhe ardia nos olhos.

As lágrimas que antes jorravam em torrentes agora se transformavam em soluços abafados, a garganta seca e dolorida. A confusão era um turbilhão dentro dele, uma mistura explosiva de alegria, dor, medo e alívio. Niko, seu anjo da guarda, seu salvador na noite escura, era também o garoto que o fez sonhar acordado por anos, o primeiro amor que jamais se esqueceria.

O corpo fraquejou, as pernas cederam, e Andy se deixou cair no chão, abraçando as pernas com força, como se estivesse tentando se proteger do próprio desespero. A lembrança do riso de Laranjinha, da gentileza com que o tratara, da força que o havia retirado daquela rua fria, se misturava à imagem de Nikolai, o homem de agora, com os olhos cheios de lágrimas e a voz rouca de arrependimento.

O cheiro do tabaco ainda impregnava o ar, misturado ao aroma de Niko, um perfume que ele nunca imaginaria sentir novamente. Eram lembranças que o torturavam e o reconfortavam ao mesmo tempo, um ciclo vicioso de emoções que o prendia em um nó de dor e esperança.

Ele se lembrava do medo que sentira naquele dia, da sensação de abandono e solidão que o oprimia. E, então, a aparição de Niko, como um raio de luz em meio à escuridão. A voz gentil, o olhar preocupado, o abraço que o acolheu como se ele fosse o único ser importante naquele momento.

Aquele garoto, que ele tanto amara, o havia salvado. E agora, o homem que ele reencontrara, carregava consigo a lembrança daquele amor, daquele carinho que jamais se apagou. A culpa e o arrependimento de Nikolai eram um reflexo da dor que Andy sentia, mas também uma prova da força do vínculo que os unia, mesmo que por um instante.

O choro voltou, mais contido, mas não menos doloroso. Andy se encolheu, abraçando as pernas com mais força, como se estivesse tentando se proteger do mundo, do passado, do futuro. A imagem de Niko se esvaía, a porta fechada era um muro que o separava do homem que o havia feito sentir tão vivo, tão cuidado.

Mas, mesmo na dor, Andy sentia uma ponta de esperança. A esperança de que, talvez, um dia, pudesse olhar para Nikolai sem a culpa e o arrependimento, e ver apenas o amor que existiu entre eles.

Diante de sua aflição, Andrey só podia contar com uma pessoa: sua mãe adotiva, que esteve presente em seus piores momentos. Galina Vasilieva Sokolov, uma senhora com seus sessenta e três anos e uma disposição admirável, possuía uma rotina relaxante. Todas as manhãs, se encaminhava ao Parque Gorky, sentava-se à sombra das árvores e admirava os patos e cisnes nadando serenamente no lago. Para ela, conectar-se com a natureza era a melhor forma de começar o dia.

Com as mãos trêmulas, Andy retirou o celular do bolso , discando o número familiar, a respiração descompassada indicando o quão ansioso o jovem se encontrava. Galina atendeu ao segundo toque, sua voz era suave e reconfortante, servindo como um bálsamo ao coração aflito do homem que se encontrava encolhido no chão frio de seu apartamento.

━━ Привет, любовь моя [(Privet, lyubov' moya) Olá meu querido] ! ━ ela atende empolgada.

━━ мать [(mat')Mãe ] ━ ele murmura, abafado e trêmulo, a voz entrecortada, quase inaudível. ━ Pre... preciso de vo... você. ━ Há uma pausa longa, a respiração pesada, como se cada palavra fosse um esforço para não ser consumido pela tristeza novamente. - Eu... não sei o que fazer mãe. Não consigo pensar... ━ ele tenta falar, mas a voz falha, o choro contido insistindo em querer libertar-se.

━━ Estou aqui meu amor. Respire fundo e me conte o que aconteceu. ━ Galina diz paciente na tentativa de acalmá-lo.

━━ O... o Laranjinha... encontrei... ━ Andy respira fundo na tentativa falha de acalmar-se, mas o choro continua a interferir em suas palavras.

━━ Não estou entendendo meu filho. Preciso que se acalme Andy. Me diga primeiro onde você está?

━━ Ca.. casa ━ as palavras saem interrompidas por soluços.

━━ Ok! Tome água, respire fundo e recomece.

Seguindo os conselhos de sua mãe, Andrey levanta-se indo até a geladeira e servindo-se de um grande copo com água. Galina permanece na linha acompanhando os movimentos do filho.
Fazendo exercícios de respiração o loiro senta-se no sofá e recomeça a conversa.

━━ Mãe? Está ai?

━━ Sim meu anjo, ━ ela confirma. ━━ Fale agora o que aconteceu. ━ pede gentil.

━━ Encontrei o Laranjinha, ━ ele diz rápido. ━━ É um pouco complicado de explicar, mas nós estudamos juntos.

━━ E qual o problema Andrey? Ele lhe tratou mal? ━ ela indaga sem entender.

━━ Não mãe! Ele continua lindo e gentil, mas quando viu minha medalha, teve uma crise de choro. Eu o trouxe para o meu apartamento e, ele começou a me contar sobre sua história. Somente ai pude entender quem era ele, mas assim que me contou nas entrelinhas, foi embora sem me dar chance de falar. ━ o rapaz relatava os últimos acontecimentos.

━━ Tenha paciência meu filho, talvez ele esteja lidando com emoções muito fortes. Você não sabe pelo que ele passou nesses anos e nem como se sente em relação a você.

━━ Mas... ━ Andrey suspirou buscando forças. ━━ Ele foi meu primeiro amor mãe. Por causa dele que descobri gostar de homens.

━━ Eu sei meu filho, só tenha calma. Você acha que ele sente algo por você?

━━ Acho! Antes de descobrirmos estávamos em um clima meio romântico.

━━ Então respire fundo e siga seu coração Andrey Sokolov. Você é um homem forte e corajoso, enxugue essas lágrimas e vá falar com seu Laranjinha.
Preciso desligar agora, estou vendo uma pessoa que talvez precise de ajuda também.

━━ Obrigado mãe! Seguirei seu conselho. Agora vá lá ser o anjo da guarda de outra alma confusa. Я тебя люблю
YA! [( tebya lyublyu) Eu amo você.]

━━ Я тоже тебя люблю, мой ангел!
[(YA tozhe tebya lyublyu, moy angel!) Também te amo, meu anjo!]

••••••••••

Galina observava o jovem sentado no banco, encolhido em si mesmo, com os ombros curvados e a cabeça baixa. A tristeza emanava dele como uma névoa densa, envolvendo-o em uma aura de melancolia. Seu cabelo laranja, tão vibrante, pareciam ter perdido o brilho, como se a própria vida tivesse se esvaído deles.

Ela se aproximou vagarosamente, seus passos leves e silenciosos, como se temesse assustá-lo. Parou a alguns passos de distância, observando-o com um olhar compreensivo. Seus olhos, azuis como o céu de verão, transmitiam uma paz serena que parecia acalmar o turbilhão de emoções que o jovem carregava.

Sem pressa, sentou-se no banco ao lado dele, mantendo uma distância respeitosa. O silêncio se instalou entre eles, um silêncio confortável que permitia que o jovem se sentisse à vontade para se abrir.

Sentindo-se um pouco mais confiante Nikolai desabafou seus medos e anseios, a senhora ouvia-o com atenção, sem interrompê-lo. Ele falava em voz baixa, as palavras saindo em um fluxo ininterrupto, carregadas de dor e arrependimento. A cada frase, Galina sentia o peso da culpa e do medo que o oprimiam.

Ele falava sobre seus erros, sobre as escolhas erradas que o levaram a um caminho sombrio, sobre o peso de um passado que o assombrava. E ela continuava a ouvi-lo com o coração apertado, reconhecendo a dor genuína em suas palavras.

Em meio à confissão, Niko mencionou um amor do passado, um amor que o havia marcado profundamente. Ele descreveu a beleza e a inocência daquele amor, e a tristeza que o consumia ao lembrar-se da perda.

Perspicaz, a senhora reconheceu o Laranjinha nas palavras do jovem. Era o mesmo apelido que Andy usava para se referir ao seu antigo amor. A lembrança de Andy, de sua voz e de sua tristeza, ecoou em sua mente.

Percebeu que o jovem diante dela era o mesmo que havia partido do apartamento de Andy, deixando-o em prantos. A dor que ele carregava era a mesma que Andy expressara, e a culpa que o consumia era a mesma que Galina havia sentido em seus próprios momentos de fragilidade.

Com sua sabedoria e compaixão, decidiu usar a oportunidade para ajudar Niko a se reencontrar com Andy. Galina não revelou sua identidade, mas usou de suas palavras para guiá-lo em direção à paz que ele tanto buscava.

Com um sorriso gentil, ela o disse: "A vida tem o poder de nos dar segundas chances, mesmo quando achamos que não merecemos. Às vezes, o primeiro passo para a cura é enfrentar nossos medos e falar com aqueles que amamos. A fuga pode parecer uma solução, mas raramente resolve nossos problemas."

Suas palavras, carregadas de esperança e compreensão, ecoaram no coração do jovem Nikolai. Ele a olhou com gratidão, como se suas palavras fossem um raio de luz em meio à penumbra.

Galina continuou com seus conselhos. Ao término se levantou, deixando o jovem Niko em seus pensamentos, dando-lhe um leve toque no ombro, um gesto de carinho que transmitia apoio e compreensão.

Antes de se afastar, o incentivou mais uma vez; enfim se afastou, deixando Nikolai em meio à beleza do parque, com a esperança renascida em seu coração. Ela sabia que ele precisava encontrar seu próprio caminho, mas confiava que suas palavras o guiariam em direção à cura e à paz.

••••••••••

Andy, ainda abalado pela conversa com sua mãe, resolve se levantar e fazer um café. Enquanto caminha em direção à cozinha, seus olhos se fixam na jaqueta de Nikolai sobre o sofá. Um misto de saudade e dor o invade. Ele se aproxima lentamente, como se temesse quebrar um encanto frágil.

Com as mãos trêmulas, ele pega a peça de vestuário e a leva até o rosto, aspirando profundamente o cheiro amadeirado misturado ao fumo. É o cheiro de Nikolai, um aroma que o transporta para momentos inesquecíveis. Lágrimas escorrem pelos seus olhos azuis, antes brilhantes como o oceano.

A mente de Andrey viaja 13 anos atrás, para a noite em que ele e Nikolai brincaram de acampar na garagem da casa do garoto de cabelos laranja. A lembrança da alegria, da cumplicidade e do encanto que sentia por Nikolai o envolve como um abraço quente.

Ele se recorda do riso fácil de Niko, das cosquinhas que ele lhe fazia, da sensação de segurança que o envolvia. Lembra-se do momento em que se desequilibraram e Andy caiu por cima do alaranjado ficando face a face, trocando respirações. Seu coração acelerou naquele instante, e sua pele queimou ao sentir as mãos de Nikolai o segurando.

A lembrança do espaço que dividiram na pequena cabana feita de cobertores velhos, da sensação de aconchego e segurança, o invade com força. Ele se recorda de como adormeceram abraçados, com a sensação de que nada mais importava naquele momento.

Andrey se lembra da familiaridade ao andar na garupa da bicicleta de Nikolai, quando ele o levava para a escola ao encontro da senhora Galina. E, voltando ao presente, ele sente a mesma familiaridade ao andar na Harley Davidson de Nikolai na noite anterior e naquela manhã.

A jaqueta de Nikolai, ainda com o cheiro do homem que o fez sentir tão vivo, tão cuidado, era um elo com o passado, um lembrete da força da conexão que os unia. Andy se sentiu dividido entre a dor da saudade e a esperança de que, um dia, possa recomeçar a história que foi interrompida.

Decidido, se levantou e seguiu para o banheiro, onde tomou um banho quente. Enquanto a água morna caía sobre seu corpo, sua mente mergulhava em lembranças. Se transportou para o terraço da universidade naquela manhã ensolarada, lembrando-se da sensação de calma e felicidade que sentia na presença de Nikolai.

Cada gota d'água que tocava sua pele trazia consigo a memória da conexão especial que compartilhavam. As lembranças aqueciam seu coração de uma maneira que o banho não podia. Ao sair do chuveiro, ele se vestiu com um conjunto de moletom cinza, por cima do qual colocou a jaqueta de Niko.

As palavras reconfortantes de sua mãe ecoavam em sua mente, encorajando-o a seguir em frente e a confrontar seus sentimentos. Com a reafirmação de objetivos, Andy decidiu pedir um Uber para levá-lo até o Residenza Solnce em Khamovniki, um bairro de Moscou.

Enquanto esperava pelo carro, a ansiedade e a expectativa se misturavam dentro dele. Nikolai estava tão próximo, e a possibilidade de reencontrá-lo trazia uma mistura de emoções. Andy sabia que aquele momento poderia mudar tudo, abrir novas portas e revelar verdades há muito enterradas.

Com o coração acelerado e a mente repleta de pensamentos, partiu do Condomínio Arbat em Presnensky e embarcou no Uber, pronto para enfrentar o desconhecido e buscar as respostas que tanto almejava. O destino estava traçado, e ele estava focado a seguir em frente, mesmo que o caminho à seguir fosse incerto.

Andy sentia o coração pulsar descompassado a cada andar que o elevador subia, a ansiedade o consumia a cada segundo. Quando chegou ao 5º andar, sua determinação o impulsionou a caminhar até o apartamento 1005 de Nikolai, como se um peso invisível se apossasse de seu corpo. As lágrimas ameaçavam escapar de seus olhos, mas ele as segurava com firmeza, decidido a enfrentar o momento que finalmente chegara.

Ao tocar a campainha, um silêncio tenso pairou entre eles por um instante que pareceu uma eternidade. A porta se abriu, revelando o olhar surpreso e emocionado de Nikolai. Sem dizer uma palavra, o abraço caloroso de Niko o envolveu, como se fosse o elo que os unia há tanto tempo.

Juntos, eles caminharam cegamente pelo apartamento, guiados pela emoção e pela saudade que transbordavam de seus corações. O caminho os levou ao quarto, onde, movido pela intensidade do momento, Andy se deixou levar pela emoção e o beijou. Foi um beijo carregado de saudade, de desejo, de anos de sentimentos reprimidos que finalmente encontravam uma maneira de se expressar.

Nikolai retribuiu o beijo entre lágrimas, um misto de emoções e lembranças que se entrelaçavam naquele momento único. Era o primeiro beijo entre eles, um momento de conexão profunda e revelação mútua de sentimentos guardados por tanto tempo.

O silêncio do quarto era preenchido pelo som suave da respiração acelerada, pelo toque suave das mãos entrelaçadas, pela presença calorosa e reconfortante um do outro. Andrey e Nikolai se encararam, compartilhando um instante de pura verdade e entrega, um instante que parecia congelado no tempo.

Nesse momento de encontro e reconexão, o passado se fundia com o presente, e o futuro se abria diante deles, cheio de possibilidades e promessas. O amor que sempre existiu entre os jovens finalmente encontrava espaço para florescer, iluminando o caminho que trilhariam juntos ou não, dali em diante.

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No momento seguinte ao beijo emocionado, acompanhei o olhar de Nikolai pelo quarto e notei as caixas que ele começara a preencher com seus pertences. Um aperto doloroso tomou conta do meu peito, e em meio à aflição, a pergunta inevitável escapou dos meus lábios: "Você está indo embora? Está me deixando?"

Nervoso, abracei Nikolai, buscando conforto e respostas para as incertezas que nos rodeavam. Sentamos juntos sobre a cama, compartilhando um momento de intimidade e vulnerabilidade. Respirei fundo, preparando-me para ouvir o que ele tinha a revelar.

Com a respiração ainda um pouco acelerada, Nikolai começou a compartilhar seu passado comigo. Cada palavra carregada de emoção e memória, cada detalhe revelado com coragem e sinceridade. Seus olhos encontraram os meus, transbordando sentimentos que ele guardara por tanto tempo.

━━ Andy preciso te contar algo que me assombra há anos.

━━ Estou aqui, Niko. Pode me contar tudo.

Ele respirou fundo, segurando minha mão com firmeza, com os olhos azuis transbordando emoção.

━━ Três meses antes de te encontrar, perdi minha mãe. Ela... ela morreu. Foi um golpe muito duro.

Meu coração se apertou. O olhei com compaixão, tentando confortá-lo com meu olhar. Eu o ouvia atentamente, absorvendo cada pedaço da sua história, cada nuance da sua jornada até aquele momento. As lágrimas que escapavam dos seus olhos encontravam eco nos meus, criando uma ponte de compreensão e empatia entre nós.

━━ Entendo, Niko. Também tive uma infância difícil, vocêsabe.

Ele lembrou dos momentos sombrios que o atormentavam, buscando coragem para revelar sua verdade.

━━ Naquela manhã em que nos encontramos, eu estava perdido. Minha vida virou um pesadelo após a morte da minha mãe.

Apertei sua mão, demonstrando solidariedade e compreensão.

━━ Me lembro de como você me salvou naquele dia. Você foi meu anjo, Niko.

Ele baixou a cabeça, as lembranças dolorosas pareciam ecoar em sua mente.

━━ Eu tentei ser forte, mas o mundo me levou por caminhos sombrios. Me envolvi com a máfia russa, cometi crimes que me afastaram da inocência da nossa infância. Eu estava perdido, Andy.

Um aperto doloroso tomou conta do meu peito. O encarei com uma mistura de medo e compaixão.

━━ Eu não sabia, Niko. Não fazia ideia do que você passou.

Erguendo os olhos para os meus, continuou transmitindo toda a dor e arrependimento que carregava.

━━ Cada hack, cada assalto, cada execução me afastou de quem eu era, do garoto que brincava com você na garagem. Ele não existe mais. Eu me perdi, Andy.

Respirei fundo, tentando assimilar suas revelações, minha mente lutando para processar a verdade.

━━ O que você fez, Niko? O que precisou fazer para sobreviver?

Ele engoliu em seco, sua voz embargada ao revelar os segredos que o atormentavam.

━━ Me tornei alguém que não reconheço. Me afastei de quem eu era, de quem você conheceu. Eu... eu fiz coisas das quais me envergonho.

O encarei, transmitindo compreensão e preocupação com meu olhar carinhoso.

━━ Eu gosto muito de você, Niko. Mas... tenho medo do que isso significa.

Nikolai respirou fundo buscando ar, seu peito parecia comprimir com minhas palavras, sua expressão refletia vulnerabilidade e esperança.

━━ Você gosta de mim, mesmo sabendo dos meus pecados?

Dessa vez eu respirei fundo, buscando coragem para falar, com minhas emoções à flor da pele.

━━ Eu gosto muito de você, Niko. E estou aqui por você, como você esteve por mim.

━━ Andy, eu... eu preciso que você saiba... Não quero te machucar. Não quero te perder.

━━ Eu sei, Niko. Confio em você.

━━ Mas... como você pode gostar de mim depois de tudo o que fiz?

━━ Porque você é o meu Laranjinha, meu anjo. Sempre foi e sempre será.

━━ Mas eu não mereço seu amor.

━━ Niko, o amor não é sobre merecimento. O amor é dado. E eu gosto muito de você.

━━ Mas... não sei se posso te dar o que você precisa.

━━ Não preciso de nada além de você, Nikolai.

━━ Andy...

━━ Shhh... Estou aqui.

Ele se encostou em meu peito, buscando conforto no abraço. Naquele momento, senti que o amor que nos unia era forte o suficiente para superar qualquer obstáculo.

Nikolai me abria as portas do seu mundo interior, compartilhando suas dores, suas alegrias, seus medos e suas esperanças. A confiança que depositava em mim era um presente precioso, uma conexão profunda que se fortalecia a cada revelação.

Eu me sentia grato por estar ali, ao lado dele, compartilhando um instante de verdade e vulnerabilidade que nos unia de forma indelével. Cada respiração, cada olhar, cada gesto reforçava a ligação que crescia entre nós, como se fôssemos destinados a nos encontrar naquele momento de descoberta mútua.

Mas ainda existia a dúvida que pulsava em meu cerne. Será que Nikolai me deixaria?

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Depois da conversa intensa, Nikolai e Andy permanecem sentados na beirada da cama, o silêncio preenchido apenas pelos resquícios emocionais da conversa. A atmosfera carregada de sentimentos não ditos, e a proximidade física entre eles é perceptível. Nikolai, ainda absorvendo a profundidade das palavras de Andy, o encara com uma intensidade que revela o turbilhão interno que está enfrentando, como se soubesse sobre os pensamentos de Andrey.

Ele se aproxima lentamente, suas mãos tremendo ligeiramente enquanto se posiciona de modo a envolver Andy de maneira mais íntima. Seus olhares se encontram, e em um momento repleto de expectativa, Nikolai inclina a cabeça para o lado, com seus lábios quase tocando os do mais jovem. A tensão é sentida, e o coração de Andy acelera com a antecipação.

Com uma suavidade inesperada, Petrov inicia o beijo. Seus lábios tocam os de Andrey com uma ternura que desarma qualquer resistência. O ósculo começa devagar, como uma promessa silenciosa de que as palavras trocadas têm um peso real e profundo. A sensação é ao mesmo tempo calma e eletricamente carregada, uma fusão de carinho e desejo que se torna cada vez mais intensa.

Andy responde ao beijo com uma sensação de alívio e alegria, seus braços se envolvem ao redor de Nikolai, puxando-o para mais perto. O beijo se aprofunda, os movimentos se tornam mais firmes e apaixonados, refletindo a conexão recém-descoberta e a resolução dos sentimentos conflitantes. A língua de Nikolai dança com a de Andy, explorando e se encontrando em um ritmo que expressa mais do que qualquer palavra poderia.

Quando finalmente se separam, ambos estão ofegantes, os olhos brilhando com uma nova compreensão e uma conexão ainda mais forte. Nikolai repousa sua testa contra a de Andy, seus olhos fechados enquanto permite que a calma do momento os envolva. O loiro sorri, um sorriso de pura felicidade e satisfação, enquanto a respiração de ambos começa a se acalmar. A sensação do beijo ainda os envolve, criando um novo espaço entre eles onde as palavras já não são necessárias.

Naquele silêncio carregado de emoção, suas almas se encontravam, e seus corações se entrelaçavam em uma dança de entendimento e aceitação mútua. O peso das palavras ditas e não ditas reverberava no ar, mas a sensação de proximidade e cumplicidade os envolvia como um abraço reconfortante.

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