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2.4

Bom, ultimamente, só venho tendo notícias desagradáveis. — O'Connell Fechou a porta para que pudessem conversar.

— Já está virando costume, certo? — Sorriu ladino, ajeitando seus óculos. Lubrifiquei meus lábios. — Mas prometo que isso será resolvido em breve, estamos tomando as medidas necessárias.

O advogado tinha uma aparência mascula, o seu terno comercial azul marinho ficava apertado, destacando seus músculos proeminentes, dei um sorriso disfarçado, desviando meus olhos quando os seus castanhos pousaram sobre mim outra vez.

— Pode entrar. — Billie indicou com a cabeça que ele fechasse a porta, e passou os olhos sobre mim brevemente enquanto andava em direção a sua mesa.

Apoiou seus braços, se escorando ali mesmo, me deixando de costas para ela. Sinto que não deveria estar aqui nesse momento, mas pareceu-me cômodo ficar, uma vez que não me disseram para ir.

— Quais são as notícias que estragarão meu dia hoje? — Cruzou os braços, perguntando ao advogado.

— Algumas fotos íntimas vazaram. — Suspirou, Billie concordou com a cabeça, sabendo que isso aconteceria, uma vez que tinha a avisado. — No entanto...

— Sim? — Perguntou.

— Quem quer que seja o causador da situação, te enviou um... recado. — Fechou os olhos ao dizer, entregando um iPad que continha um site de notícias aberto.

Ela passou o dedo pela tela, lendo atentamente com o rosto franzido. As imagens de fato estavam lá, e não mostravam meu rosto, no entanto, um segredo delicado de Billie havia sido exposto, e eu temia como ela reagirá.

— Porra... Estão se empenhando até demais. — Ela sorriu, com ódio. — Faça a revista revelar quem fez a entrevista a todo custo. Mesmo que você ofereça metade da minha fortuna.

— Certo. — Concordou com a cabeça. — Não há necessidade de pressa, tudo vai se estabilizar.

— Eu sei que sim, mas esses rumores definitivamente não são agradáveis. — O advogado concordou com a cabeça.

Antes que o homem alto saísse, ele lançou um olhar sedento sobre mim, sorrindo brevemente.

O'Connell definitivamente não estava surpresa, mas também não estava agradada com a situação.

— Bem? — Questionei, me ajeitando na cadeira.

— Nada bem. — Massageou as têmporas. — Me deixe sentar.

Obedeci, levantando de sua cadeira, no mesmo instante ela se sentou.

— Vou indo, então. — Me despedi de maneira constrangida, virando as costas.

No entanto, meu braço foi puxado brutalmente, me fazendo tropeçar nos meus próprios pés e cair na perna de Billie, que deitou seu queixo em meu pescoço. Sua respiração quente fez com que meus pelos se arrepiar.

Ainda não. — Engoli a seco, sorrindo de maneira nervosa.

— Ainda temos pendências? — Desafiei.

Estou fodida porque fodi você, meu bem. — Ri nasalmente. — Não ria, estou falando sério. Não era para você achar engraçado.

— Não consigo evitar. — Virei meu rosto para ela, mordendo meus lábios brevemente. — Você me fodeu porque quis.

— E ainda quero. — Ela sussurrou, abrindo um sorriso malicioso nos lábios.

Como ela conseguia pensar em sexo nessa situação?

— É uma pena que... — Levanto meu braço e seguro meu relógio de pulso. — Meu expediente acabou.

Sorri, fingindo gentiliza, e tentei levantar de seu colo, no entanto, mais uma vez, meu braço foi puxado e eu caí em sua perna novamente, em alguns segundos, sua mão estava prendendo meu rosto.

Tomou a ousadia de me beijar, e aproveitei a sensação, mas sem tomar qualquer outro passo que pudesse evoluir a situação.

— Vá. — Levantou a perna um pouco, como se me expulsasse de lá.

Revirei meus olhos, me levantando e saindo de seu escritório.

[...]

Fui andando até meu condomínio, sem qualquer outra preocupação. Estava escurecendo, mas ainda claro, e como todo fim de tarde, o clima era refrescante e sorri quando o vento bati em meu rosto.

Seu humor realmente melhora quando se tem uma vida sexual ativa, não é mesmo?!

Ao entrar na garagem do prédio, sorri para o porteiro, que abriu a janelinha brevemente.

— Ô dona! Tem correspondência. — O homem avisou, mastigando um palito de dente. Estranhei. Não recebo cartas. — Quem é o italiano que anda te paquerando, ein?!

Questionou, fazendo meu sorriso cair na hora. Quando ele me entregou o envelope, percebi que o endereço do remetente era minha casa de infância.

Eu engoli a seco, disfarçando e sorrindo para o porteiro enquanto o ar me faltava, quando saí de sua visão, corri até o elevador, me escorando na parede enquanto o esperava.

Abri o envelope com certa pressa, tirando seu conteúdo com cuidado, um papel fotográfico de costas, grampeado junto com uma notinha.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

Não foi difícil reconhecer a criança da imagem. A qualidade duvidosa da foto e o sorriso inocente da garotinha vestida com vestes amarelas denunciavam; eu, quando mais nova.

O ar parecia me faltar cada vez mais, parecia que o ambiente estava se comprimindo. Pareciam que estavam tirando tudo de mim novamente

Só li o bilhete quando entrei no elevador. Ele não continha nada demais.

Apenas...

Chiara Vecchi, 2002

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(N/A):

Oi! É só um capítulo curtinho(e ruim), pra não deixar vocês esperando por mais tempo.

Palpites? 👀

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