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ꕥ Capítulo 26 ꕥ

Annabelle Narrando

A pergunta de Trovão me deixou pensativa naquele momento. Eu não sei mais o que pensar, as vezes penso que sim, que minha irmã foi assassinada e as vezes penso que não, que ela pode ter realmente tirado a própria vida... foi confirmado que ela se suicidou.

— Belle? Tá tudo bem, eu já entendi que você tem suas dúvidas. — Trovão disse e eu olhei para ele.

— Tenho Trovão, tenho e não são poucas. Se minha irmã foi mesmo assassinada, quem a matou deveria ter algum motivo porque Annabel era muito boa e ela nunca foi como o Jeffrey que só se metia em problemas. Quem teria coragem de matar uma garota que nunca fez mal a ninguém? — Pergunto mais para mim mesma do que para o meu cachorro. — E se ela tirou a própria vida... não entendo o porquê. Por quais motivos ela se suicidou? Pelo que eu me lembre ela não era depressiva e minha própria mãe já confirmou sem querer que Annabel não era depressiva. — Passo as mãos no rosto e acabo apoiando meus cotovelos em cima do diário de Annabel.

— Eu adoraria Belle ter uma resposta para todas as suas perguntas, mas eu não posso acusar sem provas. — Ele disse e eu encarei o chão e rir de canto.

— Já sei até de quem você desconfia.

— Não Belle, eu não desconfio de Yandra... na verdade não desconfio de ninguém. Esse assunto é tão sério Belle, que se alguém tirou mesmo a vida da sua irmã deve estar a solta até os dias de hoje. A pergunta é, você acredita ou não?

Afastei meus cotovelos do diário e respirei fundo.

— Eu não sei... não gosto nem de ficar tocando nesse assunto, fico com dor de cabeça só de ficar pensando sobre. As vezes penso que minha mãe possa ter algo a ver com isso olha... eu não gosto nem de pensar sobre, você sabe. — Olho para o diário que agora se encontrava em minhas pernas. — E ainda mais agora que encontrei esse diário de Annabel que eu não sabia nem da existência. Eu não sou burra Trovão, eu sei que minha mãe provavelmente esconde coisas de mim e esse diário acredito eu, que é uma dessas coisas. O que não entendo são os motivos da minha mãe, por que ela não me contou sobre esse diário?

Trovão ficou calado e eu entendi que nem ele mesmo sabia.

— Quer saber? Não quero mais saber se minha mãe teve motivos ou não teve para esconder esse diário de mim, só sei que irei ler esse diário e vai ser agora. — Digo e logo abro o caderninho.

A primeira folha estava em branco, já na segunda folha estava escrito que o diário pertencia a Annabel e que ela havia ganhado de presente do nosso pai...

— Seu pai... você nunca me falou dele. — Trovão dissse eu desviei o olhar do diário para ele.

— Eu não cheguei a conhecê-lo. Quando ele morreu eu tinha apenas um ano de idade, minha mãe também não gosta de falar sobre ele mas ela já me contou que o amou muito... tanto que até hoje ela nunca conseguiu se envolver com outra pessoa novamente.

— Do que ele morreu?

— Quando eu era pequena e chegava o dia dos pais, eu sempre perguntava sobre o meu pai para a minha mãe, para Annabel... elas mentiam dizendo que ele havia viajado para muito longe, sendo que na verdade ele já estava morto. Depois da morte de Annabel e antes de Jeffrey ter ido preso... não me lembro quantos anos eu tinha, mas me lembro de ter escutado uma conversa de Jeffrey com alguém pelo celular, eu estava passando pelo corredor quando escutei ele praticamente gritando do quarto com a pessoa que falava com ele através da ligação. Ele disse que tinha conseguido matar o assassino do papai.

— O assassino do seu pai? Seu pai foi

— Assassinado? Sim, ele foi. — Interrompo Trovão. — Pelo que minha mãe me contou quando a questionei sobre isso, ela disse que ele havia saído muito tarde de casa para beber e... não voltou mais. No dia seguinte veio a má notícia, a notícia de que ele foi assassinado no bar mesmo. Atiraram nele e fugiram, triste não é? Segundo minha mãe ele era um homem trabalhador, não usava drogas... mas o que importa é que Jeffrey conseguiu vingar a morte de nosso pai. — Digo e Trovão assente com um aceno de cabeça.

— Sinto muito pelo seu pai.

— Tudo bem. — Passo a mão na cabeça dele e volto meu olhar para o diário. — Agora vamos ler e ver o que minha irmã escreveu nesse diário.

Vou para a terceira folha, onde Annabel começou a escrever.

6 de abril

Querido diário, quase o joguei no lixo.
Se não fosse pela minha mãe me dizendo que meu pai havia comprado para mim de presente e que depois que ele faleceu, ela estava esperando o momento certo para me entregar... eu o teria jogado fora ou até mesmo dado para outra pessoa.

Mas esse não foi o seu destino, você agora está aqui em minhas mãos... não sei se deveria revelar alguns segredos em relação a mim em alguma dessas folhas, mas irei desabafar com você pois é o único que saberá desse meu segredo e não contará para ninguém. Também tratarei de escondê-lo bem para que ninguém o encontre.

Enfim, hoje a tarde eu me encontrei com o padre Francis... não é de agora que sinto algo por ele, eu sei que isso é muito errado mas o que eu posso fazer se ele me atrai?
Foi o único homem que me chamou a atenção e que sempre me deu os melhores conselhos, apesar dele só me considerar como uma amiga eu não o considero como um amigo e disse isso hoje a tarde para ele. Cansei de esconder o que eu sentia por ele e se estou me sentindo melhor agora, é porque eu disse a verdade para ele... doloroso vai ser se afastar dele por causa disso.

Eu o acho tão novo para ser um padre, mas se é o que ele pretende continuar sendo... eu não irei mais importuná-lo com o que sinto e vai ser melhor nos mantermos afastados.

Paro de ler e confesso que não esperava que iria saber de uma coisa dessas. Annabel gostava de um padre? E o padre Francis?

— Pela sua cara você está surpresa demais com isso. — Trovão disse e eu olhei para ele. — Sua irmã conseguiu superar você em.

— Ela não tinha cara de que estava interessada no padre Francis... não me lembro muito dele, na verdade lembro bem pouco, quando eu ia a igreja aos domingos. Mamãe nos levava, mas Annabel as vezes ia nos outros dia da semana e sozinha. — Digo e volto meu olhar para a parte em que eu havia parado de ler. — Ainda estou supresa com isso.

— Também estou Belle, mas continue lendo.

Mamãe nem imagina que meu motivo para ir a igreja quase sempre é para vê-lo. Que Deus me perdoe, não sei como isso tudo foi acontecer, só sei que aconteceu.

Virei a folha para o outro lado, onde havia mais algumas coisas escritas.

7 de abril

Eu não me contive, tentei me segurar mas não consegui. Hoje mamãe saiu com Belle, foram passear e eu preferi ficar em casa pois não estava muito animada para sair.
Jeffrey tanbém saiu com os amigos dele e eu fiquei sozinha em casa, ainda iriam dar sete horas da noite e foi quando ele... Francis chegou. Escutei batidas na porta e quando a abri, me surpreendi ao vê-lo, ele disse que queria conversar comigo e eu só queria ter pedido para ele ir embora.

Mas não consegui pedir isso e acabei o convidando para entrar. Ele entrou e assim que fechei a porta, ele começou a falar sobre o que eu havia dito a ele ontem, sobre a minha declaração e ele disse que não havia conseguido dormir direito a noite, que só pensava nas minhas palavras e em como ele havia me tratado.

Sim, ele praticamente me expulsou da sala dele quando eu disse que estava apaixonada por ele. Disse que eu não sabia o que queria da vida, que o que eu sentia por ele era proibido de se sentir e me mandou ir embora.

Mas essa noite ele veio se desculpar pela maneira como me tratou e eu disse que compreendia como ele se sentia, ele não imaginava que eu sentia algo por ele.
Também me desculpei com ele pelo jeito que eu havia falado, estava tão cansada de esconder o que sentia por ele que só pensei em colocar tudo para fora e não pensei na reação dele.

Perguntei se ele queria alguma coisa para beber e ele disse que não, só tinha vindo para se desculpar pela maneira como me tratou e quando ele quis ir embora eu não deixe... ele pediu para que eu abrisse a porta mas eu a tranquei. Ele perguntou o que eu queria e eu disse que ele sabia muito bem o que eu queria, e foi nesse momento que o beijei.

Ele resistiu assim que o beijei, tentou me afastar dele e foi então que decidi me afastar mesmo. Eu estava louca e praticamente o beijando a força, mas ao me afastar um pouco dele o mesmo me surpreendeu me puxando para ele e me beijando com muito desejo.
Foi ai que eu soube que não era a única que estava louca de desejo por ele, ele também estava por mim e isso o próprio confessou depois que precisamos parar o beijo... eu nem estava acreditando em tudo que ele me dizia, mas essa noite para mim foi inesquecível e creio que para ele também foi.

Terminei de ler quatro páginas e cocei a nuca. Olhei para a outra página e decidi continuar lendo.

13 de junho

Querido diário, eu o abandonei por alguns meses por simplesmente estar com preguiça de escrever, mas hoje quero relatar que me entreguei para Francis, me entreguei para ele de corpo e alma e foi tão... tão maravilhoso. Nós dois conversamos muito nos últimos meses, as escondidas é claro e agora estou mais do que certa de que o amo e ele também me ama já que disse que iria deixar de exercer o sacerdócio e... vai ser por mim. Ele estava triste porque estava pecando e não iria mais continuar sendo o famoso "Padre Francis" ele disse que ele mesmo era uma farsa e nossa, vê-lo tão triste com isso me deixou triste também.

Mas eu o aconselhei, iria apoiá-lo no que ele quisesse seguir e se ele quisesse continuar sendo padre eu iria me afastar dele para sempre. Mas não foi isso que ele quis, ele disse que me amava e que não queria que eu me afastasse dele... ele disse que queria viver uma vida comigo, assumir para todos que nós nos amamos. Apesar dele ter 25 anos e eu ainda irei fazer 18 anos esse ano, para mim... a idade não importa, eu o amo e ninguém irá me impedir de ficar com ele.
Mas antes que ele desistisse de ser padre, eu teria que falar com uma pessoa, ou melhor enfrentar uma pessoa...

Minha mãe.

Ela não é ciumenta comigo, pelo menos não demonstrava ser até algumas semanas atrás. Quando eu pedi autorização a ela para sair na semana retrasada com algumas amigas(o que foi mentira minha porque eu iria para a casa do Francis) ela não deixou...

E eu perguntei o motivo, mas ela simplesmente foi curta e grossa comigo. Disse que eu já estava saindo demais e a parti desse dia, eu notei que ela começou a me vigiar, não sei se ela desconfiava que eu estava me envolvendo com alguém mas a questão é que... minha mãe as vezes não parecia ser a minha mãe.

Ela estava mostrando um lado que eu nunca tinha visto e isso até hoje me deixa inquieta, mas eu vou descobrir o porquê dessa mudança repentina dela. Fora que ela não quer mais que eu coloque Belle para dormir e eu discuti com ela ontem por causa disso, eu sempre coloquei Belle para dormir e não era agora que eu iria deixar de fazer isso.

8 de julho

Querido diário eu não sei mais o que fazer, da última vez que escrevi não sabia que minha relação com minha mãe iria piorar... discutimos agora com frequência e as vezes é por besteira. Seus ciúmes por mim estavam... estavam demais, ela estava me sufocando com os ciúmes dela.

Eu agora tenho que fugir de casa de madrugada para poder me encontrar com Francis que por falar nisso, já deixou de ser padre, o que deixou a maioria das pessoas na cidade muito pasmadas com a decisão dele. Eu contei para ele tudo que estava se passando aqui em casa e que eu não havia descoberto nada, mas que iria tomar coragem e falar logo para minha mãe que eu estava namorando com ele.
Escondido... mas estava.

29 de julho

Contei tudo para minha mãe, sobre meu envolvimento com Francis, que me entreguei para ele... tudo. Ela ficou surpresa mas não falou nada, quando perguntei se ela estava brava comigo

Iria ler a próxima página quando notei que as folhas não estavam ali, na verdade estavam mas parecia que haviam sido destacadas... restavam somente os pequenos pedaços de papel, fui passando por essas páginas que haviam sido destacadas até que cheguei as outras folhas, que estavam em branco.

O diário era de brochura então creio que as folhas foram realmente arrancadas daqui.

— Faltam páginas.

— Eu estou vendo... sua irmã não chegou a preencher esse diário todo. — Trovão disse e eu bufei fechando aquele diário. — Acha que ela arrancou as folhas quando escreveu ou será que Yandra

— Não sei, não sei. — Interrompi meu cachorro e passei as mãos no rosto. — Eu não deveria nem ter lido o que estava escrito nesse diário. Não deu em nada, ela só falou sobre a paixão secreta dela pelo padre e que eles se envolviam, nossa mãe provavelmente já desconfiava disso e Annabel foi um pouco dramática só porque mamãe não a deixou sair com as amigas dela. Mamãe pode ser ciumenta mas não é para tanto, eu tive dois namorados e minha mãe nunca ultrapassou os limites... ela os respeitava e os tratava bem.

Vi que Trovão iria falar algo mas logo ele pareceu ficar atento e olhou na direção da porta.

— Ela chegou Belle! Passamos tempo demais aqui.

Foi ele me dizendo isso e eu arregalando os olhos. Logo guardei tudo como estava antes e tive o máximo de cuidado para parecer que aqueles livros nem haviam sido tocados.

Sai do quarto de minha mãe às pressas com Trovão me seguindo e rapidamente descemos as escadas, quase meto a cara no corrimão da escada porque desci as escadas praticamente correndo.

Logo fui para a sala e me sentei no sofá, retirei meu celular do bolso e Trovão também subiu em cima do sofá, se deitando ao meu lado. Escutamos a porta ser destrancada e minha mãe logo entrou, com os olhos vermelhos e eu deduzi que ela havia chorado mais.

Também notei a expressão de tristeza que ela carregava em seu rosto assim que me olhou.

— Essa não.

Escutei a voz do meu cachorro na minha cabeça e logo me levantei do sofá, deixando meu celular perto de Trovão e indo até minha mãe que logo me abraçou.

— E-ela... ela se foi Belle. — Sua voz estava embargada e eu a abracei fortemente. — A única mulher que eu pude chamar de amiga, se foi... — Ela começou a chorar no meu ombro e também a se questionar pela morte de Milena. — Por que Milena? POR QUÊ?

Minhã mãe chorava muito e acabei também chorando junto a ela. A abracei forte tentando consolá-la enquanto passava a mão nos seus cabelos.

1 semana depois...

10:27AM

Scarlet Narrando

Finalmente setembro, o mês em que faço 18 anos e já não vejo a hora de chegar o dia da minha festa para poder comer e beber a vontade.

Mais tarde irei ligar para Belle para saber como ela e como a mãe dela estão, já faz uma semana que a amiga da mãe da Belle morreu e eu fiquei triste por saber disso. Imaginei o quanto deve ser difícil perder uma amiga e imaginei que a tia Yandra poderia estar sofrendo muito ainda com isso.

Belle faltou alguns dias na escola mas eu falei com Logan para que ele justificasse as faltas dela na sala de aula, mesmo que fosse servir só para deixar os professores informados.

Nesse momento estou descendo as escadas carregando uma toalha no meu ombro, isso mesmo, eu vou nadar agora e só Deus sabe que horas irei sair de dentro daquela piscina.

Terminei de descer as escadas e vi Kiara andando pela sala enquanto esticava um pouco os braços e tocava nos móveis. Sinceramente quem a ver, não julga que ela tem deficiência visual pois ela não parece ter... infelizmente ela tem, mas é uma garota tão esperta.

Ela estava usando um vestido azul royal e rodado e em sua cabeça, uma tiara com pedrinhas vermelhas.
Eu a havia arrumado assim, assim que terminamos de tomar café.

Meu pai iria para a casa do tio dele e nos chamou para ir também mas eu não quis... hoje eu quero relaxar, quero paz.

Mas Kiara quis ir então eu já a deixei arrumada e quando terminei de arrumar ela, fui colocar um bíquini porque sim, hoje é sábado e eu preciso relaxar e não há nada melhor do que relaxar na piscina.

Vi Kiara parando de caminhar e apoiando sua mão em um pequeno móvel que estava ao seu lado.

— Quem está aí? — Ela perguntou franzindo as sobrancelhas e eu rir de canto.

— Sou eu Kiara.

— Ah Scarlet. — Ela sorriu e voltou a caminhar, esticando um pouco os braços e as mãos para sentir o que estava do seu lado e também a sua frente. — Três, dois e... — Ela caminhou certinho na minha direção sem tocar agora em nada e logo se aproximou de mim e esticou a mão, tocando no corrimão da escada. — E um.

— Nossa! Estou surpresa com essa sua agilidade e segurança. — Digo e a vejo sorrir.

— Estou aprendendo a caminhar pela casa sozinha, sem precisar da ajuda de ninguém. Não é porque sou cega que quero que fiquem sempre me guiando aonde vou, fora de casa eu até aceito um guia mas dentro de casa? Não, eu arrisco dizer que já sei andar por essa casa sozinha, só não vou para a área da piscina mas sei onde é... eu sabia andar a casa da minha vó sem precisar da ajuda de ninguém e aqui não vai ser diferente. — Kiara disse com tanta confiança e isso me fez sorrir ao vê-la tão confiante de sí.

Só prova que é minha irmã mesmo e que puxou a mim, é claro.

— Eu já sei subir e descer as escadas também, observe. — Ela logo subiu o primeiro degrau e eu me assustei ao vê-la começar a subir as escadas como se pudesse enxergar.

— Kiara cuidado, também não é assim. — Subi as escadas rapidamente e quase tropeço em um degrau.

— Não minha irmã, você que deve ter cuidado. São dez degraus agora e você acabou de tropeçar em algum, eu escutei. Deixe eu guiar você até lá em cima. — Ela parou no sétimo degrau e esticou a mão para que pudesse pegar.

Rir de canto com a esperteza dela e aceitei que ela me guiasse, mas mesmo assim fiquei observando se ela iria tropeçar em algum degrau.

— Dez degraus já foram, agora são mais dez. — Ela disse caminhando tranquilamente e começando a subir os outros degraus. Ainda com sua mão entrelaçada na minha e quando chegamos ao andar de cima ela soltou a minha mão e eu a parabenizei. — E chegamos no andar de cima.

— Meus parabéns. — Bati palmas para ela que mordeu seu lábio inferior.

Ela tinha a mesma mania que eu quando queria dizer alguma coisa mas não sabia se deveria dizer.

— O que foi?

— Eu gostei de te guiar até aqui, gostei mesmo. — Ela sorriu e eu logo a abracei.

— Pode me guiar a qualquer lugar que eu irei aceitar minha ruivinha. — Digo e passo a mão em seus cabelos longos e ruivos. — Estou orgulhosa de você, só tem oito anos e já está querendo se tornar uma garota independente.

— Obrigada Scarlet. — Ela se afastou do meu abraço e eu toquei no rosto dela. — Scarlet... estamos sozinhas?

— Estamos, por quê?

— O papai não está por perto? — Ela perguntou e eu estranhei.

— Não, mas já deveria estar aqui já que vocês vão sair.

— É que ontem a noite, eu acabei acordando quando escutei a voz dele e daquela mulher que você não gosta. — Assim que ela disse eu revirei os olhos.

— Poliana esteve aqui?

— Eu escutei a voz dela ontem a noite. Eles conversaram justo perto do meu quarto, mais muito perto mesmo se não eu não teria escutado... ela disse que queria o nosso pai e que o amava. — Kiara disse e eu notei no seu rosto uma expressão preocupada. — O papai vai se casar com ela?

— Ah não isso não, isso eu não vou permitir. Uma porr... — Segurei o palavrão e respirei fundo. — Uma banana que ele vai se casar com ela.

— E se ele a ama também?

— Ama nada e Poliana não o ama. É fogo dela e ela ama o que ele tem, ela é uma mulher interesseira e só tá assim porque o tio Ramiro fica digamos que incentivando ela a se aproximar do nosso pai, entendeu? — Digo e ajusto a tiara na cabeça de Kiara.

— Acho que sim.

— Espera, você disse que ouviu a voz dela ontem a noite não é? Ah mais eu não acredito que ela dormiu aqui, só pode ser brincadeira. — Passo a mão no rosto e sinto Kiara tocar no meu braço.

— Não se irrite Scarlet. Papai mandou ela ir embora, eu escutei muito bem quando ele disse que não queria nada com ela e a mandou ir para casa. — Kiara disse me fazendo afastar a mão do rosto.

— Sério?

— Sério.

Parei para pensar e estranhei. Ele dispensou a Poliana? Hum... ai tem coisa, ou melhor, tem outra e eu farei de tudo para descobrir quem é essa agora.

— Scarlet, e se o papai se apaixonar por alguma mulher? Nós vamos ter uma

— Madrasta? — Interrompo Kiara que coça a nuca. — Não Kiara, não vamos ter uma madrasta isso eu te garanto. — Cruzo os braços e encaro o chão. — A mulher que conquistar o coração do nosso pai terá que conquistar o nosso também. Confesso que é difícil aceitar outra mulher que não seja a minha mãe, morando nessa casa.

— Pelo jeito que você fala, parece que não vai aceitar nenhuma mulher com o nosso pai. — Kiara disse me fazendo dar um sorriso fechado.

É isso mesmo Kiara, é isso mesmo.
A guerra estará declarada entre mim e essa futura namorada que ele arrumar.

— Scarlet, você deveria pensar no nosso pai também. Eu sei que sou só uma criança mas... as vezes quando ele fala comigo, sinto que ele precisa de alguém. — Ela disse e acariciei seu rosto.

— Ah Kiara... eu também sinto que ele precisa de alguém eu só... só não quero que ele se decepcione. Eu teria que ver a mulher com quem ele pretende se envolver também, ai sim, eu poderia dizer se iria ou não iria com a cara dela e também se é uma boa pessoa.

Sobre o que falam? — Escutei a voz rouca de meu pai e eu olhei para ele que havia aparecido no corredor e caminhava agora até nós.

— Coisas de garotas papai, você não pode saber. — Kiara disse e eu comecei a rir assim que ela disse isso.

— É mesmo? Scarlet... — Ele se aproximou de nós duas e eu parei de rir.

— Eu o quê? Eu não a mandei dizer isso. — Digo olhando para ele que me olha desconfiado. — É sério. — Ele rir de canto e apoia sua mão no meu ombro.

— Eu sei que não, Kiara as vezes age como você.

Não é atoa que somos irmãs.

— Eu vou agora para a casa de meu tio,  tem certeza que não quer ir conosco?

— Não, deixa para a próxima.

— Certo. Sei que você está torcendo para que eu e Kiara se apresse e também a prima de Izzy que está lá em cima arrumando algumas coisas, mas você sabe que ela só vai para casa as onze e meia. — Ele disse e eu assenti.

Ele sabia perfeitamente que eu queria ficar sozinha em casa sem ninguém para me chamar, eu amava e amo ficar sozinha em casa.

— Se cuida então, não vamos demorar muito. — Ele beijou o canto da minha testa e em seguida pegou na mão de Kiara.

— Cuida da casa irmã e cuidado com as escadas. — Ela disse me fazendo rir.

— Sabia que ela já está andando pela casa sem precisar da nossa ajuda? — Pergunto e meu pai confirma minha pergunta com um aceno de cabeça.

— Sim, mesmo assim ainda prefiro ficar de olho nela. — Ele disse e em um movimento rápido pegou Kiara nos braços. — Vamos mocinha? Eu irei te guiar até o carro.

— Eu sei me cuidar sozinha.

— Não há dúvidas de que ela é mesmo sua filha. — Digo e meu pai me encara.

— Vou deixar essa passar só porque já estou atrasado.

Rimos e nos despedimos. Foram eles indo embora e eu indo para a área da piscina, tirei a toalha que estava em cima do meu ombro e a coloquei em cima da mesa de cor branca. Olhei para o céu e até que não está tão nublado.

Fui para a cozinha e fiz um suco de laranja para mim, coloquei quatro cubos de gelo dentro do copo de vidro e em seguida o suco que eu mesma havia feito.
A prima de Izzy, que se chama Daniela, logo entrou na cozinha e eu olhei para ela que parecia cansada e com olheiras.

— Você tem dormido direito Daniela? — Pergunto e a mesma vai até a geladeira e pega uma garrafa de água.

— Não senhorita Murray, ontem eu estava pensando demais no meu filho e demorei a dormir. — Ela disse e colocou a garrafa de água em cima do balcão.

— Daniela pare de me chamar assim. Pode me chamar só de Scarlet, sabe disso... se quiser ir para casa agora pode ir. — Digo e pego meu copo de suco que estava muito gelado graças aos cubos de gelo. — Vá descansar Daniela.

— Ah não Scarlet, só vou onze e meia. Gosto do que faço e

— Daniela, você está cansada. — Digo olhando para ela e bebo um pouco do meu suco.— Precisa descansar também, relaxar um pouco... seu filho vai sair dessa. Se ficar pensando é pior para você.

— É verdade... obrigada Scarlet. Mas irei onze e meia mesmo. — Ela disse e eu rir de canto. — Mesmo eu já tendo terminado lá em cima, acho que ainda tem mais alguma coisa para mim fazer aqui embaixo.

— Você quem sabe, mas você já está liberada. Só quero que me avise quando for embora, vou estar na área da piscina.

Sai da cozinha e voltei para a área da piscina, a água parecia tão boa. Ela estava chamando por mim "Scarlet venha dar um mergulho" ah e eu vou mesmo, mas só depois de beber meu suco e relaxar um pouco na espreguiçadeira.

Me deitei na espreguiçadeira que ficava ao lado de uma pequena mesinha, onde botei meu suco. Fechei os olhos e não demorou para que as nuvens ficassem na frente do sol, fazendo assim o tempo ficar um pouco nublado... abri os olhos e olhei para o céu nublado.

É sempre assim, mas não chove.

Bebo mais um pouco do meu suco e fico alguns minutos na espreguiçadeira de olhos fechados. Derrepente acordo escutando o som da campanhia e nem tinha dado conta de que estava cochilando na espreguiçadeira, o silêncio estava tão bom. Mas vou me levantar antes que eu cochile de vez.

Fui para a piscina e mergulhei.

Ah eu amo nadar, nadar para renovar as energias e fortalecer o corpo.
Voltei para a superfície e passei as mãos no rosto.

— Scarlet, tem uma mulher na porta e disse que deseja falar com o senhor Murray. — Daniela disse aparecendo perto da borda da piscina e eu logo olhei para ela.

— Você disse a ela que ele não está?

— Disse.

— Ótimo. — Iria voltar a nadar mas Daniela não havia se afastado da borda da piscina. — Mais alguma coisa?

— Ela disse que é urgente, que precisa falar com ele e que tem que ser pessoalmente e agora.

— É a Poliana? Se for diga a ela que se ela não for embora, eu a faço ir de um jeito ou de outro.

— Não sei se é ela, eu ainda não cheguei a ver essa Poliana. Mas a mulher que quer falar com seu pai é muito bonita. — Daniela cruzou os braços. — O que digo?

Só me faltava essa. É eu querendo paz e vem alguém tirá-la de mim.

— Diga que infelizmente meu pai não está e que você não sabe a hora que ele irá chegar em casa, pronto. Mande ela vim outra hora e diz que sente muito. — Digo e Daniela foi dar o recado a mulher.

Será que é a mulher com quem meu pai pode estar se envolvendo? Eu deveria ir ver... mas não vou. Hoje não quero me estressar e nem perder a paciência, quero somente relaxar.

— Ela disse que iria esperar e eu a convidei para ela esperar na sala de estar. — Daniela voltou para a área da piscina e eu olhei para ela incrédula.

— O que essa mulher quer? Manda ela ligar para ele.

— Eu disse isso mas ela disse que precisa falar com ele pessoalmente e que é urgente, e ela só tem hoje para falar com ele. — Daniela disse e eu respirei fundo.

— Ainda mais essa. Quando eu quero paz, acabo não tendo paz nenhuma.

Subo as escadas para sair da piscina e caminho até a pequena mesa onde estava o meu suco.

— E agora? Daqui a pouco vai dar onze e meia e eu terei que ir Scarlet.

— Mande essa mulher vim aqui que irei soletrar para ver se ela entende que meu pai não está em casa e que é para ela voltar outra hora. — Digo e pego meu copo de suco.

Daniela saiu e eu bebi meu suco todo, seja lá quem for vai tem que ir embora.

— Então o pai não está em casa, mas a filha está.

Aquela voz... fez até mesmo eu me engasgar com o suco. Olhei rapidamente na direção da entrada da área da piscina e vi quem eu menos esperava ver naquela manhã.

A mesma me encarou e Daniela apareceu logo atrás dela.

— Vou deixá-las a sós e voltar a fazer o que eu estava fazendo. — Daniela saiu e minha vontade foi de pedir para que ela ficasse, que não me deixasse ali com a mulher que venho evitando há dias a olhar na cara.

— Onde está o seu pai? — Raquel perguntou cruzando os braços e caminhando na minha direção.

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Bjoooooooooos✨

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