ꕥ Capítulo 21 ꕥ
Annabelle Narrando
Hoje é sábado e eu sinceramente gostaria de estar em algum spa, relaxando... mas na verdade estou mesmo é trabalhando.
Bom, não diria que fazer os afazeres domésticos é bem um trabalho. Eu diria que dá trabalho sim varrer, passar, lavar, cozinhar, tudo isso em um só dia mas é como minha própria mãe diz... cuidar da casa é cuidar de sí e eu sinceramente não suporto ver minha casa bagunçada.
Estava terminando de passar pano na casa quando me assustei ao ver Trovão aparecendo derrepente na minha frente.
— Vamos Belle, não temos o dia todo.
Hoje de manhã Trovão decidiu que hoje seria o melhor dia para mim conhecer a irmã dele, Zípora. Minha mãe foi trabalhar e eu pelo menos quero deixar a casa arrumada e almoço pronto, e como ainda está cedo... vai dar tempo de mim e Trovão irmos até a residência de Zípora e voltar antes das onze e meia.
Creio que meio dia já estaremos em casa.
— Não quis te assustar.
— Jura? — Perguntei irônica e em seguida rir. — Tá tudo bem e agora que estamos sozinhos eu gostaria de saber, por que essa decisão repentina?
— Porque já está na hora de vocês duas se conhecerem. — Ele disse se sentando no chão. — No dia do enterro de Jeffrey eu fui visitá-la.
— E você não me contou?! — Olhei indignada para ele e o mesmo me encarou.
— Estou te contando agora. Mas não foi nada demais, só fui vê-la para... espairecer mais a mente naquele dia triste. — Ele disse abaixando um pouco a cabeça.
— Tudo bem... ela sabe que iremos visitá-la daqui a alguns minutos? — Pergunto e ele levanta a cabeça para me olhar, e nega logo em seguida. — Trovão.
— Ela irá saber quando chegarmos lá. Agora já que você cuidou da casa, cuide agora de você para podermos ir. — Ele disse e caminhou na direção da sala já que eu estava perto das escadas. — Antes de subir, já aviso que Zípora não bate muito bem da cabeça.
Alguns minutos depois...
09:47AM
Quando paguei o motorista e desci do carro com Trovão que estava nos meus braços, o mesmo desceu e percebi ele rosnar, parecia irritado.
O motorista do uber foi embora e eu olhei para os lados, a rua me parecia tranquila e as casas eram modernas.
— Por que está irritado? — Perguntei nos meus pensamentos na esperança de que ele me respondesse.
— Porque Zípora não tem jeito. — Trovão disse um pouco alterado e eu respirei fundo.
Olhei para a casa a nossa frente. Era uma casa bonita, as paredes eram laranjas e as janelas de cor branca. Percebi Trovão caminhar na direção da casa e se aproximar da porta que estava fechada, o que indicava que essa era mesmo a casa da irmã dele.
Resolvi bater na porta que demorou para ser aberta.
— Que demora. — Digo.
— Quando digo que Zípora não tem vergonha na cara, é porque ela não tem. — Trovão disse um pouco baixo, acho que foi mais para ele do que para mim já que não consegui entender muito o que ele disse.
Derrepente a porta foi aberta por um homem bem vestido e dos olhos castanhos. O homem era... uau! Muito bonito.
— Bom dia. Você deve ser a prima de Zípora. — Ele disse olhando para mim e quando eu iria dizer algo ele me interrompeu. — Ela já está te esperando, pode entrar com o seu... cachorro. Ele é fofo, meu tio tem um parecido com o seu. — O homem disse gentil e olhando para o Trovão.
Ele esticou o braço para fazer carinho no Trovão quando Trovão rosnou para ele e em seguida latiu ao perceber que ele iria fazer carinho em sua cabeça. Me apressei em pegar Trovão nos braços e passei a mão na cabeça dele.
— Nossa como ele é bravo. — O homem bonito disse sem jeito.
— Me desculpe por isso, ele costuma ser manso. — Olho confusa para Trovão e o homem logo se despede indo embora e deixando a porta aberta para que eu pudesse entrar na casa.
Entrei na casa segurando Trovão ainda nos meus braços e assim que entrei, fechei a porta e coloquei o meu cachorro no chão.
— O que deu em você? Se eu deixasse você teria arrancando a mão do pobre homem.
— Sou obrigado a ser manso com todo mundo? Não Belle e outra, não fui com a cara dele e quando eu não vou com a cara de uma pessoa não tem quem me faça mudar de ideia. — Ele disse um pouco irritado e caminhando na direção de um cômodo que julguei ser a sala de estar.
— Tudo bem, eu já entendi.
Na verdade eu deduzi que ele poderia estar com ciúmes da irmã dele porque provavelmente aquele homem bonitão não estava aqui só de passagem.
— Não tenho ciúmes dela.
— Mas eu tenho ciúmes de você. — Escutei uma voz feminina vindo de outro cômodo e não demorou para a dona da voz aparecer na sala de estar.
— Você pintou todo o seu cabelo de azul? — Trovão perguntou para a irmã dele e eu me lembrei de Scarlet que tinha os cabelos tingidos de vermelho, mas a irmã de Trovão tinha os cabelos tingidos de azul e sinceramente eram lindos.
— Mudar sempre é bom.
Parei um pouco para observar a sala que tinha uma decoração simples porém era tudo bem organizado e sofisticado... gostei.
— Obrigada.... você deve ser a famosa Annabelle, estou certa? — A mulher caminhou na minha direção e eu fiquei surpresa com a beleza dela.
Que algum dia eu consiga ser bonita assim como ela.
— Eu não diria famosa, mas sim, eu sou a Annabelle. — Digo e logo estico a mão para cumprimentá-la, mesmo já sabendo seu nome.
— Não toque nela e não a deixe tocar em você. — Trovão avisou para mim e quando olhei para o meu lado direito, o mesmo estava sentado em cima de um dos sofás.
— Você é tão insuportável. — Zípora disse ao olhar para ele também mas logo voltou seu olhar para mim. — Annabelle você já sabe o meu nome e sabe que o insuportável que está sentado ali tem poderes, assim como eu que também tenho... enfim, é um prazer te conhecer.
— É um prazer te conhecer também... Zípora. — Digo e vejo a mesma dar um sorriso fechado.
— Annabelle não é? Posso te chamar só de Belle?
— Pode sim.
— Certo, Belle... por que estou sentindo que você não está bem? — Ela perguntou me pegando de surpresa por um momento.
— Mas eu estou bem.
— Está mesmo? Assim que você me viu, eu acabei escutando os seus pensamentos em relação a mim e... você tem esse hábito? Hábito de se comparar com outras pessoas?
— Nem sempre.
— Nem sempre? — Trovão perguntou irônico.
— Tudo bem, as vezes. Mas não é sempre entende? Eu só... — Parei de falar quando senti a mão de Zípora no meu ombro e vi os olhos da mesma mudarem de cor, passando a ficarem violetas.
— Você consegue ver a cor dos olhos dela?
Olhei para o Trovão que agora parecia me olhar um pouco surpreso.
— Consigo... por quê? — Pergunto e em seguida sinto Zípora afastar a mão do meu ombro e soltar um suspiro.
— Bom, porque ninguém consegue ver quando a cor dos olhos dela mudam assim que ela começa a ter acesso as suas memórias. Somente eu conseguia, e agora você consegue também... até que não é tão admirável porque quem fez experiências comigo e com Zípora foi o seu avô, faz sentido que você consiga ver já que ele te destinou a isso mesmo. Agora boa sorte com Zípora.
— Caralho! Primeiro, eu sinto muito pela perda da sua irmã, do seu irmão. E segundo, quem é esse Dominic Murray?
— C-como
— Enquanto conversávamos Belle, ela já tinha visto muitas memórias e lembranças suas, pelo menos as que ela quis ver mesmo. Pode ter parecido segundos para nós dois mas para ela, o tempo ocorre de uma maneira digamos que... diferente. Para ela parece que se passaram horas enquanto para nós, apenas segundos, é difícil de explicar mas é isso que acontece. Consegue compreender? — Trovão perguntou e eu precisei me sentar no sofá, perto dele.
— Isso tudo é loucura.
— Vou te dizer o que é loucura garota. Loucura é você estar deixando esse Dominic Murray para essa tal de Poliana, está louca? Com um homem desses... aah eu sentava tanto. — Zípora disse mordendo o lábio inferior e se sentando no outro sofá.
— O que eu avisei antes de saírmos de casa Belle?
— Que Zípora não batia bem da cabeça? — Rir de canto olhando para Trovão que me encarou. — Ela é maluquinha.
— A maluquinha aqui não deixaria esse tal de Dominic escapar não.
Encarei ela e a mesma riu.
— Calma, ele é todo seu... na verdade você disse que iria tentar esquecê-lo. Como está se saíndo? — Ela perguntou curiosa e eu cocei a nuca. — Então você não está errado irmãozinho, eu acho que você não vai conseguir tirá-lo da cabeça Belle.
— Zípora. — Trovão a repreendeu.
— Tudo bem, tudo bem. Não vou mais tocar nesse assunto...
— Ele é pai da única amiga que tenho na vida. — Digo e a mesma passa a mão nos seus cabelos tingidos de azul escuro.
— Eu acabei vendo a última conversa que você teve com o gostosão, me perdoe por isso.
— Tudo bem, está perdoada. Só por favor, não quero mais falar sobre ele, podemos falar sobre qualquer coisa menos sobre ele. — Peço e Zípora parece me compreender já que assente e se levanta do sofá.
— Certo, não falarei mais sobre o pedaço de mau caminho mas... falarei sobre o seu hábito de se comparar a outras pessoas. Belle qual foi a última vez que você parou em frente a um espelho para se admirar? — Zípora pergunta e eu solto um suspiro.
— Não costumo me olhar no espelho.
— Por que não?
— Porque sou estranha, esquisita e principalmente feia. Eu não sei me arrumar como as outras garotas da minha idade, eu não sei nem me maquiar direito, eu não tenho estilo e como eu já disse e volto a repetir, sou feia e não consigo me achar bonita. — Confesso encarando a cerâmica branca da sala.
— Você não consegue se achar bonita porque você mesma não se ver como uma mulher bonita ou porque algumas pessoas que cruzaram o seu caminho foram te dizendo essas coisas e você passou a acreditar em tudo que elas disseram sobre você?
— Eu aposto no segundo motivo. — Disse Trovão e eu olhei para ele. — O quê? É a verdade.
— Eu diria que os dois motivos — Respondo e Zípora rir de canto, em seguida volta a se sentar só que agora do meu lado.
— Belle não é porque você tem seu próprio estilo de se vestir que isso te torna uma pessoa feia, te torna diferente. Ser diferente chama atenção sabia disso? — Ela pergunta e eu confirmo sua pergunta com um aceno de cabeça. — Não sei pelo que você passou e não vou invadir sua mente novamente para saber, mas sinto que você já sofreu demais com certos comentários que já fizeram em relação a sua aparência... posso te ajudar ou melhor te transformar em uma Annabelle que você deveria muito conhecer? Essa nova Annabelle pode ajudar você.
Olhei confusa para ela e a mesma se levantou mais uma vez do sofá.
— Pode ajudar você a se amar mais, mas isso só depende de você também. Terá que ser por você para agradar você mesma... eu entendo você Belle e sei que para aprender a se valorizar e se amar é uma tarefa que leva um pouco de tempo para acontecer, mas acontece. Você é linda do jeito que você é e sua beleza vai muito além do que você ver no espelho. E um conselho eu te dou, pare de se comparar com mulheres que você julga serem mais bonitas que você, foque apenas em você e principalmente se aceite como realmente é e se valorize porque só você Belle... só você pode fazer isso por você mesma e mais ninguém.
As palavras de Zípora mexeram comigo de uma forma que me fez parar para pensar em muitas coisas.
— Em relação a sua aparência, como eu já disse você é linda e pode ficar ainda mais e isso, eu posso te provar mas só depois que eu termina de tomar meu café da manhã. — Ela riu me fazendo dar um sorriso fechado. — Mas então, você acredita que pode ficar mais linda do que já é?
— Você não vai me maquiar, não é? — Pergunto temendo por isso e Zípora gargalha.
Não esqueço mais nunca do dia em que resolvi passar um pouco de maquiagem e todos na escola em que estudei ficaram rindo de mim e me chamando de palhaça, acho que eu estava mesmo parecendo com uma.
— Ai está você concordando com o que as pessoas falam em relação a sua pessoa. Entenda também que se arrumar faz bem, pelo menos para mim e acho que para você também irá fazer, nem que seja só um pouco e lá vai mais um conselho. Em relação a se arrumar, se arrume para você e não para agradar os outros.
Trovão que estava calado e apenas deitado em cima do sofá enquanto nos escutava e nos observava, resolveu se levantar do sofá e em seguida foi para o chão, ficando ao lado de Zípora.
— Zípora está certa Belle.
— Eu quase sempre estou. Agora vou tomar café da manhã, querem se juntar a mim?
— Eu não estou com fome. — Disse Trovão e eu me levantei do sofá.
— Eu aceito um copo de suco.
— Perfeito. — Zípora sorriu.
Não demorou para nós três estarmos na cozinha de Zípora que também era bem organizada e muito bonita, a decoração de branco com azul chamavam a atenção mas não de um modo exagerado e sim, refinado.
Tomei um copo de suco de laranja enquanto Zípora comeu dois pães, um pedaço de bolo de chocolate, algumas bolachas e também descascou uma laranja para degustar.
— Nesse ritmo você pode ter uma indigestão.— Trovão disse.
Terminei de tomar o suco e olhei para o meu cachorro que estava deitado em cima de um tapete.
— Que nada. — Zípora deu de ombros terminando de chupar uma banda da laranja e logo me olhou. — Vamos gata? — Ela se levantou da cadeira e se espreguiçou.
— Eu... não sei se estou pronta para virar uma gótica como você. — Sou sincera por notar o estilo de roupa dela e ela rir.
— Não bobinha, eu não vou te transformar em uma mulher gótica... o que não é má ideia mas não, não é seu estilo, eu acho. Eu não era gótica antes, vim descobrir meu estilo depois e espero que isso aconteça com você também.
Alguns minutos depois...
Aqui estou eu sentada em uma cadeira no quarto de Zípora. Trovão estava deitado em cima da cama dela e me olhando.
— Se você não gostar do que essa maluca pretende fazer com você, pode me dizer, nós vamos jogá-la pela aquela janela. — Trovão disse olhando agora na direção de uma das janelas do quarto e eu o repreendi com o olhar.
— Também não é para tanto.
Zípora me mandou se sentar nessa cadeira em que estou sentada agora e disse que iria sair, que não demoraria para voltar. Já faz vinte minutos que estou sentada nessa cadeira e ela até agora não voltou.
— O que ela foi fazer?
— Quer que eu te diga mesmo? — Trovão perguntou.
— É claro.
— Cheguei gata. — Escutamos a voz da mulher de cabelos azuis adentrando o quarto e ela segurava algumas sacolas.
Ela caminhou na direção da cama dela e colocou as sacolas perto dos travesseiros.
— Você fez isso mesmo? — Trovão perguntou erguendo a cabeça, olhando para Zípora.
— Fiz e não me arrependo. Gostei dela. — Ela disse e provavelmente se referia a mim. — Sim meu bem, estou me referindo a você mesmo. Agora vamos lá. — Ela caminhou na direção de uma cômoda preta perto da janela e pegou uma escova de cabelo. — Vamos começar pelo seu cabelo.
Ela veio até mim e pediu permissão para desfazer o coque que eu havia feito nos meus cabelos, dei permissão e a mesma desfez o coque.
— Você sempre anda com o cabelo amarrado?
— Sim... acho que nunca tive o costume de deixá-lo solto. — Respondo a pergunta de Zípora.
— Hum... e você também não tem costume de pentear ele? Belle tem alguns nós no seu cabelo. — Ela disse tocando no meu cabelo que realmente estava com alguns nós.
Claro, não pentio o meu cabelo já faz uns três dias.
— Três dias? Belle do céu, depois eu que sou maluquinha né? — Ela perguntou irônica me fazendo rir. — Vou desfazer esses nós do seu cabelo e relaxe, vai estar desembaraçado em um piscar de olhos.
Decidi confiar nela e senti um pouco de dor na raiz do cabelo quando ela começou a desembaraçar. Quando ela finalmente terminou de pentear os meus cabelos eu pude soltar um suspiro aliviada.
— Bem melhor. Se quiser amarrar de novo... — Ela me entregou o pequeno elástico que antes estava prendendo o meu cabelo.
Olhei para o elástico e pensei se amarrava ou não o cabelo.
— O certo seria deixá-lo respirar um pouco.
— É você tem razão...
Zípora sorriu e caminhou na direção da cama dela, abriu algumas sacolas e foi tirando algumas peças de roupa. Logo a mesma me olhou segurando dois vestidos com a mão direita e esticou o braço.
— São seus, na verdade todas as roupas que estão nessas sacolas são para você. Vai ter roupas aqui que tenho certeza que você irá gostar por serem confortáveis e tem outras que você... vai querer que eu devolva. — Ela riu e me entregou os dois vestidos. — Mas está tudo bem.
— Meu Deus Zípora! Não precisava, sério não precisava comprar nada disso para mim, eu...
— Shh! Vai provar porque eu e meu maninho iremos te avaliar. Prove pelo menos a metade e se der para vocês vinherem aqui amanhã, você termina de provar o restante para dizer se gostou também ou não.
Ainda estava incrédula com o que Zípora havia feito, ela não precisava mesmo comprar essas roupas para mim.
— Belle vai logo, até eu estou ansioso para saber como você vai ficar nessas roupas aí. — Trovão disse se sentando na cama e Zípora me entregou umas três sacolas de roupa, em seguida se sentou ao lado de Trovão.
— Pode provar no banheiro e depois vim até aqui, vamos estar te esperando.
— Meu Deus eu não estou acreditando que você
— Belle vai logo. — Zípora me interrompeu se levantando da cama e me empurrando na direção do banheiro que ficava dentro do quarto.
É... e lá vou eu provar essas roupas, são lindas mas não sei se ficarão bonitas em mim.
A primeira roupa que vesti foi um dos vestido que Zípora me entregou. Esse era de cor azul claro e de alcinha, assim que o vesti me olhei no espelho do banheiro e percebi que o vestido era um pouco colado no corpo.
Até que... quando meus cabelos estão soltos eu fico um pouco diferente. Resolvi sai do banheiro e me assustei quando Zípora começou a bater palmas e Trovão encarou o vestido que eu estava usando.
— Azul? Sério? — Trovão perguntou agora olhando para a irmã dele que ainda continuou batendo palmas.
— Perfeita Belle. O que você achou?
— Um pouco colado demais no corpo. — Digo dando a famosa voltinha e cruzo os braços. — Achei bonito mas... não é para mim não.
— Certo, então prova os outros. Você tem que ficar com o que você se agradar.
Voltei para o banheiro e assim foi a metade do meu dia, provando e desprovando roupas, umas muito curtas e outras eu realmente gostei por serem simples e bonitas e o principal... por ficarem bonitas em mim. A última roupa era uma saia jeans escura e uma blusa de cor rosa com algumas flores de cor rosa desenhadas, algumas partes da blusa eram transparentes mas apesar disso... acabei gostando, o que foi surpresa até para mim.
Sai do banheiro e Zípora e Trovão me olharam um pouco surpresos e Zípora sorriu. Em seguida a mesma colocou a mão na boca e Trovão se levantou da cama.
— Annabelle do céu, assim você nos mata... está linda. — Zípora disse e veio até mim.
— Ah não estou não, mas eu gostei muito dessa roupa apesar de ter algumas partes transparentes. Gosto de rosa também...
— Eu odeio rosa Belle, mas essa blusa ficou linda em você. Em vez de Belle eu deveria te chamar de Barbie.
— Ah não, Barbie não Zípora. — Rir e olhei para o Trovão.
— Eu sempre disse que você era linda do seu jeitinho e agora, ficou mais ainda. — Trovão disse e eu sorrir ao escutar o elogio.
Na verdade, fiquei feliz.
— Está feliz por ter sido elogiada? Isso é ótimo. — Zípora disse passando a mão nos meus cabelos e logo pegou no meu queixo, me fazendo olhar para ela. — Agora falta uma coisinha que você não queria mas quero te mostrar que vai fazer toda a diferença.
— Não é o que eu estou pensando... ou é?
— É isso mesmo que você acabou de pensar. Mas vai ser tão simples que você nem vai perceber que está usando maquiagem, é somente para realçar os seus olhos mas... se você gostar mesmo e se acostumar, pode me procurar porque para você querida eu ensino todo o passo a passo. — Zípora disse animada e eu cocei a nuca.
— Lá vai ela. — Trovão desceu da cama e mandou sua irmã agilizar pois precisávamos voltar para casa já que minha mãe iria fechar a floricultura para poder almoçar em casa.
Me sentei na cadeira e não demorou para que Zípora vinhessem com três pincéis de maquiagem, uma paleta que julguei ser de sombras e mais duas coisas que eu não sabia o que era mas uma delas se parecia com um batom.
— Com licença... — Ela retirou os meus óculos do rosto e os colocou em cima da cama. — Você é dependente deles? — Ela perguntou se referindo aos óculos.
— Na verdade são de descanso. O grau é um pouco baixo mas me ajuda muito no momento em que vou ler qualquer coisa, como por exemplo um livro entende?
— Compreendo. Então você usa mais ele para realizar leituras?
— Ela fica o dia todo com o óculos no rosto e só tira para dormir ou quando vai tomar banho. — Trovão me entregou e eu encarei ele que estava sentado no chão.
— Costume não é? Mas experimenta também ficar sem usá-los durante algumas horas, claro que se você não for ler nada já que você disse que ele é mais útil quando você vai ler. Mas se você se sente confortável usando eles praticamente o tempo todo acho que isso não tem problema nenhum também.
— Hum... vou experimentar ficar algumas horas sem usá-lo já que consigo enxergar sem eles, vou começar experimentando a parti de hoje para ver no que vai dar. — Rir e quando a mesma se aproximou de mim com um pincel na mão arregalei os olhos. — Eu acho que não vou combin
— Shh! Confia em mim. — Ela me interrompeu e começou a me maquiar. Me mandou fechar os olhos e senti quando a mesma começou a passar o pincel sobre a pálpebra dos meus olhos.
Não demorou para que ela terminasse de me maquiar e quando eu iria abrir os olhos, ela me mandou continuar com eles fechados. Rir disso mas continuei de olhos fechados como ela havia pedido, ela perguntou se eu já havia feito as sobrancelhas e eu disse que não, perguntou também se eu gostaria de fazê-las e eu disse que havia uma primeira vez para tudo então... eu deixei ela fazer as minhas sobrancelhas.
Só não imaginei que iria demorar um pouco. Quando Zípora terminou, ela me mandou abrir os olhos e foi o que fiz.
Até bocejei por sentir sono na hora e quando olhei para ela a mesma começou a bater palmas animada e Trovão caminhou na minha direção, apoiou suas patas fofas nas minhas pernas e me encarou com seus olhos cor de mel.
— Você é mesmo a Annabelle?
— Ah meu Deus! Eu estou fei
— Não diga nada agora, apenas se olhe no espelho primeiro e diga o que achou. — Disse Zípora.
Duvidava que eu pudesse ficar bonita até usando maquiagem. Me levantei da cadeira e caminhei na direção de um espelho grande que ficava perto da porta do quarto, assim que me olhei no espelho... coloquei as mãos na boca e fiquei surpresa comigo mesma.
Afastei as mãos da minha boca aos poucos e passei as mãos nos meus cabelos loiros, parecia até que eu havia ido há algum salão de beleza arrumá-lo.
— Se você hidratá-lo ficará mais bonito do que já está.
Olhei para a roupa nova em que eu estava vestida e passei as mãos pela mesma, vestiu tão bem... voltei a olhar para o meu rosto através do espelho e sorri.
Eu estava me sentindo diferente? Sim, muito, mas eu estava mesmo era me sentindo bem... não imaginava que iria me sentir tão bem como estou me sentindo agora, olhando para mim mesma através desse espelho.
— Obrigada. — Olhei para Zípora que apenas deu um sorriso fechado.
— Não precisa me agradecer Belle. Só mostrei que essa aí que você acabou de ver no espelho é você, ela só estava bem escondidinha aí dentro e eu só ajudei você a libertá-la.
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Espero que tenham gostado, votem e comentem...
×Zípora×
Bjooooooooooos ✨
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