ꕥ Capítulo 20 ꕥ
Annabelle Narrando
Já faziam quatro dias que eu não ia à escola.
Desde que Jeffrey morreu, eu fiquei cuidando de minha mãe e observando todo o comportamento dela. Confesso que tive medo que ela ficasse doente ou até mesmo depressiva mas graças a Deus, hoje ela amanheceu melhor e com mais disposição até para comer.
Comeu tanto que depois ficou reclamando que estava cheia demais, que sua barriga estava parecendo uma bola de futebol e isso me fez rir um pouco porque a barriga dela realmente estava parecendo com uma bola de futebol.
— Mãe você não quer mais suco? — Pergunto depois de vê-la se sentar na cama e logo me repreender com o olhar.
— Tá louca Belle? Quer que eu exploda é isso?
— Estou brincando. — Rir e me aproximei da cama dela. — Mãe... seja franca comigo, como está se sentindo? — Pergunto e vejo a mesma soltar um suspiro.
— Se eu disser que estou bem mesmo, estarei mentindo. Filha... — Ela olhou para mim e eu me sentei ao lado dela. — Estou vendo que está preocupada comigo e também já notei que estou há quatro dias em casa e você ficou esses quatro dias aqui comigo, cuidando de mim ao invés de ir à escola.
— Mãe não se preocupe com a escola. Eu irei voltar mas só quando a senhora se sentir melhor e — Iria continuar falando porém minha mãe decidiu me interromper.
— Belle, eu não estou doente e difícilmente fico. Jeffrey se foi e... tenho que deixá-lo ir, assim como deixei Annabel ir também. — Ela disse desviando o olhar de mim e eu apoiei minha mão direita no seu ombro. — Saudades sempre sentirei dos dois, eles sempre estarão aqui — Ela apontou para o próprio peito e concordei com um aceno de cabeça.
— Sim mamãe, eles sempre estarão vivos nos nossos corações e nas nossas lembranças. — Digo e ela volta a me olhar.
— Sim querida. A vida continua... não há nada eterno nesta vida, seja bom ou ruim e é a pessoa quem decide se para ou segue em frente e eu tenho você e... e ele. — Ela desviou o olhar de mim e olhou na direção da porta.
Olhei na direção da porta e dei um sorriso fechado ao ver Trovão deitado no chão, próximo a porta e de olhos fechados. Mas eu sabia que esse safado estava mesmo era acordado.
— Você me respeite Annabelle. A safada aqui é você e nem me faça dizer o porquê. — Escutei a voz dele na minha cabeça e tive que prender o riso.
— Eu decido seguir em frente, perdi meus dois filhos mas não posso me esquecer que ainda tenho mais dois. — Minha mãe disse se referindo a mim e ao Trovão. — O luto é difícil mas... faz parte da vida. Amanhã volto a trabalhar na floricultura e irei agradecer a Milena por ter ficado lá durante esses quatro dias. Do mesmo jeito que irei voltar a trabalhar, você voltará para a escola.
— Tem certeza que quer voltar a trabalhar amanhã?
— Tenho. — Ela disse determinada. O que estranhei um pouco por ela ter tomado essa decisão derrepente.
Mas em uma coisa ela está certa... a vida continua.
No outro dia...
Estava correndo na direção da cozinha minúscula para me esconder da minha mãe. Consegui chegar na cozinha e me esconder debaixo da mesa, tentei não rir quando escutei a mesma chamando pelo meu nome e logo aparecendo na cozinha.
— Onde está você sua danadinha?
Consegui ver os pés de minha mãe enquanto ela caminhava em passos lentos perto da mesa. Coloquei a mão na boca para não rir disso quando derrepente, a mesma se abaixou e me encontrou embaixo da mesa.
— Achei você. — Ela riu e eu sai debaixo da mesa para abraçá-la. — Bom esconderijo.
Continuei abraçada a ela e a mesma passou a mão nos meus cabelos. Escutei um barulho vindo da porta da frente e logo minha mãe me afastou dela.
Olhei para ela que agora olhava na direção da entrada da cozinha.
— Volte para debaixo da mesa Belle e não faça barulho. — Ela pediu com um tom de voz sério e eu a obedeci.
Voltei para debaixo da mesa e consegui visualizar minha mãe se levantando do chão já que antes ela estava agachada.
Logo consegui visualizar mais uma pessoa entrando na cozinha, não consegui ver o rosto da pessoa, somente os dois pares de sapatos pretos.
— Yandra! Graças a Deus você está em casa. Você não vai acreditar no que acabei descobrindo. — Escutei uma voz grave que parecia pertencer a um homem e fiquei me perguntando quem era aquele ser.
— Você não pode entrar desse jeito na minha casa e sabe disso. — Minha mãe disse e não duvidei que ela agora poderia estar encarando aquele homem. — O que você descobriu?
— Me desculpe por entrar assim na sua casa, mas é muito urgente Yandra... porém não posso te contar aqui. Seria melhor em um lugar mais seguro.
O homem parecia inquieto já que andava de um lado para o outro. E tudo que eu conseguia ver, era somente os pés dele e os de minha mãe.
— E que lugar seria esse?
— Minha casa.
Escutei minha mãe rir e ela pareceu caminhar na direção dele.
— O que você descobriu? — Minha mãe perguntou e foi quando o silêncio se fez presente por alguns segundos naquela cozinha. — Vamos Jack, conte-me logo porque não tenho o dia todo. Você está me deixando curiosa e ansiosa ao mesmo tempo.
— Aqui não Yandra. Na minha casa, hoje a noite e deixe seus filhos com alguém. Agora preciso ir. — Vi o homem caminhar na direção da saída da cozinha e minha mãe soltar um suspiro.
O homem foi embora e eu decidi sair debaixo da mesa. Quando olhei para minha mãe, a mesma estava de braços cruzados e séria.
Nunca tinha visto ela com a expressão tão séria assim.
— Mamãe? — Chamei por ela que logo me olhou. — Quem era ele?
— Que ironia. — Ela riu de canto. — Quando eu tinha a sua idade, eu também fiz essa mesma pergunta para a... minha mãe.
Escutei um estrondo vindo do lado de fora fazendo com que eu me assustasse e não demorou para que começasse a chover lá fora.
Senti um peso em cima da minha barriga e fechei os olhos com força. Quando os abri, Trovão estava em cima da minha barriga e me encarando.
— A bela adormecida vai se atrasar se não se levantar agora para ir para a escola. — Ele disse e em seguida saiu de cima de mim.
Me sentei na cama e cocei os olhos. Nossa... eu estava sonhando? Pareceu tudo tão real.
— Com o que você estava sonhando? — Perguntou o meu cachorro e eu me levantei da cama.
Tentei me lembrar do sonho mas não conseguia me lembrar totalmente de tudo.
— Não me lembro de muita coisa, mas minha mãe estava no sonho. Ela conversava com um homem... ela falava até o nome dele porém não me lembro mais do nome dele. Não me lembro nem da conversa que eles tiveram só me lembro de ter perguntado a minha mãe quem era esse homem e ela dizia que quando tinha a mesma idade que a minha, tinha feito essa mesma pergunta para a mãe dela. — Digo ainda confusa com isso tudo e quando olho para Trovão, o mesmo estava encarando o chão. — Trovão?
— Eu estou te ouvindo Belle, só parei para pensar. Que sonho estranho...
— Estranho é pouco — Rir e caminhei na direção do banheiro. — Foi só um sonho, deixa para lá. Pelo menos não foi um pesadelo. — Me viro para olhar para ele que havia subido em cima da cama. — Você vai comigo hoje para a escola?
— É claro... Belle?
— Oi?
— Não acha que esse seu sonho, pode ter sido alguma lembrança do seu passado? Ou da sua infância? — Trovão perguntou e eu parei um pouco para pensar.
— Olha... eu acho que não. Foi confuso demais, creio que foi só um sonho maluco mesmo.
05:46PM
Hoje foi até que tranquilo. Peguei alguns assuntos com uma garota que era mais tímida que eu mas que teve a coragem de me contar o que perdi nos últimos dias em que faltei.
Não perdi muita coisa, ela até me explicou sobre alguns trabalhos que três professores haviam passado e que ainda iriam marcar a data para apresentar. Agradeci muito a ela por ter me dito isso tudo e também falei para ela que, se ela precisasse de alguma coisa eu estaria a disposição para ajudá-la. Só esqueci de perguntar como ela se chamava... que mente a minha em.
— Estou com uma dor de cabeça terrível. — Scarlet disse se jogando na cama dela.
Sim, aqui estou eu de novo na casa dos Murray. Mas Dominic não está aqui... não ainda, mas tenho certeza de que ele chegará daqui a alguns minutos.
Sei que temos que conversar, mas o que eu vou dizer para ele? Eu não faço ideia de por onde começar essa conversa e ainda mais sobre aquele beijo... um beijo que eu não me arrependo de ter correspondido mas sei que foi um erro e tanto.
— Belle, no que está pensando?
No seu pai amiga.
— Em nada de interessante... você disse que estava com dor de cabeça. Por que não toma um remédio? — Pergunto me sentando na beirada da cama dela.
— Você sabe que detesto remédio.
— E você sabe que se não tomar o remédio a sua dor de cabeça pode piorar. — Aviso e escuto a mesma resmungar baixinho. — Eu estou ouvindo Scarlet.
— Tá legal, eu vou tomar. — Ela disse se sentando na cama e bocejando logo em seguida. — É uma pena que o Trovão não pode vim para cá também.
— Minha mãe está fechando a floricultura um pouco mais cedo agora. Você sabe... ela ainda não está se sentindo tão bem assim, e é por isso que não irei demorar muito aqui.
— Eu entendo Belle.
Meu celular tocou e retirei o mesmo do bolso da minha calça. Olhei para a tela e vi que era minha mãe que estava me ligando.
— É minha mãe. Pelo visto terei que ir embora agora mesmo. — Digo e resolvo atender a ligação dela.
Como eu havia pensado, minha mãe precisa de mim. Me despedi de Scarlet e mandei a mesma se cuidar, e ela disse que se cuidaria e ficou agradecendo a Deus porque amanhã é sábado.
Chamei um uber para mim e no meu celular notificou que ele já estava a caminho. Iria ver Kiara mas lembrei que Scarlet me contou que a garota estava dormindo, agora que Kiara tinha seu próprio quarto, difícilmente saía dele e as coisas que a garota mais amava fazer eram ler, comer e dormir.
Desci as escadas quando vi no meu celular que o uber já estava próximo a residência de Scarlet. Quando cheguei no último degrau escutei uma voz feminina vindo de algum cômodo da casa.
Olhei para os lados mas parecia que a voz vinha do andar de cima. Não parecia ser a voz da empregada Izzy, naquele momento aquela voz era desconhecida para mim.
— Você me quer, eu sei disso Dominic. — A voz feminina que eu havia escutado antes, agora pronunciou novas palavras que eu consegui captar muito bem.
Espera, Dominic? E ele já chegou?
— Poliana não seja insistente. Agora por favor, peço que saía da minha casa porque se minha filha te ver aqui já sabe... a confusão estará feita. — Escutei a voz rouca de Dominic e olhei para trás.
As vozes realmente vinham de lá de cima.
Eu deveria ir embora por simplesmente o carro já estar me esperando no lado de fora, mas não sei o que deu em mim que resolvi subir alguns degraus para escutar mais um pouco da conversa porém, acabei me surpreendendo por ver aquela mulher, a tal da Poliana e o Dominic se beijando e os dois estavam próximos a escada.
Me surpreendi tanto que acabei derrubando o meu celular no degrau da escada, ah que merda. Me abaixei rapidamente para pegar meu celular e quando voltei a ficar de pé, os dois já estavam afastados um do outro e a tal da Poliana me olhava com desprezo.
Ela era muito bonita, tinha os cabelos longos e pretos e olhos verdes. Usava um vestido rosa escuro colado no corpo e eu percebi que Dominic me olhava um pouco surpreso, com certeza ele não esperava me ver ali.
— Me desculpem. Eu não quis atrapalhar... podem voltar ao que estavam fazendo, com licença. — Mexi na haste dos meus óculos e me apressei em descer as escadas.
Respire fundo Annabelle, você não tem nada com o Dominic.
Fiquei repetindo isso na mente para mim mesma mas confesso que, ver ele beijando aquela mulher me deixou magoada e posso dizer que um pouco irritada. Eu sou muito burra de verdade, o que eu estava pensando? Que ele estava se interessando por mim? Pelo amor de Deus, essa Poliana é muito mais linda que eu, a mulher é perfeita.
Talvez eu tenha precisado ver isso... a conversa que eu teria com ele não daria em nada. Ele iria dizer que tinha me beijado por impulso, é claro, a feia aqui não tem chance alguma com o homem que é o sonho de consumo de qualquer mulher bonita.
Abri a porta da casa de Scarlet e sai rapidamente fechando a porta com um pouco de força sem querer. Olhei para a tela do meu celular e o carro já estava na rua, pelo menos isso. Enviei uma mensagem dizendo que já estava indo e quando eu iria dar um passo a frente escutei a porta atrás de mim ser aberta e em seguida fechada.
Fechei os olhos já sabendo quem poderia estar atrás de mim agora. Iria sair quando senti uma mão pegar no meu pulso.
— Annabelle espere.
Olhei para ele com raiva e o mesmo soltou o meu pulso.
— Esperar o que Dominic? Olha, não precisa me explicar nada de verdade e não se preocupe, Scarlet não ficará sabendo do que acabei vendo. — Digo e iria dar as costas para ele quando o mesmo se colocou na minha frente.
Ele é mais alto que eu e graças a isso tive que erguer um pouco mais a cabeça para olhar para ele.
— Eu imagino o que você deve estar pensando, mas não é exatamente isso Annabelle. Não pense que eu e Poliana temos alguma coisa porque não temos. — Ele disse sério e eu rir de canto e cruzei os braços.
— Você não sabe o que eu estou pensando no momento. Dominic você é um homem solteiro e... vamos ser sinceros aqui, eu não chego nem aos pés das mulheres que são do mesmo nível que você. Elas tem muita coisa que eu não tenho, eu sei disso, não sou tão idiota assim. — Digo ficando cabisbaixa mas logo volto a olhar para ele. — E já que estou sendo sincera, vou te fazer uma pergunta e quero que você seja totalmente sincero comigo. Você me beijou naquele dia somente por... impulso?
Ele ficou calado durante alguns minutos e quando percebi que ele iria falar algo decidi interrompê-lo.
— Quer saber? Não precisa mais responder. Os poucos minutos que você permanceu calado já foi uma grande resposta para mim.
— Annabelle...
— Não. — Digo interrompendo ele mais uma vez e sinto meus olhos marejarem. — Dominic eu já me iludi tanto com algumas coisas e no final... acabo percebendo isso e o quanto me precipitei. Mas está tudo bem — Enxugo rapidamente uma lágrima que escorre pelo meu rosto. — A feia aqui não merece ter nada com alguém como você. Eu nem sei o que eu estava pensando, você é pai da Scarlet, pai da minha melhor amiga...
— Annabelle você pode me deixar falar? Caralho, eu não me arrependo de ter te beijado e se foi por impulso? Sim e não, mas a verdade é que não me arrependo de nada. — Ele disse apoiando suas duas mãos no meu rosto, uma de cada lado.
— Eu também não me arrependo, o que chega a ser mais errado ainda. E é por isso que... acho melhor esquecermos isso tudo que aconteceu, vai ser melhor para nós dois. — Digo e afasto as mãos dele do meu rosto. — Esquece tudo que te falei quando eu estava bêbada, sóbria enfim só... esquece porque eu irei tentar te tirar da minha cabeça também. Adeus Dominic.
Antes que ele conseguisse falar alguma coisa, decidi sair da casa dele o mais rápido possível. Não demorou para que eu estivesse dentro do carro e o motorista dando partida para me levar para casa.
Essa decisão que acabei de tomar vai ser difícil mas eu tenho que consegui. É melhor assim... a cena que vi dele e daquela mulher se beijando também ajudou muito para mim tomar esse tipo de decisão. Só confirma que, se eu me envolvesse mesmo com ele, ele iria enjoar de mim por eu ser simplesmente muito estranha e esquisita, de brinde também não sou bonita como Poliana então... eu só seria iludida mais uma vez e iria sofrer demais depois.
[...]
Quando cheguei em casa, preparei o jantar para a minha mãe e para mim. Jantamos e eu fiz de tudo para esconder dela de como eu estava realmente me sentindo naquele momento.
Ela não pareceu notar que eu estava triste e eu agradeci mentalmente a Deus por isso, eu só não consegui esconder de uma pessoa, ou melhor de um cachorro que além de ler a minha mente sabia exatamente como eu me sentia mesmo sem precisar ter acesso a minha mente ou aos meus pensamentos.
Já estava tarde e nesse momento estou terminando de tomar meu banho para poder ir dormir. Quando sai do banheiro, dei de cara com Trovão em cima da cama e me encarando.
— Não vai me contar o que aconteceu? — Ele perguntou e eu caminhei na direção do meu guarda-roupa. — Eu estou te dando mais privacidade Belle, não estou escutando ou vendo tudo que você faz o dia todo. Escutar o seu coração batendo para mim já indica que está viva e eu não preciso te bisbilhotar nem nada do tipo.
— Então... você não leu a minha mente assim que cheguei em casa? — Pergunto pegando meu pijama e colocando-o em cima da cama.
— Não, estou finalmente aprendendo a controlar esse poder e só ter acesso a sua mente ou aos seus pensamentos quando eu quiser. — Ele disse se deitando na minha cama e olhando para a parede de cor branca. — Mas e então... não vai me contar?
Fiquei feliz por Trovão já que ele estava aprendendo a controlar um dos seus poderes, inclusive o poder que ele não sabia como controlar muito bem que é o poder de ler a mente das pessoas.
— Até eu estou feliz Belle por estar conseguindo controlar. — Ele disse e eu dei um sorriso fechado. — Mas vamos, me conte.
— Dominic. — Digo retirando a toalha branca do meu corpo e vejo meu cachorro fechar os olhos.
— Vocês conversaram?
— Sim... eu também vi ele beijando a tal da Poliana. Ela é tão bonita Trovão que naquele momento eu me senti mais feia do que já sou. — Confesso vestindo minha calcinha de cor preta e em seguida meu pijama que era um vestido. — Quando vi os dois se beijando, naquele momento fiquei muito surpresa. Depois fiquei irritada e... magoada, não entendi o porquê disso já que não tenho nada com ele.
Caminhei na direção da minha penteadeira e peguei o meu perfume.
— Você já parou para pensar que não pode ser só atração que você sente por ele?
Terminei de passar perfume e olhei para o meu cachorro que agora já estava de olhos abertos e com a cabeça encostada no meu travesseiro, parecia gente.
— Não gosto dele Trovão, o que sinto por ele é só desejo... atração mesmo. Não me permitiria se apaixonar por alguém novamente. — Digo e me aproximo da minha cama.
Me sento e vejo Trovão fechar os olhos mais uma vez. Ele provavelmente está com sono.
— E estou mesmo. Mas só irei dormir quando você me contar tudo o que aconteceu na casa da tempestade.
Decidi contar para Trovão sobre o momento em que vi a cena do Dominic e da tal Poliana se beijando, e também da conversa que tive com Dominic. Quando terminei de contar tudo para o meu cachorro, o mesmo ainda permanecia de olhos fechados.
— Então acabou? Você e o pai da tempestade... não rola mais nada? — Ele perguntou depois de alguns minutos em silêncio.
Neguei com a cabeça e também me deitei na cama.
— Hum... acha mesmo que vai conseguir tirar ele da sua cabeça?
— Eu não sei Trovão, mas eu vou tentar. Eu queria tanto que algum outro homem aparecesse na minha vida e gostasse de mim, acho que seria mais fácil para mim esquecer o Dominic. — Digo e quando vejo Trovão se sentar na cama e me encarar, começo a rir.
— Posso te dar um conselho em relação a isso? — Ele perguntou e eu confirmei sua pergunta com um aceno de cabeça. — Belle, para mim a verdade é que... ninguém esquece ninguém. São apenas os sentimentos que mudam sobre determinada pessoa então, os seus sentimentos que deveriam mudar em relação ao Dominic Murray.
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Espero que tenham gostado, votem e comentem...
Bjooooooooos ✨
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