ꕥ Capítulo 11 ꕥ
Annabelle Narrando
05:59PM
Desde pequena, eu sempre gostei de assisti desenhos e mesmo eu estando agora com 19 anos... eu ainda gosto. Muitas pessoas dizem que é infantil demais um adulto assistir desenhos, mas eu não acho isso. Pelo menos eu, quando assisto algum desenho que já assisti na infância eu relembro a minha infância e o quanto eu deveria ter aproveitado um pouco mais.
Mas minha infância parou de ser divertida quando minha irmã se foi. Nesse momento estou assistindo Bob Esponja e Trovão está deitado em cima da minha cama, ao meu lado.
— Bom dia senhor! Você gostaria de comprar chocolate? — Perguntou Bob esponja animado segurando algumas barras de chocolate ao lado de Patrick, e do mesmo jeito que o Bob esponja segurava algumas barras de chocolate, Patrick também segurava outras barras de chocolate.
— Bem, isso não é jeito de levar a mercadoria. — Disse o peixe de cor roxa que usava uma camisa de cor amarelo claro e um pequeno chapéu de cor marrom na cabeça.
Rir daquilo pois o peixe repreendeu Patrick com o olhar por ele estar carregando barras de chocolate dentro de sua roupa, na parte traseira do seu calção.
Escutei um barulho vindo de lá de baixo e foi quando parei de assistir. Pausei o desenho e olhei para o Trovão que agora também parecia atento.
Está de noite e minha mãe havia saído, ela disse para mim que não iria demorar.
— Não é a sua mãe que está lá embaixo. — Disse Trovão pulando da minha cama e indo para o chão.
Levantei da cama e caminhei na direção da porta do quarto, a abri e logo sai caminhando pelo corredor em passos lentos.
— E quem você acha que é? — Pergunto em um tom de voz baixo para que Trovão me escutasse porém, ao olhar para o meu lado esquerdo, Trovão não estava mais ali.
Escutei uma risada calma e feminina, rapidamente olhei para trás e vi minha irmã no final do corredor, agora olhando para mim. Ela vestia um vestido verde escuro e estava com o cabelo amarrado em um rabo de cavalo.
Ela correu para dentro do quarto da nossa mãe e eu decidi ir atrás dela, o quarto de minha mãe fica no final do corredor e o corredor não é tão grande assim, então não demorou para que eu me aproximasse e entrasse dentro do quarto de minha mãe.
O quarto estava escuro, mas a janela estava aberta e foi graças a janela aberta que a luz do luar lá fora estava iluminando um pouco o quarto. Caminhei na direção da janela e fui surpreendida por alguém apertando forte o meu pescoço. Tentei afastar aquelas mãos geladas do meu pescoço e quando me esforcei para olhar para a pessoa que estava com as mãos no meu pescoço e atrás de mim, me assustei ao ver Annabel tão diferente. Com os cabelos desgrenhados e olheiras fundas.
— Ela é perigosa, tome cuidado Belle ou você irá morrer também. — Ela disse com a voz embargada enquanto apertava o meu pescoço, eu tossia e tentava afastar as mãos dela de mim. — Cuidado com a... mamãe — Ela sussurrou as palavras e eu fechei os olhos com força.
Acordei assustada praticamente dando um pulo da cama e com a mão direita no pescoço. Minha respiração está acelerada e eu estou até mesmo suada.
— Pesadelo de novo? — Escutei a voz de Trovão e olhei para a beirada da cama, que era onde ele estava e agora me encarando.
— Esse foi pior que o outro. — Passei as mãos no rosto e respirei fundo. — Que horas são?
— São seis horas da noite agora. Assim que chegamos da escola você tomou banho e começou a assisti o desenho daquela esponja amarela, você dormiu enquanto assistia e eu desliguei a tv. — Ele disse calmamente e eu arqueei a sobrancelha por saber que ele desligou a tv. — Sim eu desliguei a tv, só é pressionar a pata no famoso botão vermelho do controle. Não é tão difícil.
— Tudo bem... por quanto tempo eu dormir?
— Uma hora no máximo, eu acho. — Ele desceu da cama e eu cocei a nuca. — Não vai me contar o que sonhou?
Um pesadelo com a minha irmã... de novo.
— Uh! De novo? — Perguntou Trovão lendo os meus pensamentos e agora me olhando, abracei meu próprio corpo.
— Ela me mandava ter cuidado com a... mamãe e que ela, a mamãe era perigosa. Ela me mandava ter cuidado se não eu iria morrer também... é loucura demais. — Digo passando as mãos no meu rosto.
— Mais avisos. O que eu não entendo é sua irmã se referir a Yandra como uma mulher perigosa sendo que sua mãe não apresenta perigo algum, se apresentasse eu já teria notado. — Ele disse tão confuso quanto eu.
— Por isso eu tento não entender isso, desisti de entender ou de tentar desvendar. Vai ver estou pensando demais em Annabel que acabei tendo esse pesadelo. Mas a Annabel que eu via no meu sonho... me dava medo, primeiro, ela parecia um fantasma e segundo... ela tentava me matar enquanto me mandava tomar cuidado.
— Intrigante. Gostaria que sua irmã estivesse viva para me contar o porquê Yandra é perigosa.
— Quer saber? Vai ver era coisa da cabeça de Annabel. Nossa mãe deve ter descoberto algum segredo dela e ela com medo do castigo que poderia levar, veio com esse papo de "cuidado com a nossa mãe". — Fiz aspas já me irritando quando pronunciei a frase que Anna havia me dito quando eu tinha apenas 6 anos de idade.
— O mistério ainda continua. Para mim Yandra, sua mãe, ela esconde algo mas não me parece uma mulher perigosa. — Ele disse caminhando na direção da porta do quarto que estava aberta.
— É porque ela não é Trovão. Se você ficar pensando no que Annabel me falou antes de morrer, vai ter é dor de cabeça assim como eu já tive. Por isso que evitei durante alguns anos perguntar sobre minha irmã para a minha mãe, a última vez em que perguntei foi naquele dia em que estávamos dentro do carro, você lembra? Quando estávamos saíndo da casa de Scarlet. — Digo afastando o edredom do meu corpo e me levantando da cama.
— Sim, eu me lembro. Mas aí está uma pista, sua mãe confirmou nos próprios pensamentos que Annabel jamais se mataria. — Ele disse olhando para mim e eu arqueei uma sobrancelha, aquilo não significa nada. — Significa sim e você sabe disso.
— Significa o quê? Que minha mãe possa ter matado a minha irmã? A própria filha dela?
— Belle eu sei que errei em acusar sua mãe disso e criar essa teoria, peço desculpas por isso mais uma vez. Mas o que estou querendo dizer é que alguém possa ter assassinado Annabel, você não acha isso? — Ele perguntou se sentando no chão e eu cruzei os braços.
— Acho que sim e ao mesmo tempo acho que não. — Solto um suspiro pesado. — A morte de Anna nos pegou de surpresa. Eu, minha mãe e meu irmão sempre nos recusamos a acreditar que Annabel tenha tirado a própria vida, mas... acho que ela realmente se suicidou. É doloroso sabe... — Sinto meus olhos marejarem e Trovão caminha na minha direção. — É doloroso falar sobre isso.
— É um assunto delicado. Vamos fazer o seguinte, esquecemos esse assunto por agora e vamos descer para preparar o jantar. — Ele disse ficando de pé somente com as patas de trás, e as patas fofas da frente apoiando-se nos meus joelhos. — Vamos Belle, o seu cachorro está com fome e precisa de ração. — Ele disse me fazendo rir e rapidamente enxuguei as poucas lágrimas que ameaçaram escorrer pelo canto dos meus olhos.
Nós dois saímos do quarto e sinceramente, me arrependo de ter insistido tanto para que minha mãe me falasse sobre Annabel. O assunto é delicado demais para ela, assim como é para mim também, eu deveria ter entendido e não insistido.
Trovão está se tornando um grande amigo para mim, quando não tinha ele, eu ficava sozinha a essas horas falando comigo mesma. Sim, eu falava e ainda falo sozinha... não é tão ruim, apesar de algumas pessoas acharem isso uma loucura total.
Preparei para o jantar uma sopa de legumes e quando minha mãe chegou, ela veio correndo direto para a cozinha dizendo que o cheiro da minha sopa de legumes está incensando a casa toda. Me senti a master chef naquele momento. Assim que a sopa ficou pronta, nós duas jantamos e eu coloquei a ração do Trovão na tigelinha dele.
Minha mãe terminou de comer e riu de canto quando seu celular vibrou em cima da mesa.
— Homem na área.
Escutei a voz de Trovão na minha cabeça e quase engasguei com o caldo da sopa que já estava passando pela minha garganta. Minha mãe me olhou e eu tossi colocando a mão direita na boca, quando me recuperei, respirei fundo.
— Calma Belle! A sopa não vai fugir do seu prato. — Ela disse me repreendendo com o olhar mas logo passou a me olhar preocupada. — Se alimente devagar.
— Só me engasguei mamãe, já passou. — Digo e vejo a mesma pegar o celular dela e começar a digitar algo. — Com quem está falando?
— Com um velho amigo. — Ela disse ainda digitando. — E irei me retirar agora, vou tomar banho. — Ela disse se levantando da cadeira e bloqueando o celular.
— Velho amigo é? — Pergunto com um sorriso malicioso e a mesma rir cruzando os braços.
— Ah não vem com essa Belle, eu e ele só...
— Só...?
— Só estamos conversando, nada demais. — Ela disse descruzando os braços e eu fiz um meneio de cabeça. — Não faça isso, sei que quando faz isso é porque duvida de algo.
— Mas eu não falei nada. — Rir de minha mãe percebendo que ela estava ficando nervosa.
— Esse velho amigo dela a convidou para sair depois de amanhã e ela não respondeu, prefere ir tomar logo um banho enquanto pensa se aceita ou não.
Interessante.
— Mãe. — Chamei por ela que já estava preste a sair da cozinha, afastei minha mão da colher de sopa e olhei para ela. — Não tenha medo de se relacionar com alguém por causa de mim, eu vou ficar bem.
— Oh querida, não! Não pense que quero me relacionar com alguém agora, estou solteira desde que seu pai morreu. Eu estou como você no momento, não querendo nada com ninguém.
— Sua mãe já se interessou pelo pai da melhor amiga dela?
Trovão, por favor.
— Entendo, só queria que soubesse da minha opinião. — Digo e ela dá um sorriso fechado.
— Fico feliz em saber que você ficará bem se caso eu comece a me relacionar com alguém. Mas eu não vou Belle, só eu e você está perfeito. — Ela disse com um sorriso no rosto e eu vi meu celular vibrar em cima da mesa. — É meu futuro genro te ligando?
— Que genro que nada. — Digo fazendo uma careta e a mesma gargalhou. — É Scarlet. — Digo olhando agora para a tela do meu celular e vendo o nome de Scarlet.
— A garota de cabelos vermelhos?
— Ela mesma.
— O que rola entre vocês duas? — Ela perguntou se encostando na porta da cozinha e foi minha vez de rir.
— Pelo amor de Deus mãe! A senhora sabe que não curto essa fruta. — Sou sincera e vejo a mesma me olhar desconfiada.
— Ela acha mesmo que você e a tempestade tem algo. Yandra é hilária, se ela soubesse mesmo que o que a filha dela quer é o pai da tempestade... ela teria um enfarte. — Ele disse rindo.
Minha mãe saiu da cozinha e eu encarei Trovão que estava deitado em cima do pequeno tapete de cor laranja, perto da pia.
— Você quer parar? Se Scarlet ficasse sabendo dessa teoria da minha mãe, ela se acabaria de rir. E se ela soubesse que eu sinto uma atração pelo... eu não quero nem pensar. — Decido atender a ligação dela e não demorou para que eu escutasse a voz dela, ela parecia entediada.
Ligação On 📲
— Alô Belle? Que tédio amiga, que tédio.
— Oi Scarlet. Me ligou só para falar que está no tédio? — Pergunto e escuto a mesma rir. — Só você mesmo. O que houve?
Já conhecia Scarlet e já tinha noção de que ela queria aprontar alguma coisa, mas antes de tomar qualquer decisão é claro que ela iria me ligar antes.
— Você tem identidade falsa?
Sei que uma pessoa como eu, é difícil se esperar que tenha uma identidade falsa, mas eu tenho.
— Mais que tipo de pergunta é essa? Por que quer saber? — Pergunto confusa e olho para o Trovão que ia se levantando de cima do tapete.
— E você realmente tem uma identidade falsa? Olha só. — Disse Trovão olhando para mim e eu desviei o olhar dele e olhei para a minha sopa.
— Trovão está por perto? Então vamos nós três. — Ela disse animada e eu fiquei mais confusa ainda.
— Olha Scarlet eu tenho uma identidade falsa tá legal? Mas eu não... não gosto de usar essa identidade e o motivo já tá bem na cara, é falsa. Quem fez para mim foi meu ex namorado, ele me arrastava para os bares, festas, tudo isso contra a minha vontade e eu... esquece. — Decido encerrar o assunto e vejo Trovão subir em cima da cadeira que estava ao meu lado. — Eu até pensei em queimar essa identidade, mas decidi deixar guardada mesmo.
— Oh amiga! Eu sinto muito pelo que o cretino do seu ex fazia com você, de verdade, ainda bem que ele sumiu do mapa. Mas por favor... vamos em um bar hoje? Eu preciso sair de casa um pouco, beber um pouco mas não quero ir sozinha. Te prometo que não irei passar dos limites, e quero você e o Trovão me fazendo companhia. — Ela disse tentando me convencer e eu olhei para o meu cachorro.
— Scarlet você irá me desculpar, mas eu odeio bares então, eu não vou. — Ele disse sério e logo desceu da cadeira.
Notei que o comportamento de Trovão havia mudado derrepente e estranhei.
— Trovão?
— Não é nada Belle. — Ele respondeu antes de sair da cozinha. — Irei ficar e fazer companhia a sua mãe, se você quiser ir com Scarlet por mim tudo bem.
— Poxa! Eu queria que ele fosse também. — Escutei a voz de Scarlet do outro lado da linha, provavelmente ela havia escutado o que Trovão havia falado.
Ainda tem uma questão, minha mãe.
— Scarlet eu não bebo. E desde quando você tem uma identidade falsa? Você bebe com frequência? Meu Deus! Você só tem 17 anos. — Digo me preocupando com ela e escuto ela rir.
— Virou meu pai agora? Relaxa Belle, eu não bebo com frequência. Raramente eu bebo e quando bebo é sempre moderadamente. — Ela explicou mas mesmo assim eu desconfiava que ela não fosse beber pouco nesse bar. — A identidade falsa quem conseguiu fazer para mim foi uma amiga minha, na verdade ela não é mais minha amiga. Ela dava em cima do meu pai e na minha frente, como acha que eu me sentia em relação a isso?
Eu prefiro nem responder mas essa "amiga" que ela teve foi muito atirada. Ela não sabia só admirar e ficar na dela?
— Não são todas as mulheres que pensam assim como você Belle, tem mulheres que até passam dos limites. — Escutei a voz de Trovão na minha cabeça e olhei para ele que estava na entrada da cozinha.
— Vou para o quarto de sua mãe e se prepare para pedir a autorização dela. — Ele disse e logo saiu caminhando entre suas quatro patas.
— É pesado. — Respondo a pergunta de Scarlet.
— Demais. Mas e então, você aceita ir comigo? Você não precisa beber, só me fazer companhia e não vamos vim para casa tarde. Antes das onze horas da noite já chamamos um Uber, vamos de oito e meia, o que me diz?
Pensei um pouco se iria ou não, apesar de eu ser um pouco caseira e amar ficar em casa, acho que preciso sair um pouco também. Para espairecer a mente.
Três horas depois...
— Eu ainda não acredito que você disse para a sua mãe que iria para uma festa de uma "prima" minha. Depois eu que não tenho jeito. — Disse Scarlet rindo de mim assim que passamos pelos seguranças e fomos autorizadas a entrar na boate.
Pois é ela decidiu vim a uma boate, não um bar, uma boate.
— Se ela soubesse que eu estou aqui teria um enfarte. — Digo alterando um pouco a voz por causa do som alto no local e vejo Scarlet gargalhar mais uma vez.
Nós passamos por algumas pessoas e eu segui Scarlet que caminhou na direção de um barzinho, ela se sentou em dos bancos altos e eu me sentei em outro banco alto ao lado dela.
A boate estava começando a lotar. Tinha gente bebendo, dançando e até mesmo se pegando. Scarlet pediu por uma dose de tequila e o barman disse que iria preparar. Ela logo me olhou e riu de canto, ela usava um vestido vermelho tomara que caia, mas que marcava bem as suas curvas. Ela também estava com uma maquiagem leve no rosto e seus cabelos estavam soltos.
— Tem certeza que não quer mesmo beber? — Ela me perguntou.
— Eu não bebo muito Scarlet, sou fraca para essas coisas. A última vez que bebi fiquei tão bêbada que segundo minha mãe, eu não parecia eu mesma. — Digo vendo minha amiga assenti. — Ela ficou furiosa quando meu ex me deixou em casa e bêbada, minha mãe me disse que eles chegaram até a discutir mas não foi muito porque ele estava fora de sí também.
— Você bebeu porque quis ou esse seu ex te obrigou a beber?
— As duas coisas. Ele ficava me dizendo que eu era santinha demais e que não sabia aproveitar a vida, que eu não sabia me divertir e eu me importava muito com o que ele dizia na época. Sabe, eu agradeço a Deus por ter tirado aquele... pivete da minha vida. — Confesso e Scarlet apoia sua mão no meu ombro.
— Esse pivete tem sorte de estar vivo ainda, se eu visse ele hoje em dia eu mesma iria matá-lo. — Ela disse séria e eu cocei a nuca.
Pior que conhecendo minha amiga, ela seria capaz de fazer isso mesmo.
— Vamos deixar esse assunto de lado. Mas e você, que ideia foi essa de vim beber e justo hoje? — Pergunto curiosa e ela afasta sua mão do meu ombro, revirando os olhos.
— Meu pai saiu e eu sei que foi com aquela mulher miserável, eu a vi pela janela do meu quarto. Ela encostada no carro e esperando por ele, aquela carrapato. — Ela disse irritada e eu fiquei me perguntando o porquê Dominic mentiria para mim dizendo que não se envolvia mais com essa tal de Poliana, sendo que na verdade ele ainda deve se envolver. — Mandei Izzy cuidar de Kiara. Kiara dorme cedo demais e o engraçado é que ela acorda tarde mesmo indo dormir muito cedo.
Rir daquilo e o barman logo deixou o copinho de tequila perto de Scarlet, a mesma agradeceu com um aceno de cabeça e voltou a me olhar.
— Kiara dorme as nove e meia, então eu disse para a Izzy que eu estaria em casa às dez horas e que quando eu chegasse ela poderia ir para casa. — Ela explicou. — Então tudo certo, nada errado. Meu pai não volta para casa hoje, aproveitei para dar essa escapada e ainda te convidei para fazer parte dessa minha escapada.
— Você é louca. — Rir e vi a mesma pegar o copinho de tequila. Ela aproximou o copinho dos seus lábios pintados de vermelho e não demorou para beber o líquido todo de uma vez.
A mesma colocou o copinho vazio em cima do balcão e uma mulher muito bonita e loira se aproximou da minha amiga, ela vestia uma calça jeans escura e uma blusa seda rosa claro. Ela sussurrou algo no ouvido da minha amiga que logo me olhou.
— Então... — Scarlet se virou um pouco para olhar para a mulher que estava atrás dela. — É que eu vim com a minha amiga, não posso deixar ela sozinha. — Ela direcionou seu olhar para mim e a loira também me olhou.
— Ela pode se juntar a nós também. — A mulher disse me analisando e eu encarei Scarlet que riu de canto.
— Ela não curte. Ou curte? — Scarlet perguntou me olhando e não demorou para que eu percebesse sobre o que as duas ali estavam falando. Neguei com a cabeça e Scarlet voltou seu olhar para a mulher agora, a sua frente.
— Ah... mas você... gostaria de dançar? Só dançar. — A loira convidou Scarlet e mais uma vez minha amiga me olhou.
— Vai, eu vou ficar bem.
Alguns minutos depois...
Eu não estou nada bem.
Scarlet se levantou do banco para ir dançar com a mulher loira e quando me virei para olhá-las quase agora, as duas estão aos beijos na pista de dança e eu estou aqui sentada no banco do barzinho e observando as pessoas se divertirem. Pois é, quem agora está no tédio sou eu... gostaria de ir para casa.
Mas estou feliz por Scarlet estar se divertindo, eu nem sabia que ela curtia mulheres e fiquei um pouco surpresa quando deduzi e vi isso, mas não tenho nada contra.
— Moça, eu não sou o tipo de homem intrometido mas... você está sentada nesse banco já faz mais de trinta minutos, sabia disso? — Perguntou o barman se aproximando um pouco de onde eu estava, o que nos separava era somente o grande balcão.
— Mais de trinta minutos? Nossa. — Fiquei surpresa pois pensava que só fazia dez minutos que eu estava ali. Olhei para o barman de olhos claros que logo assentiu.
— Você deveria ir até a sua amiga que estava aqui com você e confessar que não está se divertindo, não acha? — Ele perguntou e parecia que havia me observado enquanto eu estava aqui.
— Não, eu estou bem aqui. Ela precisa se divertir. — Desvio o olhar do barman e volto a olhar na direção da pista de dança, mas dessa vez não consegui ver Scarlet.
Mais pessoas haviam se juntado á pista de dança e eu desisti de procurar minha amiga com o olhar, ela deve estar se divertindo e se pegando com aquela loira. Não duvido de Scarlet.
Olhei para as garrafas de bebidas alcoólicas que estavam atrás do barman, em uma prateleira grande na cor preta. A luz de fundo atrás das garrafas, era na cor azul claro, deixando assim as garrafas um pouco chamativas.
Pensei se era uma boa eu beber uma dose de whisky... estão todos se divertindo e eu estou aqui no tédio. E agora para me encontrar Scarlet nessa multidão vai ser complicado, é melhor eu esperá-la aqui. Enquanto isso...
— Vou querer uma dose de whisky. — Digo rápido antes que o barman se afastasse de mim.
Vejo ele assenti e se afastar um pouco de onde eu estava, fiquei encarando as minhas unhas e não demorou para que o barman colocasse o pequeno copo de whisky em cima do balcão e perto de mim.
Peguei o copo e pensei um pouco se eu deveria beber mesmo... ah que nada, eu não vou ficar bêbada com uma só dose de whisky. Rapidamente virei o pequeno copo de bebida alcoólica dentro da minha boca e senti o líquido descer rasgando pela minha garganta, fiz uma careta e balencei a cabeça.
Fazia anos que eu não bebia whisky...
— Ei! — Chamei pelo barman que estava preparando uma bebida para outra pessoa, ele me olhou e eu apontei agora para o pequeno copo vazio a minha frente. — Mais uma dose. — Ao dizer isso percebi ele me olhar preocupado, porém acabou assentindo.
Scarlet Narrando
A minha noite está sendo ótima, eu estava precisando mesmo sair daquela casa e vim me divertir. A loira com quem eu estava ficando, precisou ir embora porque uma irmã dela estava passando mal em casa. Mas antes dela ir, ela me passou o número dela e claro que eu disse que iria adicionar o número dela e que qualquer coisa entraria em contato.
O que eu não esperava era que quando voltasse para perto do barzinho, Belle estaria com a cabeça apoiada no balcão e com um pequeno copo de vidro vazio perto do seu rosto. Quando me aproximei dela o barman também se aproximou do outro lado do balcão, ele me contou que ela havia bebido mais de três doses de whisky e ainda ficou pedindo por mais só que ele não deu por ela já estar muito bêbada.
Maldita hora em que a deixei aqui sozinha e cai no papo dela de que "vai, eu vou ficar bem" estou vendo o quanto ela está bem. Só se for bem mal.
E nem vou contar o trabalho que deu para levantar ela do banco do barzinho, ela está mais bêbada do que eu pensava e nem parece ela mesma.
Quando o nosso uber chegou, ela veio o caminho inteiro reclamando dentro do carro, dizendo que gostaria de ter bebido mais e que eu sou chata. Eu chata? Até parece.
— O motorista é tão lindo. Ei! — Ela alterou um pouco a voz. — Você é solteiro? — Ela perguntou e começou a rir.
Parece que colocaram uma mulher ousada e safada no lugar da Belle que eu conheço, ela não falaria uma coisa dessas se estivesse sóbria. É a primeira vez que presencio ela completamente bêbada e meu Deus!
— Queira perdoá-la moço, ela está bêbada. — Digo para o motorista que graças a Deus me entendeu e disse que eu não precisava me preocupar.
Demorou alguns minutos para chegarmos na minha casa até que finalmente, o motorista entrou na rua em que moro e parou o carro perto dos portões da minha residência. Amém.
Paguei o mesmo e logo puxei Belle pelo braço para ela sair do carro, quando consegui tirá-la do carro, fechei a porta do banco de trás e mais uma vez me desculpei por Belle com o motorista.
— Tchau gostoso. — Ela fez o sinal de tchau com a mão quando o motorista deu partida e eu revirei os olhos.
— Belle pelo amor de Deus! Agora eu entendi o porquê você me contou que sua mãe ficou furiosa quando seu ex namorado te deixou bêbada em casa há alguns anos atrás.
Meu Deus! A mãe dela, ainda tem mais essa.
— Minha mãe... — Ela disse encarando o chão, mas logo voltou a rir feito maluca.
Abri o cadeado e em seguida os portões, está tarde. Deve ser dez horas e Izzy já deve estar a minha espera para poder ir para casa, tomara que Kiara tenha dormido.
Peguei na mão de Belle e a puxei para dentro da minha casa. Fechei os portões e voltei a pôr o cadeado, ainda bem que o meu pai não está em casa, não iria ser nada legal ele ver eu chegando com a Belle nesse estado.
— Faz tanto tempo que eu não faço sexo. — Ela disse enquanto eu ajudava ela a caminhar na direção da porta, se eu a deixar caminhar sozinha é capaz dela tropeçar nos próprios pés.
— Faz é? — Pergunto e vejo ela confirmar com um aceno de cabeça. Logo destranquei a porta e entrei dentro de casa com Belle. — Você está dizendo coisas que eu pagaria para ver você dizendo sem estar bêbada.
— Só digo... verdades.
— Sei. Olha, vou te deixar aqui e vou subir para falar com Izzy e liberar ela. Ainda bem que meu pai não vem para casa hoje se não
— Se não o que Scarlet? — Me assustei quando escutei a voz de meu pai e ergui um pouco a cabeça para olhar na direção das escadas, que era exatamente onde ele se encontrava. De braços cruzados e agora me encarando, ele estava usando um roupão de banho na cor azul escuro e seus cabelos estavam molhados. Provavelmente ele acabou de sair do banho.
Ah não, ele não era para estar em casa agora... fodeu.
×××××××××××××××××××××××××××××××××××
Espero que todos tenham gostado votem e comentem...
Bjooooooooooos ✨
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro