ꕥ Capítulo 43 ꕥ
Sexta-feira
05:34PM
Annabelle Narrando
Essa semana havia se passado rápido e hoje decidi vim a casa de Scarlet porque estava com saudades de Kiara e sempre que eu podia, eu dava um jeito de vim vê-la, mesmo que eu ficasse por pouco tempo pois não queria dar de cara com o Dominic.
Não o vejo desde que ele saiu da minha casa naquele dia, ele me ligou algumas vezes nessa semana mas eu não atendi... o que eu quero conversa com ele não poderia e não pode ser por telefone.
Ele deve pensar que eu estou o rejeitando mas não é isso... eu só quero... acabar logo com toda essa mentira. Eu não aguento mais olhar na cara da Scarlet e continuar mentindo para ela enquanto ela, me conta tudo.
Disse até mesmo que iria se encontrar com a Raquel amanhã, que iria aproveitar que o Dominic iria sair e não tinha hora para voltar. Segundo ela, ela não pretendia voltar tarde para casa por causa de Kiara.
Se ela soubesse que o pai dela vai passar praticamente a tarde toda amanhã comigo... enfartaria.
E falando no Dominic, até agora ele não chegou. Ainda bem.
— E eles estão brigados Belle, o que me deixou triste. Ele foi tão ignorante com ela... — Kiara disse e eu dei um sorriso fechado, mesmo que ela não pudesse ver.
Ela estava me contando a história do livro que ela estava lendo, o que eu estava achando interessante e ao mesmo tempo com algumas reviravoltas.
— Eu não me conformei com esse capítulo Belle, eles são melhores amigos e não deveriam se afastar desse jeito. — Ela disse e eu soltei um suspiro, passando a mão nos seus cabelos ruivos.
— As vezes Kiki... quando dois amigos se afastam, correm o risco de nunca mais se falarem ou se verem novamente. Mas em alguns casos, tem amigos que tentam se acerta depois e então... a amizade volta. — Digo e foi a vez dela de soltar um suspiro.
— Mas ela mentiu para ele, ele ficou tão bravo que... disse que não queria ver ela nunca mais. Mas eu acredito que a amizade deles possam voltar, ele disse que ela sempre seria a melhor amiga dele então... por que não? E ele não tem mais ninguém, só o avô dele. — Kiara explicou e eu afastei minha mão dos seus cabelos.
— Acha que ele perdoaria ela por ter mentido por... tanto tempo para ele?
— Claro, ele tem que perdoar... assim eu espero. — Ela disse e eu encostei minhas costas no sofá e Scarlet apareceu na sala com um balde de pipoca.
— Voltei! Sobre o que falavam? — Ela perguntou se sentando perto de Kiara e colocando o balde de pipoca nas pernas da irmã.
— Sobre o livro que eu estou lendo — Kiara respondeu e respirou fundo, conseguindo assim, senti o cheiro da pipoca. — Pipoca? — Perguntou e vi seus olhinhos azuis ficarem confusos.
— Claro. — Scarlet respondeu.
— E você colocou sal? — Kiara perguntou e Scarlet já estava enchendo a mão direita de pipoca quando parou ao escutar a pergunta da irmã.
Scarlet me olhou e eu comecei a rir da situação.
— Bem lembrado, bem lembrado Kiara. Ah me desculpem eu estou
— Com a cabeça nas nuvens, eu sei. — Kiara disse interrompendo ela e eu parei de rir vendo Scarlet pegar o balde de pipoca.
A nuvem... a nuvem que se chama Raquel.
— Eu volto já. — Scarlet saiu da sala e escutei o som de trovões vindo de lá de fora.
Percebi Kiara ficar assustada e também um pouco agitada. Me aproximei mais dela e ela ergueu os braços para me abraçar, eu a abracei e ela estava até mesmo com a respiração acelerada.
— Calma Kiki, eu estou aqui. — Digo tentando acalmar ela e escuto também o som da chuva lá fora.
— E-e-eu tenho medo Belle...
Scarlet voltou correndo para a sala e viu como a irmã estava, provavelmente ela sabia como Kiara ficava quando escutava o som dos trovões.
— Você está bem Kiara? — Scarlet veio até nós, preocupada com a sua irmã e a ruivinha me abraçou forte.
— Vai passar, os trovões aos poucos vão embora.
— Ela tem medo da chuva amiga. — Scarlet disse se aproximando de Kiara e passando a mão nas costas dela.
— Da chuva? — Pergunto e Kiara respirava ofegante. — Ei, calma. Kiki eu estou aqui. — Me afasto um pouco do abraço com ela e fiquei com dó de vê-la tão assustada.
— Ela fica assim quando chove muito forte e quando a chuva vem com trovões de brinde, pronto. Calma Kiara... vai passar. — Scarlet disse se sentando perto da irmã e beijando o topo da sua cabeça.
— Respire Kiki... — Pego nas mãos dela, sentindo que estavam geladas e acabo me lembrando de mim mesma na infância. — Preciso que você confie em mim agora Kiki, conte comigo, um...
— Um... — A voz dela saiu baixa e eu apertei sua mão para que ela soubesse que eu estava ali, ainda perto dela.
— Isso, agora respire fundo e mais uma vez. Dois...
— D-dois... — Ela diz com um pouco de dificuldade, mas dessa vez o seu tom de voz não saiu tão baixo.
— Três...
— Três... — Ela consegue dizer depois de alguns segundos e percebo que ela estava começando a se acalmar.
— Quatro... quando estiver se sentindo melhor, é só me dizer. — Digo e a vejo solta um suspiro.
Depois que ela terminou de pronunciar a palavra "quatro" notei que ela havia conseguido se acalmar, e eu fiquei feliz de ver que ela estava mais calma. Olhei para a Scarlet que parecia surpresa e desviou o olhar de sua irmã para mim.
O desespero de Kiara havia ido embora aos poucos e era evidente que agora ela estava se sentindo melhor, apesar do som da chuva que ia se tornando fraca lá fora.
— Obrigada Belle...
— Você já conheceu a chuva? — Pergunto afastando minhas mãos da de Kiara e Scarlet passa a mão nos cabelos da irmã.
— Não...
— Vem — Pego na mão dela a ajudando a se levantar do sofá e a guio até a porta. Olho para Scarlet que já tinha noção do que eu iria fazer e assente se aproximando de nós duas.
Abro a porta e olho para o céu que estava escurecendo e a chuva estava ficando fraca, mas não demorou para que os pingos da chuva voltassem a engrossar um pouco. Scarlet pegou na outra mão de Kiara e nós três saímos para fora, olhei para a ruiva que tinha um semblante curioso.
— Isso é...
— Divertido, não é? — Pergunto e olho para Scarlet que da um sorriso fechado e solta a mão de Kiara delicadamente, assim como eu, que também soltei a mão dela para deixá-la senti os pingos da chuva.
Ela ergueu os braços e também as mãos e um sorriso surgiu no seu rosto.
— Isso é tão legal! — Ela disse e escutamos o som de um trovão de longe, o que acabou assustando a mim e a Scarlet e olhamos preocupadas para a Kiara, mas a garota estava sorrindo com aquilo tudo. — Eu não me assustei... ah eu não me assustei! — Ela disse contente e começou a pular.
— Kiara essa é a chuva, e chuva essa é a Kiara— Scarlet disse contente por ver a irmã dela feliz, mas logo ela me encarou. — A minha chapinha já era. — O cabelo de Scarlet estava molhado, assim como o meu e o de Kiara.
Fiz o formato de concha com a mão e deixei os pingos da chuva acumularem um pouco na palma da minha mão e quando Scarlet iria reclamar, eu joguei um pouco da água da chuva em seu rosto.
— Filha da
— Olha a língua — Aviso e direciono meu olhar para Kiara que estava pulando e em algumas vezes erguia os braços para sentir os pingos da chuva. — Não deveria falar palavr
Scarlet jogou água no meu rosto, do mesmo jeito que eu havia feito com ela. Encarei ela que cruzou os braços, ri da situação dela que estava com a sua farda da escola molhada. A nossa sorte é que hoje é sexta-feira.
— Isso é divertido! — Kiara ria e eu fui até ela.
— Sim é, mas não podemos ficar muito tempo aqui se não ficaremos todas resfriadas. — Aviso tocando no ombro de Kiara e vejo Scarlet girar de braços abertos e olhando para o céu.
— Belle você bate o recorde de amiga mais louca que eu já tive na vida. — Ela disse e eu ri.
Kiara não queria sair do lado de fora pois estava se divertindo na chuva, mas eu e Scarlet a convencemos a entrar se não ela ficaria muito doente e o Dominic provavelmente iria querer me matar pela ideia e depois matar a Scarlet por ter concordado.
Entramos e fomos para o quarto da Kiara, que precisou tomar outro banho para tirar as roupas molhadas e enquanto ela tomava banho, Scarlet e eu escolhíamos uma roupa para ela usar. Scarlet pegou um vestido na cor azul claro e eu analisei o vestido, me lembrando de como eu gostava de usar vestidos assim quando eu era da idade de Kiara.
— Esse é perfeito... sabia que quando eu era da idade dela eu sonhava em ser costureira? Sonhava em fazer várias roupas de personagens que eu via nos desenhos. — Digo e Scarlet me olha surpresa.
— Não sabia, você está me contando isso agora. Fascinante mas... o que mudou? Você disse que sonhava em ser, não quer mais isso?
— Na época minha mãe e o meu irmão brigavam muito e na maioria das vezes Jeffrey descontava toda a sua raiva em mim e nos meus desenhos. E ele me dizia que eu estava perdendo o meu tempo rasbicando no papel, que eu deveria ir brincar... teve uma vez que ele chegou bêbado em casa, derrubando as coisas no chão e eu estava deitada no chão desenhando um vestido que eu pretendia colori na mesma cor que esse vestido de Kiara. Eu havia desenhado um vestido inspirado no da personagem Cinderella, mas Jeffrey estava irritado e xingando até o próprio vento, e quando ele me viu desenhando ele pegou o meu desenho e levou para a cozinha, eu fui correndo atrás dele mas já era tarde demais, ele havia ligado o fogo e queimado o meu desenho. Eu chorei tanto naquele dia e desejei que ele sumisse da minha vida e da vida da minha mãe... meses depois ele foi preso e eu me arrependi de ter desejado algo tão ruim porque eu não era e não sou assim. — Desabafo e Scarlet toca no meu ombro.
— Ah amiga... com todo respeito, seu irmão era um idiota. Mas não se sinta mal por isso, você ainda pode fazer esse sonho de infância se tornar realidade. — Scarlet disse e eu dei um sorriso fraco.
— Poderia, mas parei de desenhar há muitos anos atrás. Não levo mais jeito com isso — Dou de ombros e vejo que Scarlet havia ficado pensativa com a minha história. — Ei! Eu estou bem, é sério.
— É que é tão triste... você sonhava em ser algo mas não tinha ninguém para te apoiar. Eu sempre fui indecisa então... pensei e ainda penso em muitas profissões — Ela ri de canto e se afasta de mim para colocar o vestido da Kiara em cima da cama. — Mas você Belle, não deveria ter desistido assim tão fácil. Pensa em outra profissão?
— Pior que não, estou como você, indecisa. — Ri me aproximando dela e ela cruza os braços.
— Temos que nos decidi e rápido, eu mesma não quero tomar conta daquela escola futuramente — Scarlet disse me fazendo rir. — Iria ficar louca, não sei como o meu pai aguenta.
Olho para o vestido azul claro de Kiara e Scarlet toca no meu ombro.
— Você conseguiu acalmar ela, como sabia que aquilo iria resolver?
— Quando eu era criança, também costumava ser medrosa... mas Annabel sempre esteve por perto para me acalmar e me ajudar. Eu tinha medo de trovões e o que eu fiz hoje com a Kiara, foi o que a minha irmã fazia comigo, me mandava contar junto com ela até que eu me acalmasse.
Vejo a tela do meu celular acender em cima da cama de Kiara e o pego, era a minha mãe me ligando. As palavras de Zípora ainda ecoavam em minha mente quando eu via a minha mãe, e não tinha uma só vez que eu deixasse de pensar qual seria a peça chave para eu desvendar os segredos de minha mãe e obter a verdade.
— Tenho que ir, quando ela liga assim é porque já está em casa.
— Como estão sendo as coisas entre você e ela?
— As mesmas de sempre.
Mentira.
Minha mãe as vezes agia de forma estranha, o que me causava curiosidade e as vezes me assustava.
Ontem à noite, ela disse que iria sair e ela saiu, mas quando foi de madrugada eu acordei sentindo de novo um mal pressentimento e quando abri os olhos, lá estava ela de novo... sentada na beirada da minha cama e me observando. Ela estava fazendo isso desde domingo, as vezes eu preferia não abri os olhos pois queria saber se ela iria demorar muito tempo ali... mas ela não demorava, o que por um lado era bom.
Mas eu me questionava, o que estava acontecendo com ela? Ela nunca foi disso e agora está passando a me observar dormindo? Até parece que eu vou pular pela janela do meu quarto e fugir.
Eu ainda irei perguntar o porquê ela está fazendo isso, da última vez que eu abri os olhos e a vi na beirada da minha cama eu perguntei e ela disse que estava com a maldita insônia... mas algo me diz que não é só isso.
Dominic Narrando
As ruas da Pensilvânia hoje estavam tranquilas, mas continuavam movimentadas como de costume. Eu já estava a caminho de casa, dirigindo e prestando atenção na estrada quando escuto o meu celular tocar.
Vi na tela o nome do Ramiro e decidi atender, colocando a chamada no viva-voz.
Ligação On✨
— Como faz para esquecer uma pessoa com quem você nunca teve nada, mas gostaria de ter? — Ele perguntou assim que eu atendi a sua chamada.
— Boa tarde para você também, irmão — Digo e acabo rindo de canto. — Ainda pensando na mulher que deu um tapa no seu rosto? Sério, se eu soubesse que esse era o segredo para uma mulher te conquistar eu teria pedido para uma das suas ficantes fazerem isso.
— Eu não estou pensando nela!
Há umas semanas atrás, Ramiro me contou que havia ido até a casa da Annabelle. O que me deixou irritado e eu não demorei para perguntar a ele como ele soube onde ela morava, e ele me explicou que havia pedido um favor a Stone ainda quando estava no hospital, o favor foi para Stone me segui e assim descobri onde Annabelle mora.
Ele só pediu esse favor ao Stone porque eu falei para ele que iria ver a Annabelle, isso quando ele ainda estava no hospital.
Mas eu achei bom ele chegar lá e dar de cara com alguma parente da Annabelle, recebeu até um tapa no rosto.
Lembro que ele chegou na minha casa me dizendo que nunca havia sido tão humilhado na vida dele... dramático.
Foi falar o que não devia e recebeu uma bofetada.
Agora o que eu não esperava era que esse tapa, fosse conquistar ele. Pelo que ele me contou, essa tal de Zípora não é de se intimidar e o que ela tem para dizer, ela diz na hora.
O que já me fez admirá-la sem nem a conhecer e também, passar a acreditar que ela pode fazer com que o Ramiro se valorize mais e deixe de ser mulherengo.
Ela foi a primeira mulher que ousou dizer o que ele realmente é, um playboyzinho. Ele gostou disso? Não.
Eu gostei de saber sobre isso? Com certeza, e essa Zípora ainda tem todo o meu apoio para chamar ele de "playboyzinho" ela pode chamar ele assim quantas vezes desejar.
— E você e a loirinha? — Ele perguntou e eu soltei um suspiro, dobrando em uma rua.
— Eu não sei...
Ela não tem atendido as minhas ligações, só atendeu no sábado de manhã e depois disso... não atendeu mais. O que me faz pensar que, ela não quer mais nada comigo... eu não sei o que eu estava pensando.
É a melhor amiga da minha filha, é claro que ela não quer mais continuar com isso. Da última vez que nos vimos ela disse que já sentia uma atração por mim desde o ano passado... e eu já a admirava desde o ano passado, mas não nutria nenhum sentimento por ela.
E quem diria que esse ano, eu iria me interessar por essa garota... a garota que eu já a admirava, que é uma aluna exemplar na MHS e também a melhor amiga da minha filha. Eu estou ferrado.
Eu não sei a Annabelle, mas eu... não só gosto dela, eu não diria que o que estou sentindo por ela seja só uma paixão, não, não é só isso... é bem mais que isso. É um sentimento que eu pensei que jamais voltaria a senti como estou sentindo agora, só Deus sabe o quanto eu estou aflito por ela não ter atendido as minhas ligações essa semana.
Eu gostaria de dizer para ela o que realmente estou sentindo, mas a questão é que... eu não sei se ela sente o mesmo. E se eu estiver me precipitando?
E se não der certo...
— Dominic! Você ainda está aí? — Ramiro pergunta alterando um pouco a sua voz, me trazendo de volta para a realidade.
Percebi que eu já estava na rua em que eu morava e passei a mão nos meus cabelos. Parei o carro próximo ao portão da minha casa e respirei fundo.
— Estou Ramiro. — Digo e tiro o celular do viva-voz, pegando o mesmo e encostando na minha orelha direita.
— O negócio está sério mesmo, você ficou um bom tempo eu silêncio. O que houve? Já contaram para a Sca
— Não — Interrompo ele. — Olha, eu já cheguei em casa. Mais tarde eu te ligo.
— Tudo bem... até mais tarde.
— Espera.
Ele era o único que sabia do meu envolvimento com a Annabelle então, se alguém poderia me aconselhar era ele.
— E se não der certo? — Pergunto desligando o carro e em seguida saindo do mesmo.
Ramiro ficou em silêncio por alguns minutos na chamada e eu caminhei na direção do portão, ainda com o celular encostado na minha orelha.
— Você a ama? — Ramiro perguntou e eu parei de caminhar quando subi na pequena calçada.
— Amar é uma palavra tão forte...
— Dominic não enrole.
— Você sabe que eu sou o tipo de pessoa que não fala aquelas três palavras atoa. Mas a verdade é que...
Paro de falar ao ver que um carro havia acabado de entrar na rua em que eu estava. Caminho até o portão da minha casa e o mesmo é aberto por quem eu não estava esperando ver naquele momento.
Era ela.
Seus olhos azuis se encontraram com os meus e eu tive que me segurar para não agarrá-la ali mesmo e beijar a sua boca, até que precisássemos de ar para respirar.
— Oi... — Ela disse enquanto segurava o seu celular, e eu consegui ver na tela do celular dela que ela havia pedido um uber.
— Oi — Afasto o meu celular da minha orelha e acabo encerrando a chamada com o Ramiro. — O seu uber deve ser esse. — Indico com um aceno de cabeça e ela sai para fora, vendo que o carro havia parado atrás do meu carro.
— É esse mesmo — Ela diz depois de confirma se a placa do carro era a mesma que constava no aplicativo.
Ela estava com as vestes molhadas e o cabelo também estava um pouco molhado, parecia que havia tomado um banho mas com as roupas.
E só vinha um pensamento em minha mente...
— Não me diga que você caiu acidentalmente na piscina de novo? — Pergunto e ela desvia o olhar do seu celular para mim.
— Que piscina? — Ela pergunta confusa, me fazendo ri de canto.
— A da minha casa. — Digo e ela bate de leve na própria cabeça.
— Ah claro, não, não cai acidentalmente na piscina. Eu estou assim por causa da chuva — Ela ri e eu admiro seu sorriso durante alguns segundos até que ela para de sorri e solta um suspiro. — Dominic... eu sei que eu não atendi as suas ligações e já imagino o que você deve estar pensando.
— Você quer parar, não é? Olha Annabelle tudo bem, eu t
— Parar? — Ela perguntou me interrompendo e o motorista do uber buzinou para que ela se apressasse e ela fez um sinal com a mão direita, para que ele esperasse um pouco. — Não é isso Dominic, é sobre... você sabe quem.
Scarlet.
— Não dá para conversamos agora, mas amanhã eu te explico tudo. É melhor eu ir antes que esse uber cancele a corrida porque eu demorei demais, e ele não estaria errado em cancelar porque eu já deveria estar dentro do carro. — Ela disse passando por mim e eu peguei no seu pulso, até mesmo a droga do meu coração inventava de acelerar quando eu tinha algum contato com ela.
— Antes que você entre naquele carro, quero te pedir desculpas por ter te ligado tantas vezes... devo ter parecido muito insistente. — Digo desviando o olhar do dela e afastando a minha mão do seu pulso.
— Me ligue mais uma vez, você sabe a hora em que posso te atender. — Ela sussurrou no meu ouvido e Deus...
O senhor sabe o que eu gostaria de fazer com essa garota agora, e o senhor sabe também que eu não posso fazer isso agora e que eu tenho que me controlar.
Ela se afastou de mim e deu um sorriso fechado, foi até o uber que estava esperando por ela e abriu a porta do banco de trás. Ela entrou dentro do carro e não demorou para o motorista da partida.
07:28PM
Zípora Narrando
Se o Leandro soubesse que eu dirigi até esse bairro em que estou agora, ainda mais indo ao apartamento de um homem solteiro, ele ficaria maluco.
Na verdade, eu já estou na porta do apartamento do playboyzinho só aguardando a mesma ser aberta por ele. Quando eu iria bater na porta mais uma vez, a porta de madeira branca foi aberta por ele e ele estava com os cabelos molhados e com seu peitoral musculoso amostra, ele usava uma toalha na cor azul escuro envolta da sua cintura.
Como se ele tivesse acabado de sair do banho.
Ele pareceu ficar surpreso em me ver ali e eu fiz de tudo para não olhar para o corpo dele e o encarei.
— Você recebe qualquer visita na sua casa desse jeito? — Pergunto e ele abre mais a porta do seu apartamento e eu entro.
Hum... o apartamento é bonito, nada mal. É bem a cara dele mesmo.
— Eu pensei que fosse o cara da pizza. — Ele diz fechando a porta e eu volto a encarar ele.
— O cara da pizza? Você iria mesmo atender ele assim?
— Acontece que eu estou com fome e eu pedi a pizza há uma hora atrás e até agora nada. Se fosse ele agora eu não iria deixar ele ir embora com a minha pizza. — Ele disse me encarando também e eu revirei os olhos.
— Eu vim buscar os cód
— Os códigos, eu já sei. — Ramiro disse apressando um pouco os seus passos, entrando dentro de um quarto que provavelmente era o dele.
Escutei o chuveiro ainda ligado e desconfiei se havia mais alguém ali.
— Você estava ocupado? — Pergunto e ele volta para a sala segurando o papelzinho que eu havia mandando ele levar com ele no domingo passado.
— Sim, eu estava tomando banho até ouvi um barulho na minha casa e era você batendo na porta. — Ele disse se aproximando de mim e me entregando o papelzinho.
— Obrigado, eu deveria ter vindo pegar segunda-feira mas não deu.
"Provavelmente o namorado não deixou."
Ah, se o meu namorado soubesse ele mesmo teria vindo pegar.
— O que o seu namorado achou de você resolver vim aqui sozinha?
— Não achou nada, ele não sabe — Digo olhando para o papelzinho, conferindo se estava tudo certo. — Ele não sabe nem da existência desses dois códigos.
— E por que você não contou para ele?
— Porque o meu irmão pediu para eu não contar para ninguém, principalmente quando eu descobrisse o que significam esses códigos. — Desvio o olhar do papelzinho para olhar para o Ramiro que estava de braços cruzados e me olhando.
— Entendi... então, eu tive sorte de saber sobre esses códigos. Mas não se preocupe, eu não irei contar para ninguém.
— E se contasse, pode acreditar... você não estaria mais respirando. — Aviso e vejo ele ri de canto.
— Eu diria que você está blefando, mas depois do tapa que você me deu, eu não duvido de nada vindo de você — Ele disse eu dei um sorriso forçado. — Você já descobriu o que significam esses códigos?
— Só um deles... — Volto meu olhar para o papelzinho.
Eu tinha minhas dúvidas sobre o primeiro código e não eram poucas dúvidas, eram muitas.
— O primeiro código é realmente um mistério — Ele veio até mim e eu dei um passo para trás. — O quê? Eu não vou fazer nada com você, você não faz o meu tipo.
"E realmente não faz o meu tipo, mas... não sei o que está acontecendo comigo. Se eu pudesse, já estaria fazendo coisas que eu não deveria fazer com ela."
Certo... por essa eu não estava esperando.
— Claro que não faço o seu tipo. Mudando de assunto, você passou praticamente uma semana com esse código, não teve nenhuma ideia? — Pergunto e ele nega com a cabeça.
— Eu já disse que quem só pode saber o que significa é você mesma.
— E eu já disse que já fiz de tudo para tentar saber o que significa e não deu em nada. — Digo olhando para ele e ele olha para o papel.
— E se você estiver vendo do modo errado? — Ele perguntou se afastando de mim e só agora percebi que estava prendendo um pouco a minha respiração. — Olha, eu vou voltar para o meu banho. Se você quiser ficar aqui e... precisar da minha ajuda para mais alguma coisa, é só esperar eu sai do banho. Ou se preferi ir embora a porta fica logo ali, enfim... fique a vontade.
Ele saiu da sala de estar e eu me sentei no sofá.
Só vou ficar aqui porque ele pode me ajudar a descobri o que significa esse primeiro código. Mas, e se ele estiver certo? E se eu estiver vendo do modo errado?
Analisei mais uma vez letra por letra do primeiro código... o segundo código foi descoberto pelo próprio Ramiro, o que eu nunca imaginei que o nome "Orimar" era o nome dele de trás para frente... espera... é isso!
MPMSVE... eu não estava conseguindo formar frase alguma desse jeito, mas se eu colocar essas letras de trás para frente...
Procurei por uma caneta na sala de estar do apartamento do Ramiro, e encontrei uma caneta preta em cima de uma estante no canto da parede. Me sentei em cima do tapete e coloquei o papelzinho em cima da mesinha de centro na sala de estar, começando a anotar com a caneta preta as letras do primeiro código, agora de trás para frente.
EVSMP...M.
Ao soletrar as letras em minha mente, foi como se aquelas letras me fizessem voltar no tempo, me fazendo ter lembranças minhas com o Trovão e assim, conseguindo finalmente saber o que esse primeiro código significa.
Comecei a ri sozinha e passei a mão nos meus cabelos, os colocando para trás do meu ombro.
Ah Trovão... seu filho da mãe, pelo menos um código bom você deixou.
E eu nem acredito que consegui descobri o que realmente significa... eu não poderia estar mais feliz em saber que você já estava planejando isso há um bom tempo.
— An... você está bem? — Ramiro perguntou aparecendo na sala agora já vestido e eu me levantei às pressas do tapete.
— Se eu estou bem? Estou ótima. — Digo contente e acabei indo até ele, abracei ele e sussurrei um "obrigado".
Ele havia ajudado de alguma forma, tenho que admitir. Na verdade ele ajudou bastante... sem as ideias dele, eu não teria descoberto o que esse primeiro código significava.
Iria me afastar do abraço dele quando ele não me deixou se afastar, me trazendo para mais perto dele. Consegui senti o cheiro forte do perfume que ele usava e eu soltei um suspiro, fechando os olhos em seguida e tendo uma visão dele mesmo conversando sozinho em relação ao que ele estava começando a sentir por mim e também de algumas conversas que ele teve com o irmão dele, e eu quase sempre era o assunto entre eles.
Parece até brincadeira, mas estou vendo que o negócio agora é sério.
— Não posso... — Digo em um tom de voz baixo, voltando a abri os olhos. — Você sabe que eu tenho namorad
— Sim, eu sei... me desculpe. — Ele disse me interrompendo e afastando as suas mãos de mim que antes, estavam na minha cintura.
— Você... está confuso, não? — Pergunto vendo ele caminhar na direção do sofá e se sentar, apoiando a mão direita na nuca. — Não pode estar afim de mim, eu dei um tapa no seu rosto e pensei que isso faria com que você me odiasse e não... outra coisa. Você estragou o meu roteiro. — Digo em um tom brincalhão e dando um tapa de leve na cabeça dele.
— Talvez eu esteja confuso... não sei. Estraguei seu roteiro? Então quer dizer que você não vai continuar me chamando de playboyzinho? — Ele perguntou olhando para mim e eu ri de canto.
— Não, o apelido que te dei irá permanecer. O que eu quero dizer é que, era para eu te odiar mas... você me ajudou de alguma forma com esses códigos, não tem como te odiar desse jeito. Apesar de mim ter que sair do meu bairro para poder vim no seu endereço... meu carro até esquentou nesse percurso todo. — Reviro os olhos e cruzo os braços.
— Você esquenta é tudo. — Ramiro disse enquanto me olhava com um sorriso malicioso nos lábios.
Isso é sério?
— Playboyzinho me escute — Me aproximo dele e apoio minhas mãos, uma de cada lado do rosto dele e o olho nos olhos. — Você não pode ficar afim de mim! Você está confuso, é só isso!
— Você acha? — Ele perguntou realmente com dúvida.
— Acho. Eu não faço o seu tipo e nem vou fazer, estamos entendidos? — Pergunto e ele dá de ombros.
Afasto minhas mãos do rosto dele e caminho na direção da porta.
— A única coisa que pode ter de mim é... — Tento falar e coço a nuca. — Que palavra complicada não é? Não costumo usá-la.
— Amizade? — Ele perguntou cruzando os braços e encostando as costas no sofá.
— Isso! Eu não tenho muitos amigos porque eu estou ótima sem ter muitas amizades, mas para você eu posso abri uma exceção e por favor, pare de me olhar desse jeito se não quiser que eu mude de ideia. — Aviso quando noto ele me olhando com admiração, admiração até demais.
— Tudo bem, talvez eu esteja confuso... também não tenho muitos amigos, tenho mais colegas, sabe? — Ele pergunta e eu abro a porta para ir embora. — Mas vai ser um prazer ter você como uma amiga, podemos nos ver mais vezes?
— É... não. Tenha uma boa noite playboyzinho.
×××××××××××××××××××××××××××××××××××
Espero que tenham gostado, votem e comentem...
Eu só tenho algo a dizer...
Se preparem!
Já está pertíssimo dos segredos
serem revelados.
Bjoooooooos✨
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