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-Oi, meu amor. Que bom que conseguiu vir. -após Jeonghan bater na porta duas vezes, Yoona veio atender, gestante de oito meses tinha em si um vestido amarelo e uma jaqueta de couro preta.

Deslumbrante. Jeonghan podia afirmar.

-Oi omma, desculpa o atraso. -o Yoon entrou quando lhe foi aberto caminho, tirando os sapatos no canto da porta e o casaco pesado, pendurado o mesmo no cabine da parede.

-Não se preocupe, o gás acabou no meio do processo e seu pai chegou com o novo a dez minutos, não terminamos a comida ainda. -a mais velha contou. -Venha aqui, meu bem, me abrace!

E não foi preciso pedir duas vezes para que o filho a abraçasse, Yoona era o carinho em pessoa desde sempre, principalmente com os filhos.

Jeonghan passou os braços em volta da mãe e sua mão ficou na barriga, onde sentiu alguns chutes durante o tempo em que ficou sendo paparicado pela mais velha.
-Jeongyeon tá agitada hoje!

-Muito, seu pai ficou horas conversando com ela, igual fazia quando eu estava grávida de você e doo Jungkook, e, segundo ele, sua irmã chuta mais que vocês dois juntos. -Yoona contou, dando risada, e acariciando os cabelos do filho.

-Foguete sem ré então! -Jeonghan também deu risada e logo se afastou, olhando para a mais velha. -Tenho novidades!

-Eu imagino que sim, vou ver como está o jantar pra gente conversar, seu irmão deve estar na sala. -a mãe avisou enquanto os dois caminhavam correndo a dentro. -Jimin-ssi está aqui também, e o Jongseong.

-O Jay tá ai? Ah, não trouxe nenhum doce pra ele hoje! -se lamentou.

Jeon Jungkook namorava Park Jimin a pouco mais de seis meses, Jimin teve um relacionamento anterior e a parceira deu a luz a um menino Park Jongseong, que tinha o apelido de Jay, e era o xodó de todos naquela casa.

Ao abrir a porta da cozinha, o cheiro de comida adentrou o nariz do Yoon e só então ele se deu conta que estava com tanta fome.

Na cozinha, Junho estava na beira do fogão terminando de preparar o jantar e na sala, Jungkook estava sentado no sofá com Jay no colo, enquanto ambos viam uma animação na televisão e Jimin estava concentrado em algo no notebook ao lado dos nossos.

Jungkook sorriu com aquela visão, era paz incondicional estar em casa.

-Oi, appa! -o filho mais velho saudou e abraçou o pai o envolveu.

Junho beijou a testa alheia.
-Olá, minha pedrinha, como está?

Jeonghan sorriu com o apelido e apertou mais o pai.
-Eu tô bem appa!

Desde o nascimento dos gêmeos, o pai da família tinha o costume de dizer que os filhos eram suas "pedrinhas preciosas" e esse apelido nunca morreu. Jungkook e Jeonghan amavam.

-Que bom, eu já tô terminando aqui pra gente jantar. -o pai avisou. -Vá cumprimentar o restante e tenta não implicar com o seu irmão.

-É ele quem me provoca!

-Yoon Jeon Jeonghan! -Junho repreendeu o mais novo.

Jeonghan apenas riu e seguiu até os sofás da sala.

-Boa noite, família! -o Yoon comprimentou.

-Boa noite, Jeonghan! -Jimin o comprimentou e Jungkook ignorou a existência dele.

-Tio Hannieee! -Jay se animou ao ver o mesmo, erguendo seus bracinho.

-Vem com o titio, vêm. -Jeonghan tirou a criança dos braços de Jungkook.

O Jeon se fingiu inconformado.
-Você é um vendido mesmo, Park Jongseong.

Jimin deu uma risada ao lado do namorado.
-Ele só tem três anos, amor!

-Nem liga pra esse feioso, Jimin, é tudo inveja do Jay gostar mais de mim do que dele. -Jeonghan não perdeu a oportunidade de provocar.

-Para de sonhar acordado, oh, seu horroroso adotado. -Jungkook rebateu. -É você que ele chama de appa? Porquê eu ele chama.

Os olhos de Jeonghan brilharam em carinho e admiração e toda a implicância se esvaiu.

-Ele te chamou de pai, Kookie?

Jungkook tinha os meus olhos brilhantes ao encarar no menininho no colo do irmão, o gêmeo mais novo apenas assentiu.

-Começou faz três dias, Hannie. -Jimin começou a contar. -Foi em um momento em que estávamos lá em casa, eu tava cozinhando e os dois brincando e eu não sei o que o seu irmão ofereceu que eu só ouvi o Jay falar um "Quero, appa!" E desde então não parou mais de falar assim.

-Pois é, horroroso, parece que a minha criança preferida gosta de você. -Jeonghan sorriu. -O que é uma pena, viu?

-Escuta aqui seu adotado, você...

-Minnie, deixa eu ser padrinho? Agora que ele é oficialmente filho do meu irmão!- Jeonghan ignorou totalmente as reclamações do irmão. -Ele tem que ter alguma referência nessa família.

-Jeonghan para de semear discórdia. -Yoona repreendeu. -Você vai me deixar de cabelo branco, garoto.

-Cabilo banco? -Jay repetiu a última frase da mais velha.

Yoona tomou o bebê do colo do filho que se aconchegou nela -Boa ideia Jay, vamos descolorir o cabelo do seu pai e do seu tio pra ver se eles aprendem a ser gente!

-Eu ajudo, contem comigo. -Junho se aproximou.

-E depois eles ainda dizem que não sabem quem a gente puxou, pra implicar assim! -Jungkook acusou.

-E não sabemos mesmo. -Yoona desconversou. -Vamos jantar? Jeonghan tem novidades pra gente.

-Ele vai contar que a nova dupla dele é um velho de quarenta anos, barbudo e solteirão. -Jungkook debochou.

-Olha aqui, você me respeita. -Jeonghan encarou o irmão com o olhar mortal. -Eu lá preciso disso? Sugar daddy você vai precisar o dia que finalmente aceitar que é adotado.

-Eles vão começar de novoo! -Yoona bateu com a mão na testa.

-Por quê eu não os deserdei enquanto pude? Será que ainda dá-Junho se lamentou. -Jimin, toda a nossa herança vai ficar pra você e pro meu neto, certo? Vou devolver os dois pra adoção!

-APPA!! -os gêmeos falaram juntos e a família caiu na risada.

Eles eram felizes desse jeito, desde sempre.

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-S.Coups vai fazer um bl? Mentira! - Jimin parecia desacreditado com a informação. -Gente, eu podia jurar que ele era hétero!

-Você fica notando isso em muitas pessoas? -Jungkook encarou o namorado, claramente com ciúmes.

-Jungkook, por favor! -Jimin revirou os olhos. -Ele é um idol famoso, não faz essa cara.

O Jeon desviou seu olhar ao prato de comida e não disse nada.

-Enfim, vai assinar contrato com a KBB então? -Junho mudou de assunto e encarou Jeonghan.

-Vou sim, estive conversando com o tio Jooheon sobre isso e, eu gosto do formato de trabalho deles. -Jeonghan explicou, tomando um gole de suco. -Eu vou ter liberdade pra várias outras coisas, e, o projeto novo é bom, vamos ser o primeiro elenco de atores da empresa deles.

-Eu fico feliz que esteja finalmente tendo oportunidade de fazer o que gostar, meu bem! -Yoona sorriu para o filho. -E gostei do seu par, Choi Seungcheol é muito bonito.

-Bonito é apelido. Passou dez vezes na fila da beleza. -Junho complementou a frase da esposa.

Jungkook encarou o pai -Olha só appa, não é por nada não, mas, às vezes eu tenho dúvidas sobre a sua sexualidade!

Junho deu risada enquanto se servia. -Minha pedrinha, só tenho olhos pra beldade da sua mãe, mas, se ela não existisse eu com certeza daria chance a um boy, de preferência rico!

A família deu risada, aquilo era claramente uma brincadeira, marca registrada de Junho que vivia dizendo que se não existisse Jeon Yoona ele casaria com outro homem, e até poderia ser verdade, mas, o foco dos meninos era o jeito que ele sempre enaltecia  a mãe deles.

Minha preciosa, minha paixão, beldade...

Após a janta descontraída, Jungkook e Jimin foram colocar Jay na cama e Yoona atender na ligação da vovó Jeon, que durante a gestação ligava pra filha com frequência.

Jeonghan e Junho ficaram responsáveis pela cozinha, o mais novo foi lavando a louça enquanto o pai organizava as coisas em seus lugares.

-Pedrinha? -Junho chamou o filho que respondeu um "Sim, appa?" enquanto lavava a louça. -Você nunca se apaixonou por nenhum dos seus pares?

Aquela pergunta pergou o Yoon de surpresa e o fez refletir sobre aquilo.

  Quando trabalhou com Xu Minghao, era início de carreira e o menino não conhecia muita coisa, os dois tinham uma relação legal e seus personagens faziam sucesso, mas, quando a câmera desligava eram somente amigos.
Logo depois, trabalhou com Hong Jisoo, o americano era sua dupla da vida, os dois viviam grudados e o fan service era algo tão fácil e natural para os dois que nem era preciso se esforçar, mas, não tinham uma relação de "casal" eram quase "almas gêmeas" cuidavam um do outro naquele meio e foi Jeonghan quem ajudou quando Joshua se interessou por um camera man da época Lee Seokmin, deu tão certo que ambos estavam com o casamento marcado para o próximo ano e ele seria um dos padrinhos.

E com seu par mais longo, Chae Hyungwon, Jeonghan teve uma relação mais íntima pois rolou química entre os dois, funcionavam bem no set de gravações e estavam com os hormônios a flor da pele quando a câmera desligava, então, se estavam no mesmo barco e sem poder ter envolvimento por fora, por quê não?

Mas Yoon Jeonghan nunca tinha experimentado a sensação de apaixonar por alguém assim como seus personagens tinham. Ele vira a cena 100% com a cabeça do personagem, nunca pensando que talvez pudesse ter um pouco dele ali...

-Nunca, appa. Eu sempre vivi o personagem, nunca tive vontade de sair da câmera...- Jeonghan contou como se não fosse nada, mas, aquela reflexão havia mexido com ele.

Será que tinha algo errado consigo?

-Meu bem, conversei com sua mãe recentemente e ela pensa como eu... Você deveria começar a ver as coisas a sua volta, prestar mais atenção em você como protagonista da sua história, e não apenas seus personagens. -Junho falou. -Você se entrega 100% pro personagens, e esquece de 50% pra você, isso é importante também.

-Vou pensar sobre isso, appa! -o Yoon falou, meio aéreo.

-Só prometa pra mim que quando tiver a oportunidade de fazer o Jeonghan viver um romance, você vai fazer também. -Junho pediu.

-A questão não é essa, eu acho...-o Yoon suspirou, desligando a torneira e pegando a toalha pra secar as mãos. -Eu tenho muito medo do que pode acontecer se eu me apaixonar, como fica o fan service? Como minhas fãs vão reagir? Como a pessoa que eu me envolver vai reagir?

-Tenha coragem de ser o dono da sua história, pedrinha. -Junho encarou o filho. -Se for preciso se afastar um pouco das telas, tem problema? Você canta, dança, produz... Se coloque um pouquinho em primeiro lugar.

Jeonghan constatou uma vez mais que o pai tinha razão. Estava na hora se colocar como prioridade em sua própria vida.

-Eu vou appa, prometo!

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Solidão.

Vazio inexplicável.

Tristeza profunda.

Eram algumas das coisas que Seungcheol sentia naquele momento e aquilo o sufocava.  O dia anterior havia sido fantástico, o teste havia dado certo e em breve o novo projeto começaria. Mas, o vazio que o Choi havia ignorado a dias tinha tomado conta de si com força.

Sozinho naquele apartamento, o Choi estava deitado na cama olhando para o teto, Jin havia saído para se encontrar com alguns amigos da Thailand e o o mais novo não quis ir junto.
No começo do dia havia trocado algumas mensagens com Mingyu, Woonwo e Hansol e estavam os três bem, atarefados com seus projetos, mas bem.

O Choi queria ter naquele dia uma família descente pra poder contar, ele queria poder estar agora com uma mãe, quem sabe ter irmãos? Ou...

Choi Seungcheol foi deixado na porta de um orfanato aos três anos de idade e viveu no mesmo até a maior idade quando batalhou pra se tornar idol e sair da miséria.

Antes de Seokjin, ele nunca teve ninguém por si, e ele jamais negaria que aquilo fazia falta as vezes...

O que tinha de errado com ele? Por quê a própria família nunca o procurou?

Aquilo o consumia por dentro, e continuou até o mesmo pegar no sono, carregado de ressentimento e dor.

Ele sempre seria apenas Choi Seungcheol, mas frequentemente creditado como S.Coups... mas no fundo ele só queria ser Choi Seungcheol, o filho de alguém, o irmão de alguém, o sobrinho de alguém.

E aquilo ia o matando por dentro...