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III - Cachorro-quente

III - Cachorro-quente

— Você disse que íamos apenas dar uma passadinha básica e dizer oi — eu ciciei enquanto subíamos o elevador do prédio de Matheus.

Eu não estava arrumada para ficar em uma festa junina eterna no apartamento de Matheus e seu bando de amigos.

— Eu disse passadinha básica? — ela riu, nervosamente — acho que eu disse que vi Felipe no shopping com a Ana Luiza.

Coloquei minha mão na frente dela, impedindo-a de sair do elevador e se juntar a festa que era possível ouvir há um quarteirão de distância — eu adorava músicas de festa junina por um motivo: eu poderia dança-las como quisesse e talvez ainda estivesse fazendo certo.

— Você quer encher a cara por causa daquele idiota, não é? — eu segurei o rosto dela e fiz com que ela me olhasse —você é muito melhor do que ele e sempre vai merecer muito mais do que ele, entendeu Bru? Aquele lá foi o pior protótipo de namorado que você pôde encontrar.

Ela ficou me olhando, mas não se moveu, nem deu um passo para o lado ou fez qualquer coisa que me fizesse pensar que ela havia me ouvido.

— Eu te amo, Leninha — ela deixou sua voz rouca falar mais do que suas palavras poderiam dizer e me abraçou, afundando seu rosto em meu ombro e deixando que meus braços a embalassem — o que eu vou fazer sem você?

— Nada vai mudar, vai ver, vamos aproveitar a festa junina todos os anos como sempre aproveitamos. Juntas — alisei seus cabelos e ela soltou um ronronado, fazendo-me rir.

— Vai ter beijo? Preciso chamar o resto dos caras para o show? — ouvi a voz do Matheus, aquele semi-insuportável ser, porém que fazia tão bem a Bruna que eu não conseguia nem poderia irritar-me com ele.

— Só em seus sonhos — eu respondi, soltando-a e olhando para ele.

— Continuarei sonhando, querida Madá, coração de maçã-do-amor — ele fez uma reverência e avançou em cima de mim, me abraçando, retirando-me do chão, pois nós éramos assim, ódio e amor, mas amizade acima de tudo — ouvi dizer que vou perder minhas duas meninas para faculdade.

— Fofocas correm rápido — eu o abracei de volta, mesmo que eu apenas conseguisse embalar a sua cabeça da maneira como estávamos abraçados — mas não se preocupe, nós vamos sempre voltar.

— Eu até que sentirei saudade disso, mas apenas um pouco — ele sorriu para mim e me colocou no chão — hoje tem uns caras do sul em casa, aproveite e faça amizade com eles.

— São mais legais que você? — eu perguntei, arrumando minha roupa e olhando para Bruna, que estava encaixada nos braços de seu amigo/amante/colega/ficante.

— Impossível — ele piscou para mim e os dois começaram a se beijar.

Foi só uma vez, eles disseram.

Entrei no apartamento já retirando meu salto, cansada de sofrer com dor nos pés tão desnecessariamente. Percebi que as pessoas estavam um pouco tímidas ainda sem dançar ou se esbaldar na comida e bebida, menos por alguns garotos com sotaques — devo admitir que minhas pernas tremem com um sotaque aveludado — jogando Wii com controles em forma de volante.

Matheus entrou logo em seguida, com Bruna em suas costas, os dois rindo descontroladamente. Ela parou ao meu lado e ele continuou andando na direção dos garotos do Wii.

— Beber? — ela me perguntou com um sorriso verdadeiro nos lábios, acho que os dois jamais admitiram para mim, contudo eu sabia que eles só não começavam a namorar por causa da mudança dela.

— Tem certeza? — eu segurei a sua mão, impedindo-a de virar um shot de tequila.

— Vou passar bem mal — ela me avisou com um sorriso travesso nos lábios.

— Eu cuido — suspirei, soltando a mão dela — sempre cuido.

— Obrigada.

— Vou cobrar — eu sorri e ela virou mais uma.

Eu revirei meus olhos e puxei uma cadeira, desfazendo minhas tranças enquanto eu ouvia a risada de Matheus reverberando pela sala, chamando minha atenção. Ele estava jogado no sofá com seus amigos, jogando com aquele controle que eu bem odiava — acidente de percurso em 2010 com o Maio Kart e o vaso chinês da casa de Felipe quebrado.

Algumas amigas de Matheus, daquelas que me amavam e das que me odiavam também, apareceram para conversar e eu agradeci a companhia já que Bruna estava louca na cozinha com alguns copos.

Elas elogiaram meu cabelo e meu nariz, dizendo que algo estava diferente — uma constatação sábia já que eu havia feito plástica.

— Sério? Nada mudou — eu respondi com um sorriso.

Elas riram de mim, fazendo comentários de suas próprias vidas enquanto eu desligava-me por um segundo do assunto e procurava Bruna que não estava nem perto de Matheus e nenhum pouco a vista.

Problema.

Levantei-me da cadeira e tropecei em algumas pernas que estavam em meu caminho, porém eu sabia muito bem onde poderia encontrá-la, afinal eu conhecia minha melhor amiga melhor do que ela se conhecia.

Eu a trouxe de volta da cozinha, arrancando algumas garrafas de licores doces de suas mãos, percebendo que ela já havia excedido o seu limite e a festa nem havia começado, então peguei alguns quitutes — cachorro-quente, pipoca, pastel e essas coisas deliciosamente gordurosas — para tentar fazê-la não passar mal.

Eu a deixei sob cuidados de Gustavo, que já estava muito bem acostumado com aquilo, pois era uma das únicas pessoas que não bebia, e eu olhei para o jarro com quentão alcóolico...

— Sente aqui com a gente! — Sarah, uma das amigas agradáveis de Matheus, me convidou e eu logo peguei uma das últimas cadeiras vagas, ouvindo apenas o final da grande história que Henrique contava sobre como ele perdeu a parada do ônibus e ficou perdido em Diadema.

Todos nós rimos de sua desventura e eu senti alguém sentando-se ao meu lado.

— Vais querer beber alguma coisa? — ouvi uma voz desconhecida e olhei, para responder que sim, que eu queria álcool, pois estava cansada de ser a amiga sóbria.

— Uma água está bom, obrigada — eu disse, sabendo que Madalena e álcool só eram bons juntos em Cancun.

Olhei para a pessoa ao meu lado e enxerguei seus olhos castanhos com toques dourados e selvagens — verde-selvagens.

Tudo dependia da luz que os banhava e, eu tinha certeza mesmo tendo o olhado por meros cinco segundos, que não havia luz melhor para iluminá-lo.

Ele sorriu para mim e disse que logo voltava com a água, algo que eu fiquei grata, pois odiava quando as pessoas insistiam uma vida para que eu bebesse. Se eu quisesse, eu beberia e pronto.

Observei uma Bruna entrando na sala, com mostarda pintando seus lábios, aproximando-se de Renato e puxando-o pela mão, procurando o quarto mais próximo — o que eles fariam lá não era do meu interesse, eu só esperava que ela se lembrasse disso pela manhã.

O garoto da água retornou e eu peguei o copo, agradecendo.

— Meu nome é Thiago — ele disse, com aquele sotaque sulista tão adorável.

— Madalena, mas todos me chamam de Madá — eu respondi.

— Madalena — ele repetiu, não tentando decorar meu nome, porém apenas deixando as letras rolarem pela sua língua, testando a sonoridade. Eu sorri. Eu gostei daquilo.

— Sabia que o meu amigo aqui, também mora aqui? — Pedro disse, abraçando, lateralmente, Arthur.

— Sério? Como nunca te vi antes? — eu indaguei, pensando em quais cômodos daquela casa ainda eram desconhecidos a mim, e percebi que havia apenas um quarto que estava sempre fechado.

— Eu não realmente moro aqui, apenas... pago uma parte do aluguel e garanto um quarto — ele comentou, coçando a cabeça, constrangido.

— Para que tanto transtorno por um quarto? — eu indaguei, voltando a beber da minha água.

— Bem, eu ainda estou no processo de mudança, o resultado do vestibular demorou por causa da greve e tudo mais, então... — percebi um leve rosado em suas bochechas, escondido por sua barba por fazer.

— Greves são uma droga, eu sei. Aposto que você veio pelo metrô — eu deduzi, colocando meu copo na mesa.

— Droga! Descobriste-me! — ele sorriu — onde está Matheus? — ele indagou, olhando ao seu redor.

— Provavelmente com Bruna, resolvendo um relacionamento que começou na época errada — eu comentei, inclinando meu rosto para o lado para que ele visse o quarto que eu estava apontando, discretamente.

— Ele decidiu fazer isso agora? Ela não está de mudança? — ele parecia exasperado com a informação.

— Ela está — eu respondi e dei de ombros, não era como se fosse possível entender aqueles dois — mas quem disse que alguém me escuta?

Ele riu comigo e concordou, então, do nada, as luzes se apagaram e eu saltei em minha cadeira quando ouvi o quão alta a música estava para que as pessoas pudessem dançar na pista de dança improvisada que era a sala de estar — dançando de casal, trombando corpos uns nos outros.

— Vai, hora de contares um segredo — Arthur disse, com os lábios perto de meu ouvido, fazendo-me rir com o inesperado pedido.

— Contar um segredo? — eu indaguei, incrédula — que tipo de segredo?

— O tipo que tu contas no escuro, para ti mesmo — senti a sua mão na minha e eu passei meu polegar no seu, chamando sua atenção.

— Então me conte um segredo — eu decidi, levantando-me e preparando-me para dançar, pois além da comida, eu amava a música de festa junina — pense um pouco enquanto eu danço, depois me conte o que decidiu.

Ele sorriu para mim, dentes brancos que quase brilhavam no escuro, meneando a cabeça na minha direção e me seguindo.

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