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I - Barraca de bebida

I - Barraca de bebida


A primeira vez que eu o vi, foi em uma foto. Não era uma foto muito importante, apenas uma foto de facebook em que ele estava misturado com meus amigos em uma Festa de São João — aquele tipo de foto em que todos estão tão espontâneos que seus sorrisos até fazem seu coração comprimir de felicidade, apenas por ver o sorriso em seu rosto.

Ele usava uma camisa xadrez com manchas de mostarda e ketchup, além de duas canecas de quentão na mão. Seu bigode falso estava borrado e seu chapéu, torto. A foto tinha tudo para ter estragado sua reputação, mas o seu sorriso — mesmo com aquele dente preto falso — aquecia o coração de qualquer um. Inclusive o meu.

No entanto, antes de entenderem quem era Thiago Valente para mim, vocês tinham que entender como eu entrei e me enterrei na situação que eu estava nos dias atuais.

Foi há mais ou menos dois anos, quando eu estava me despedindo da minha melhor amiga em uma festa junina de igreja em São Paulo.

Eu, naquela época, tinha dezoito anos de inocência. Não bebia. Não fumava. Não tirava notas baixas. Não faltava as aulas. Não mentia... e a lista continuava.

Já Bruna, bem, Bruna era minha melhor amiga por termos encontrado em nossas diferenças algo que nos tornasse... parecidas. Ela era louca, mas a sua loucura — como já bem disse Clarice — de alguma maneira era parecida com a minha, por isso que eu estava sofrendo tanto com a sua partida, pois eu perderia o lado insano que tanto balanceava a minha chatice.

Depois da quinta rodada de cerveja, ela já estava falando mole, lentamente, rindo um pouco mais alto e suas bochechas tomando uma cor rosada ressaltando as pintinhas pretas — nós duas estávamos bem arrumadas para a Festa Junina que seguiria em nossa programação.

Sorrateiramente fui até o bar de bebidas para pedir uma água para ela, pois sempre que eu tentava me levantar para pedir uma, nossos amigos diziam que estava tudo bem e me puxavam de volta, enviando mais um deles para buscar mais um copo de quentão.

Se eu quisesse mesmo algo sem álcool, teria que batalhar com unha e dentes.

Eu estava no balcão, esperando, quando senti olhos em cima de mim, queimando meu rosto, minhas costas, meu vestido vermelho e minhas tranças já destruídas, e, como qualquer garota, tentei buscar a fonte de tal incômodo, deixando meus olhos vagarem pelo bar, a procura de alguém que fosse tão insistente que pudesse fazer buracos em mim.

Lá estava ele, sentado em sua mesa com mais dois amigos, bebendo uma cerveja e compartilhando risadas calorosas. Seus cabelos eram castanhos, um pouco puxados para o ruivo — talvez fosse apenas a luz me enganando — e não estava usando um chapéu de palha, apenas uma camisa xadrez e um suspensório para acrescentar ao visual.

E foram os seus olhos que capturaram a minha atenção, pois eles eram exatamente como os de qualquer pessoa que possuísse olhos castanhos, contudo, algo nos dele chamava atenção, e não era pela sua cor, era pela sua transparência, como ele mostrava que não queria fazer jogo e deixava bem claro que havia se interessado por mim.

Eu, entre todas as pessoas naquele arraial. Eu, mesmo com Bruna naquele lugar. Ele estava me olhando e isso era um pouco assustador, pois eu sempre era A amiga, aquela garota que todos os caras querem ser amiga, para se aproximar das pessoas que os interessam. Pela primeira vez eu não era a ponte, eu era o objetivo.

Não consegui esconder o rubor e o sorriso que cresceram em minhas bochechas, desviando meu olhar do dele para que eu pudesse me recompor.

— Vai querer alguma coisa? — o garoto da barraca de bebida me perguntou, trazendo-me de volta a realidade.

— Uma água, por favor — eu pedi e entreguei minhas fichas.

Inflação a vista, uma água por três estalecas.

— Pode deixar — ele disse, entregando-me um sorriso amistoso.

Ele me entregou a garrafa d'água no mesmo instante que eu senti alguém aproximar-se de mim.

— Oi — a pessoa disse e eu não precisei olhar para saber que era o garoto dos olhos transparentes, sorrindo em minha direção, sabendo que eu estava evitando olhá-lo de propósito, para não ficar humilhada por minhas ações involuntárias.

— Hum... oi — eu respondi, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, desejando que meus amigos não tivessem estragado as tranças que Bruna havia feito com tanto carinho em mim.

— Vou ser sincero aqui, e se você achar que eu estou mentindo, pode ir embora, tudo bem? — ele apoiou suas costas no balcão e me olhou lateralmente.

— Tudo bem — eu respondi, sem ter certeza do motivo para eu o ter feito, pois aquilo não era algo que eu normalmente fazia.

— Eu acabei de me formar na faculdade, não quero namoro, não quero compromisso, mas não quero apenas curtir com garotas desconhecidas — ele suspirou — acabei de terminar um relacionamento sério de dois anos, pois ela foi morar na França. Ela queria continuar, mas eu achei melhor terminar, não é que eu não a amava, mas se for para dar certo, dará quando ela voltar.

— Ao menos você não a traiu, isso é um começo — eu comentei, abrindo minha garrafa e bebendo-a, recebendo um aceno de cabeça de um dos amigos de Bruna que não parecia muito bem, então decidi ver se ele precisava de ajuda — ei, Pedro, está bem?

Ele sorriu para mim e me puxou para um abraço apertado, quase me fazendo engasgar, então deu uma chacoalhada e me soltou, antes de andar para o banheiro e me deixar ali, sem saber se aquilo era um sinal de ajuda ou um sinal de aprovação.

Aprovação do que, vocês devem estar se perguntando, nem eu sei.

— Seu amigo está bem? — o garoto perguntou ao meu lado, voltando a falar comigo, percebendo que eu havia seguido meu amigo com o olhar e havia uma ruga de preocupação em minha testa — quer que eu veja se ele está bem?

— Não, não precisa — eu respondi, acenando uma mão em sua direção para que ele entendesse que não precisava se esforçar para aquilo — o Pedro é assim mesmo, não tente entendê-lo.

— O nome dele é Pedro, o meu é Lucas e o seu é? — ele inclinou a cabeça para o lado e sorriu em minha direção, quase fazendo com que minhas pernas se tornassem maria-mole.

— Madalena, mas todo mundo me chama de Madá — eu sorri de volta, conseguindo olhá-lo nos olhos sem que eu voltasse a ter doze anos.

— E o que você está fazendo aqui, Madá? — ele se aproximou de mim, falando mais baixo para que eu tivesse que me aproximar dele para ouvir a sua voz.

— Minha amiga — eu apontei na direção de Bruna, que estava recebendo toda a atenção que uma garota poderia desejar de todos os seus amigos — vai embora daqui uma semana e essa é a primeira despedida dela. E pela comida também, pois vamos combinar que ninguém faz um pastel igual ao dessas freiras.

— Primeira despedida? — ele levantou uma sobrancelha e eu cerrei meu cenho, frustrada que ele tinha aquele dom e eu não — o que?

— O negócio da sobrancelha — eu suspirei — não consigo fazer isso.

Ele riu de mim. Uma daquelas risadas gostosas de se ouvir com direito até mesmo uma batida na mesa e o seu resfolegar, tentando recuperar sua compostura.

— Demorou um tempo até eu aprender a levantá-la — ele coçou sua nuca, quase constrangido com a minha observação — mas, voltando ao assunto, como assim primeira despedida?

— É, ela gosta de sair, aproveitar a vida e essas coisas — eu dei de ombros, percebendo que ele estava me olhando.

— E você não é assim?

— Bem, se ela vive intensamente, ela precisa de alguém para manter os pés dela do chão, não é? — eu bebi mais um gole de água — nossa, isso soou bem sem graça, né?

— Não — ele respondeu quase imediatamente, sem hesitar — soa fofo, você se preocupa com ela.

— É...

— Vocês se conhecem há muito tempo?

— Quatro anos, mais ou menos, mas parece mais.

— Com certeza — ele olhou na direção de Bruna e deixou seus olhos pairarem nela por um tempo.

Era óbvio que isso iria acontecer. Mais do que óbvio! Eu era sempre a ponte, meus amigos sempre ficavam interessados pelas minhas amigas, então não havia motivo para isso me incomodar tanto, porém, por um minuto, eu pensei que ele estaria interessado em falar comigo, e não em conseguir o telefone da minha amiga.

Isso era frustrante.

— O nome dela é Bruna — eu respondi — ela vai fazer psicologia na UNESP — eu expliquei antes que ele tivesse que me perguntar — e não, ela não está namorando.

Ele sorriu para mim, como alguém sorri quando vê um cachorrinho fofo e tem vontade de apertá-lo até a morte.

— E você? — ele perguntou.

— E eu o que? — eu retruquei.

— O que faz da vida? O que quer fazer? Qual o seu status no facebook? — havia um pequeno brilho nos olhos dele, um brilho de curiosidade e interesse.

— E você?

— Já disse que acabei de me formar em engenharia mecânica — ele deu de ombros — mandei currículos, estou esperando respostas e já te contei que estou solteiro.

— Você disse isso já e isso significa que...? — eu soltei uma risada natural e incontrolável — está tão fácil assim?

— Não tão fácil, depende da garota — ele apoiou seu corpo contra um dos bancos do bar e me olhou.

Eu revirei meus olhos e comecei a tentar voltar para minha mesa, contudo a mão dele me parou, antes que eu conseguisse me afastar demais.

— Espera — ele pediu, tristeza em seu olhar ao me ver tentar sair — posso pegar o seu número?

— Você quer meu telefone? — eu perguntei, incrédula, pois não estava acostumada com aquilo

— Sim, o seu — ele colocou uma mecha, teimosa, de cabelo atrás da minha orelha e sorriu — vai me dar o número?

Mordi meus lábios e olhei para a mesa em que eu estava sentada com a Bruna, percebendo que ela estava bem acompanhada e não sentiria tanto a minha falta.

Sentei-me no balcão, ao lado do banco dele, e apoiei minhas mãos no mesmo.

— Me convença.

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