𝟬𝟭𝟭. SEIS PERNAS
Jogadores bem-vindos ao segundo jogo, nós já vamos começar! Esse jogo será em esquipe. Vocês tem 10 minutos para formar equipe de cinco pessoas.
ESSE JOGO ERA, DE LONGE, NADA PARECIDO com o colméia de açúcar que Seong Gi-hun havia dito que seria ─ tanto que, o mesmo idiota do senhor do jogador número 100 começou a surtar, junto com outros jogadores e chamar Gihun de fraude. Segundo jogo era diferente. Uma música infantil tocava baixo nos caixas de som do espaço, dando um ar todo alegre ao ambiente. Haviam dois círculos gigantes e com as mesmas cores do arco-íris, um do lado do outro na arena. Alguns guardas espalhavam-se pelas entradas do local e o relógio já clicava nos segundos enquanto o tempo passava para a formação de grupos.
─ Pessoal, eu sinto muito. ─ Gihun pediu aos seus companheiros. Se sentia culpado de ter dado a dica errada.
─ Olha, eu ainda acredito em você. ─ In-ho falou, dando um olhar positivo para o homem.
Seu sorriso era até confortante... Junyu e Junho até ficavam nostálgicos. Hwang Inho já havia oferecido muitos abraços e sorrisos brilhantes como aquele ─ bem, talvez se esse fosse um sorriso verdadeiro, para eles quando eram jovens.
─ Isso é jogo de criança, a gente consegue! ─ Jungbae falou, confiante de que eles iriam bem... esquecendo completamente que morreriam caso errassem. ─ Nós somos oficiais da marinha e do exército... se for pra se arriscar, que seja pra se arriscar em algo de verdade!
─ Por vocês eu dou minha vida, senhor! ─ Daeho gritou, batendo continência.
─ Fale por você, eu não tô a fim de me arriscar não. ─ Junnie retrucou, de braços cruzados ao lado do mais velho. ─ Não é porquê eu sou das forças especiais que quero sair por aí me matando. Além do mais... ─ A mulher se aproximou do marido, segurando seu rosto com a mão direita. ─ Se eu morrer, quem vai cuidar do meu bebê?
Enquanto Hwang Junho sorriu como um bobo de orelha a orelha, fechando os olhos de tanta felicidade e ficando até mesmo tímido com o que Junyu havia falado, a maioria deles revirou os olhos ou fez cara de nojo. Os únicos que não acharam ruim ou desdenharam do momento foram In-ho e Jun-hee ─ ele, soltando uma risada e achando engraçado, e ela sorriso ao achar fofo.
─ Eca, que nojo! ─ Taemin, é claro, tinha que se manifestar.
─ Ah, vai a merda! ─ A militar retrucou.
O Ko deu língua, sendo bem maduro, e Junyu fez o mesmo, devolvendo a provocação no mesmo nível que ele.
─ Já disseram que vocês parecem irmãos? ─ Junhee soltou uma risada. Ela estava gostando de ficar junto deles... sentia-se protegida.
─ Eles parecem mesmo. ─ Inho concordou, achando hilário. Ele deu uma batidinha nas costas dos dois, ficando próximo. ─ Então, como vamos nos dividir?
Eles eram em oito, então dava para formar um grupo, mas três deles precisariam achar outras duas pessoas continuar, então eles precisavam pensar, já que não queriam deixar ninguém sem grupo. Porém, como se estivesse escutando seus pensamentos e resolvendo a solução dos seus problemas, Choi Su-bong se aproximou deles, juntamente com seu lacaio Nam-gyu, o jogador 124.
─ Senhorita, excuse me! ─ Ele andou na direção deles, balançando os braços como um boneco. ─ Vamos jogar comigo, em? O aqui Thanos vai proteger você. ─ O 230 apontou para ela, mordendo o lábio inferior. ─ A partir de agora eu vou destruir qualquer um que ficar no nosso caminho! Se ficar comigo tá segura, you safe, entendeu?
Junho fez menção para ir mais para frente e falar algumas coisa, mas Junyu olhou para ele e o encarou, dando uma piscadinha. Por mais que ele não quisesse saber que fim iria levar o plano da Cho para aquele maluco, ele confiou nela. Sabia que faria algo para ajudá-los ─ mesmo que fosse se aproveitando da aparente e repentina paixão avassaladora de Thanos por sua esposa.
─ Escuta, vocês estão precisando de gente, não é, my love? ─ As expressões dele eram todas exageradas e ele parecia convencido de que precisavam da sua ajuda. ─ Então, eu vim aqui fazer esse favor pra vocês otários, porque a 218 tá aqui, will you understand?
─ Ok, ok, one minute! ─ Para Junyu, o remédio para um doido era sempre um pior. Então resolveu agir como tal, já que falar como gente não adiantaria. ─ Vai ser o seguinte, cara das jóias do infinito... ─ Falou, fazendo referência ao personagem da Marvel. ─ Vocês podem ficar com a gente, porque são vocês que estão precisando. Do you understand, amigão?
Ele não faria isso se: um, tudo bem, ele até poderia ter ficado loucamente apaixonado por uma pessoa que ele só viu uma única vez, mas Thanos não era tão idiota quanto pensavam. Mesmo sob efeito de drogas, ele poderia agir por impulso ou fazer qualquer coisa muita absurda. De preferência, com ela mesmo acreditava, "mantenha seus amigos do seu lado e seus inimigos mais ainda".
O tempo para formar as equipes está acabando.
─ It's all right! ─ Thanos concordou, puxando o 124 para perto dele. ─ Por você eu faço esse sacrifício, gatinha!
─ Para de me chamar assim, eu sou casada.
─ Nada que o Thanos não resolva! ─ Ele falou, sorridente. Thanos tentou encostar e passar o braço por cima do ombro de Junyu, mas a mesma se afastou.
─ Eu vou quebrar a tua cara. ─ Junho falou, levantando o punho ao fazer menção que estava pronto para socar seu rosto.
O tempo para formar as equipes está encerrado! O nome do jogo de hoje é seis pernas. A equipe toda vai começar com as pernas amarradas umas às outras. E então, a cada dez metros, um membro da equipe irá jogar um mini jogo. Se vencer, a equipe poderá continuar até o próximo. Os mini jogos são os seguintes: primeiro, ddakji. Segundo, biseokchigi. Terceiro, gong-gi. Quarto, pião. Quinto, Jegi. O objetivo é vencer todos os mini jogos e cruzar a linha de chegada em, no máximo, cinco minutos. Por favor, decidam quem dá equipe vai jogar cada mini jogo.
O primeiro, ddakji, era o mesmo jogo que todos eles jogaram no metrô com o recrutador. O segundo, biseokchigi, era de lançamento, no qual o jogador iria em uma certa distância jogar uma pedra na outra. O terceiro, gong-gi, o jogo das cinco peças coloridas, que precisava de agilidade e precisão, já que tinha uma sequência que precisava fazer para jogar e pegar as peças. O quarto, pião, no qual a pessoa precisa enrolar uma corda toda no fundo do brinquedo, joga-lo e fazê-lo girar com a ponta por alguns segundos. E quinto, jegi, que é basicamente quantas vezes você consegue chutar em sequência algo parecido com a peteca, mas que é feito de papel ─ nesse caso, um total de cinco vezes.
As divisões das duas equipes deles ficaram da seguinte forma: A primeira, Kim Jun-hee (ddakji), Hwang Jun-ho (biseokchigi), Ko Tae-min (gong-gi), Hwang In-ho (pião) e Cho Jun-yu (jegi). A segunda, Seong Gi-hun (ddakji), Park Jung-bae (biseokchigi), Kang Dae-ho (gong-gi), Nam-gyu (pião) e Choi Su-bong (jegi).
Todos os jogadores e seus respectivos companheiros, formaram fileiras lado a lado dentro do círculo colorido, sendo classificados por primeira, segunda, terceira equipe em diante ─ os grupos de Junyu e Gihun eram os dois últimos.
Quando o jogo começou, a tensão aumentou. As pessoas estavam nervosas e inicialmente caladas, querendo entender como iria funcionar se vadiando nas duas primeiras equipes. Bem, parecia fácil levando em conta de eram brincadeiras de criança, mas eles tinham apenas cinco minutos para fazer tudo isso. Ou seja, tinha que ser, no mínimo, 50 segundos para cada mini jogo, para ter tempo sobrando caso eles precisassem em algum outro jogo e também para cruzar a linha de chegada.
Infelizmente, as duas primeiras equipes não conseguiram completar no tempo limite e foram violentamente baleadas. Os sons de tiros ecoaram pela sala e o sangue de seus corpos espalharam-se pela pista de jogos, o que deixava tudo mais macabro e assustador. Existia um pequeno intervalo entre as duas equipes que iam jogar nos círculos, tanto para retirar os corpos do que morreram, libertar os que venceram e colocar novas equipes no local. Apesar de serem as duas últimas equipes, isso só deixava tudo mais apreensivo. Esperar... a ansiedade, o medo de errar ou justamente, naquele momento, não conseguir fazer o que eles fariam até de olhos fechados.
A luz no fim do túnel começou a acender para os demais jogadores quando a equipe três começou a conseguir realizar os mini jogos. Um incentivando o outro da maneira que conseguiam e se mantendo juntos ─ só havia uma única jogadora, a denominada xamã, que parecia atrapalhar mais do que ajudar. Os demais jogadores levantaram no meio do terceiro mini jogo, torcendo e vibrando para que a equipe três conseguisse. Gritavam um, dois! um, dois! todas as vezes que os jogadores andavam, apoiando cada vez mais.
Quando Junyu olhou para o lado, viu Junho e Inho se abraçando enquanto comemoravam mais ma vitória, agora, de outra equipe. Ela não queria quebrar o clima, não mesmo, e queria muito que Inho fosse aquele cunhado que ela tanto amava e daria de tudo para trazes de volta, mas... ela pela primeira vez não sabia o que fazer. Mesmo que sua missão fosse acabar com o jogo, independentemente do que tivesse que fazer... a Cho não sabia se teria coragem de puxar o gatilho na hora que fosse preciso ─ principalmente se Hwang Inho estivesse na frente dele.
Mas ela também não poderia perder Junho.
─ Tá vendo, as pessoas nem são sempre tão ruins quanto você pensa. ─ Junnie falou para Inho. Mesmo o mundo fosse um lugar difícil, ela não acreditava que todas as pessoas eram ruins. Por mais que... algumas delas concordassem em continuar com os jogar e arriscar não apenas suas vidas, mas as dos outros. ─ O ser humano por até ser difícil, mas sempre precisamos dos outros... ─ Ela olhou ao redor e depois, voltou a encara-lo. ─ Mesmo aqui, nessa merda deste lugar, as pessoas ainda estão felizes pela vitória das outras.
─ Você sempre foi boa, Junyu. Durona, mas muito gentil. ─ Inho deu aquele seu sorriso conquistador, passando o braço por cima do ombro dela. ─ Eu estou muito feliz de ver vocês dois novamente.
Aquelas palavras não pareciam muito diferente das ditas há mais de dez anos atrás.
─ Do que vocês estão falando? ─ Questionou Junho, ainda eufórico com as comemorações das duas última equipes. Nem mesmo ele, tão quieto, conseguiu aguentar.
─ Estou perguntando como vocês já estão casados! Eu disse que iria acontecer! ─ O Hwang mais velho mudou de assunto, voltando-se para o irmão. ─ Sinto muito por ter perdido tudo isso... vocês estão há tantos anos juntos... não sei o que aconteceu comigo.
Atenção, as duas últimas equipes, por favor, se preparem!
Thanos deu um pequeno tchauzinho enquanto ia até o outro lado da pista. Ele até insistiu em ser da mesma equipe de Junyi, mas após uma breve conversa com ela de como eles dois tinham a mesma função, o garoto arregalou aqueles olhos e disse um "você é o amor da minha vida", falando o quanto eles eram parecidos ─ no caso, só na cabeça dele. Ah, e claro, dizendo que eles iriam salvar todo mundo.
─ Você acha que ele vai ajudar? ─ Taemin olhou para Thanos, revirando os olhos.
─ Claro, ele drogado, não burro. ─ Junyu concordou, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo. ─ Nenhum deles quer morrer.
A equipe de Junyu se posicionou corretamente no início da corrida e quando o sinal tocou, eles andaram em sincronia como haviam testado antes sem as correntes. A primeira a tentar foi Junhee, que como havia dito, tinha tanta facilidade e era tão boa no ddakji, que passou de primeira. 04:30. O segundo foi Junho, que devido as suas habilidades do colégio como arremessador no time de baseball, também passou com muita facilidade no biseokchigi. 03:59 O terceiro foi Taemin, que sendo o filho mais novo adotivo e com duas irmãs mais velhas, aprendeu o gong-gi e se tornou muito bom no jogo assim como Daeho. 03:30. O quarto foi Inho, que bom, pelo que Junyi se lembrava ele era muito bom jogando pião com as crianças do bairro, mas... aparentemente resolveu errar todas possíveis.
Inho tentou pela primeira vez, enrolando a linha no fundo do pião tão focado, que todos no grupo tinham certeza que iriam passar também. No entanto, assim que ele jogou confiantemente, o fio ficou e o fundo o brinquedo enrroscou-se, fazendo ele cair sem rodar.
─ Calma, tenta de novo. ─ Junho disse, tentando passar confiança e tranquilidade. ─ Ainda temos tempo.
─ É, você jogava isso bastante. ─ Concordou a Cho.
Os demais na fila também tiveram calma, achando que estava tudo bem. 02:55. O jogador 001 tentou mais algumas vezes enrolar o pião na linha, mas a maioria saiu do seguimento e ele teve que refazer. Junyu e Taemin encararam Inho, esperando que o mesmo pelo amor de Deus conseguisse. Finalmente, quando tudo parecia certo e ele conseguiu montar o brinquedo, o Hwang olhou para frente, fechando um dos olhos para calcular onde jogaria, mas não aconteceu... e ele errou mais uma vez.
A equipe dois passou do pião com facilidade, indo rapidamente para o último mini jogo. 02:40.
─ Você é bom nisso mesmo, não é? ─ O Ko indagou, com raiva do mais velho. Ele não tava nem ia para o espírito de grupo, só não tava a fim de morrer. ─ Se não era melhor ter chamado o promoter drogado! Porra, quem joga a droga do pião pra trás, merda!
Junyu esticou o braço para pegar o pião em uma poça de sangue e trouxe de volta. In-ho estava agachado, olhando para baixo, sem falar nada.
─ O que foi? Cansou e dormiu aí em baixo foi? ─ Junyu perguntou, sem paciência. Não é possível, ele deveria está fazendo de propósito.
─ O tempo tá acabando. ─ Junho falou, olhando para o cronômetro. ─ Vamos, irmão, tenta de novo!
─ O que tá dando em mim em? ─ Inho levantou-se bruscamente, começando a surtar e a gritar consigo mesmo. Até bateu no próprio rosto duas vezes. ─ Acorda idiota, você não serve pra nada! Você é burro?
Cho Junyu deu ela mesma um tapa na nuca do mais velho, o fazendo acordar e olhar para ela. A militar segurou o cunhado pelo colarinho da roupa e o fez encarar seus olhos furiosos e impacientes, prontos para queima-lo vivo se ele não realizasse a prova no tempo. Em outro momento ela nunca faria aquilo... Junyu sempre respeitou muito Inho e o tratava como um segundo pai, mas não estava com paciência para jogos, brincadeiras ou surtos quando eles mais precisavam.
─ Escuta aqui, Hwang Inho! ─ Ela gritou tão perto dele, que o ouvido do homem até sentiu um tremor. ─ Se você não completar essa merda agora e girar a merda desse pião, eu vou te matar! ─ Junyu até estava vermelha de tanta raiva. ─ Eu mesmo pego essa arma na mão deles e mato você! Você me entendeu?
Taemin e Junho entreolharam-se, surpresos com a atitude dela. Escutar Cho Junyu sendo a mesma carrasca das forças especiais sempre dava um calafrio e um medo de irrita-la o suficiente para levar um grito dela de tanto desgosto. Junhee fez um biquinho, admirada, mas também agradecida, já que não queria morrer. Entre eles, o próprio Inho parecia verdadeiramente surpreso, porque nunca deve ter imaginado uma cena como essa acontecendo.
─ Tudo bem, vou tentar novamente. ─ Ele respondeu em tom baixo, parando de surtar.
Finalmente, quando Inho pegou e montou o pião uma última vez, o objeto rodou no chão e todos eles gritaram de alegria ─ até mesmo a equipe dois, que havia acabado de terminar e estavam salvos. 00:30.
Ao ver o relógio, ele caminharam rapidamente para o próximo e última mini jogo, o jegi. Apesar de não ter time feminino de futebol em seu colégio naquela época, Junyu sempre jogava com os garotos que conhecia, então acabou se tornando razoavelmente boa no esporte. Ela usou apenas dez segundos para jogar o objeto para cima e conseguir chutar as cinco vezes necessárias, concluindo todo o circuito.
Dez segundos para acabar o jogo.
Os cinco seguram-se firmemente um no outro para andar, sabendo que cruzaram a linha no tempo limite ─ e o passar da faixa vermelha no último segundo foi um alívio. Eles gritaram, se abraçando por ter conseguido concluir tudo e estarem vivos. Junho abraçou Junyu assim que as correntes nos pés se soltaram, agradecido por, na medida do possível, ter dado tudo certo, depositando um selinho nos lábios gélidos e de sua esposa. Taemin ajudou Junhee a se recompor, já que sua barriga estava pesando e todo esse esforço havia causado algumas dores, principalmente nas costas da jovem.
─ Foi mal, Junyu. ─ Inho falou, baixando a cabeça e se sentindo mal.
─ Relaxa, já passou e que bom que estamos todos bem... ─ Ela falou para que todos ouvissem, fingindo que estava tudo bem. Então, ela se aproximou do cunhado, dando-lhe um abraço apertado e sussurrou: ─ Porque se um deles morrer... eu vou fazer com aquele desgraçado, pior do que ele fez com o meu pai.
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