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Capítulo 14

Vila de Pescadores - 10º 09' 06" N 50º 53'56" E

Tempo transcorrido após o primeiro contato: 5 dias

Um som metálico, como o de uma bigorna sendo atacada por um martelo propagando-se na escuridão. Uma batida, seca e profunda, reverberando diretamente em sua alma.

- Acorde. - A voz negra, eletrônica e gutural, assim como a batida ecoa em sua mente. - Dalmas, acorde!

Subitamente o somali acorda. Seu tronco encharcado de suor se ergue instintivamente na cama. Tudo gira ao seu redor. Sua cabeça dói. "- Uma ressaca?". Não. Muito pior. Sua respiração é ofegante e seu coração está disparado. Sonhou que estava sendo perseguido, mas não conseguiu identificar pelo que.

Aos poucos o mercenário reconhece o quarto onde está. O ruído do velho ventilador solto e de seu rolamento enferrujado pela maresia no teto de seu quarto é inconfundível. "Mas como cheguei até aqui? Não importa." Seu coração se acalenta ao bater os olhos em um pequeno porta-retratos sob a cômoda ao lado da cama. "Marselha, meu amor. Papai já está indo vê-la".

A fotografia de sua filha, aos três anos, sentada sobre seus ombros o traz de volta à realidade, "Foi só um pesadelo. Nada mais que isso".

A julgar pelos raios de sol que entram pelas frestas das persianas, e pelo som característico de uma vila de pescadores, o dia já está em andamento. Dalmas vai até o seu armário de duas portas e veste uma camisa regata branca e uma bermuda jeans surrada. Ele se olha no espelho preso no lado interno da porta do guarda roupas e percebe que seu corpo está cheio de novas escoriações, mas não consegue se lembrar de onde as conseguiu. Aliás, seus pensamentos estão muito confusos. Estava preso em Atlantis, uma prisão secreta construída sob uma antiga plataforma de exploração de petróleo, dividindo a cela com o terrorista irlandês e agora está em casa. Como?

"- Para o inferno com tudo isso."

Dalmas desiste de tentar entender os fatos. A única coisa que deseja agora é rever a sua filha e o resto de sua família. Estava em casa depois de meses, afinal de contas. Ele fecha a porta do roupeiro e se vira em direção à saída do quarto.

E ali, entre o mercenário e a porta, está o monstro de seus sonhos. A imensa criatura está estável, bloqueando a porta. Seus olhos brilham através do display do capacete. Ele é o dono daquela voz que o chamava e que o arrancou de seu sono. Sua armadura espacial em tons de vermelho e preto é impressionante. Dalmas cambaleia dois passos para trás, surpreso, até se ver encurralado, com as costas no armário. "Um demônio? Veio para me buscar? Quer dizer que estou morto."

Quando o somali já estava aceitando o seu destino, que fracassou na tentativa de fugir de seu caçador nos sonhos e agora ali estava ele para reclamar a sua alma, um fiapo de memória aflora em sua mente.

O alienígena nada faz. Nenhum movimento e nenhum som. Ele apenas espera, paciente. Dalmas vai se lembrar de tudo.

Lentamente tudo vai tornando mais claro, mais tangível. A prisão, as mortes e a perseguição. E principalmente aquela criatura.

"- Não. Não uma simples criatura. Um explorador espacial, um caçador."

- Você precisa de mim. Para viver, não é mesmo? - O pirata, um pouco mais confiante consegue avançar um passo adiante. - Sem um ser vivo orgânico que consiga realizar as suas funções vitais e fornecer energia bio orgânica para o seu funcionamento, você nada mais é que apenas um pedaço de sucata. - O mercenário dá mais um passo em direção ao alien. - Mas eu não estava fraco o suficiente quando você me escolheu. Era você quem estava morrendo após James atingi-lo. Era você que precisava de mim, mais do que eu de você. É por isso que sou eu quem está no controle. E você não sabe o que é não estar no controle da situação, não é?

A mão do somali percorre toda a placa peitoral do exoesqueleto da criatura, admirando-a, exatamente como uma pessoa admira carinhosamente seu carro novo. Novas memórias vão surgindo em sua mente. Uma raça de seres cósmicos e etéreos, incapazes de se materializam e interagirem com o mundo físico. Apenas observadores do universo. A descoberta de um novo metal, capaz de dar um corpo a essas criaturas celestiais. Guerras e conquistas. Sua força e suas fraquezas. O conhecimento de toda uma raça. Agora ao seu alcance.

- Dalmas. - A voz surge inesperadamente, o assustando e interrompendo o seu vislumbre.

- É claro. O meteoro que caiu. Patagônia, não? Ele é a sua missão.

O pirata se lembra, há quinze anos quando a imprensa internacional divulgou o choque de um raro meteoro com a Terra, na Patagônia. E anos depois, quando descobriram que desse meteoro um novo material poderia ser minerado. Um metal que permitiria a humanidade avançar sua tecnologia em centenas de anos.

- Mas o que caiu na Terra não era um simples meteoro, não é? – Dalmas sente a tristeza e a raiva de sua contraparte. – Você o quer de volta, não quer? – O africano viaja mais a fundo na mente do alien. – Não. Não apenas isso. Você quer vingança contra a raça humana, ao mesmo tempo em que precisam de nós como fonte de energia para continuarem a existir.

Por um tempo nada é dito. E nem precisaria. Ambos estavam conectados tão profundamente e de uma maneira que palavras, ou até mesmo pensamentos, seriam desnecessários para um saber o que o outro estava sentindo. Estavam conectados de uma forma subatômica, uma forma quântica, segundo a ciência. Ou conectados pela alma, segundo a religião.

Dalmas se volta para o armário e abre a porta novamente. No espelho, do lado interno, começa a passar a mão sobre os cabelos.

- Vamos passar um tempo aqui e descansar. Vamos curar o nosso corpo. Você viajou por muito tempo. Está precisando. - Ele fecha a porta e se volta para a sua agora outra metade. - Suas memórias me mostraram uma infinidade de possibilidades, me permita explorá-las. Aí então iremos atrás do seu objetivo e você terá a sua vingança.

Sons de passos vindo da rua atraem a atenção de Dalmas. Alguém ia entrar em seu quarto.

- Dalmas, você está acordado? – A velha porta range ao ser aberta. Um senhor de ralos cabelos brancos e muito magro entra vagarosamente no aposento. Suas sandálias de pescador gastas arrastam um pouco de areia da praia para o quarto. Seus olhos percorrem o aposento ao notar que a cama, antes ocupada, agora se encontra vazio. Finalmente o visitante nota Dalmas sozinho, em frente ao espelho.

- Estou acordado, pai. Acabei de levantar. – Dalmas se dirige ao seu pai e lhe dá um forte abraço e um beijo no rosto.

- Como você está, meu filho? Ficamos todos preocupados. Você não deu notícias por meses. – O velho pescador segura seu filho pelos ombros, enquanto o examina de cima a baixo.

- Estou bem, pai. Passei algumas semanas em um local onde nenhum sinal de telefone pegava em alto mar. Mas agora estou de volta. – O mercenário beija as mãos de seu pai após se desvencilhar de seu abraço. – E Marselha? Onde ela está? Quero vê-la.

- É claro meu filho. Ela está na praia como sempre, nos ajudando com as redes.

Os dois deixam a cabana de um único aposento. Uma escada de três degraus os leva direto para o solo arenoso da praia. Dalmas nem lembrava mais da sensação de pisar descalço nessas areias. A brisa marítima, que carrega consigo os odores típicos da pesca despertam velhas memórias na cabeça do pirata. Para alguns o forte odor de peixe seria insuportável, para ele, aquele cheiro era o cheiro de lar.

Enquanto caminham pela beira do mar, Dalmas cumprimenta cada pessoa que cruza. Todos lhe parecem ser muito gratos e o tratam como um verdadeiro salvador.

Mais afastado da sua casa, a baleeira com a qual ele e James chegaram à vila permanece encalhada nas areias. Algumas crianças brincam sobre o casco, usando-o para saltar mais alto nas quentes águas do golfo. A visão da embarcação o faz lembrar-se de James, seu companheiro de cela e de fuga.

- Pai, onde está James? Ele estava comigo na baleeira.

Com um sinal de mão, o velho pescador tranquiliza seu filho.

- Ele está bem. Está sendo tratado por nosso curandeiro. – O velho para em frente á uma pequena residência. Dalmas se surpreende e procura pelo olhar de seu pai. – Você logo verá seu amigo e Marselha, filho, mas, primeiro, deve prestar respeito ao nosso líder.

- É claro, pai. – O mercenário toma o rumo da casa do líder da vila e do clã. A casa é de madeira, rústica e inacabada. A entrada da frente é coberta por um simples tecido sujo.

O pirata afasta o tecido com uma das mãos enquanto adentra o interior. Uma mistura de odores de peixe, suor e incensos agridem as narinas do mercenário, que se detém um pouco antes de continuar.

- Olá? - A sala estava vazia. Seus sofás, cobertos por colchas e almofadas destoam do resto da vila. O líder da comunidade, um forte praticante da religião islâmica, decorou o aposento de acordo com os costumes muçulmanos.

- Um momento. – Uma voz responde aparentemente vinda do interior da cozinha.

Um senhor, de pele negra e reluzente adentra a sala, vindo do outro aposento. Suas roupas longas e folgadas recobrem seu corpo quase por inteiro. Um Fez, desponta no topo de sua cabeça. Ele abre um largo sorriso ao ver o Leão da Noite.

- Dalmas! Finalmente resolveu visitar esse velho pescador? – O anfitrião larga uma xícara que trazia nos mãos sobre a mesa de centro e estende seus braços ao seu visitante.

- Me desculpe, Faruk. Estive viajando muito ultimamente. – O somali cumprimenta o ancião, beijando-o nos dois lados da face.

Com um gesto das mãos, Faruk convida o pirata para sentar. - Chá?

- Não, obrigado. – O africano gentilmente declina o convite.

- Dalmas, temos recebidos os seus presentes. Você sabe que se não fosse por você, nós não sobreviveríamos por muito tempo somente da pesca.

- Que bom que posso fazer algo para ajudar nossa comunidade, Faruk. A pesca deixou de ser um sustento confiável há muito tempo.

- Você ajuda, sim. Mesmo que eu não concorde com os seus meios, devemos fazer aquilo que é necessário para alimentarmos nossos irmãos e irmãs. – O ancião se levanta de sua poltrona e passa a tomar seu chá olhando pela janela, para um grupo de pescadores que se prepara para entrar no mar. – Desde o seu nascimento eu sabia que não teríamos em você um pescador, Dalmas. O seu espírito brilha mais do que os dos outros.

- Fico feliz que você ainda consiga ver algo de bom em mim, Faruk. Porque, para o resto do mundo, sou apenas mais um criminoso que deve ser abatido.

- As pessoas tendem a temer aquilo que não conhecem. O mundo deu as costas para nós e para toda a África. Fingem que não existimos. - O ancião faz uma pausa e sorve outro gole de seu chá. - Cabe a nós lutarmos por nossa sobrevivência.

O líder ancião da aldeia se aproxima do mercenário, com o dedo indicador apontado para o coração do pirata.

- Aqui dentro, você guarda uma coisa muito especial. Uma coisa que mais ninguém possui. Pegue isso e use esse dom para fazer a diferença. Não seja só mais um pescador ou pirata somali. Seja grande. Faça com que seu nome seja conhecido pelo mundo todo e que o mundo volte a se lembrar de nós. Você é o Leão da Noite. Nunca se esqueça disso. - Faruk mantém seu olhar sério por uns instantes, olhando diretamente nos olhos de Dalmas, somente para após alguns instantes dar lugar a um sorriso alegre e sereno. – Ou abandone tudo e venha pescar com a sua família, o que também seria uma nobre maneira de levar a vida.

Por um instante o pirata desconfia que Faruk saiba sobre o alienígena, seu rosto expressa sua surpresa ao ouvir aquelas palavras. "Não, seria impossível ele saber sobre ele".

O Leão da Noite solta uma sonora gargalhada. Logo em seguida Faruk também ri.

- Quem sabe depois que eu me aposentar? – Fazia tempo que Dalmas não se sentia em paz, como estava se sentindo ali, na sua comunidade. Para ele, o mundo era o seu lar, aquela vila apenas o limitava. Mas de tempos em tempos, voltar às raízes e rever rostos amigos, é tudo que ele quer.

- Bom, mas não perca seu tempo aqui com esse velho. Vá rever a sua filha. Ela está mais linda do que nunca.

- Está bem Faruk. Nos vemos por aí. - O gigante africano se ajoelha, com a perna esquerda no chão e recebe uma bênção de seu mentor.

Dalmas deixa a casa do sacerdote, percorrendo a orla com os olhos à procura de seu pai. Ele o encontra em meio a um grupo de pescadores que repara algumas redes de pescas. Sentada em seu colo está a sua filha.

O mercenário caminha lentamente até os barcos, tentando chegar sem ser percebido, mas quando estava próximo de dar um susto em sua filha, Marselha o nota.

- Papai! – Ela pula do colo de seu avô e corre em direção aos braços abertos de Dalmas. – Você acordou! – Ela o abraça e o beija. – Estava morrendo de saudades! Por que demorou tanto para voltar?

- Desculpa pela demora, meu amor. O papai arranjou um emprego em uma plataforma de petróleo e não podia sair até terminarmos de perfurar o poço.

A jovem menina nos braços de Dalmas não tinha mais do que sete anos. Vestia uma blusa branca – agora já não tão branca -, e uma saia curta plissada azul. Seus cabelos crespos curtos davam volume à sua cabeça, que parecia muito grande para o seu pequeno corpo. Como toda criança das regiões mais pobres do continente africano, seu corpo era magro e um pouco menos desenvolvido do que deveria para a sua idade.

- Pai, você se lembrou de me trazer um celular da cidade?

- Aí filha, o pai esqueceu. Não tinha nenhum nos containers que eu enviei? – Ele olha para o seu pai que, negativamente, responde com a cabeça. – Prometo que trago da próxima vez, está bem?

- Tá bem. Olha o que o vô me ensinou a fazer.

A garota puxa o pai pelo braço até o local onde uma rede estava atirada. Habilmente a jovem começa a remendar alguns furos com uma linha de pesca, entrelaçando e puxando.

Dalmas acompanha por algum tempo o trabalho de sua filha sentada em um toco de madeira, conversando com seus familiares quando o som de motores à combustão interna de dois tempos se aproximando atraem a sua atenção.

Em duas motos velhas que deixam um rastro de uma fumaça cinza por onde passam dois homens negros usando camisetas de clubes europeus de futebol e bermudas adentram a vila. Eles param em um boteco à beira da praia, e sentados em suas motos começam a beber e a rirem.

- Filha, o pai vai ali conversar com uns amigos e já volta, ok? Fica aqui com o seu avô.

- Uhum. – Marselha concorda sem ao menos se virar para o seu pai, tamanha é a sua concentração no reparo das redes.

No meio do trajeto até o bar, os dois homens notam a presença de Dalmas. Prontamente eles largam as bebidas e descem das suas motos, indo cumprimentá-lo.

- Dalmas! Não sabia que você tinha voltado. – O primeiro homem, que veste uma bandana laranja em sua cabeça, cumprimenta o líder dos mercenários com um aperto de mão e um toque de ombro com ombro.

- Ouvi dizer que a Libra o pegou, junto com mais 11 irmãos. – O segundo homem repete o mesmo cumprimento.

- Kalil, Ali. É muito bom reencontrá-los irmãos. – Leão da Noite retribui as boas vindas. – É, eles me pegaram e me jogaram numa prisão no meio do mar. Achei que nunca mais ia sair de lá.

- E Utu e os outros?

- A Libra os matou. Era a mim que eles queriam. Fui o único capturado com vida.

- Filhos da puta!

- Bastardos!

- Calma. Nossa hora vai chegar. – Dalmas volta a falar no seu tom de comando. Frio e direto. – Kalil, em quantas horas vocês conseguem reunir o pessoal?

- O pessoal? - O mercenário leva a mão ao queixo. - Todo mundo dispersou depois que boatos da sua morte começaram a correr pelas praias... Muitos voltaram para o interior. Acho que precisaria umas três horas se forem só os nossos. Umas quatro ou cinco horas se você quiser que eu chame o pessoal lá da ilha também.

- Então chame todo mundo. Pode espalhar pela costa inteira que Dalmas está recrutando soldados para um novo saque. - Os olhos dos dois capangas brilham cheios de esperança e ganância. Eles sabem que os assaltos coordenados pelo somali geralmente dão muito lucro aos mercenários que se arriscam. – Vejo vocês à noite então, na Necrópole.

Os três se despedem e se separam. Kalil e Ali montam em suas motocicletas com motores desregulados, que lembram mais o motor de um motosserra do que qualquer outra coisa e partem em direções opostas. Dalmas permanece apoiado sobre a cerca de madeira que delimita o espaço do bar, terminado a cerveja de seu capanga, quando nota James vindo em sua direção.

O terrorista se destaca em meio aos locais de todas as formas possíveis. Sua pele branca e seus cabelos ruivos, penteados na forma de um topete são como um farol em meio a uma tempestade. Ele está vestindo uma camisa verde de mangas curtas e desabotoada e uma bermuda amarela, com bolsos grandes nas laterais.

Dalmas não resiste e acaba cuspindo a cerveja de sua boca num acesso de risos.

O irlandês para à sua frente e pacientemente, com cara de poucos amigos, aguarda o somali se recompor.

- Já terminou? - Pelo seu rosto sério, Dalmas consegue imaginar quantas piadas Bullet já ouvira dos moradores desde que chegara.

- Sim. Agora terminei. Você está ótimo. Onde arranjou essas roupas? - Entre uma palavra e outra, Dalmas se vê obrigado a segurar a vontade de rir.

- Eu não sei. Quando acordei já estava com elas. Pergunte para o seu pessoal.

Dalmas oferece a outra cerveja que já estava aberta ao seu colega de cela. Na hora de James pegar a bebida é que o mercenário percebe o seu colega havia perdido o braço. O que sobrara do membro estava protegido com gases e faixas.

- James, o seu braço. O que houve?

- Isso aqui? Não é nada. Isso é o que você ganha quando encara um E.T.

- Eu sinto muito, James.

- Não sinta. Faz parte do estilo de vidas que escolhemos. Eu poderia tê-lo perdido enquanto fabricava as minhas bombas. - James dá um gole em sua cerveja morna. - Pense em quantas vidas eu tirei ou quantas pessoas meus ataques mutilaram. Não tenho o direito de que sintam qualquer coisa por mim além do que todos já sentem.

- Nossa. Isso foi lindo. - Dalmas volta a rir, dessa vez acompanhando com o canto dos olhos o seu parceiro.

- É. Eu só tinha a bíblia para ler na prisão. Acho que a li demais. - Bullet também cai na risada.

- Você sabe como chegamos até aqui? Quero dizer, eu não me lembro de muita coisa após sairmos de nossa cela.

- Eu também só tenho fragmentos na memória do ocorrido. Lembro-me de ter usado o gancho do guindaste para atingir aquela criatura, mas quando cheguei lá embaixo, só encontrei você caído. O alien deve ter fugido. - Após um longo gole na garrafa e de se certificar que seu conteúdo tinha acabado o irlandês continua. - Arrastei seu corpo até a baleeira e então desmaiei. Quando acordei estava sendo retirado dela pelo seu pessoal, já aqui na praia.

O Leão da Noite apenas escuta, fitando as ondas quebrando na arrebentação, no horizonte.

- O médico daqui disse que tive muita sorte que, após perder o braço, cauterizamos o ferimento em seguida. O que impediu que eu morresse pela perda de sangue. Se eu contasse a ele que foi o tiro de laser que arrancou o meu braço e, ao mesmo tempo cauterizou a ferida, eu não sei o que ele faria.

- Bullet, aquele alien veio à Terra em busca de algo. - Dalmas vira a sua cabeça com um olhar muito sério ao seu colega de cega. - Se conseguirmos colocar nossas mãos, no que quer que seja, acredito que nunca mais vamos precisar nos preocupar com a Libra.

Bullet nada fala. Estava admirado com a determinação do mercenário. "- Após tudo isso, ele ainda pensa em se vingar da Libra...".

Os dois passam o resto da tarde bebendo à beira da praia. Dalmas é cumprimentado por todo o morador que lhe avista, enquanto que James continua sendo o alvo de todas as piadas e brincadeiras da comunidade.

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