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Capítulo 34

  3700 palavras

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  O distrito Zâmbia estava enfeitado para o festival, nesse dia, as crianças usavam roupas coloridas, ao redor dos olhos deles havia tinta, simulando o olhar dos pássaros. 

   Ian fazia careta enquanto Helena penteava seu cabelo para o lado, a senhora de traços orientais sorria, notando como seu neto estava bonito, há também outro fato para sua alegria, Ian parou de perguntar sobre a mãe, aquele assunto mexia com o emocional dela. Lembrar do que foi relato pelos policias causava pesadelos e sabia que continuaria assim por anos. 

— Eu não quero usar, tô igual um palhaço! — Falou o menino, segurando a roupa.

— Você está lindo. — Ela sorriu, apertando o rosto dele. — É o garotinho da vovó. — riu, soltando-o gentilmente. 

  No mesmo quarteirão, Marina tentava convencer Bárbara para ir no festival. A menina se recusava, dizendo que não poderia, mas a mais velha insistia, pois não queria deixá-la sozinha em casa. 

— Ficamos um pouco, Catrina está muito animada, não para de falar disso, vamos, querida, por favor. — Pediu, sorrindo. Bárbara revirou os olhos, aceitando no final.

  Alguns minutos depois, eles seguiram para o centro do distrito, Marina ouvia a conversa de Catrina com Matheus, quem mais falava era Catrina, tagarelando como sempre, Matheus ria e concordava com a cabeça, já Bárbara, caminhava com zero vontade de ir, ela aceitou, mas ficaria longe da multidão, provavelmente vendo os outros se divertirem.

 Quando eles finalmente chegaram, Catrina os puxou para a apresentação de mágica que estava acontecendo, fazendo os mais velhos a seguirem. 

  Bárbara não percebeu o tempo passar, sua mente parecia descartar os detalhes daquela noite, pois tinha certeza que nada a faria se animar, há poucos meses viu seus pais serem mortos, então seu coração aparentava estar anestesiado, batia, é verdade, porém, Bárbara não conseguia mais ouvir as batidas. Estava tão triste. Um farto pesado para uma criança.

— Olha, vai começar a dança! — Catrina berrou, segurando na mão de Matheus. — Teuzinho, você vai dançar comigo — A pequena o puxou para dançar, ele não teve muito o que fazer, apenas aceitou. 

  A morena olhou em volta, pronta para fugir, entretanto, sentiu Marina segurar sua mão.

— Acho que aquele menino vai te convidar... — A mais velha virou sua atenção levemente, fazendo Bárbara levantar a cabeça naquela direção, de lá, ela viu um garoto, ele tinha traços orientais e estava vermelho, devia ser de vergonha porque uma senhora que estava ao seu lado, dizia alguma coisa e apontava com a cabeça para onde Bárbara estava.  A menina engoliu em seco, devia correr para onde? Devia ir até ele? Mas, antes que pudesse decidir o que fazer, o garoto caminhou até ela. Nesse momento, Marina soltou a mão dela, fingindo que olhava para o outro lado. 

 — Você tem par pra dançar? — Perguntou ele, tímido. Bárbara negou com a cabeça rapidamente, tensa. 

— Eu não tenho par... — Assumiu, constrangida. 

— Agora você tem, eu vou ser seu par! — Afirmou, decidido. Bárbara riu, concordando com a cabeça. 

— Obrigada, meu nome é Bárbara, qual o seu? — Questionou a morena, mais alegre. 

— Ian. — Ele sorriu, fazendo a menina sorrir de volta. — Vamos comer espetinho? Não deve ter ninguém lá. — Sugeriu Ian, animado.

— Vamos. — Bárbara manteve o sorriso e dois saíram da pista de dança, indo na direção das barracas e, ao longo dos anos após aquela noite, eles seguraram a mão um do outro, perdendo a vergonha.

  Em uma tarde qualquer, quando Bárbara pegava livros na biblioteca da escola para o início do ano, ouviu a conversa de algumas meninas no primeiro ano do ensino médio, mas ela não sabia os nomes delas, já que estava no nono ano. A morena parou o que estava fazendo para conseguir entender o assunto.

— Vocês viram quem está na minha sala? O Ian Yamaguchi! — Uma delas contou, olhando para as outras.

— Cara, ele é lindo, né? — Falou a outra, rindo. 

— Sim, ele é perfeito, se eu me declarar, o Ian pode gostar de mim? — Comentou a menina, pensativa.

— Amiga, tu ainda não falou o que sente para ele? — Questionou a outra, indignada. 

— Eu tentei, ano passado nós éramos da mesma turma, mas sempre que eu ficava perto dele, alguma coisa acontecia e eu pareço uma maluca. Gostar de menino bonito não é fácil! 

— Você vai falar hoje! — Exclamou a menina, encorajando sua amiga. Ela concordou, tomando coragem. Bárbara, que ouvia a conversa, quase deixou cair um dos livros, mas o pegou e caminhou para fora das estantes, tentando não ser reconhecida, ela deu uma volta pelas mesas, saindo do espaço rapidamente, encontrando a professora, respirou aliviada, porém, no mesmo instante que ela foi até a mesa da professora, as meninas saíram da sala das estantes, assim os olhares delas se encontraram. 

"Não fale comigo." Pensou a morena, desviando o olhar. 

— Espera, Bárbara? — Chamou ela.

— Oi.

— Você era a pessoa que eu queria ver mesmo. — Falou a menina, animada. — Posso conversar com você lá nas mesas? 

  Bárbara pensou em dar uma desculpa qualquer e ir embora, mas acabou aceitando, acompanhando a garota até as mesas da biblioteca. As duas sentaram nas cadeiras, mas a morena continuou segurando seus livros, nervosa.

— Eu acho que nunca me apresentei, sou Vitória. — Disse, Bárbara olhou para o rosto dela, a menina era bonita, no padrão para a época, olhos claros e o cabelo loiro escuro, ela tinha um corpo desenvolvido, realmente era uma garota bonita. A morena olhou para baixo, já sabendo o rumo daquela conversa.

— O que você quer falar comigo? 

— Ah, é sobre o Ian... — Ela ficou vermelha apenas em citar o nome dele. — Você é a garota que ele mais conversa, queria te perguntar se você sabe se ele gosta de alguém...

— Eu não sei, ele não fala dessas coisas comigo, tente perguntar pro Matheus. — Levantou-se, incomodada com o assunto. 

— Me desculpa te perguntar isso, eu nem sou sua amiga pra estar te pedindo favores, mas é que faz um ano que gosto dele e não sei o que fazer. — Confessou, envergonhada. Bárbara franziu a testa, cansada daquilo. 

— Fala pra ele o que você sente, tem muita gente dizendo que o Ian é babaca, mas eu o conheço e sei que é mentira, mesmo se ele não sentir o que você sente, ele não vai te desrespeitar. — Contou.

  Vitória sorriu, levantando-se, abraçando Bárbara, pegando-a de surpresa.

— Obrigada, você é legal, diferente do que as pessoas falam. — Falou Vitória. 

— Obrigada — A morena soltou-se do abraço, indo na direção da saída. — Boa sorte. 

  Ao longo do dia, aquela conversa idiota martelava na sua cabeça, Bárbara colocou a mão sob a testa, querendo paz por um minuto para se concentrar no que fazia, porém, isso não aconteceu. Imagens de Ian e a tal menina juntos fez seu estômago revirar, então Bárbara deixou os livros de lado e saiu de casa, caminhando pelas ruas do bairro apressadamente, tentando chegar na casa do menino. 

 — Ei, Bárbara — Uma voz a fez parar de andar, ela olhou para trás, encontrando Ian. — Onde vai?

— Nossa, como faz isso? Eu estava justamente pensando em você. — Bárbara riu, ele também.

— Eu ia te encontrar — Ian se aproximou dela. — Queria te mostrar uma coisa. — Ele segurou sua mão, correndo pela rua, sem perceber, Bárbara estava indo com ele, mesmo que não soubesse pra onde. Os dois pararam atrás de uma placa de anúncios, Ian olhou de um lado para o outro antes de voltar sua atenção pra ela novamente.  

— O que aconteceu? — Perguntou Bárbara.

— Fiz uma tatuagem — Contou, segurando o riso. — Olha, é uma flor de lótus, nem doeu, achei que ia doer. — Levemente, ele levantou a blusa, mostrando a pequena flor, Bárbara sorriu, era a cara dele escolher algo delicado para ser sua primeira tatuagem.

— Ficou linda, e acho que você dever ser mais forte que as outras pessoas por isso não doeu. 

— É, acho que tem razão. — Falou. — Onde você ia?

— Ah, é que eu queria te encontrar. — Abaixou a cabeça. 

— Me encontrar? 

— Sim, eu aconselhei uma menina que gosta de você, então não seja rude com ela. — Avisou, dando as costas, querendo fugir dali, mas Ian segurou seu braço, fazendo-a parar. 

— Era isso? Parece que tá escondendo alguma coisa. 

— Eu queria te dizer uma coisa também — Ela se virou, cansada, desde que conversou com a menina seu coração estava pesado. Ian franziu a testa, olhando diretamente nos olhos dela, querendo saber o que acontecia com Bárbara. — Não sei explicar, mas quando meus pais morreram, eu não conseguia ouvir meu coração batendo como antes, sei lá, ele estava fraco, triste, eu não sei, aí eu fiz amizade com você e conseguia ouvir ele bater mais alto, mas não do jeito ruim quando estamos com medo, não, ele está feliz. — Confessou, usando toda sua força para encará-lo, sentindo seu coração bater tão forte, tão feliz. 

  Ian arregalou os olhos, engolindo em seco, seu coração batia apressado também, mas era de medo.

— Bárbara — Ele segurou os ombros dela firmemente. — Eu vou ficar do seu lado pra sempre, mas não posso te oferecer mais do que amizade. — Ian sentiu que fosse chorar a qualquer minuto, achou que esse dia jamais chegaria, porém, mesmo Bárbara fosse a garota por quem ele se apaixonou ao longo dos anos, não poderia dizer o que sentia, não poderia trazer tudo de ruim que carrega no coração, toda escuridão que ele possuía, mas Ian esqueceu que ela também tinha essa mesma escuridão. 

— Você... — Bárbara começou a chorar, afastando-se dele. — Você pode me dizer o motivo?

— É que eu não posso, não consigo — Ele negou com a cabeça, deixando algumas lágrimas caírem. — Você precisa de alguém melhor. Eu não sou pra você.

— Tá falando besteira, se você não me quer, diz logo, mas não fala essas coisas. — Bárbara comentou, secando o rosto.

— Desculpa. 

— Você não gosta de mim? — perguntou, o menino achou que fosse desmaiar ali mesmo, mas respirou fundo.

— Não.

Bárbara colocou a mão em cima da boca enquanto lágrimas incontroláveis desceram por seus olhos, aquela era a dor do coração partido.

 — Eu não ia te falar, mas queria que soubesse, não quero ser aquelas pessoas que nunca falam o que sentem e acabam tristes e sozinhas. — Contou, passando a mão pelo rosto, o vendo paralisado e pálido, se ele não a amava, por que estava tão nervoso?

— Tem muita gente que ama você. Não vai ficar sozinha. 

— Talvez tenha razão, é melhor eu ir. — Bárbara passou por ele, evitando encará-lo. — Te vejo depois.

  O garoto nada disse, apenas concordou com a cabeça, e a viu ir embora. 

 À noite, quando Bárbara deitou na cama, sabia que não ia conseguir dormir. No fundo, a razão para ela confessar ou pelo menos tentar, foi que se a tal Vitória conseguisse ficar com ele, seria injusto com tudo que ela sentia. Vitória não sabia que Ian amava cerejeiras, e que quando ria fechava os olhos e jogava a cabeça para trás. Ela não sabia que ele nunca aprendeu a andar de bicicleta porque viu um homem sofrer um acidente e que não consegue dormir de barriga para cima porque sempre tem pesadelo, então quem era ela para ter o coração dele?

  Bárbara o conhecia, e o amava, sempre amou, mas se ele não a queria, só podia rezar pela felicidade dele. 

  No dia seguinte, eles não se falaram, Ian estava no palco que ficava no pátio, ele conversava com alguns meninos, mas não parecia interessado no assunto deles, o menino olhou na direção da entrada, nesse momento, Bárbara apareceu. Ele queria ir até ela, porém, Vitória o beijou ali mesmo, na frente de todo mundo, quando Ian se soltou dos braços dela, Bárbara já havia sumido.

  Ian pensou em ir atrás dela, realmente quis, mas havia mentido sobre não amá-la, ele a amava, no momento que a conheceu, mas Ian acreditava que amar é a mesma coisa que sofrer, machucar, e ser infeliz, graças ao pai abusivo e ter presenciado o assassinato da mãe.  Então, como dizer algo que ele tanto temia?

  Os anos passaram, Ian namorou algumas meninas, mas nunca fez questão de apresentar elas para sua avó, no fundo, eram como ficantes. Ele viu Bárbara crescendo e tornando-se uma mulher, ela podia meter medo em todo mundo, porém, perdia a marra perto dele.

Os dois continuaram próximos, acompanhando o crescimento um do outro, naquela época em questão, a Leviatã havia tomado o poder do distrito Zâmbia, Ian, sendo o vice comandante e o mais preocupado com o funcionamento da gangue, limitou o acesso ao galpão, evitando problemas. Mas, para seu azar, alguém o observava de longe.
Ele nem sequer notou que estava sendo seguido, tão ocupado com as mudanças que a Leviatã havia passado que atrasou seu extinto.

— Ei, Ian — A morena o chamou do outro lado da rua, ele sorriu e foi de encontro a ela. Os dois se abraçaram apertado. — Você esteve em missão, não é? Eu não te vejo há semanas.

— Eu precisei resolver umas coisas nos distritos vizinhos — ele respondeu e os dois se afastaram, envergonhados.

— Você tá com fome? Vamos comer, eu pago — Bárbara avisou, indo na direção da lanchonete. Ian reparou que havia algo diferente nela, mas não soube dizer o que.

— Faz tempo que não ficamos juntos — Comentou ele, a morena assentiu.

— Agora você é um homem ocupado.

— Não é isso, boba, mas tem coisa ali que só eu posso fazer.

— Você tá trabalhando muito, vai acabar ficando doente. — Bárbara disse, Ian deu de ombros, indiferente.

— Sou mais forte do que você pensa.

— Mesmo os fortes podem adoecer — Bárbara comentou, porém, sabia que seu alerta entrou por um ouvido e saiu pelo outro, ele não ligava para nada, a morena sempre quis saber o motivo dele ser tão despregado da vida. Os dois ficaram em silêncio, caminhando lado-a-lado, em um momento ou outro, eles se entreolhavam, entretanto, ambos desviavam. 

  Quando eles chegaram na lanchonete, Ian e Bárbara continuaram quietos. A verdade era que depois da última missão, o garoto decidiu que contaria tudo, diria seus sentimentos por ela após tantos anos apaixonado em segredo, Ian esteve perto da morte, mais perto do que qualquer outro momento da sua vida, pensou que poderia nunca mais vê-la, e como poderia sem nunca confessar seu amor?

— Você está diferente — Bárbara quebrou o silêncio, Ian levantou o olhar na direção dela.  — Sua missão foi tranquila?

—  Sim — mentiu.  — Terminei há alguns dias, fiquei longe do galpão, tava cansado. 

— O Matheus disse que você não quis ajuda, tá achando que é o Hulk, caralho? — questionou ela, Ian gargalhou.

— Acha que não dou conta?

— Não é isso, tonto, sei que pode contra qualquer um.

  Ele sorriu, ela também. Ian desviou o olhar para a janela, assim que fez isso, percebeu um homem do outro lado da rua, ele era familiar, mas Ian não o reconheceu. Pensou em ignorar, deveria ser algum otário que ele teve que dar uma surra por causa da gangue. Sua atenção voltou para Bárbara, que li o menu da lanchonete concentrada.

  Eles riram juntos, como há tempos não acontecia. Bárbara não deixou que ele pagasse, até porque o convite foi dela, já estava escuro quando saíram da lanchonete, pela primeira vez desde que ela havia confessado que gostava dele há três anos, Ian segurou a mão dela, diferente do que imaginava, ela apertou a mão dele de volta, nesse momento, Ian parou de andar, pronto para finalmente confessar o que sentia.

— Eu quero te falar uma coisa — Ele limpou a garganta, nervoso.  — Sempre...

— Ian? — aquela voz, atrás dele, fez o garoto se assustar, agora lembrara do homem que viu, era Gael, seu pai.  — Sua mãe ficaria feliz, ela dizia que você ia ser bonito, tinha razão.

— Gael...

— Você cresceu — o velho decrépito aproximou-se dele, Ian entrou na frente de Gael, pois percebeu o olhar do desgraçado na direção da Bárbara, não veria outra mulher que ama se machucar por causa de Gael.

— O que porra você tá fazendo aqui? Quando saiu da cadeia? — Questionou ele, raivoso. Ian sentiu seus músculos tratarem de tanto ódio, o que aquela peste estava pensando? Ian acabaria com ele de olhos fechados.

— Tive uma redução de pena, fui um bom menino na prisão — Ele sorriu, direcionando novamente seu olhar para a moça atrás de Ian.  — Arranjou uma garota bonita.

— Ela não é um arranjo — respondeu Ian, sentindo sua raiva aumentar.  — E para de olhar assim pra ela, seu filho da puta, vai embora daqui antes que eu te mate!

— Você não tem o direito de falar assim comigo, sou seu pai!

— Que se foda! Vai pra casa do caralho, some daqui, não quero te ver, você matou a minha mãe!

— Ela me fez fazer aquilo, você não lembra? Tudo o que ela fazia pra me provocar, ela fazia de propósito, ela queria que eu fosse pra cadeia! Aquela vadia!

— Não fala da minha mãe! — Ian tentou avançar na direção dele, porém, Gael estava armado e apontou uma arma para eles. O vice parou e Bárbara arregalou os olhos, ver Ian na mira de uma arma apertou seu peito.

— Você continua fraco, sempre se escondendo na barra da saia de uma mulher, vira homem, porra!

— E quem é homem aqui? Você? Matou a própria esposa, você é um homem da pior espécie, se você for atirar, faz logo, atira, anda, caralho!

— Ian, o que está dizendo? — Perguntou Bárbara, preocupada com a possibilidade que ele levasse um tiro, mas ele nem sequer olhou para ela, nesse instante, Gael soltou o gatilho, Bárbara empurrou Ian e o tiro acertou seu ombro esquerdo, o asiático viu sangue escorrer pela blusa dela e partiu na direção de Gael, quebrando o nariz dele com um soco, depois Ian tomou a arma, acertando um tiro no peito do asqueroso.

— Bárbara! — Ian correu na direção dela, a vendo segurar o ombro machucado, com muito cuidado, ele colocou a mão no rosto da morena.
— Você tá doida? Entrou na frente de um tiro!

— Meu corpo se moveu sozinho quando eu vi você em perigo.

  Ian sentiu seu rosto queimar, mas disfarçou e segurou na mão dela, a levando para o hospital.

━──────≪✷≫──────━

— Pelo amor de Deus! Bárbara, você tá bem? — Questionou Matheus, adentrando a sala da emergência desesperado. A morena riu, vendo ele segurar suas mãos e tentar subir na cama que ela estava.

— Eu tô bem, foi só de raspão.

— Quem fez isso com você??? Vou acabar com ele e...

— Irmã! O Ian me ligou, você levou um tiro! — Catrina apareceu correndo, ela e Matheus se jogaram em cima de Bárbara, preocupados.

— Eu tô bem, Cat, não precisa chorar. Mas, eu tenho que falar com o Ian, vocês podem chamar ele pra mim?

  Os dois concordaram e deixaram a sala, nisso, o asiático entrou, meio desajeitado e desconfiado. Bárbara respirou fundo, será que esse era o momento?

— Antes dele aparecer, você ia me dizer uma coisa, não é?

— Não era nada, deixa isso pra lá e me desculpa, você levou um tiro, eu nem sei o que eu faria se você morresse hoje, acho que morreria amanhã.

— Ian...

— Eu preciso ir, desculpa.

━──────≪✷≫──────━

O tempo passou, e as coisas estavam as mesmas, Ian completara dezenove anos, mas sua paciência e estresse poderia ser comparado com alguém de oitenta.

Ele acabara de brigar com alguns membros da Leviatã e os mandou sair da vista dele, irritado.

— Tu é muito chato, mano. — Matheus entrou no galpão, sorrindo. Ian revirou os olhos.

— Deixa eles comigo por um tempo, sei o que tô fazendo. — Ele respondeu.

— Tá legal — Caminhou até seu amigo. — Quero te falar uma parada.

— O que? — Perguntou, entediado. 

— Estou namorando a Bárbara. — Contou, animado.

— Ah, Matheus, piada agora não. — Ian negou com a cabeça.

— Que piada? — O moreno cruzou os braços. — Nós estamos juntos, desde que a minha mãe morreu ficamos nos apoiando um no outro, quando eu vi estava completamente apaixonado por ela, há coisas nela que eu nunca tinha notado, ela é tão forte, mais forte do que eu, ela tem um jeito bonito de conversar, as palavras parecem música quando ela fala.

  Ian sentiu sua cabeça dar uma volta, desligou por um momento, deixando de entender as palavras de Matheus.

  — Ian? Tá me ouvindo? — Chamou, o vice olhou na direção dele, ainda meio tonto. 

— É, tô sim. — Respondeu, ríspido. — Que bom, amigo, tô feliz por vocês, parabéns.

— Valeu, cara.

— Tenho que ir num lugar, mais tarde eu te vejo. — Falou, saindo às pressas do galpão. O garoto caminhou pelas ruas do distrito sentindo um gosto amargo na boca, no fundo, sabia que deveria ficar feliz por eles, mas ainda amava Bárbara, nunca deixou de amar, nem sequer pensou que era melhor matar seu sentimento por ela. Só estava se sentindo mal. Sem perceber, chegou na frente da casa de Bárbara, precisava vê-la.

  Bateu na porta, não demorou para que a morena abrisse. 

— Ian! — Ela sorriu, abraçando-o apertado. — Onde esteve esses meses? Sempre que eu pensava em te ver, Matheus dizia que estava em outro distrito, senti sua falta. 

— Oi, querida — Ele retribuiu, perdendo a postura de cara mal estando nos braços dela. — Desculpa ter sumido, mas estou aqui agora.

— É tão bom te ver — Bárbara segurou o rosto dele, segurando-se para não chorar. — Achei que você não ia voltar pra Zâmbia.

— Não — Respondeu, rápido. — Eu não posso deixar você, quer dizer, a gangue precisava que eu fosse em uns lugares. 

— Ah, claro. Você já sabe? Eu e o Matheus...

— Eu sei — Ian a cortou, incomodado. — Que bom pra vocês.

— Você está bem com isso? — Perguntou Bárbara, preocupada. 

— Estou, estou sim, tá tudo bem — Ian riu. — Ontem eu ouvi aquela música...

— Música? — Questionou, confusa. 

— É aquela lá, triste do jeito que você gosta. — Ele riu, fazendo Bárbara revirar os olhos.

— Para de ser besta, entra. — A morena mandou e ele obedeceu.

   Na sala, eles estavam calados, desviando o olhar quando um deles acabava olhando sem perceber pro outro.

— Então... — Falaram juntos, depois riram. 

— Fala primeiro. — Pediu Bárbara, constrangida.

 — Eu queria te ver, só isso, fazia tempo que a gente conversou. — Ele confessou.

— Ian, nós...

— Eu quero a sua felicidade, não importa com quem seja, espero que esteja feliz de verdade. — Ian segurou a mão dela, Bárbara sentiu uma pontada no estômago, mas disfarçou.

— E tudo bem pra você? — Perguntou ela.

— Bárbara — Ian sorriu, apertando a mão dela, a morena abaixou a cabeça, ainda o amava, mas não era mais uma criança. — Toda a dor que eu já senti não seria nada comparado com a dor de perder você. E se um dia as coisas estiverem difíceis no futuro, darei a minha vida pela sua.


Oi, leitores!
Obrigada por ler.
O próximo já é o último

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