Capítulo 30
3700 palavras
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5 anos depois
Os representantes da metrópoles atualmente mantinham a aparência que controlavam as ruas da cidade, quem vinha de outro Estado ou País visitar a cidade, era agraciado com os melhores restaurantes e os melhores hotéis, o mais longe possível do que a metrópoles realmente representava, eles bebiam vinhos caros e comiam especiarias, tudo isso enquanto observavam a bela vista da cobertura.
Mas, para quem a conhece, sabe que não passa de uma máscara, a cada dia, os becos pareciam mais violentos, com a ascensão de Bárbara ao controle da cidade, os gângster mandavam e desmandavam em cada distrito, tanto que nem mesmo as autoridades se importavam mais com a situação, Bárbara ameaçou e subornou todos eles.
No centro, onde o antigo grupo se reunia, os três herdeiros mais poderosos do norte se reuniram com o novo governador, mesmo que há anos que a líder da Leviatã deixara a cidade, eles sabiam que ela ainda comandava a metrópoles, sua última ação foi mandar um grupo de adolescentes pintarem no memorial dos antigos prefeitos da cidade, frases como "vocês são assassinos", e "a culpa da violência é deles", estavam espalhadas no dia do aniversário da cidade. Os homenageados podiam sentir Bárbara gargalhando enquanto via a cerimônia pela televisão.
Ninguém ali podia realizar qualquer festa, ela fazia questão de estragar de alguma maneira, seja revelando alguma mentira ou mandando cidadãos da cidade irem reclamar, uma vez, ordenou que uma bomba fosse instalada no dia da inauguração da estátua do primeiro governador, a deixou em pedaços antes que alguém pudesse ir prestar homenagem.
Por causa disso, o governador chegou em uma conclusão, precisava tirar o poder daquela mulher antes que ela destruísse a cidade. Eles sentiam que esse era seu objetivo, mas que, por alguma razão, ela não destruía de uma vez, como se algo a impedisse.
— Temos que achar uma fraqueza, o que for, ela já fez o prefeito deixar o cargo quando divulgou as provas contra ele e a fraude da eleição, ela vai derrubar qualquer pessoa que tenha poder na cidade! — Comentou Ellen, dona da metade das empresas de embalagens plásticas.
— Ela não tem mais família, sua irmã morreu há cinco anos, não sei como podemos achar uma fraqueza. — Acrescentou Júlio, herdeiros dos maiores hospitais da cidade.
— Deve ter alguém que ainda vive na cidade, uma amiga, algum parente, nós vamos pedir registros dela, talvez naquela época, ela estava com alguém. — Sugeriu Arabela, herdeira das indústrias de automóveis da metrópoles.
— Ela é esperta, cometeu diversos crimes dentro da cidade, mas até hoje, eu nunca consegui colocar a polícia atrás dela, é como se... — Lembrou Joe, novo governador, porém, ele parou, ouvindo um barulho na porta atrás dele.
Subitamente, as luzes começaram a piscar, como se as lâmpadas estivessem falhando juntas, eles olharam para cima, intrigados.
Da tela plana na frente deles, um vídeo começou, Bárbara surgiu, o mesmo olhar fechado e sombrio, mas, com o passar dos anos, a expressão dela ficou cínica, ela sorria verdadeiramente enquanto via uma pessoa arregalar os olhos de medo dela.
"Olá, Joe!" Bárbara cruzou as pernas, enquanto segurava uma taça de champanhe. "Até imagino o que você está pensando agora, é, meu querido, estou sempre um passo na sua frente." Gargalhou.
"Acredito que está reunido com os almofadinhas, tentando encontrar uma maneira de tirar o meu poder, mas deixa eu te contar uma coisa, essa cidade é minha, eu mando nessa porra." Bárbara ergueu a sobrancelha levemente, deixando um sorrisinho escapar.
Joe se levantou da cadeira, pensando no que fazer, mas a voz de Bárbara o fez olhar novamente para a tela.
"Serei breve, ninguém vai tirar esse poder de mim, eu lutei muito por isso e não vou deixar você acabar com tudo, então aproveite seus últimos minutos, Joe."
A tela voltou a ficar escura, os integrantes daquela reunião se entreolharam, Ellen e Júlio correram para tentar abrir a porta, mas estava trancada por fora, Arabela tentou usar seu celular, mas não tinha sinal.
Joe olhou a situação, Bárbara conseguiu novamente.
— Aquela desgraçada.
Do outro lado da rua, um homem passava para entregar o jornal, nesse instante, ele ouviu uma explosão do prédio, com susto, ele quase caiu para trás, porém, tratou de pegar seu celular, filmando o prédio cair após a explosão, enquanto filmava, ele se perguntava como um prédio desses, que só a elite podia frequentar, explodiria em plena luz do dia.
Não demorou para os canais de comunicação relatarem o ocorrido, as pessoas ficaram assustadas, ninguém parava de comentar sobre o acidente, na capital do País, a responsável por ele sorria enquanto almoçava um prato criado especialmente para esse dia, inclusive, o chefe, criador do prato, ainda estava na casa. A morena riu, pensando no rosto de Joe quando seu vídeo apareceu.
— Bárbara, o País inteiro já está sabendo. — Ian sorriu, sentando na cadeira ao lado dela. O asiático estava mais magro, seus braços estavam fechados de tantas tatuagens, Ian cortou o cabelo e o deixou todo para trás, parecia um homem mais velho do que realmente era.
— Excelente, bem feito pra aquele nojento do Joe, quem ele achou que era pra tirar meu poder?! — Exclamou Bárbara, os anos fizeram mudanças na sua aparência, seu cabelo estava liso e na altura dos ombros, ao redor dos seus olhos estavam escuros, devido sua falta de sono. Mas, diferente de Ian, Bárbara havia ganhado peso, talvez porque está bebendo muito e quase não saia da mansão que comprou.
— Bom, era o governador até você mandar matar ele. — O asiático franziu a testa, como se fosse óbvio. Bárbara revirou os olhos.
— E daí? Eu mandei matar outras pessoas também. — respondeu, impaciente. Ian negou com a cabeça, observando o prato dela.
— Oh, me dá um pouco dessa comida — Ele pegou a colher em cima da mesa, enfiando na comida chique de Bárbara, a líder quase o agrediu, irritada.
— Seu merda, tira a mão da minha comida — Bárbara disse, puxando seu prato para longe dele. — Saco, vai na cozinha pegar pra você.
— Credo — Ele fez uma careta, se levantando da cadeira. — Tô indo, tenho coisa pra fazer, tu podia ir comigo, achei os filhos da puta que passou a perna no entregador.
— Eu vou com você. — Bárbara limpou a boca com o guardanapo, se levantando em seguida. — Quero ver isso de perto.
Alguns minutos depois, Bárbara encarava os três garotos que roubaram a mercadoria deles. A morena ergueu a sobrancelha, eram apenas meninos. Ian, que não se importava com a idade que eles tinham, deixou o olho de cada um roxo e os jogou amarrados no chão, depois chutou as costas deles.
— Espero que tenham entendido a lição. — Falou o asiático, dando o último chute antes de sair de perto deles. — Tirem eles daqui. — Ordenou ele, os subordinados obedeceram rapidamente, seu olhar cruzou com do de Bárbara, ela mexeu a cabeça e Ian assentiu, entendendo o que ela queria dizer.
Os dois seguiram para o canto no galpão, sozinhos.
— Tem alguma coisa errada com eles. — Pronunciou Bárbara, desconfiada.
— Também acho, será que é o Escocês? — Questionou Ian, intrigado.
— Deve ser, quando eu colocar as mãos nele, aquele filho da puta vai ver só. — Bárbara resmungou, cruzando os braços.
— Me falaram que ele tá andando no Sweet Hell. — Comentou Ian, entediado. Bárbara abriu um sorriso diabólico, planejando o que faria. A morena olhou para seu parceiro, fazendo-o rir.
— Acho que podemos visitá-lo — Sugeriu a líder, o asiático concordou com a cabeça. — Rever nosso colega de trabalho. — Bárbara ergueu a sobrancelha, Ian segurou o riso.
— Eu não queria tá na pele daquele corno. — Riu Ian. A líder negou com a cabeça, mantendo o sorriso.
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A boate Sweet Hell era a mais procurada pelos criminosos da capital, apesar de ser "famosa", apenas a elite tinha acesso. Como um lugar que mostra o grau de hierarquia entre eles, presente desde que foi aberta.
Collin Malone, o Escocês, admirava as dançarinas seminuas rebolando e abaixando na frente dele, o loiro de olhos azuis, sentiu sua calça apertar na frente, devido sua ereção, Collin deu mais um gole em sua bebida, e se levantou, puxando a morena de cabelos cacheados pelo braço, tirando-a dali, indo para sua sala particular. Assim que fechou a porta, Collin abriu o cinto da calça, mordendo o lábio.
— Ouça, baby — Falou o loiro. — Use essa boquinha linda e terá o que quiser de mim.
— Sim, senhor — A morena puxou os cabelos para cima, fazendo um coque frouxo, lentamente, ela se ajoelhou, não quebrando a troca de olhares, então abaixou a cueca dele. Sem demora, a garota abocanhou o pau dele, causando prazer ao loiro. Enquanto a jovem sugava o membro de Collin, ele puxava os cachos dela, fazendo a menina engasgar.
— Você vai ter tudo o que quiser. — Ele gemeu, revirando os olhos. Porém, um tiro dado no teto fez a menina parar o que estava fazendo, caindo para trás. Collin se assustou, quase caindo também.
— Vai embora daqui, garota. — A voz firme, mas sonora de uma mulher fez a menina engolir em seco, amedrontada. — Anda, não tô com paciência. — Ordenou, a menina se levantou às pressas, correndo para fora da sala.
— Deixa eu adivinhar, Bárbara? — Collin se virou, ajeitando a calça novamente. — Que bom te encontrar, seu cabelo está bonito, mas eu amava seus cachos.
— Meu Deus, um minuto com você parece uma hora — Revirou os olhos, engatilhando a arma. — Tu continua um porre.
— Você continua linda.
— Tá, cala a boca — Bárbara respirou fundo, sentindo falta de sua casa, só a cara desse idiota a fazia ter nojo. — Você tá roubando meu território da capital, seu porra?
— Esse lugar já era meu antes de você aparecer. — disse, apático.
— Eu quero que tu se foda, o que eu falei antes? Não mexe com os meus negócios!
— Vai se foder, Bárbara! — Ele gritou. — Antes de você, eu mandava essa cidade, você estragou tudo. Sua vadia! — Nisso, Bárbara disparou o tiro no joelho de Collin, ele caiu no chão, assim os gângster da Leviatã adentraram a sala, segurando o loiro no chão, de barriga para baixo.
— E você é um filho da puta! Acha que eu me importo? Agora, eu mando nessa merda e você não passa de um verme! — Esbravejou a líder, nervosa. — Apaguem ele, faço questão de mandar ele para o inferno com as minhas próprias mãos. — Mandou e saiu da sala.
Meia hora depois, Collin acordou com uma luz forte no rosto, quando notou sua situação, percebeu que estava sentado em uma cadeira de ferro, seus tornozelos amarrados e seus pulsos presos com algemas. Ele tentou se mexer, mas não conseguiu.
— Acordou? — Questionou Bárbara, encarando o loiro. — Achei que não fosse acordar mais.
— Por que eu ainda estou vivo?
— Pra você não falar que eu sou malvada. — Ela riu, se aproximando. — Me diz uma coisa, Collin... — Bárbara abaixou, ficando na altura dele. — Você achou que ia se esconder para sempre?
— Não, na verdade, pensei que você já tinha voltado para o buraco de onde saiu... aquele lugar combina com a sua podridão.
— Oh, Collin — Bárbara riu. — Você não faz ideia do que está falando.
— Não? — Ironizou. — Devia voltar para casa, não vai durar muito aqui.
— Eu acho que é o contrário. — Bárbara sussurrou. — Eu só vou crescer, e sabe pra onde você vai? — Perguntou, sorrindo. — Para debaixo da terra. — Gargalhou.
— Sua vadia desgraçada! Tomara que a próxima morte seja a sua! — Gritou Collin. A líder continuou rindo e ergueu a arma na direção da testa dele.
— Hoje — Bárbara segurou a arma com as duas mãos. — Você veio morrer, eu vim matar. — Ela sorriu, disparando o tiro.
A bala atravessou a cabeça de Collin, a fazendo tombar lentamente, sangue respingou na parede atrás dele.
Bárbara assoprou a ponta da arma, depois a colocou na cintura.
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Mais tarde, a comandante da Leviatã observava o mar pela janela de seu quarto.
Desde que comprou a mansão, Bárbara trocava qualquer noite de boate ou festa apenas para admirar a vista.
A líder suspirou, agarrando-se nas lembranças boas que tinha sobre a praia, seus pensamentos foram direto para Laura.
Bárbara sorriu fraco, podia ver a loira com a boca cheia de torta de amora na sua cozinha do apartamento da metrópoles. Laura ria e a oferecia um pedaço, mas a morena corria até ela e a beijava, dizendo que a coisa mais gostosa do mundo era sua namorada.
Sem perceber, lágrimas começaram a descer pelo seu rosto.
Bárbara tinha arrependimentos na vida, mas não suportava saber da dor que causou em Laura.
Sabia que era um perigo para a menina e mesmo assim continuou se envolvendo com ela. Continuou se apaixonando.
A morena secou o rosto, indo deitar na cama, em pulso, a pulseira com o enfeite de lua minguante que Laura a deu de presente na primeira vez que elas se amaram. A líder observou a pulseira, sentindo falta daquele tempo, depois, em algum momento, acabou adormecendo.
Porém, a verdade era que ainda era apaixonada por Laura.
Entretanto, ouvi batidas na porta da sua casa, por um instante, havia esquecido que chamara alguém para esquecer as mágoas por algumas horas. A líder levantou da cama, tirando a pulseira e a deixando em cima da cabiceira, depois caminhou até a entrada, no momento que abriu a porta, sentiu os lábios da ruiva contra os seus, segurou na cintura dela, puxando-a para dentro da mansão.
— Fazia mais de uma semana que você não me procurava — a garota separou os lábios dela, Bárbara sorriu fraco. — Estava com saudades.
— Andei ocupada — a líder desceu o olhar pela ruiva, os seios fartos estavam presos por um cropped vermelho, a barriga amostra, e ela usava uma mini saia de couro, Bárbara permaneceu com seus olhos em cima da ruiva, que notou e voltou a beijar a morena, desta vez, suas mãos tentaram tirar o vestido dela, Bárbara deixou, erguendo os braços e sendo despida pela sua prostituta favorita, a ruiva suspirou tendo a visão do corpo da morena, os seios dela haviam crescido, assim como sua bunda, ela ficou mais gostosa, embora a ruiva soubesse que não deveria beijar ou criar sentimentos por aquela mulher, desde que esteve na cama dela pela primeira vez, parou de atender outros clientes, a única que ela queria, a única que ela pensava, era aquela mulher.
Bárbara permitiu que a ruiva continuasse, então viu sua calcinha ser jogada para longe, sorriu e segurou no rosto dela, levando-a para o quarto, depois deitou na cama, sentindo a mulher abaixar o rosto na altura da sua boceta, Bárbara colocou as pernas ao redor do pescoço dela e sentiu a língua da ruiva adentrar sua boceta. A líder deu um sorriso levado e segurou no cabelo da garota enquanto a boca dela ficou grudada na intimidade da morena, sugando ela como se fosse uma fruta, Bárbara gemia e não demorou para seu gozo sair, melando a boca da ruiva. Ainda se recuperando do efeito do orgasmo, a líder trocou de posição com a ruiva, arrancando o cropped dela com violência, sem se importar se rasgaria ou não, depois mordeu entre os seios rosados dela, gostava dos gemidos que a ruiva soltava, a líder colocou a língua pra fora e lambeu os bicos durinhos de tanto tensão da ruiva, após isso, caiu de boca em um deles, sugando-o com vontade, sua mão deslizou pra dentro da saia dela, enfiando dois dedos dentro da boceta dela, a ruiva se contorceu embaixo da morena, mas sabia que Bárbara não conseguia provocar por muito tempo, em seguida sua saia e sua calcinha foram arrancadas, a líder se encaixou entre as pernas dela, fazendo suas bocetas ficarem coladas, depois passou a se esfregar nela, subindo e descendo freneticamente, as duas gemiam e quando gozaram, os líquidos se misturaram, deixando tudo mais gostoso.
Bárbara saiu de cima dela, sem olhar nos seus olhos, alcançou seu maço de cigarro na gaveta e o isqueiro em cima da cabiceira, deixou o quarto, indo na direção da varanda, acendendo seu cigarro e admirando a visão do mar.
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Na metrópoles, no hospital infantil principal, Laura sorria enquanto segurava na mão de uma paciente de três anos, a menininha nasceu com uma doença no coração, por isso vivia na ala médica desde seu primeiro dia de vida.
— Tia, eu queria cololate, mas a mamãe não deixou. — Contou a menina.
— Eu te expliquei que você ainda não pode comer chocolate, tenha paciência. — Laura falou, seu cabelo estava maior, mas para trabalhar, ela fazia uma trança, a loira não havia crescido, mas também ganhou peso com passar dos anos, seus olhos azuis continuavam gélidos, porém, para quem a observava de perto, podia notar que Laura parecia sempre distraída, divagando em pensamentos. O único momento em que estava de corpo e alma era trabalhando, principalmente, com as crianças.
— Eu queria... — Choramingou. Laura sorriu.
— Se continuar se esforçando, vou te dar um chocolate de presente, pode ser? —Questionou a loira, a garotinha acenou, animada.
As duas continuaram andando pelo corredor até chegarem no quarto da criança.
— Você precisa descansar agora, depois vamos brincar de boneca. — Contou Laura, pegando a menina no colo e a colocando na cama. — Durma bem. — Sorriu, fechando a porta do quarto em seguida.
Laura respirou fundo, amava seu trabalho, mas ver o sofrimento das crianças sempre doía.
Quando voltou para a ala dos funcionários, uma matéria passava no jornal, a explosão de um dos prédios mais antigos da metrópoles fez um alvoroço na cidade, ninguém esperava algo de tamanha brutalidade, embora a cidade estava sendo dominada por gangues.
— Oi, Laura, já fez sua pausa? — Sua colega de trabalho, Michelle, perguntou assim que viu a loira parada encarando a televisão.
— Ainda não, estava vendo essa matéria, a explosão do prédio fez um grande estrago no centro. — Comentou a loira, evitando encará-la.
— Verdade, estão dizendo que foi obra das gangues.
— É, deve ter sido isso, ninguém pode contra eles. — A loira suspirou, dando um breve sorriso para sua colega e saiu da ala de funcionários.
O assunto gangues nunca foi fácil para ela.
Depois do expediente, ela foi direto para casa, agora que completara vinte cinco anos, tinha seu próprio apartamento na metrópoles, não era luxuoso, nem espaçoso, mas era dela! E conquistou com seu trabalho, não podia estar mais feliz.
A mulher entrou em casa sem tanta animação, nem sabia qual era a vez que fazia isso, nesse instante, as luzes acenderam e ela olhou para frente, encontrando um caminho feito de pétalas de rosa, Laura engoliu em seco, temendo o que encontraria depois.
Do quarto, Pedro, seu namorado há quase dois anos, surgiu com uma caixinha de veludo, com lágrimas nos olhos, ele ajoelhou-se. Laura queria abrir o chão e fugir daquela situação, mas infelizmente não tinha superpoderes.
— Linda, eu amo você como jamais amei antes, me daria a honra de ser a minha esposa? — Pedro ria de nervoso, mas a mulher arregalou os olhos, sentindo que podia desmaiar a qualquer momento.
— Pedro, eu... — Ela tentou, mas as palavras sumiram, o homem notou e colocou a mão sob o rosto.
— Eu fiz merda, não é? — Pedro se levantou, deixando a caixinha na mesa. — Desculpa.
— Não, eu que devia estar pedindo desculpas, que mulher trava com um pedido de casamento? — Laura colocou as mãos no rosto, envergonhada com a situação. Pedro se aproximou.
— Está tudo bem, eu tento no ano que vem. — Riu, porém, Laura continuava assustada.
— Não, Pedro, eu quase passei mal, não posso continuar assim, desculpa. — Ela abraçou ele, odiando como seu cérebro funcionava quando o assunto é dar um passo em seu relacionamento.
— A culpa é minha, achei que estava na hora. Deixa que eu limpo tudo. — Pedro sorriu, e beijou a testa dela. Laura assentiu e o viu sair da sala.
Alguns minutos depois, o homem havia limpado a bagunça que fez tentando ser o corajoso da relação, mas Pedro sabia que depois disso não havia clima para passar a noite com Laura, então se despediu e foi embora.
No momento que o viu passar pela porta, Laura sentiu o vazio se instalar no seu peito. Aquela mesma sensação de desamparo quando ficava sozinha, sem perceber, lágrimas desceram pelo seu rosto. A loira se jogou no sofá, encolhendo-se no veludo marrom. Era sempre assim, bastava estar sozinha ou ver alguém indo embora que seu coração apertava e ela não conseguia segurar o choro.
A loira pensou no que causou isso.
Bárbara, o amor que a deixou.
Laura fechou os olhos, tendo a imagem perfeita da morena a esperando na praia naquela noite, sinto algo diferente, mas não fazia ideia que Bárbara iria embora.
E, por meses, a mais nova acreditou que ela voltaria, mas os meses viraram anos.
Quando se deu conta, três anos haviam passado, foi ali que conheceu Pedro, seu coração quis acreditar que era ele.
Ele faria o amor florescer na sua vida, ele faria suas dores irem embora, ele era o que ela buscava todos esse anos.
Mas, para o azar de Laura, não foi isso que aconteceu.
Pelo contrário, ele a fez perceber que boa parte dela ainda amava Bárbara, parte essa que jamais a esqueceria. A parte que era de Bárbara.
Sendo assim, sempre que eles davam um passo na relação, Laura quase tinha uma crise de pânico.
Entretanto, Pedro era uma pessoa boa, segurava a mão dela e dizia palavras de conforto, quem dera ter conhecido ele antes, ela seria outra pessoa.
Laura permaneceu alguns minutos chorando no sofá, se culpando por ainda derramar lágrimas pela desgraçada que partiu seu coração há cinco anos.
Se perguntou como ela estaria e se ainda pensava nela do mesmo jeito que Laura fazia. Provavelmente não.
Lembrou de Pedro, odiava vê-lo pagar por seus traumas, porém, não sabia como deixar seu passado para trás.
A loira suspirou, indo na direção de seu quarto, escondida em uma das cômodas, a foto do aniversário de Catrina encontrava-se. Laura queria acreditar que guardou a foto pela mais nova, mas era mentira, o sorriso que Bárbara deu naquela foto foi o mais bonito que ela já viu, Laura sorria toda vez que olhava para aquela foto, gostaria de voltar para aquele dia.
Porque ela ainda era apaixonada por Bárbara.
Oi, oi, leitores!
Chegamos na reta final!
Desculpe se encontrar algum erro.
Até a próxima
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