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Capítulo 26

  3300 palavras

Alerta de gatilho
Violência explícita, mutilação
•••

  O centro da metrópoles reunira a maioria dos poderosos e figuras influentes da região, anualmente, representantes políticos junto com antigos funcionários públicos, festejavam os bons números do desenvolvimento econômico da cidade enquanto a população se afundava em dívidas e sofria com a violência das facções.

  A festa nada modesta acontecia na cobertura do maior prédio da metrópoles, torres de delicadas taças perfeitamente empilhas para o deleite dos magnatas, onde champanhe era derramado por elas. Lustres cravejados de diamantes enfeitavam o teto e cortinas de seda vermelha cobriam as janelas.

  Dentre os magnatas presentes, alguns deles recentemente haviam deixado seu posto, como por exemplo, Isabel Machado, que após quinze anos como comissária de polícia, se aposentou com uma bela carreira, para a celebração, Escobar Martins, antigo governador da metrópoles e velho amigo de Isabel, compareceu ao evento. Eles riram e falaram dos bons tempos trabalhando juntos, evitando comentar sobre o massacre no distrito Shaka, já que foi uma briga entre as gangues da época, uma fatalidade.

— Vejam como o tempo foi gentil com Isabel, continua formosa. — Ressaltou Escobar, fazendo sua amiga rir tímida.

— Obrigada, querido, mas todos nós estamos conservados, parece que o tempo nem se quer passou. — Ela afirmou, os acompanhantes concordaram com a cabeça, forçando um sorriso, naquela falsa empolgação, a verdade era que todos estavam entediados.

— O número de gangues cresceu na cidade, alguns deles convivem conosco diretamente, não é o caso de Bárbara Reis? — Perguntou Roger, dono das empresas Álvaro, a maioria dos moradores da metrópoles trabalham para ele.

— Sim, me surpreende ela não está aqui, pelo o que ouvi dizer ela faz parte do grupo. — Comentou Liana, esposa de Roger.

— Aquela mulher chegou longe, de qual distrito ela é? — Questionou Carla, herdeira do império das joias Pasquim.

— Ninguém sabe, mas há rumores que ela veio de Zâmbia. — Respondeu Roger, pensativo.

— Ela é uma mulher admirável. — Liana admitiu, esperava conhecer Bárbara um dia.

  No decorrer da noite, as conversas entediantes continuaram, porém, em um determinado momento, as luzes começaram a piscar, os convidados olharam para cima e depois uns para os outros, preocupados com a iluminação do evento. O responsável pelo o bom funcionamento tentou contato com os funcionários, mas ninguém respondeu. Apreensivo, ele pediu licença para os convidados e saiu do local principal. O homem se apressou, andando rapidamente pelos corredores, tentando encontrar alguém da segurança, porém, sentiu o cano frio de uma arma encostar na sua nuca, ele ergueu as mãos, sentindo uma pessoa trás de si.

— Fica quieto, senão vou explodir seus miolos. — A voz de um homem soou baixo, o amedrontando.

— O que você quer? — Ele perguntou, o homem atrás dele riu.

— Vamos fazer um acordo? — Questionou, tirando do bolso uma fotografia. — Reconhece essas pessoas? — Ele mostrou a foto, fazendo o chefe dos funcionários arregalar os olhos.

— Você não pode ameaçar elas, seu... — Antes que pudesse falar qualquer coisa, o homem acertou um soco no rosto dele. No chão, ele levantou olhar na direção da figura que o encarava e viu seus traços orientais e uma arma prateada. 

— Com uma ligação minha, elas morrem, é isso que quer? — O asiático questionou, entediado. O chefe dos funcionários negou com a cabeça, fazendo o gângster sorrir. — Ótimo, você vai voltar lá e dizer que foi um acidente, um carro bateu em um posto de luz, vai acalmar seus convidados e me trazer duas pessoas da festa... — Ele manteve o sorriso, o chefe dos funcionários engoliu em seco.

— Quem?

— Isabel Machado e Escobar Martins. — Pronunciou o asiático. — Vai agora, já sabe, não é?

— Não faz nada com a minha família, por favor. — Ele ergueu as mãos, tremendo.

— Não quero te machucar e nem elas, só faz o que eu tô mandando, tira eles de lá sem fazer alarde, libero elas depois. — Respondeu ele, irritado.

— Sim, senhor. — Ele se levantou, limpando o sangue que escorreu da boca quando levou um soco.

— Se fizer merda, elas já eram. — Alertou o asiático, o encarando. O homem voltou para o salão e, nessa hora, as luzes acenderam, ele caminhou até o palco, ligando o microfone.

— Nós pedimos desculpas, aconteceu um acidente aqui perto e atingiu um poste, já resolvemos, aproveitem a noite. — Ele desceu do palco, tentando parecer calmo, notou alguns garçons servindo bebidas e se aproximou dos alvos, Isabel e Escobar conversam com o novo governador da metrópoles, eles riram e voltaram a beber quando os garçons os serviram.

— Senhor Martins, senhora Machado — Ele os chamou, forçando um sorriso. Eles se viraram, torcendo o nariz e fazendo careta para o simples homem que os chamava. — Podem me acompanhar, tem uma pessoa querendo entregar algo importante para vocês.

— Quem? — Escobar perguntou, com cara de nojo.

— Ele é apenas o entregador, mas a entrega tem que ser feita em mãos, ele não me deixou pegar. — Contou, apático.

— Vamos logo, deve ser algum presente de alguém que não conseguiu comparecer na festa. — Supôs Isabel, e os três saíram do salão principal, nisso, o asiático surgiu, desta vez, com um belo terno e o mesmo sorriso diabólico.

— Boa noite, senhores — Ele riu, Isabel e Escobar se entreolharam, confusos. De trás deles, um negro de olhos verdes os apontava uma arma. — Antes que façam qualquer pergunta, têm duas pessoas armadas esperando ansiosas para acabar com vocês, então é melhor virem comigo.

  Isabel engoliu em seco, encarando os olhos negros do asiático, e Escobar franziu a testa, vendo a situação.

— O que você quer? — Perguntou Escobar, nervoso.

— Eu não quero nada, mas ela quer... — Ele sorriu, maldoso. — Vamos para o telhado, tem alguém querendo ver vocês. — O asiático tirou sua arma da cintura, e a engatilhou, impaciente. — E você volte para a festa, se alguém perguntar por eles, diga que eles encontraram uma velha amiga. — Ordenou ele, nervoso. Lentamente, seguiram para o telhado, Escobar e Isabel sentiam armas roçando em suas costas, os fazendo seguir o asiático. Conforme avançavam, eles notaram um clima sombrio e assustador, talvez fosse um sequestro relâmpago, ou algo premeditado, não dava para saber.

  O asiático sorriu fraco, imaginando o medo que eles estavam sentindo, eles alcançaram as escadas e, aos poucos, chegavam mais perto da pessoa por trás disso. Eles encontraram o terraço, parcialmente iluminados por luzes vermelhas, no meio do lugar, encarando a metrópoles, uma mulher morena de longos cabelos cacheados e vestida de preto.
  O homem de traços orientais caminhou rumo a morena, parando do lado dela. A mulher virou-se, vagando os olhos por eles.
  Ela deu passo para frente, e foi como se o ar faltasse.

— É um prazer conhecer vocês — Bárbara sorriu. — Esperei anos por isso.

— Quem diabos é você? Eu exijo uma explicação e... — Anunciou Isabel, irritada.

— Cala a porra da boca! — Gritou Ian, apontando sua arma para ela. — É melhor ficar quieta senão vou te encher de bala, e você também, velhote, fica na tua. — Aconselhou ele, erguendo a sobrancelha. Os dois se entreolharam brevemente.

— Eu não consegui me apresentar, sou Bárbara, antiga moradora do distrito Shaka. — A morena manteve o sorriso simpático, e olhou para o asiático ao seu lado. — E esse é Ian, meu sócio, desculpem o temperamento esquentado dele. — Ela riu. Ian deu um breve sorriso, trocando olhares com a sócia.

   Isabela não sabia o pensar, aquilo era um jogo? Uma brincadeira de mau gosto?

   Escobar podia ver o olhar sanguinário que Bárbara possuía, ele sabia onde isso iria parar.

— O que você quer? — Perguntou ele, impaciente. Bárbara voltou sua atenção para Escobar.

— Eu queria contar uma história pra vocês — Bárbara suspirou, cansada. — Há quase quinze anos, uma menina viu seus pais morrerem na frente dela, então ela pegou sua irmã mais nova e correu para fora de casa, nem olhou para trás, depois disso, a vida dela foi uma sequência de tragédias e funerais, triste, não é? — Questionou, fazendo careta.

— Eu... — Tentou Isabel, mas Bárbara ergueu a mão.

— Sabe o que ela fez? Tomou o poder dos distritos e conquistou um lugar no centro pra descobrir quem deu a ordem do massacre. — Ela sorriu e levantou a cabeça, fuzilando os dois com o olhar.

— Vai nos matar... — Disse Escobar, nervoso.

— Não, matar não — Bárbara respirou fundo, jogando os cachos para trás. — Vou limpar a minha cidade, vocês são sujos demais para viver aqui. — Ela gargalhou.

  Eles arregalaram os olhos, tentaram fugir, mas os gângster apontavam armas na direção deles vindo de todos os lados.

— Ajoelham-se para a líder, agora. — Ordenou Ian, seriamente.

  Lentamente, eles obedeceram. Bárbara abriu um belo sorriso e respirou aliviada. Ela se aproximou deles, segurou no colarinho do vestido de Isabel e passou o dedo pelo rosto dela suavemente, a ruiva engoliu em seco e levou um soco tão forte que caiu no chão.

— Vai cair no meu primeiro soco? Eu não esperei anos por isso pra ser tão fácil assim. — Bárbara mordeu o lábio e sentou na barriga de Isabel, distribuindo socos nela rapidamente, sangue começou a sujar suas mãos e respingou no seu rosto. — Sua puta, você que teve a ideia do massacre, sabe quantas pessoas morreram naquele dia? — Bárbara se levantou, a puxando pelo cabelo, Isabel sangrava e seus olhos estavam roxos. — Se livrou do problema, não é? Se livrou daqueles pobres. Vou te contar uma coisa, no dia que mandou acabar com meu distrito, foi o dia que assinou sua sentença de morte! — A líder gritou, a derrubando no chão novamente com um chute. Depois, Bárbara segurou no cabelo de Isabel e bateu a cabeça dela no chão, a soltou, nervosa, chutou as costelas dela e parou quando a viu ficar roxa. Ela se virou, encontrando Escobar encarando a cena aterrorizado.

— Está com medo? Está com medo de uma imunda qualquer? Por favor, senhor governador, não me olhe assim. — Ela murmurou, caminhando na direção dele. Ian assistia a cena com um sorrisinho levado no rosto.
— Pensar que você foi considerado um herói pro povo quando distribuiu aquela miséria de dinheiro depois de tudo que você desviou, patético. — Ela chutou o rosto de Escobar, fazendo ele cuspir um dente e um bocado de sangue. Bárbara fechou a mão, socando o rosto dele repetidas vezes, depois chutou seu abdômen e suas costelas, ele caiu no chão. Bárbara pisou no pescoço dele, irada, segurou a cabeça dele e bateu no chão, assim chutou a cabeça de Escobar e o viu se virar, ela sorriu e se abaixou, cuspindo na cara dele. 

  A líder viu o estado que deixou aqueles dois, por frações de segundos, ela permaneceu os olhando, ambos jogados no chão e sangrando. Ela levantou o olhar, encontrando Ian, ele assentiu, querendo mostrar que entendia o que ela estava sentindo. Bárbara perdeu um pouco a expressão vingativa encarando o rosto do amigo, ele ergueu a sobrancelha, e esboçou um meio sorriso, ela franziu a testa e piscou.

— Já chega dessa merda — Bárbara tirou da cintura sua arma dourada, a engatilhando rapidamente, sem paciência. — Estou fazendo um favor pra metrópoles me livrando de vocês, eu sou a heroína aqui. — Ela sorriu.

  Bárbara atirou duas vezes em Isabel, sem tremer uma única vez. Em Escobar foi uma vez, na testa. A líder se espreguiçou, exausta. Sentiu seu corpo mais leve e suspirou.

— Ian? — chamou a líder, o vice se aproximou.  — Eu ainda não estou satisfeita, liga pra Alexa, manda ela vazar os podres desses dois, e mais, tem algum explosivo aí?

— Quer explodir esse prédio?

— Quero que a nova era comece, pra isso, preciso me livrar dos empecilhos — respondeu, seguindo para o salão principal, no qual acontecia a festa, Ian a seguiu, sorrindo. — Vocês aí! — a líder apontou para alguns gângster, que se aproximaram dela, com a cabeça baixa. — Coloquem correntes nas portas da festa, vamos esquentar a situação.

  Eles assentiram, realizando a tarefa em seguida, Bárbara desceu a escada, encarando o prédio da rua, do outro lado da calçada. Alguns minutos depois, Ian desceu e os subordinados que instalaram o explosivo também. Ela encarou o vice, ele ergueu a sobrancelha, Bárbara deu o sinal, então a bomba estourou, acabando com a festa da elite, matando os magnatas e livrando a metrópoles daquele mal.

━──────≪✷≫──────━

  Em uma cabana afastada da cidade, Jean Sales, terceiro participante do massacre no distrito Shaka, bebia whisky observando as chamas da lareira, sua casa tinha um ar rústico e medieval, já que o homem sempre teve um fraco por esse estilo. Há anos, Jean resolveu se isolar para preservar o pouco de sanidade que lhe restava, ele escolheu o meio da floresta, longe de vizinhos e barulho. Ele suspirou, pensando que já estava na hora de se recolher.

  Jean se levantou da poltrona, se espreguiçou, bocejando. Pensou em apagar o fogo da lareira, mas sabia que seu filho logo chegaria, tendo em vista que o garoto disse que o visitaria por alguns dias, ele sorriu, imaginando quanto o menino cresceu.

  Entretanto, Jean ouviu passos na sua varanda, ele franziu a testa, pensando que fosse seu filho, porém, o menino não chamou, então Jean se abaixou, procurando sua arma. Por ter uma vida criminosa, ele sabia que tinha muitos inimigos, já esperava que um deles descobrisse sua localização, Jean se afastou pelo chão, indo até a escada, mas antes de conseguir subir algum degrau, ouviu sua porta ser derrubada violentamente. Jean olhou para trás, encontrando um asiático mal encarado apontando uma arma prateada para sua cabeça.

— Se não é aqui que o rato está, legal seu esconderijo. — Ele sorriu, maldoso. Jean franziu a testa, reconhecendo quem era aquele garoto.

— Yamaguchi? — Questionou, confuso. — Que porra você quer comigo?

— Estou lisonjeado que me conheça, mas não estamos aqui para formalidades, não é? — Ian continuava apontando sua arma, Jean engoliu em seco, sabendo a força que aquele homem tinha.

— O que você quer comigo? — Perguntou, tremendo.

— Não é ele que quer — Uma morena adentrou a cabana, diferente da vingança anterior, desta vez, ela não sorria, apenas mantinha seu olhar sombrio sob o corpo de Jean. — Temos um assunto para tratar... — Bárbara deu um passo na direção dele, entediada.

— Você é a Reis? — Perguntou ele, assustado. — Você...

— Amarrem ele. — Ordenou a líder, ignorando a expressão assustada de Jean. Os gângster obedeceram, prendendo os pulsos em uma algema na grade da escada, ele tentou evitar, mas levou um chute na barriga que o deixou sem ar. Jean encarou a situação, sua arma estava jogada de um lado enquanto Bárbara se aproximava calmamente, mesmo tendo passado por situações semelhantes, o olhar que ela tinha Jean jamais viu algo parecido antes. Pareciam chamas, um fogo assustador. Ela ficou com o rosto próximo dele, encarando seus olhos sem pudor, fazendo Jean engolir em seco.

— O que quer comigo? — Perguntou Jean, sangue escorria da sua boca. Bárbara sorriu, o sorriso de uma predadora que acabou de encurralar seu jantar.

— O massacre de Shaka te faz lembrar de alguma coisa? — Questionou ela, Jean abaixou a cabeça, se recordando daquele dia.

— Sua família morava lá?

— Uau, como você é esperto — Bárbara revirou os olhos, Ian, que observava a situação, segurou o riso. — Meus pais foram mortos na minha frente por um dos seus. Minha vida começou a dar errado depois daquele dia, mas eu passei anos esperando encontrar os responsáveis, cá estamos. — Ela segurou o colarinho dele, sem demorar, Bárbara distribuiu socos no rosto dele, sangue começou a sujar suas mãos, e respingou no seu rosto, ela continuou, descontando sua raiva contra ele na força que usava para machucá-lo. — Você comemorou o sucesso daquele dia, não foi? — Ela gritou, apertando a bochecha dele contra a grade da escada. Bárbara o segurou pelo cabelo, batendo a cabeça na madeira da escada. — Desgraçado, hoje eu que vou comemorar sua morte. — Ela se levantou, chutando a barriga dele algumas vezes. Depois, tirou sua faca da jaqueta e cortou a orelha dele, Jean gritou, ela gargalhou e cortou a outra, assim a morena enfiou a ponta da faca no olho esquerdo dele, não deixando de sorrir nenhuma vez. 

  Bárbara o observou por alguns segundos, seu rosto sangrava e estava irreconhecível. A líder soltou o ar, aliviada. Sua mão estava coberta de sangue, ela tirou do bolso seu lenço, limpando sua mão. Olhou para trás, encontrando olhar de Ian, ele assentiu, entendendo o que ela queria.   Bárbara deixou a cabana, notou os gângster pegando as garrafas de gasolina, espalhando pela construção, a morena encostou em uma árvore, deixando seus pensamentos vagarem com as lembranças de seus pais, ela sabia que os dois jamais aprovariam a vida que ela leva, ambos eram boas pessoas, mas em nenhum momento desde que assumiu a liderança da gangue, Bárbara se arrependeu do que fez.

— Sei que não gostariam disso, mas eu fiz o que tinha que fazer — Falou, vendo Ian dar as últimas ordens. — Posso descansar em paz agora.

  Caminhando apressado pela floresta, Vitor, filho de Jean, pensava que chegaria na cabana e encontraria seu pai dormindo, ele quase não conseguiu sair da cidade, pois sua mãe estava fazendo drama, dizendo que ele passava mais tempo com o pai do que com ela, para fazer a mulher entender a situação foi preciso muita conversa. Vitor conhecia o caminho mais fácil para chegar na cabana, sabia dos problemas que seu pai tem com as autoridades, então não reclamava de ter que encontrá-lo no meio do mato. O garoto acabara de fazer dezoito anos e ainda não sabia o que queria da vida, mas não tinha pressa em se decidir, sempre teve muito apoio dos pais. O menino suspirou, cansado. Entretanto, sentiu um forte cheiro de queimado, ele arregalou os olhos, e correu na direção da cabana, antes de chegar na frente, viu uma morena passar calmamente ao lado de um asiático. Vitor parou, se escondendo atrás de uma árvore.

— Ele vai queimar até virar cinzas. — Falou o asiático, apático.

— Igual o meu distrito. — Murmurou ela, irritada.

— Ninguém vai descobrir que foi a gente. — O asiático disse, passando a mão pelo cabelo. A mulher suspirou.

— É verdade, a Leviatã está acima de brigas com esse tipo de gente. — Riu, fazendo o homem rir também. Vitor, que observava a cena assustado, sentiu seu coração bater na garganta, ele segurou na árvore, achando que poderia desmaiar. Seu pai acabou de ser assassinado.

— Ele teve o que mereceu, e os outros também. — Comentou o homem, com cara de nojo. A morena assentiu.

— Meus pais podem descansar em paz agora, vinguei eles, posso mandar e desmandar na metrópoles como quiser. — A morena deixou o olhar vagar, porém, levantou a cabeça na direção de Vitor, achando que estava sendo observada. O menino engoliu em seco, pedindo aos céus que ela não o vira.

— Estou empolgado para ver o que vai fazer agora — Pronunciou o asiático, com um sorriso assustador. — Bárbara. — A chamou, o menino que ouvia a conversa sentiu seu corpo tremer, então esse era o nome dela.

— Vou fazer o que tiver que fazer, ninguém está acima de nós na cidade. — A morena voltou sua atenção para seu o parceiro, ignorando a sensação de estar sendo vigiada.

— Já até sei o que vou fazer. — Ele riu, fazendo a mulher erguer a sobrancelha.

— Faça o que quiser, não me importo. Só queria me vingar, agora posso dar atenção para o que realmente importa, parece que o mundo saiu das minhas costas.

— Você pode viver, e parar de pensar no passado, segue meu conselho. — O asiático a deixou sozinha, seguindo na direção de um carro preto, a mulher olhou para a cabana em chamas e sorriu, depois seguiu seu parceiro.

  Vitor estava paralisado, aos poucos, o garoto saiu de trás da árvore. Ele se arrastou para a cabana, o fogo estava alto e o cheiro de queimado aumentou. Vitor se ajoelhou na frente da cabana, chorando como nunca tinha feito antes, ele gritou por seu pai, sabendo que nunca mais o veria, Vitor encostou a cabeça no chão, molhando a grama com suas lágrimas.

— Pai, eu sinto muito. — Chorou. — Me desculpe por não poder te ajudar, mas eu sei quem fez isso com você e aquela mulher vai me pagar. Não importa quanto tempo passe, eu vou vingar a sua morte.


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