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Capítulo 12

3800 palavras 

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  Bárbara encarava a jovem sentada na sua frente enquanto esperava sua resposta.

  Ela tentou ser o mais clara possível, para não existir dúvidas.

  Nisso, ela viu Laura apertar os talheres e depois se levantar abruptamente, a loira não a olhou, pegou sua bolsa e colocou em cima do ombro.

— Não estou interessada. — Ela respondeu, e virou para a saída, entretanto, Bárbara se levantou e segurou o braço dela.

— Laura... — A morena suspirou. Quis dizer algo, mas não sabia o que.

— Você acha que eu estou a venda? Em busca de alguém que tenha dinheiro? Quer que eu seja a sua prostituta de luxo? — A loira esbravejou, puxou seu braço, impedindo Bárbara de tocá-la.

— Eu não disse isso. — Bárbara revirou os olhos, impaciente. — Não precisa agir como se fosse a pior coisa do mundo, não precisa dar um chilique.

— Pra você, isso é mais um dos seus negócios, não é? — Ironizou Laura. — Posso te contar uma coisa, comandante da Leviatã, nem todas as pessoas estão a sua disposição. — A loira praticamente cuspiu as palavras, virou na direção da saída novamente, mas escutou a risada abafada de Bárbara.

— Eu devia saber que você não aceitaria, ou que criaria expectativas, mas quis tirar a prova, não gosto de especulações. — Bárbara alcançou a taça de vinho e deu mais um gole. Depois voltou sua atenção para Laura, que a encarava com ódio, se o olhar matasse, Bárbara teria morrido naquela hora. — Bom, ninguém pode dizer que eu não tentei. — A líder pegou nota que o garçom deixou após entregar os pedidos.

— Vai se foder. — Laura saiu apressadamente do restaurante. Bárbara seguiu para o balcão normalmente, para ela, aquilo foi um grande drama, era só ter falado não.

  A líder não entendia a sensação de se sentir usado, talvez porque em toda a sua vida, nunca se arrependeu do que fez ou deixou de fazer, principalmente em relacionamentos. Transava com quem queria e deixava claro suas intenções, assim nunca enganou quem quer que fosse.
  Dito isso, ela recebeu seu carro do manobrista e começou a dirigir pelas ruas da metrópoles, seu olhar parou em cima de uma loira enfurecida caminhando para o ponto de ônibus. Bárbara sorriu e diminuiu a velocidade ao lado dela.

— Entra no carro. — Bárbara ordenou. Laura parou de andar.

— Você não manda em mim! — Ela gritou e apressou os passos novamente. Bárbara revirou os olhos.

— Para de besteira, Laura. Eu te levo em casa. — Insistiu a líder, a loira mostrou o dedo do meio na direção dela.

— Não preciso que me leve em casa.— Laura continuou andando e olhando o caminho. Nesse momento, Bárbara parou o carro e desceu. O coração da loira acelerou, ela sentiu raiva de si mesma por isso. Mas a raiva que sentia por Bárbara cresceu ainda mais.

— Esse lado da metrópoles tem muito assalto, eu te levo em casa, para de ser cabeça dura! — Bárbara advertiu, irritada. Cruzou os braços na altura do peito mostrando sua irritação.

— Eu já disse que não quero, me deixa em paz! — Laura passou por ela, porém, Bárbara entrou na sua frente. — Que foi? É a primeira vez que leva um fora? — Questionou a loira, irônica. Bárbara sorriu.

— Eu não chamaria isso de um fora, não pedi pra ter um encontro formal com você, mas se eu chamasse, sei que você aceitaria. — A morena manteve o sorriso, Laura a fuzilou com o olhar.

— Seu problema é que você se acha. — Laura se distanciou de Bárbara, evitando encará-la. — Não me procura mais. Adeus.

— Adeus, estressadinha. — Bárbara piscou. Laura fez uma careta e praticamente correu para o ponto de ônibus, jurou aos céus que jamais cairia no encanto de uma mulher como Bárbara de novo.

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  O apartamento de Bárbara às três da tarde não estava silencioso como ela imaginava. Ouviu vozes estridentes vindo do quarto de Catrina, a líder estranhou, seguiu para o corredor e viu silhuetas femininas na parede. Era primeira vez que sua irmã trazia alguém na casa delas sem comunicar antes, Bárbara chamaria sua atenção na hora do jantar.

  Quando passou pela porta do quarto, Catrina se levantou do tapete e correu na sua direção.

— Irmã! — A mais nova sorriu, Bárbara abaixou um pouco o corpo. As duas se abraçaram. — Não te vi ontem, fiquei preocupada.

— Não precisa se preocupar, estava trabalhando. — A líder deu de ombros, depois levantou o olhar na direção das meninas que sentavam em círculo no tapete. — Boa tarde. — Cumprimentou a líder, as meninas a responderam em coro.

— Ah, eu tenho que te contar uma coisa. — Catrina lembrou, animada.

— Depois você me conta, vou dormir, trata bem as visitas. — Bárbara piscou para a irmã e acenou para as meninas, sua irmã concordou com a cabeça e a líder seguiu para o seu quarto.

  Após o encontro com Laura, Bárbara voltou a sede da Leviatã e leu pilhas de papéis sobre os fornecedores estrangeiros, analisava tudo antes de aceitar qualquer trabalho. Não podia arriscar perder aliados, não antes de alcançar seus reais objetivos. Por isso, esses dois dias foram estressantes.
 Ela tomou um banho quente e se enfiou debaixo das cobertas, seus olhos mal conseguiam ficar abertos de tanto cansaço.

— Bárbara? — Chamou Catrina. Lentamente, a líder abriu os olhos, encontrando sua irmã em cima dela.

— Me deixa dormir. — Bárbara se virou, fazendo Catrina cair do outro lado.

— Já são seis horas, acorda, vai. Minhas amigas já foram embora. — Catrina cutucou o rosto de sua irmã mais velha, Bárbara franziu a testa e puxou a coberta, cobrindo o rosto.

— Eu tô cansada. — Murmurou.

— Mais tarde você dorme. — Insistiu Cat, Bárbara revirou os olhos e sentou na cama, conformada.

— O que aconteceu? Tomou muito café? — Questionou Bárbara, cruzando os braços.

— Eu parei de tomar café desde passei a noite acordada cozinhando. — Relembrou Catrina, deitando na cama.

— A gente ficou uma semana comendo aquelas coisas que você cozinhou para não desperdiçar. — Bárbara riu. Catrina também.

— Mas sério agora, o Diogo convidou a gente pra ir na cabana da família dele no meu aniversário. — Catrina avisou, Bárbara a fitou por alguns instantes. Pelo visto Catrina tinha crescido mesmo.

— Espera, não vamos fazer a tradição de aniversário? Comer um bolo de três camadas e todas de sabor diferente, depois assistir algum filme da Barbie, esse ano eu estava pensando da gente assistir "Barbie e o Castelo de Diamantes." — Bárbara explicou, indignada. Catrina riu.

— Eu acho que já tô velha pra bolo de três camadas e Barbie. — Cat falou. Bárbara sentiu seu um aperto no peito, sua irmã cresceu e ela nem viu. — Quero passar meu aniversário com o Diogo e com você, mas não quero incluir ele na tradição de aniversário, entende? Isso é algo nosso. 

— Tudo bem. — Bárbara sussurrou. — Vou pra tal cabana, vamos nós três? — Questionou a líder, deitando na cama.

— A prima dele também vai, nós somos amigas, finalmente vocês vão se conhecer. — Catrina sorriu. Bárbara suspirou. O amor que tinha por sua irmã era maior que sua preguiça de conhecer pessoas novas.

— Só vou conseguir ficar uma noite, tenho que estar na Leviatã cedo, estamos com novos fornecedores. — Bárbara advertiu, Catrina concordou com a cabeça.

— Está ótimo. — A mais nova sorriu. — Vamos amanhã cedo, obrigada por aceitar.

— Amanhã é seu aniversário, não tem que agradecer. — Bárbara sussurrou, as duas continuaram de mãos dadas.

━──────≪✷≫──────━

  O vice comandante da Leviatã encarou os capitães seriamente, os quatro estavam na sua frente enquanto ele usava a sala de Bárbara, sinceramente, a sala pertencia aos dois já que o asiático quase nunca entrava em sua própria sala.
 Nas últimas horas, Ian mudou algumas regras de segurança para a líder, mesmo que ela dissesse que era exagero.

— Breno, o que eu já falei de pessoas que eu não conheço entrar no escritório da Bárbara? — Questionou Yamaguchi, irritado.

— Sinto muito. — Desculpou-se o capitão. — Minha mãe precisava de mim, ela está doente, mas eu entendo que isso não é desculpa. — Breno abaixou a cabeça.

  Ian encostou na cadeira, cansado. Cuidar do interior daquela gangue não era fácil, tudo sempre sobrava para ele. Ultimamente, o asiático lidava com problemas que antes a gangue não tinha, afinal, eles estão crescendo e poder vem com um preço.

— Quando for assim, pede pra um dos seus colegas capitães ou pra mim, que isso não se repita, entendeu? — Questionou Ian, autoritário. Breno concordou com a cabeça.
— A partir de hoje, se isso acontecer terá punição, ninguém que eu não conheço entra no escritório da Bárbara, as coisas estão complicadas, temo que a vida dela esteja em risco.

— Alguém ameaçou a líder? — Perguntou Nefertiti.

— Não diretamente, mas eu sinto que quanto mais crescemos, mais querem nos derrubar. — Ian inclinando-se para trás, soltando o ar pesadamente. Os capitães se entreolharam.

— Senhor? — Chamou Alexa. O asiático a encarou. — Se for assim, não devíamos tomar providências? O mundo das gangues anda cada vez mais disputado.

— Entendo seu ponto, mas não é as outras gangues que me preocupam. — Ian a encarou. — Nenhuma delas têm coragem para nos enfrentar e isso é bom, porém, até quando vamos garantir o medo delas? E se alguém mais corajoso está planejando algo contra nós? Eu não posso esperar que as tragédias aconteçam, tenho que fazer de tudo para impedir e espero o mesmo de vocês. — Continuou o asiático, os capitães assentiram.

— Faz anos desde a última vez que alguém tentou um golpe para nos derrubar, a Bárbara ainda não era líder. — Indagou Heitor, entrando na conversa. O vice e os capitães o encararam. — Quando isso aconteceu, quase perdemos o líder da época.

— É disso que tenho medo. — Confessou Ian. — Enquanto eu for o vice comandante dessa gangue, nenhum líder vai morrer.

— Eu vou buscar informações no litoral algum boato sobre nós, para termos certeza se está tudo certo por lá. — Alertou Heitor, Ian concordou com a cabeça.

— Todos vocês vão fazer isso, podem começar pelos distritos que atuamos, sejam discretos, ninguém pode saber que estamos nos armando sem ameaças. — Ordenou Ian, os quatro concordaram com a cabeça e o reverenciaram antes de deixar a sala.

  O asiático se viu sozinho, então virou a cadeira para a janela, eram dez da noite, a metrópoles continuava ativa, sirenes e buzinas podiam ser ouvidas do topo do prédio da Leviatã. Ian relaxou os músculos praticamente, deitando na cadeira, seus olhos pretos encararam as luzes da cidade. Com essa crescente preocupação sobre o rumo que a Leviatã está tomando, sua mente o pregou uma peça, fazendo lembrar do dia que ele e Matheus fundaram a gangue.

━──────≪✷≫──────━

Há quase 12 anos

  As pessoas conversavam animadamente pelas ruas do distrito Zâmbia, naquela época do ano, quase doze anos atrás, se realizava o festival de Lanur. A comemoração é semelhante com os dias dos namorados, os casais apaixonados de todas as idades se presenteiam e depois assistem a queima de fogos de artifício especialmente para esse dia.

  A lenda de Lanur contava sobre um homem que se apaixonou pela lua.

  Todas as noites ele esperava que ela aparecesse ansiosamente, seu coração batia apressado quando admirava a beleza do satélite, mas o jovem apaixonado não se conformava que nunca poderia estar perto dela, sendo assim, passava seus dias tentando encontrar uma solução. Certa vez, o homem percebeu que pelo reflexo dela no mar era possível que ele se aproximasse, nisso, o jovem não pensou duas vezes, se jogou na imensidão azul, acreditando que assim, estaria perto de sua amada. Entretanto, ele se afogou e faleceu naquela noite.
  Há quem diga que depois disso, um pássaro com o canto tristonho passou a carregar o espírito do jovem e nas noites de lua cheia, se estiver na praia, é possível escutar suas juras de amor para a sua lua.

— Que besteira! — Resmungou Ian. O menino acabara de completar doze anos e não pensava nos amores das lendas, nem acreditava nessas histórias fantasiosas. — Isso não aconteceu. — Ele murmurou, desconfiado.

— E por que não? — Questionou sua avó, a senhora cozinhava uma sopa e mexia para não grudar. — Histórias de amor também são reais, Ian. — Ela sorriu.

— E por que ele virou um pássaro? — Perguntou o menino, confuso.

— Ora, você não entendeu? — A senhora virou para encará-lo. Ele negou com a cabeça. — A lua queria que ele fosse livre para voar e ser feliz, porém, a única coisa que ele queria era amá-la. Podemos dar a alguém o que desejamos, mas não podemos controlar suas ações. — Ela apertou as bochechas de seu neto curioso e o deixou a cozinha para cuidar de outro afazer doméstico.

  Ian saiu de casa pensativo.

  Será possível pessoas se tornando pássaros por amor?

  O menino de traços asiáticos deixou as dúvidas de lado quando avistou seu grupo de amigos do outro lado da rua. Ele sorriu e correu para encontrá-los.

  Eram esses, Matheus, Breno, Heitor e Fernando. Os meninos conversavam sobre algo que Ian não conseguia entender, mas pareciam preocupados.

— Pessoal, o que foi? — Ele perguntou.

— O Eduardo levou uma surra dos meninos do outro bairro! — Exclamou Fernando. Os outros assentiram.

— E onde ele está? — Ian questionou, preocupado.

— No hospital. — Respondeu Matheus. O melhor amigo de Ian desde que eles se conheceram há três anos.

— Aqueles moleques merecem uma surra por fazer isso com nosso amigo. — Pronunciou Heitor, enfurecido.

— Você sabe que eles se acham porque o grupo deles têm um nome, grande merda! — Breno gesticulou com as mãos, indignado.

— Eles dizem que são uma gangue. — Matheus revirou os olhos, Ian riu. — Quer saber, nós vamos criar a nossa própria gangue! — O mais novo pulou com a nova ideia, fazendo seus amigos o encararem.

— Que ideia é essa, Matheus? — Ian se assustou. Jamais imaginou que teria uma gangue, ainda mais nessas circunstâncias.

— Mano, eu preciso do seu apoio. — Matheus o encarou. Fazendo Ian dar de ombros e suspirar. O asiático concordou com a cabeça e Matheus sorriu. — Nós vamos formar nossa gangue e vai ser bem melhor que a eles! Seremos família e vamos proteger uns aos outros, nenhum de nós fica para trás ou será esquecido.

— Tem certeza disso? — Questionou Heitor.

— É, parece arriscado. — Concluiu Fernando.

— As coisas podem ficar mais complicadas para gente. — Breno insinuou.

— Ah, pessoal — Ian interviu, passou o braço pelo pescoço de Matheus e bagunçou o cabelo dele. — O tampinha tem razão, nós temos que nos unir e criar nossa gangue, assim nenhum de nós ficará sozinho ou desprotegido. Pelo Edu! — Ian esticou sua mão para frente, queria que seus amigos colocassem as mãos em cima da dele, em sinal de união.

  O primeiro foi Matheus, sorridente. Sabia que podia contar com seu melhor amigo, sempre pode. Depois Heitor, ele queria dar uma surra nos moleques e não importava se era fazendo parte de uma gangue ou não. Em seguida, Breno. O negro deixou as preocupações de lado, seus amigos eram mais importantes. Por último, Fernando. O menino queria poder fazer parte disso, junto com seus amigos e, o mais importante, queria proteger eles.

  Assim, os cinco partiram para o hospital.

  Ian, por ser o mais velho do grupo, entrou na frente para falar com a recepcionista, a moça sorriu e chamou a responsável pelo amigo que eles queriam ver.

— Meninos. — Ela sorriu quando os viu. Os cinco a seguiram pelo corredor. — Ele vai ficar feliz em ver vocês. Daqui a pouco ele vai ser liberado para ir pra casa.

— Obrigado, tia. — O pequeno Ian sorriu e eles seguiram para o quarto.
  Os cinco amigos entraram no espaço ansiosos para ver o companheiro, assim que isso aconteceu, eles correram na direção da cama. Edu era um garoto moreno e com cabelos lisos, seu rosto tinha alguns machucados e seu braço estava enfaixado. No momento que viu seus amigos, ele riu e sentiu seu rosto queimar.

— Edu! — Matheus, o menor deles, saiu correndo e abraçou Eduardo.

— Oi, Teus. — Ele sorriu. — Oi, pessoal.

— Como você está? — Questionou Ian, se aproximando dele.

— Pronto para outra. — Edu se encostou na cama.

— Não diz besteira. — Murmurou Heitor, o melhor amigo de Eduardo.

— Desculpa não ter te chamado. Só não queria que se machucasse. — Edu abaixou a cabeça, arrependido.
 Heitor também abaixou a cabeça, queria ter ajudado seu amigo naquele momento, mesmo que se machucasse, não se arrependeria.

— Não faz isso de novo. — O loiro sussurrou, mas não encarou seus amigos.

— Falando nisso, Edu, nós vamos criar nossa gangue! — Breno praticamente gritou, empolgado. Matheus se juntou a ele na animação.

— Que história é essa? — Questionou ele. Os meninos se entreolharam.

— Ideia do Matheus, estamos esperando você melhorar para isso. — Ian explicou.

— Ah, não precisa. Tem um altar ali perto da fonte, vamos criar nossa gangue! — Edu pulou da cama, apressado. Os outros concordaram e desceram as escadas escondidos, atravessaram o pátio rapidamente e encontraram o altar.

— Precisamos de um nome, né? — Questionou Breno.

— Isso! Tem que ser um nome que dê medo. — Completou Heitor.

— E se fosse de algum monstro? — Perguntou Edu, pensativo.

— Leviatã. — Ian sorriu quando falou, seus amigos sorriram.

— Ótima ideia, Ian! — Matheus gritou, rapidamente, o menino se curvou diante do altar. — Pedimos proteção para nossa gangue, sempre seremos família e vamos cuidar uns dos outros. — O mais novo continuou de cabeça baixa, seus amigos o imitaram.

— E você vai ser o líder, Matheus. — O asiático pronunciou. Os dois se entreolharam. — Confio que você pode fazer isso, pode fazer qualquer coisa. E cada um de nós vai estar lá com você.

  Mais tarde, naquele dia, Ian caminhava pelo centro do distrito Zâmbia acompanhado de seus avós, ele acenava para seus amigos, que estavam espalhados pelo festival animadamente. O menino estava feliz, pois Matheus disse que a única pessoa que podia ser o vice comandante da nova gangue seria seu melhor amigo.

  Em um momento, o asiático disse aos seus avós que iria ver os fogos de artifício na ponte e saiu correndo naquela direção, nisso, ele encontrou Bárbara. A menina estava com onze anos na época, seu cabelo foi recentemente cortado e ficou na altura dos ombros, ela o viu se aproximando e sorriu. A maioria das crianças não gostavam dela, pois a morena era difícil de dar um sorriso, porém, Ian nunca pensou isso dela, com ele, Bárbara sempre foi sorridente e gentil.
Ela se afastou, dando espaço para que Ian sentasse ao seu lado.

— Quer dizer que tu é um gângster agora? — Ironizou Bárbara, com um sorriso debochado nos lábios. Ian riu e continuou olhando o céu, que estava estrelado e a lua cheia e brilhante.

— Para com isso. — Ele a encarou, os dois se entreolharam. — Ainda sou o mesmo Ian de sempre.

— Disso eu sei. — A morena sorriu, fazendo Ian sorrir também. — Mas você nunca quis algo assim, por que mudou de ideia?

— Edu estava sozinho quando aqueles meninos machucaram ele, com a gangue, vamos cuidar dos nossos amigos. Por isso eu concordei. — O asiático explicou, desviando o olhar dela e admitindo a vista, cada momento que passava, ficava mais perto da queima de fogos, os dois esperavam inquietos.

— Eu sabia. — Bárbara sussurrou, Ian virou o rosto para encará-la. — Você aceitou porque queria garantir o bem dos seus amigos, é o que faz, tenta deixar as pessoas bem. — A menina tocou o rosto dele com uma mão, Ian sentiu seu coração acelerar, ficaram tão próximos que podiam se ver refletindo nos olhos um do outro. — Quando Matheus me contou, já esperava que você tivesse aceitado, jamais deixaria seus amigos para trás. — Ela manteve o sorriso, Ian engoliu em seco.

— Bárbara... — Ele sussurrou o nome dela, já era costume desde que a conheceu, sussurrar o nome dela soava como uma pergunta e ela teria a resposta.

— O que foi? — Perguntou ela, deixando de sorrir.

— Você... — Ian tentou, mas sua voz não saiu, que diabos era aquela sensação no seu estômago?
  A morena o encarou em expectativa, com esperança que ele sentisse o mesmo que ela.

  Nisso, eles ouviram passos apressados indo na direção deles.

— Ah, vocês estão aí! — Matheus gritou, correndo e acenando. Bárbara revirou os olhos, já não bastava ter que aguenta-lo em casa. — Chega mais pro lado, menina. — O mais novo a empurrou, Bárbara franziu a testa.

— Aí, idiota! — Exclamou a garota, irritada. Quase caiu em cima de Ian quando Matheus a empurrou.

— Vocês iam ver os fogos sem mim? Que traidores! — Matheus cruzou os braços, emburrado. Ian sorriu e bagunçou os cabelos dele.

— Ainda nem começou, tampinha. — Ian disse. Ele e Bárbara trocaram olhares antes de desviar novamente.

— Mesmo assim, já está pra começar — Matheus falou como se fosse óbvio. — Vou criar uma tradição na Leviatã, todo ano vamos assistir a queima de fogos de Lanur juntos, até porque foi o dia que a gangue foi criada. E vai ser na ponte.

  Os dois concordaram com a cabeça, afinal, famílias têm suas próprias tradições.

— Por que não chamou os meninos pra ver com a gente? — Perguntou Bárbara, puxando assunto.

— Estava fazendo isso, mas tive que procurar vocês. — Ele murmurou.

— Ano que vem vamos estar juntos de novo para ver os fogos. — Ian anunciou, encarou seus amigos. — E o pessoal da gangue também, porque somos família. E é uma tradição que começamos hoje. Todos os anos vamos assistir os fogos juntos.

— Não tem que se preocupar, Ian. — Bárbara advertiu, olhou para o céu, evitando encarar seus amigos. — Não há nada no mundo que pode nos separar. — Ela sorriu.

— Ian? — A voz dela, atualmente, fez o asiático olhar para trás.
  A líder segurava a porta, entrando parcialmente no escritório.

— O que está fazendo aqui? — Perguntou o vice. Bárbara sorriu e se aproximou.

— Vou sair cedo amanhã, queria ver se estava tudo bem. — Ela sentou na mesa ao lado de Ian, que permaneceu na cadeira.

— Já disse que pode ir tranquila. — Ele murmurou.

— Eu queria te ver antes de ir, mal conversamos hoje. — A líder admitiu, nisso, o asiático riu. — Tá rindo de que?

— Nada. — Ian sussurrou, Bárbara entendeu e colocou a mão no rosto dele, os dois se entreolharam e ambos sorriram. — Obrigado, Bárbara.

— Pelo o que? — Questionou ela, sorrindo.

— Por algo que me disse há onze anos. — O asiático sorriu, fazendo Bárbara sorrir também. A líder soltou o rosto dele, depois deu alguns passos na sua direção, Ian a puxou pela cintura, fazendo Bárbara sentar em uma de suas pernas.

— O que eu disse? — Perguntou Bárbara, passando os braços ao redor do pescoço dele.

— Não vou dizer. — Ele riu. — É um momento só meu. — Apertou a cintura dela, a puxando pra si.

— Ah, Ian. — Bárbara revirou os olhos. O asiático ignorou as reclamações dela e deitou a cabeça sob seu ombro. — Escuta, só vou voltar depois de amanhã, não sei se onde eu vou dormir tem sinal, então tenta controlar esses gângster até eu voltar, confio em você.

— Sim, senhora. — Ian sorriu, Bárbara riu e segurou no cabelo dele, adentrando os dedos pelos fios lisos e escuros do vice. — No que está pensando, comandante?

— Fecha os olhos que eu conto. — Bárbara sussurrou, próximo aos lábios dele. O asiático obedeceu, a líder encostou a boca na orelha do vice e falou seus pensamentos, Ian sentiu seu rosto queimar e puxou aquela mulher para um beijo, o começo de muitos daquela noite.

Obrigada por ler, até a próxima.

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