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12. Forca


Adão fez um sinal para que o homem de meia idade sentasse. Tinha cabelos penteados com gel e a tatuagem de uma caveira no pescoço. O homem que o acompanhava ficou em pé, próximo ao segurança tatuado de Adão.

— A que devo a honra de sua presença, Iguana? — Adão abriu um sorriso cordial.

— Deve imaginar, primo.

— Preciso de um pouco mais de tempo. Não consegui todo o dinheiro. A boate teve uma queda de lucros, mas o serviço de acompanhantes está funcionando normalmente. Preciso de uma semana.

— Uma bebida — Iguana disse fazendo um sinal com a mão.

Adão foi ao frigobar e pegou uma garrafa e whisky e dois copos de vidro. Serviu os dois.

— Uma semana... — Iguana repetiu enquanto tomava um gole. — Você não tem falhado há um bom tempo, primo. Subiu em meu conceito, mereceu meu respeito. Dominou os lucros da área — balançou o líquido no copo, olhando para o fundo, por fim tomou outro gole. — Mas você entende que estamos lidando com negócios. É um esquema simples de ser seguido: você é responsável por financiar a compra das drogas, e em troca tem financiamento para aumentar seu império. Funcionários, subornos, tudo isso vem do meu dinheiro que você toma conta.

— Eu conheço bem o esquema.

— Então não preciso frisar que o dinheiro do tráfico tem outros propósitos, e não cabe a esse dinheiro comprar os carregamentos de cocaína. Esse dinheiro vem de você — apontou o dedo para Adão. — E meu acordo com o cartel é bem claro: carregamento fixo por pagamento fixo — deu um último gole que esvaziou o copo, levantando-se. — Uma semana e nada mais, Adão.

Iguana saiu do escritório, seguido por seu acompanhante. O segurança tatuado de Adão, que estava em pé como um cão de guarda, aproximou-se do chefe.

— Deveríamos ter seguido os moleques.

Adão pegou um copo de vidro sobre sua escrivaninha e jogou-o com violenta força contra a parede, levantando-se tomado de fúria:

— Vai me dizer o que eu tenho que fazer? — esgoelou, deixando o tatuado acuado, dando um passo para trás. — Essa puta desgraçada elevou meus lucros e agora vai me foder? Ela fodeu com a porra do esquema! Fodeu com tudo! O cartel não aceita falhas! O Iguana não aceita falhas! — esfregou as mãos no rosto retomando o controle. Respirou fundo, foi até a mesa, colocou uma dose de whisky no copo que Iguana bebera e tomou em dois goles. Então voltou a sentar-se na cadeira giratória, aparentemente calmo. — Duvido que o pirralho que levou ela pra jantar tenha algum envolvimento. Só assustei eles pra ter certeza, e se souberem de algo vão falar, ou por medo ou por ganância. Estamos falando da besta-fera gostosa. Quais são as chances daquele demônio se apaixonar? Pra isso precisaria de um coração — acendeu um cigarro. — Ela deve ter fugido, ou morrido, quem sabe. Não ia me surpreender se ela tivesse se matado — deu um trago profundo, depois soltou a baforada para o alto — Meu pacto com essa piranha só acaba quando ela morrer! Por falar nisso, preciso que destruam o Calvário. Se o encontrarem podem associar à boate e não quero envolver os negócios com as atrocidades satânicas da Arlequim. Onde está o Vagner?

— Saiu pra comprar cigarros faz um tempo já.

Adão discou no celular. Aguardou uns segundos com o aparelho na orelha.

— Esse imbecil não atende.

— Mas ele sempre atende, principalmente se for o senhor.

Adão fechou os olhos, dando mais uma tragada, guardando o celular no bolso. O tatuado estava tenso; sabia que aqueles silêncios repentinos de seu chefe significavam seu nível de paciência esgotado. E sabia o que ele era capaz quando a paciência se esvaía. Sempre sobrava pra alguém.

Cadê você, seu idiota?

— É o chefe, eu tenho que atender — Vagner disse com falsa tranquilidade.

— Você tem que calar a boca e continuar dirigindo — Leônidas disse no banco do passageiro, com a arma em punho fixada em sua costelas.

O telefone parou de tocar.

— Pra onde está me levando?

— Dirija — a voz cortante de Leônidas o deixou mais preocupado do que já estava, mas não queria aparentar fraqueza.

— Quem diabos é você?

— Não lembra mesmo de mim, não é?

— Claro que não! Você é cliente da Paraíso? Dei uma surra em você ou em algum parente seu? Fazemos isso o tempo todo, não é nada pessoal.

— Você devia lembrar de mim. Foi à minha casa, falou comigo.

— À sua casa?

— Deixou uma encomenda para mim. Na minha geladeira.

Vagner gelou. Sentiu o frio na barriga ao olhar para o homem ao seu lado com mais atenção. Sua barba havia crescido, os olhos estavam fundos demais, mas os traços eram familiares.

— Puta merda...

O carro por pouco não bateu em outro. Vagner reassumiu o controle há pouco perdido no volante, as mãos começando a tremer, o suor descendo pela testa.

— Lembrou-se agora?

— Como... como chegou até mim?

— Dirige.

Vagner dirigiu por mais alguns minutos, seguindo as instruções do ruivo, até uma região mais afastada, enquanto pensava furiosamente em uma maneira de sair vivo dali.

— Para o carro.

Vagner obedeceu.

Foi muito rápido. Num segundo Leônidas retirava a mão livre do bolso e comprimia uma arma de choque contra as costelas do segurança, fazendo-o gritar e estrebuchar antes de desfalecer.

Saiu do carro guardando a arma de choque e a pistola. Deu a volta no veículo, empurrou o corpo para o banco do passageiro e assumiu o volante.

Dirigiu.


************************

Elias estava sentado com o notebook no colo, os dedos entrelaçados, pensativo. Não conseguia dormir. Pensou em ligar para Samuel e perguntar se estava tudo bem, mas sabia que o amigo mentiria para acobertar a Arlequim. Abriu uma página do Google e digitou "boate Paraíso da Perdição".

Além do blog da boate com a propaganda da parte legalmente aceitável pela lei, havia algumas menções a pessoas espancadas no local, mas nada comprovado. Foi abrindo as páginas até ver uma que chamou sua atenção: era uma notícia sobre o assassinato de uma dançarina há alguns anos. Segundo a matéria, uma dançarina conhecida como Medusa havia sido assassinada brutalmente por um provável amante. O suspeito já havia sido capturado e condenado. Na mesma matéria havia o depoimento do assassino, que jurava inocência. Além das digitais do mesmo espalhadas pelo apartamento da vítima havia sêmen dele dentro da vagina dela e a carteira dele, que levou à sua localização. Elias viu as fotos dos dois; a dançarina era uma linda loira na casa dos vinte, e ele parecia um pouco mais velho, bonito, barba rala e alargador na orelha. Era um músico, segundo a matéria.

Elias fechou a janela da notícia e procurou outras páginas que lhe dessem uma luz sobre Arlequim. Mas não havia nada que remetesse a ela; nem uma única foto. Nem mesmo no blog da boate. A sua divulgação era feita de boca em boca, pelo visto. Após algum tempo, desistiu. Ficou pensando se haveria alguma relação entre Medusa e Arlequim, mas aquele assassinato parecia realmente ser um caso isolado.

Desligou o computador e ficou deitado olhando para o teto.


**********************


Renata encontrou-se mais três vezes consecutivas com Tonico antes que ele a apresentasse a alguns amigos tão asquerosos como ele, mas que pagavam bem. Não demorou a se acostumar com a ideia de se prostituir e em pouco tempo seu telefone tocava o dia inteiro. Amigos de amigos de amigos. Sua fama estava se espalhando: a ninfeta crente que topava tudo, de anal a gozar na boca. Certa vez aceitou transar com três ao mesmo tempo, como uma exímia atriz pornô. Para satisfazer a clientela, disfarçava o nojo e fingia prazer, instigando-os com palavreados chulos que sempre funcionavam para excitá-los; e quanto mais excitados, mais vezes ligavam para ela.

Pagou as contas em casa, disse aos pais que mudara de emprego para justificar o dinheiro que ganhava, mas não entrou em detalhes.

Seu telefone tocou em uma tarde de domingo. Saiu da sala onde assistia TV com a mãe em silêncio e foi para o quarto.

— Alô?

— Alô. É a Renatinha?

— Sim, sou eu.

— Quanto é o programa?

— Uma hora com anal é quinhentos.

— Porra! Quinhentos é muito caro. E sem anal?

— Trezentos.

— Cuzinho caro esse! — ele riu. — Pago duzentos.

— Trezentos — repetiu.

— Minha filha, uma prostituta cobra no máximo cem. E se for das gostosas.

— Então procura uma delas.

— Marrentinha. Gostei. Duzentos e cinqüenta. Sou pai de família, não tenho tanto dinheiro assim, e ainda tem o motel.

— Ta. Duzentos e cinquenta.

Marcaram o local de encontro onde ele a pegou lá em um Fiat Uno modelo antigo. Era negro e alto, mas não muito forte. Tinha aliança no dedo e parecia ter por volta de quarenta. Transaram duas vezes durante a hora limite.

— Você é bom de cama — ela elogiou com sinceridade. — E tem um pau enorme. Ainda bem que não tem condições de pagar pelo anal; não ia aguentar tudo isso no meu cu.

Os dois riram.

— Ganho ao menos desconto pelo prazer proporcionado?

— Na próxima, talvez.

— Falando em próxima, posso tirar uma foto sua?

— De jeito nenhum — replicou lembrando-se do vídeo que desgraçara sua vida.

— Por favor. Preciso me vangloriar pros meus colegas. Sem falar que é marketing positivo pra ti.

— Nada de foto.

— Sem mostrar o rosto, vai!

— Ta. Sem rosto.

Ela encostou-se na cabeceira da cama tapando o rosto com as duas mãos e abrindo bem as pernas. Ele tirou a foto com o celular.

— Enquanto não arranjo mais grana vou bater muita punheta pra essa foto.

Renata sorriu. Até que gostara dele. Fora um dos únicos que não lhe tratara como um objeto.

Na terça-feira deu à mãe dinheiro para comprar roupa. A mulher estava menos resistente, e até sorria de vez em quando. Renata sentia que podia reconquistar o amor dos pais. Resolveu limpar a casa inteira para quando o pai chegasse. Deixaria a prostituição e arranjaria um emprego digno até que seu pai voltasse a pregar em alguma congregação dali, onde ninguém os conhecia.

O telefone tocou. Havia salvo o nome do cliente como "Pinto negro grande", o que tirara sua foto. Dava apelido aos clientes, como a Tonico, salvo em seu celular como "Porco". Então o negro bem-dotado já havia conseguido mais dinheiro?

— Alô? — disse sensualmente.

— Caralho! — a voz dele estava arfante. — Acabei de mostrar sua foto pra um amigo aqui da borracharia. Ele enlouqueceu e me deu um soco! Que porra é essa? Algum cliente teu ciumento?

Renata arregalou os olhos. O coração palpitava como se fosse explodir. Todo o sangue de seu corpo parecia ter evaporado.

— Bo... Borracharia?

Não pode ser!

— Sim, meu colega de trabalho, porra! Eu não entendi. Como ele reconheceu você? Na hora que mostrei a foto e ele olhou direito disse na hora teu nome. "Renata?" e me deu um soco.

Renata olhou para o braço.

Para a pulseira de ouro com o R.

Peça única.

Presente de seu pai.

— Onde... Onde ele está?

— Saiu daqui feito um louco faz uns minutos. Eu estava estancando o sangramento antes de te ligar.

Um estouro e a porta foi arrombada com um chute. Renata assistiu em pânico seu pai avançar em sua direção possuído. Tentou fugir, mas o homem foi mais rápido e a agarrou pelo pescoço com as duas mãos, espremendo-a contra a parede.

— Então é assim que consegue dinheiro? — rosnou aos prantos, os olhos vermelhos de choro de dor e ódio.

Renata sufocava com as mãos potentes e furiosas do pai. Tentava se livrar, em vão.

— Sua puta! Puta desgraçada! Maldita! Maldita!

A visão escureceu. Renata perdeu os sentidos.

Sonhou com Samuel rindo dela, apontando-lhe o dedo e rindo. Sentiu vontade de matá-lo, mas seu corpo não se movia. Ouviu um grito no seu sonho. O grito foi se tornando constante, mais alto, foi despertando-a aos poucos.

Abriu os olhos.

Era sua mãe que gritava. Renata levantou-se com dificuldade e terríveis dores no pescoço. Os gritos vinham da cozinha. Andou até lá se segurando nos móveis e tossindo.

Parou de repente.

Ficou inerte assistindo a mãe gritar em desespero para o corpo do seu pai dependurado por uma corda, suspenso pelo pescoço a alguns palmos do chão.

De repente os gritos se tornaram um zumbido. As coisas pareciam acontecer em câmera lenta. Renata estava em transe. Sua face foi se enrijecendo até tornar-se uma careta de ódio e repulsa, e uma convicção cega se apoderou dela como o ar que respirava:

Vou acabar com você, Samuel. Eu juro por Deus! Vou matar você, sua bicha! Vou matar você! Vou matar você! Vou matar você! Vou matar você!




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Senhoras e senhores, este é o fim da primeira parte do livro. A partir de agora conheça quão cruel o ser humano pode ser. Breve próxima parte, MONSTROS.

Comente o que achou do livro até aqui. Lembrando que o livro já está escrito até o fim, mas vou postando aos poucos para ter o feedback de vocês. Seu comentário conta muito! E pode influenciar o resto da história...


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