Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 10
Uma vez eu lhe disse para esconder seu coração. Você devia ter escutado.
-A rainha vermelha
Silva não conseguia dormir. Ele estava sentindo uma dor no peito. Estava angustiado com alguma coisa, talvez fosse por conta dos Queimados, pensou o homem.
O homem olhou para o relógio, eram duas da manhã. Ele não conseguia voltar a dormir então decidiu sair para espairecer. Colocou seu uniforme e foi se certificar de que não tinha nenhum aluno acordado.
Ele estava perto do refeitório quando sentiu cheiro de maconha. Ele estava indo em direção às escadas pronto para dar uma bronca pra quem quer que fosse, quando ele escutou passos apressados atrás dele.
Ele se virou e deu de cara com uma garota ruiva, ela estava afobada.
–O que aconteceu?–Ele perguntou, sentindo aquela angústia aumentar.
–A Nyx, ela...–Ela tomou uma lufada de ar antes de continuar.–Stella deu seu anel e...
Ele não ouviu o resto. Seus pés já o guiavam para algum lugar, como se ele soubesse onde a garota poderia estar. Ele não fazia a mínima ideia de quem era a garota ou o que havia acontecido mas ele correu para a floresta.
Suas pernas já doíam quando ele se viu no meio do cemitério velho. Ele olhou para a portal, ele estava entreaberto. Foi quando ele escutou um grunhido, ele passou pela porta correndo, já desembainhando sua espada.
Ele entrou em um beco ao lado da lavanderia da qual tinha saído e viu a garota daquela manhã com o rosto manchado em vermelho. Ela estava cara a cara com o Queimado.
O Queimado estava pronto para desferir um golpe, quando é interrompido por Silva, que cortar seu braço fora.
–Corra!–Gritou o homem, para que a garota acordasse do transe e fugisse.
Ela o obedeceu e atravessou a porta, voltando para o Outro Mundo. É quando um novo braço nasce do monstro.
Ele não deveria fazer isso, Queimados não podem se regenerar.
Pensou o homem enquanto se esquivava de um golpe.
O monstro é jogado para trás e por um momento Silva fica confuso até ver Farah atrás dele.
–Você está bem?–Perguntou Farah enquanto se concentrava em manter o Queimado preso a parede.
–Sim. A garota...
–Ela vai ficar bem.–Responde ela sem demonstrar nenhuma preocupação.–Agora temos que dar um jeito de levarmos ele pra Alfea.
–Eu acorrentei ele em um estábulo perto da barreira.–Diz Farah, deixando o homem irritado.
–Devia ter matado ele.–Diz Silva sem paciência.
–E deixá-lo no mundo humano?–Questiona a diretora.
–Devia ter o trazido pra cá e matado. Ele cortou a pele dela?–Pergunta Silva visivelmente preocupado.
–Ben deu uma olhada nela. Ela só bateu a cabeça com força, está na enfermaria. Ela não está infectada.–Responde Dowling.–Pedi para ele fazer óleo das flores zambak. Eu ministrei. Vai ficar inconsciente por horas.
O homem não concordava com aquilo nem um pouco. Ele tinha medo de perder sua amiga também.
–Preciso entrar em sua mente. Precisamos saber se é um caso isolado ou algo mais. Eu achei duas trocadas no primeiro mundo.
–Trocadas.–Repete o homem desacreditado.–Não ouço falar disso há séculos.
–E lá elas estavam. Uma foi deixada a 18 anos e a outra a 17. Bem no final da guerra.
–Acha que está tudo conectado.–Não era uma pergunta, e Farah sabia muito bem disso então ela apenas acenou com a cabeça.
–Eu estou me esforçando, Saul. Rosalind escondeu tanto de nós. Eu estou preocupada com os alunos. A Alfea que conhecem é bem diferente da que frequentamos. Eles têm tanta vida para experimentar.
"Mesmo que aqui fosse seguro, o que passam pode ser inviável. Mas esse mundo não é seguro. E eu não sei quanto tempo mais conseguiremos protegê-los. Eu sei que você sente. A mudança. Tiveram a ordem por tanto tempo que não sabem como é o caos."
–Descobrirão em breve.–Diz Silva. Por mais que aquilo fosse difícil de aceitar, aquela era a verdade.
Nota da autora:
E aí?
Estão gostando?
Aqui acaba o primeiro episódio da série.
Espero que vocês gostem.
<3
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