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Capítulo 4

Doutor Tomás foi o primeiro a entrar em seu escritório, caminhando rapidamente até sua mesa e servindo-se com uma xícara de café. Dorotéia entrou na sequência, visivelmente irritada. Por último Carlos, o fiel segurança, em total silêncio, apenas lembrando a forma como Helena, uma das internas mais promissoras, havia enfrentado a principal médica dali na frente de todos e ainda saído vitoriosa.

— Eu quero destruir Helena! — A ruiva gritou furiosa, caminhando pelo escritório.

O chefe da instituição observava o descontrole da principal funcionária, atento.

— É inaceitável uma funcionária como eu ser tratada daquela forma e a louca sair impune. Deixe-me dar uma lição nela, doutor Oliveira. — Dorotéia falou aproximando-se do chefe e segurando suas mãos enrugadas.

— Não ouse usar sua telepatia em mim, para alcançar seu objetivo infantil. Em algum momento eu descobrirei que fui enganado por você e você sabe muito bem, não costumo perdoar traições. — O médico falou pausadamente, enquanto Dorotéia se afastava.

— Rebeldes como ela devem ser severamente punidos, ou poderão incentivar os demais a seguirem seus passos.

Carlos não gostava da ideia de ver uma pessoa que apenas lutava pela vida ser assassinada e Helena conseguia fazer com que esse sentimento de revolta no segurança aumentasse ainda mais.

Ela era poderosa e bela, não merecia um fim tão trágico, ainda tão jovem.

— Não acredito que a atitude de uma paciente possa gerar tanta força nos demais, a maioria está assustada demais para pensar em fugir. Praticamente todos temem nossos métodos. — Carlos tinha apenas um objetivo, impedir a morte da loira.

Dorotéia virou-se para o forte homem, olhando-o assustada.

— Não lembro de lhe ter dado a abertura para que falasse, segurança. Cale-se! — A ruiva falou, autoritária.

— Acalme-se, Dorotéia! Carlos tem total razão, ninguém ousará fugir daqui, a atitude de Helena foi um caso isolado. Não percebeu que os demais ficaram em total silêncio? Eles nos temem!

— Desculpe-me senhor, mas Helena...

— Basta, o assunto está encerrado! — Tomás falou servindo-se com mais uma xícara da forte bebida, que não possuía nenhum tipo de adoçante. — Helena é poderosa demais para ser morta, seria uma perca imperdoável para nosso projeto!

Finalmente Carlos conseguiu respirar aliviado, Dorotéia jamais descumpriria as ordens de Tomás. Ela não possuía tanta coragem.

— Estão dispensados. Amanhã quero que inicie o treinamento com Morgana, Dorotéia.

— Certamente, doutor. — Dorotéia falou fazendo o possível para não demonstrar insatisfação com a atitude do chefe e saindo em seguida.

Tudo o que ela mais queria naquele momento era destruir Helena e ele a havia negado, a frustração gritava em seus ouvidos

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