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Capítulo Extra - Kadrahan POV (O beijo febril)

Oi, então, sei que já é sexta e não quinta, mas... Eu tinha um especial pronto para postar, mas como recebi vários pedidos de um POV do Kadrahan, resolvi atender a vontade de vocês e tive que começar a escrever do zero (mais ou menos rsrs). Só posso escrever a noite e por isso na maioria das vezes não consigo terminar antes da meia-noite. Espero que gostem de capítulo e passem a compreender um pouquinho melhor nosso enigmático Lorde Kadrahan. Comentem muito como sempre, pois sabem que eu adoro (já temos mais de 3K só de comentários \o/)! E não se esqueçam de votar. Até logo! E o capítulo 14 promete mais surpresas e revelações rsrsrs

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    Uma das coisas que Aédris sempre apreciou é água. Seja de um lago, um rio ou o mar. E ela fica extremamente mal humorada toda vez que é privada de seu banho diário. Motivo de nossa discussão no momento. Ela insisti em querer prolongar a nossa parada durante o almoço para que possa se banhar em um laguinho que encontramos no caminho.

    - Não temos tempo a perder, bruxa! -digo irritado. - E definitivamente não estou disposto a desperdiçar nenhum segundo para satisfazer as suas vontades. -houve um tempo em que satisfazer todas as suas vontades era meu primeiro pensamento ao acordar. Hoje não. Tenho outras prioridades.

    - Qual é o seu problema? Tenho certeza que não sou a única por aqui que quer um banho! -ela olha ao redor em busca de apoio, mas ninguém se manifesta. - Uns minutos a mais não fará diferença.

    A verdade é que eu também apreciaria muito um banho agora, mas não posso me dar esse luxo. Recorro a minha desculpa habitual.

    - Todos os minutos são preciosos, pois a vida de Myris...

    - Talvez se você tivesse protegido melhor a mulher que ama, ela não estaria agora nas garras de malditos cernis e nenhum de nós teria que ser arrastados nessa missão suicida! - ela esbraveja enfurecida.

    Mesmo inconscientemente, Aédris acerta no meu ponto fraco. Realmente parece que sou incapaz de proteger as pessoas que mais amo.

    - Eu... Desculpe-me. Não tive a intenção de... -ela começa já arrependida de suas palavras.

    - É claro que teve a intenção. -acuso e volto ao meu jogo de palavras cruéis para que nem mesmo um resquício do nosso passado volte a sua memória. - É isso que as bruxas fazem. São sempre cruéis e vis. Só se importam em satisfazer as próprias vontades. Não se importam com ninguém mais além de si mesma.

     Ela me encara com raiva em seu olhar, mas prefiro seu ódio a compaixão de segundos antes. Dou as costas a ela, subo em Ônix e disparo a toda velocidade. Todos me seguem sem questionamentos, até mesmo Larcan, para a minha total surpresa. Todos com exceção de Aédris, obviamente, que ficou para trás como sempre fazendo somente aquilo que quer. Rius está com ela, por isso sei que não devo me preocupar.

    Estamos seguindo a rota que havíamos planejado, quando a paisagem a oeste me chama a atenção. Sei o que se esconde atrás daquelas árvores e esqueço completamente a discussão de agora a pouco, pois se tem algo que Aédris adora, são cores. Olho para o céu atrás de nós. Tov nos segue a certa distância com Dras em suas costas. Sei que Aédris e Rius não irão se perder. Em um impulso, faço sinal para Eres e todos seguimos para oeste.





    Pouco depois do anoitecer, montamos acampamento no local que sei ser o ideal. Nenhum dos meus homens questiona minha mudança súbita na rota, nem mesmo Eres. Aédris deve estar morrendo de curiosidade, mas sei que ela não dará o braço a torcer e não vai perguntar a ninguém. Percebo que ela não está treinando com os outros, sem dúvidas para fazer seu precioso banho durar mais. Enquanto ela serve sua sopa de legumes, vejo que sua testa está franzida. Alguma coisa a incomoda. Ela se afasta da fogueira onde alguns de nós estamos comendo ao redor e vai para sua barraca. Definitivamente algo a incomoda, ela sempre busca ficar sozinha e em silêncio quando quer pensar em algum problema. Entretanto, ela não vai conseguir pensar em seja lá o que for que a está incomodando, pois Entur a espera sentado em frente a barraca dela. Antes ele do que Larcan, penso irritado, mas afasto o pensamento. Até imagino o que Entur possa querer conversar com ela. Lembro-me que quando ainda era um menino, quando ainda vivia com minha mãe, muitas vezes desejei que ele fosse o meu pai de verdade. Minha vida teria sido completamente diferente se ele fosse, mas também nunca teria conhecido Aédris. E tê-la em minha vida fez cada minuto de sofrimento ao lado de meu verdadeiro pai valer a pena. Tov se junta a eles, enquanto um pouco mais ao longe, vejo Larcan com os cavalos, mais precisamente com Rius. Se ele tivesse noção do risco que corre ao dar tanta atenção a alguém com a personalidade dela, sairia correndo. Quase tenho pena dele. Quase.

    Aproveito que todos estão distraídos e saio em busca de meu alvo. Não demoro muito e logo encontro Dras já dormindo de barriga para cima um pouco depois da barraca de Fins.

    - Dras, acorda! -digo o cutucando com o pé.

    - Dras bom menino! -resmunga ele ainda dormindo virando para o outro lado. -Dras ser inocente!

    O que será que o volun aprontou dessa vez? Decido que é melhor não saber enquanto o levanto pelas alças do macacão laranja que está usando. Ele finalmente acorda e me olha com os olhos esbugalhados de tanto medo.

     - Mestre Lorde, Mestre Lorde, Dras bonzinho! Dras só pegou uns botões coloridos do senhor Fins! Dras devolver, Dras devolver!

    Seguro o focinho do volun para ele ficar quieto e não chamar a atenção de ninguém.

    - Fique quieto, Dras! Não vim atrás de você por causa de botões! -olho nos olhos dele. -Promete ficar quieto se eu o soltar?

    Ele balança a cabeça afirmativamente, libero o seu focinho e o devolvo ao chão. Então me ajoelho para me aproximar de sua altura.

    - Vou te levar a um lugar e amanhã antes do amanhecer, quero que leve Aédris até lá, mas você tem que me prometer que não contará nada a ninguém, muito menos a ela sobre o meu envolvimento com isso, certo?

    - Por que Mestra não pode saber, Mestre Lorde?

    - Você gosta de vê-la sorrindo, não é mesmo?

    - Sim, Dras gostar muito. -os cantos de seu focinho se esticam em um sorriso.

    - Ela irá sorrir muito com o que irei te mostrar, mas se souber que tenho algo a ver com isso, ela poderá se lembrar da época que não sorria e deixar de sorrir novamente. É isso o que quer?

    - Não, Dras não quer. -os olhos de Dras se enchem de lágrimas. - Mestra muito triste quando Dras conheceu ela. Mestra não sorria nunca.

    Meu coração se aperta com uma dor familiar e faço de tudo para mantê-la trancada em meu peito.

    - Então temos um acordo. -me levanto e faço um sinal para ele me seguir. - Tenho certeza que você também vai adorar o que vou lhe mostrar.

    Levo Dras para a colina adiante. A Lua Verde em todo a sua glória deixa a noite muito bem iluminada e seu rosto se ilumina com o que vê. Suas lágrimas são esquecidas e um sorriso enorme toma conta de seu rosto peludo.

    Deixo Dras lá. Sei que ele irá dormir reverenciada a paisagem de cores que tanto admira. Volto a minha tenda, pego uma muda de roupas limpas e me afasto do acampamento em direção a uma pequena nascente que sei ter por ali. Contaria aos outros e a Aédris, mas todos achariam que só desviei a rota para que ela tivesse um lugar para se banhar e agora é a minha vez de não dar o braço a torcer.





    No dia seguinte acordo bem cedo e vou para a colina. Escolho um lugar que posso observar tudo sem ser visto. Não perderia isso por nada. Não muito tempo depois, Dras surge arrastando uma Aédris sonolenta seguidos por um Tov mal humorado. Tov olha na minha direção e não tenho dúvidas que farejou o meu cheiro, mas ele parece não se importar com a minha presença e não me denuncia.

    Quando os primeiros raios de sol começam a surgir no horizonte, Aédris literalmente fica de queixo caído diante da magnífica beleza das montanhas coloridas a sua frente. Sua expressão está maravilhada. Seu sorriso vai de orelha a orelha e seus olhos brilham com o mesmo entusiasmo de uma criança. Ela está radiante em sua alegria diante da beleza da natureza. E essa alegria diante de algo tão belo, mas ao mesmo tempo tão simples, é o que a torna linda. Mais linda do que todo o esplendor a nossa frente.





     Mais tarde, ao seguirmos viagem, nos deparemos com um povoado cheio de cores. Um povoado que não me lembro de estar ali antes. As pessoas nas ruas cantam e dançam sem se importarem com nada. Noto que algo definitivamente está errado quando desço de ônix sem sabe porquê. A multidão me arrasta e me perco na maré de pessoas. Não consigo avistar os outros e muito menos Aédris. Khrratz! A visão de Aédris! Ainda esta manhã vesti meu colete de argolas de aço como proteção extra e ainda assim acabei nos deixando ser pegos nessa armadilha. Começo a correr desesperado sem direção certa. As pessoas, todas elas, tentam impedir o meu progresso. Não quero machucá-las, pois não tenho certeza se estão apenas sendo apenas controladas por uma força oculta ou se são realmente más. Não posso arriscar ferir alguém inocente. Depois do que parece uma eternidade, consigo me livrar delas e então sinto o cheiro de podridão. O cheiro de uma besta. Sigo o terrível odor e acabo em uma muralha, certamente a mesma da visão Aédris. O que vejo faz o meu coração perder uma batida e por um segundo interminável, temo ter chegado tarde demais. A calda da besta a atinge e ela é arremessada de encontro a muralha. Ela cai inerte no chão e quando penso que meu pior pesadelo se tornou realidade, ela mexe a cabeça. Aédris tenta se levantar, mas evidentemente está tonta e caí de volta ao chão. E é aí que o vejo. Um Nöhkarium. E suas garras mortais estão apontadas para Aédris. Minha mente de Guerreiro Darätzsalah analisa todas as possibilidades de ataque possíveis, mas do local onde me encontro, só resta uma saída. Não paro para pensar nas consequências e corro até ela me colocando a sua frente. A lâmina de minha espada atravessa a criatura ao mesmo tempo em que suas garras retalham o meu peito. Sinto como se centenas de navalhas estivessem perfurando a minha pele, enquanto algum líquido efervescente se espalha por minhas veias. A dor é quase insuportável. Aédris está gritando alguma coisa, mas sou incapaz de dizer o que ela está falando. Sei que estou a ponto de perder a consciência, mas me forço abrir os olhos. Preciso saber que ela está bem. Estou em seu colo e há lágrimas em seu rosto, mas acho que não foi atingida pelas garras do Nöhkarium. Em algum lugar da minha mente, lembro que Larcan estava enfrentando a besta quando cheguei. Não posso permitir que o Duque de Vanshey perca seu filho, então com ainda mais esforço, digo:

    - Larcan...

    Vejo a culpa tomar conta de seu semblante, mas então escuto patas de cavalo não muito distante. Rius entra em meu campo de visão e sei que ela irá protegê-los, por isso me entrego a inconsciência.

    Volto a mim com Entur e Eres me amparando e os dois estão tentando me colocar no cavalo. Os afasto com certa impaciência.

   - Eu... Eu consigo... Subir sozinho. -digo com dificuldade em respirar e usando meus últimos resquícios de força, consigo subir em Ônix me posicionando a frente de Aédris.

    Assim que sinto o amparo de seus braços ao meu redor, me apoio nela e a dor novamente me vence. Volto ao mundo da escuridão.




    Acordo com Aédris inclinando a minha cabeça e me fazendo beber alguma coisa, mas não abro os olhos. Ouço passos ao nosso redor e então a voz de Oris pergunta:

    - É verdade que aquela garota é a Rius? Sua égua? -então Rius expos sua verdadeira natureza, penso ao mesmo tempo grato e preocupado. Agora ela terá mais oportunidades para discutir comigo - Larcan nos contou, mas...

    Ele se cala de repente e um pouco depois Aédris diz:

    - Podem se retirar e não importam o que ouçam, não entrem novamente. -sua voz é firme e inquestionável.

    Ela também me faz beber sumo de lexiis que reconheço pelo gosto amargo. Depois de um tempo, decido abrir os olhos. Estamos em minha tenda e Aédris está ao meu lado. Ela segura um punhal em sua mão tremula próxima ao meu peito.

    - Se vai me cortar... Ao menos... Pare de... Tremer. -digo com dificuldade tentando fazer piada.

    Uma dor lacerante consome a minhas entranhas. É difícil respirar e impossível me mover.

    - Desculpe, não posso esperar o analgésico fazer efeito. -ela diz e vejo lágrimas se formando em seus olhos. - O que tenho que fazer irá doer muito.

    - Já... Sofri... Dores... Piores. -sei que ela não acredita, mas infelizmente é verdade. E a Aédris de outrora sabe disso tão bem quanto eu.

    Aédris começa a trabalhar em mim e sou incapaz de deixar escapar alguns murmúrios de dor. Então ela leva um pano torcido em direção a minha boca, mas antes afirma com convicção:

    - Não vou deixar você morrer!

    - Espero... Que... Não... -respondo antes de morder o pano.

    A dor do primeiro corte não é diferente dos muitos outros que já tive antes, mas sinto o veneno do Nöhkarium se espalhando pelo meu organismo e é como mil agulhas perfurando cada centímetro do meu corpo. Agradeço a escuridão que me domina em seguida.





    Desperto com Entur ladrando ordens a Oris. Dor me consome completamente, sinto como se estivesse sendo queimado vivo e meus membros parecem pesar uma tonelada. Já perdi a noção so tempo. Mantenho os olhos fechados, pois somente respirar consome todas as minhas forças. Não muito tempo depois, escuto alguém adentrar a tenda e Entur diz a beira do desespero:

    - A febre voltou a subir e... E olhe para ele... Ele está... Acho que ele está morrendo.

    - Por favor, saia! -a voz imperativa de Aédris.

    - Perdoe-me por tudo o que te disse, mas por favor, eu imploro, salve a vida dele, jovem Aédris. -o que ele disse a ela que deve pedir perdão? - Por favor, salve-o.

    - Saia e não deixe que ninguém me atrapalhe.

    - Ninguém irá lhe atrapalhar. Suas coisas e suas plantas medicinais já estão todas aqui.

    A sinto cair de joelhos ao meu lado. Em seguida ela começa a cortar as bandagens que me envolvem. Ela pega o meu pulso e depois coloca as mãos em meu peito.

    - Você não pode morrer! Você não pode morrer! -ela grita em meio ao choro. - Sua princesa espera por você. Sabe que se depender de mim irei deixá-la ser devorada pelos cernis! -ela faz graça, mas suas palavras me causam medo.

    Ela continua chorando compulsivamente e não há nada que eu deteste mais no mundo do que ouvi-la chorar. Me faz lembrar da última vez que a ouvi chorar dessa forma...

    Gostaria de confortá-la, mas não tenho forças para isso. Sinto que não vou viver por muito tempo e isso me entristece, já que não fui capaz de devolver a ela a paz que ela tanto precisa, mesmo que ela não se lembre disso. E um lado egoísta meu prefere a morte, pois se ela não é capaz de me curar, isso significa que seu coração não mais me pertence...

    E é então que sinto um calor familiar em meu peito. Um calor que conheço muito bem e através de minhas pálpebras fechadas sei que há luz por todo o lugar. Sinto toda a dor desaparecer totalmente e não tenho dúvidas que estou curado. Completamente curado. E o melhor, ainda não perdi Aédris.

    Antes que eu abra os olhos e acabe fazendo algo que me arrependerei depois, escuto a voz de Rius.

    - Aédris, você tem que... -ela para abruptamente, certamente se dando conta do que Aédris acabou de fazer. - Ah, vejo que já se lembrou dessa parte...

    - Eu não me lembrei de nada. Como fiz isso? -Aédris soa totalmente confusa.

    Alivio toma conta de mim ao ouvi-la dizer que não se lembrou de nada.

    - Não me pergunte da dinâmica da coisa. É algo que você simplesmente faz.

    - Ótima explicação. -ela diz irritada. - Vai ajudar muito quando eu precisar usar isso de novo.

    - Não precisa fazer essa cara. Eu realmente não sei como você faz.

    Sinto a mão surpreendentemente delicada de Aédris em minha testa. Para alguém que cresceu empunhando armas, sua mão não deveria ter a pele tão suave.

    - Se o curei mesmo por que ele ainda tem febre? -ela pergunta aflita.

    - Veneno de Nöhkarium é muito forte. Até mesmo eu demoraria mais que o meu normal para me curar. -Rius pega em meu braço para sentir minha temperatura. - O seu dom deve demorar uns dias também para expulsar completamente o veneno do organismo dele.

    - Mas ele não corre mais o risco...

    - De morrer? Não. Ele deve ficar mais um ou dois dias com febre e talvez tenha delírios, mas vai ficar bem.

    Delírios? Veneno de Nöhkarium não causa delírios... Então eu entendo a deixa que Rius está me oferecendo. Ela deve saber que estou consciente. Me irrito com Rius a maior parte do tempo e discutimos sempre que temos chance, principalmente porque ela insiste em me dizer as verdades que não quero ouvir, mas amo essa criatura irritante como se fosse minha própria irmã.

    - Isso aí é sangue? -ela diz de repente. - Pelos deuses, Aédris! Quando é que você vai aprender a deixar de ser tão desleixada consigo mesma?

    - Por que eu deveria me preocupar se me curo rapidamente também? -zarmey! Começo a me arrepender de ter deixado Aédris pensar que pode se curar sozinha. Com certeza ela deve estar sendo mais imprudente do que o normal. - Ai! Tome cuidado!

    Rius deve estar cuidando do ferimento de Aédris com o seu jeito nada delicado de sempre.

    - Já disse que você não é como eu!

    - Mas...

    - Isso aqui foi da luta com a besta? Deveria ter levado pelo menos uns dois pontos!

    - Deve ter sido quando aquela coisa me jogou contra a muralha e bati a cabeça.

    Foi uma pancada muito forte. Talvez ela devesse mesmo ter levado pontos.

    - Fico um dia ausente e você já fica andando por aí com a cabeça rachada!

    - E já que é a minha guardiã, posso saber por que não me ajudou na luta contra os mascarados?

    - O quê? Contra aqueles vermes insignificantes? -ela solta uma gargalhada debochada. - Você poderia ter acabado com todos de olhos fechados.

    - Mas levei uma flechada, caso não se lembre.

   - Você foi apenas descuidada e isso não a torna incapaz. -após uma breve pausa, ela conclui: - Não é tão fundo quanto eu pensei! Sua cabeça dura serviu para alguma coisa!

    - Não entendo! Ai! -delicadeza nunca foi o ponto forte de Rius. Aédris sempre foi mais gentil e delicada ao cuidar das pessoas. - Por que não me curei como da última vez?

    Silêncio. Um silêncio muito prolongado. Rius sem dúvidas está inventando alguma mentira. Ela sabe que não deve dizer a verdade.

    - Também já disse que nem eu entendo como você funciona!

    - Essa coisa vai melecar o meu cabelo! -Aédris reclama certamente de algum remédio que Rius passou em sua cabeça.

    - Melhor assim. Temos que garantir que o pouco cérebro que tem não vaze pelo buraco em sua cabeça.

    - Muito engraçadinha! Você bem que gostaria que isso fosse verdade. -sinto que as duas se puseram de pé. - Assim talvez eu caísse nas suas desculpas esfarrapadas!

    - Fiz uma promessa e sabe perfeitamente que meus lábios estão selados. Não posso te dizer nada! -e essa promessa por nada nesse mundo deve ser quebrada.

    - É da minha vida que estamos falando! -Aédris esbraveja.

    - Aédris, você nunca fez o tipo dramática! Por favor, não comece agora! Vamos! Estão todos querendo saber notícias da saúde do general!

    Rius deve ter saído, mas Aédris ainda continua comigo por mais um tempo, entretanto não demora muito e também se vai.

    Uma dor começa a latejar em minha cabeça. Essas duas juntas sempre tiveram o dom de me causar dores de cabeça.

    Finalmente abro os olhos. Olho ao meu redor e encontro o que preciso. Folhas de lexiis. São ótimas como analgésicos e irão me induzir a um sono desprovido de dor que tanto anseio. A luz que entra pela tenda indica que deve ser meio da manhã. Dormir um pouco não fará mal nenhum.





    Acordo somente horas mais tarde. O breu é total. Meu corpo necessitava de um descanso merecido, mas agora já me sinto completamente recuperado, embora talvez ainda tenha um pouco de febre. Estou me sentindo muito quente e tiro a camisa que Entur provavelmente vestiu em mim. Estou a ponto de me levantar para ir atrás de alguma comida, quando vejo luz na entrada da tenda seguida de passos. Por instinto, sei que é ela. Fecho meus olhos imediatamente e fico o mais imóvel possível.

    No instante seguinte, ela coloca a mão sobre minha testa. Talvez seja o fato de ter estado tão perto da morte mais uma vez, mas me sinto incapaz de resistir ao toque dela. As palavras de Rius voltam a minha mente e tenho uma ideia. Uma ideia absurda, mas que pode dar certo.

    - Myris... Myris... -começo para ela não suspeitar.

    Silêncio e quase sou capaz de ver a ruguinha de insatisfação se formando em sua testa.

    - Myris... Não... Não...

    Abro os olhos e olho para todos os lados para dar mais veracidade a minha encenação. Então fixo meus olhos nos dela e é somente nela que penso quando digo:

    - Meu amor, você está aqui! -antes que ela consiga reagir, seguro o seu punho e a puxo para mim. - Ao menos em meus sonhos posso tê-la novamente em meus braços. -e com a minha mão esquerda seguro o seu pescoço e a puxo de encontro aos meus lábios.

     Só os deuses sabem há quanto tempo desejo beijá-la novamente. Tê-la em meus braços como antes. Ela corresponde ao beijo com a mesma intensidade e paixão que sempre nos dominou. A devoro através desse beijo. Estou faminto de desejo por ela. Quero beijá-la e nunca mais parar. Todos os meus sentimentos que lutei com toda a minha alma para enterrá-los, voltam a tona mais fortes do que nunca. Quero prolongar esse momento o máximo possível e passo a beijá-la lentamente. Quero que ela sinta todo meu carinho e todo o meu amor através desse beijo. A aperto cada vez mais forte em meus braços. Não quero perdê-la nunca mais. O lugar dela é e sempre será ao meu lado, em meus braços. Não posso perdê-la.

    Muito antes do que eu gostaria, ela se afasta de mim.

    Murmuro alguma coisa qualquer e deixo minha cabeça pender para o outro lado. Com muito esforço, muito esforço mesmo, consigo acalmar a minha respiração acelerada e finjo ter adormecido.

    Alguns segundos depois, a ouço sair praticamente correndo da tenda.

    Volto a abrir os olhos. Apoio minha cabeça sobre as minhas mãos. Não consigo evitar um enorme sorriso. Se algum dia ela descobrir que eu estava fingindo, com certeza ela vai querer me matar. E será muito divertido.

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