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Capítulo 6

    Ok, tecnicamente já é madrugada de segunda feira, mas antes atrasar algumas horas do que um dia inteiro, não é pessoal? kkkk Espero que gostem desse capítulo, votem e comentem muito. Quero agradecer a todos que estão lendo a minha história e me apoiando nessa jornada nova para mim. Adoro todos vocês.

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    Uns dias? Já faz exatamente uma semana e nada da minha voz voltar.

    - O que foi, bruxa? O gato comeu a sua língua? -me provoca o ruivo, Oris, que em minha opinião tem o cabelo mais para o laranja do que vermelho.

    Convenientemente os soldados passaram a falar comigo depois que descobriram que não posso retrucar.

    Faço cara feia, mas viro para o lado ignorando a milésima provocação idiota dos últimos dias. Eles não tinham piada melhor?

    Nas primeiras vezes, depois que me recuperei da fraqueza que sentia, ainda tentei revidar usando os punhos, mas Vanshey me impedia sempre. Cheguei a pensar em dar uns socos nele para ele parar de se intrometer no meu caminho, mas me dei conta que apesar de estar cuidando de mim o tempo todo, ele parecia extremamente bravo. Bravo comigo. O que não fazia o menor sentido.

    Os dias seguintes ao meu pequeno incidente transcorreram com uma rotina padrão e até entediante. Cavalgando a toda velocidade durante o dia, mal parando para almoçar e acampando a noite. Vanshey se mantém sempre ao meu lado, mas seu mau humor é evidente, embora sem explicação. Estou até esperando que ele se junte aos soldados e volte me chamar de bruxa.

    Tov passou a ser a minha única fonte de diversão, já que Rius nunca teve o melhor dos humores. Sempre que estamos acampados, ele fica brincando o tempo todo, não para quieto. Ou está correndo atrás de algum animalzinho azarado que cruza seu caminho, ou está rolando pelo chão brincando com um galho seco, até mesmo uma folha é sinônimo de diversão para ele. Não passa de um gato com asas. Também gosta de se esconder nos cantos e "atacar" os soldados de surpresa dando mordidinhas leves em suas pernas. A maioria não se importa, mas um deles comentou um pouco irritado que nenhum dos outros leões do palácio é tão energético como ele, no que Vanshey respondeu "Os animais são o reflexo do dono". Foi o mais próximo que ele chegou de se interagir comigo nos últimos dias.

    E brincar com o rabo de Rius e sair correndo antes de levar um coice, parece ser a ideia que Tov tem de um desafio perigoso. Sua única mania idiota é trazer tudo o que caça para comer aos meus pés. Quando se trata de peixes e frutos, tudo bem, mas quando ele traz coelhos fofinhos e começa a devorar as entranhas da pobre criatura na minha frente, quero esganar ele.

    Aliás, os únicos que parecem realmente apreciar a minha companhia nessa viagem são Rius e Tov, já que Lorde Kadrahan, apesar das minhas esperanças tolas, depois de ter salvado a minha vida, voltou a me tratar com o mesmo desprezo de antes.

    Juro que não entendo o que se passa na cabeça dele. Se me odeia tanto, por que simplesmente não me deixou morrer? Ninguém nem iria culpá-lo.

    Khrratz! Tenho tantas perguntas... Ser alérgica a nascan realmente faz de mim uma bruxa? Será que não é possível que pessoas normais sejam alérgicas também? Como ele sabe tanto sobre bruxas? Por que as odeia tanto? Que mal elas fizeram a ele? E se sou de fato uma bruxa, por que não tenho nenhuma espécie de magia? Poderes de bruxas simplesmente surgem ou alguém precisa ensinar a usá-los? Quem? Será que consigo realizar algum feitiço se realmente tentar? Feitiços precisam ser ditos em voz alta para serem conjurados? Zarmey! Zarmey! Zarmey! Quando terei a minha voz de volta?

    Olho para o céu frustrada. Meu humor está cada vez pior, principalmente agora que seremos obrigados a acampar antes mesmo do meio dia, pois ao norte avistamos as nuvens negras de uma tempestade que não deve demorar a nos atingir.

    Mesmo saindo um pouco de nossa rota, seguimos ao sul, pois Lorde Kadrahan disse que conhece um lugar que será capaz de nos oferecer abrigo seguro até a tempestade passar.

    Estava tão perdida em pensamentos que nem tinha notado que os cavalos diminuíram a velocidade e estavam a passos lentos. Muito menos tinha notado a paisagem ao nosso redor. Para todas as direções que olho, só vejo rochas. O terreno é irregular e quase não há plantas. Estamos em um cânion. Por todas as luas, odeio lugares assim! Posso não me lembrar de quando caí do penhasco, mas uma sensação estranha permanece em mim.

    Lorde Kadrahan faz um sinal e todos param. Estamos diante de uma fenda entre duas montanhas enormes. Aliás, mais parece uma única montanha que se partiu ao meio. A fenda parece uma rachadura perfeita.

    - Essa passagem está repleta de cavernas e pequenas grutas. -diz ele. - Iremos nos abrigar aqui até ser seguro prosseguir viagem.

    O quê? De jeito nenhum vou me enfiar entre duas montanhas monstruosas e debaixo da terra.

    Rius deve pensar como eu, pois enquanto os guerreiros seguem adiante, ela empaca no mesmo lugar.

    - Está tudo bem, Aédris? -pergunta Vanshey ao meu lado deixando o mau o humor de lado por um estante. - Não precisa ter medo, nada irá te acontecer.

    Faço cara feia. Não estou com medo. Talvez receio seja a palavra certa. Gesticulo indicando que é Rius que não quer sair do lugar.

   - Desça. Vou falar com ela, já que você não pode. -não gosto do sorriso debochado que está na cara dele. - Só assim para você ficar de boca fechada por tanto tempo, né?

    Emburrada, faço o que ele pediu, contando com Rius para ter uma desculpa para acampar a céu aberto. Com certeza será uma chuvinha passageira. Não há porque me preocupar que minha barraca possa sair voando comigo dentro.

    Vanshey se aproxima fazendo carinho no pescoço e na crina de Rius. Curiosamente ela gosta dele, já que ela não costuma gostar de ninguém além de Snotra e de mim.

    - Oi garota, tudo bem? -fala enquanto a olha. - Sei que tem seus motivos para ter medo, mas não se preocupe. Prometo que vou te proteger dessa doida. Não vou deixar que ela faça nenhuma loucura e te arraste junto.

    Engraçadinho. Para a minha satisfação, embora pareça estar apreciando o carinho, ela não se mexe.

    Ele a puxa pelas rédeas, mas ela empacou mesmo.

    - Vamos, garota! Não tenha medo.

    Nenhum movimento.

    - Rius! -é a voz autoritária de Lorde Kadrahan.

    Minha égua é bem conceituada o suficiente por ele para ser chamada pelo nome, enquanto eu continuo sendo chamada de bruxa. Legal, muito legal. E ele não deveria estar a frente da tropa guiando o caminho? Por que está se introme...

    Chocando a mim e a Vanshey, Rius obedece a Lorde Kadrahan e volta a caminhar. Traidora.

    Lorde Kadrahan se aproxima com Tov ao seu encalço. Outro traidor.

    - Por que estão perdendo tempo? -seu tom é rude como sempre. - Temos que nos abrigar antes da tempestade.

    Rius pode ir se quiser. Eu vou ficar aqui. Cruzo os braços e me viro de costas.

    - Há perigos bem maiores nessa região do que uma tempestade. -continua ele com indiferença. - Lembra-se do que aconteceu da última vez que me desobedeceu?

    Com essas palavras, ele volta a seguir rumo à fenda das montanhas.

    Khrratz! Será que tem mais alguma coisa nessa região que é letal a bruxas? Bufando, subo em Rius e sigo com o restante da tropa.




    A passagem da fenda deve ter cerca de 30 metros de largura e uns 800 metros de comprimento. A altura das montanhas é a se perder de vista, tanto que só vemos o céu como uma linha azul irregular acima de nossas cabeças. E como Lorde Kadrahan disse, de fato há várias grutas e algumas cavernas.

    Algo me diz que pelo menos as grutas não foram obras da natureza. Tenho quase certeza que foram escavadas como forma de moradia. Só espero que os moradores originais não apareçam. Não estou com humor para lutas desnecessárias e também não tive tempo para treinar com o arco tanto quanto gostaria.

    Há uma caverna principal, onde cabem todos os guerreiros e tem até mesmo um rio subterrâneo. Entretanto, por motivos estratégicos, Lorde Kadrahan, divide seus homens nas várias grutas ao longo da fenda.

    Escolho umas das grutas menores e lá jogo as minhas coisas. Rius está inquieta e Tov solidário deita ao lado dela, sem brincar com o rabo dela para variar.

    Vanshey entra atrás de mim já dizendo:

    - Ficarei aqui com você. -arqueio minha sobrancelhas interrogativamente. - Não se preocupe. Sou um cavalheiro e não lhe faltarei com respeito. Além do mais, te conheço o suficiente para saber que você me quebraria alguns ossos se me atravesse a algo.

    Sei que ele não seria burro a tal ponto, mas gosto da minha privacidade. Impaciente, simplesmente aponto o braço em direção à saída.

    - Aédris, não posso te deixar sozinha. Não seria seguro. Aqui não é tão fácil te vigiar quanto seria em uma barraca. -ele argumenta com nervosismo. - Sem voz, você nem pode gritar por socorro.

    Faço a minha melhor expressão de quem sei me proteger muito bem, quando ele completa:

   - E eu também preciso conversar com você. -muito engraçado. Ele quer fazer um monólogo e me quer como plateia. - Não precisa fazer essa cara. Acho que vai ser muito bom poder falar sem ser interrompido.

    O sorriso travesso que ele ostenta só me irrita mais.

    - Sei que tenho estado muito mal humorado e a verdade é que eu estava bravo com você. -não diga. - Mas cheguei a conclusão que você não tem culpa. -diz se aproximando cada vez mais.

    A raiva explode dentro de mim. Por que as pessoas insistem em me culparem por tudo?

    - Escuta aqui Vanshey, seja lá o que for que achou que eu era a culpada, eu não...

    Paro ao som de minha própria voz, então levo as mãos a minha garganta e sorrio de alegria. A raiva de segundos atrás completamente esquecida.

    - Aédris, a sua voz voltou! -ele realmente está feliz por mim.

    Tão feliz que me abraça. E estou mais feliz ainda, que retribuo o abraço.

    - Por todas as luas, Vanshey! Finalmente recuperei a minha voz! -digo quase gritando de alegria.

     Estou pensando no quanto o abraço dele é aconchegante, quando por cima do ombro de Vanshey vejo Lorde Kadrahan na entrada da gruta nos observando. Me afasto mais rápido do que um raio e quando Vanshey se dá conta do motivo, sua irritação fica visível.

    - Larcan, precisamos conversar. -Lorde Kadrahan diz em um tom sério.

    - O que quer? -já Vanshey não consegue esconder a hostilidade.

    - Minha voz voltou. -informo caso ele queira saber.

    - Se só vai dizer o óbvio ou coisas inúteis, seria melhor ter continuado sem ela, bruxa. -seu tom não poderia ser mais ácido.

    - Pensei que já tínhamos superado essa fase. -digo entre os dentes.

    Ele simplesmente me ignora e volta a sua atenção ao Vanshey.

    - Estamos a um dia e meio de distância do ducado de Vanshey, acha que o Duque se importaria de reabastecer nossos suplementos, Larcan?

    O semblante de Vanshey se suaviza um pouco.

    - É claro que não. Tenho certeza que ele ficará muito feliz em ajudar.

    Lorde Kadrahan apenas acena. Em seguida larga a trouxa que estava em sua mão e joga a mochila que estava em suas costas.

    - O que pensa que está fazendo? - pergunto indignada.

    - Me acomodando aqui, não é óbvio?

    - Não é necessário. -Vanshey responde. - Eu irei protegê-la.

    - E é a minha obrigação proteger aos dois. - ele já está sentado no chão arrumando suas coisas. - Vocês são obviamente os mais fracos dessa tropa e tenho certeza que o Duque não irá ajudar se algo acontecer ao seu precioso filho e a sua querida protegida.

    - Sou perfeitamente capaz de nos proteger e...

    - Um moleque que nem terminou os estudos? Acho que não. E tenho certeza que o Duque ficará muito feliz se eu puder evitar que ele tenha um neto bastardo.

    Vanshey consegue ficar mais vermelho que os meus cabelos, o que não é fácil.

    - O quê? -pergunto ultrajada. - Como se atreve a insinuar que...

    Sou calada pelo clarão de um raio seguido imediatamente pelo estrondo de um trovão. Então um dilúvio começa.




    Estamos há três dias presos nas grutas por causa da tempestade incessante. Sinto que a qualquer momento poderemos ser submergidos pela água. Mal conseguimos ir a caverna principal para nos alimentarmos, beber água e nos banharmos de tão forte é a tempestade. E eu passo a maior parte do tempo dividindo o pequeno espaço da gruta com Vanshey e Lorde Kadrahan. Os animais de ambos estão em outra caverna com soldados encarregados de cuidar deles. Rius parece menos inquieta, mas agora é Tov que está mais agitado que o normal por estar confinado.

    Ainda quero fazer as minhas perguntas a Lorde Kadrahan, mas Vanshey nunca nos deixa sozinhos e não sei se quero que ele saiba o que posso descobrir. Por outro lado Vanshey também desistiu de ter a tal "conversa" comigo, pois Lorde Kadrahan também não nos deixa a sós. E nós três juntos, a falta de conversa reina absoluta.

    Estou quase deixando os dois e me juntando aos guardas na caverna principal. Antes insultos e uma boa briga, a ter que aturar os dois nesse tédio.

    Agora cada um está dormindo em seu saco de dormir, enquanto eu me viro de um lado para o outro no meu sofrendo de insônia. Os trovões estridentes também não me ajudam a dormir.

    Depois do que parecem horas, finalmente adormeço, mas sou acordada ainda no meio da noite, com algo puxando a minha blusa. Já pensando em quebrar o braço de qualquer um dos dois que fosse, me sento bruscamente, mas tudo o que vejo é Tov, todo molhado, puxando a minha blusa com os dentes.

    Volto a me deitar, mas antes digo baixinho:

    - Não quero brincar agora, Tov. Vai dormir.

    Ele continua me puxando cada vez com mais força.

    - Desisto! -me sento novamente e continuo falando baixinho. - O que você quer?

    Tov vai até a saída da gruta e volta repetidas vezes. Obviamente quer que eu o siga.

    Mesmo sendo desnecessário, por causa dos trovões que não me deixarão ser ouvida, vou até a saída na ponta dos pés. Tov já me aguarda na chuva.

    - É melhor que seja importante, porque senão juro que vou te segurar na próxima vez que Rius tentar te dar um coice. -e contra o meu melhor julgamento, o sigo pela chuva torrencial.

     Já estou caminhando há mais de dez minutos totalmente encharcada, quando Tov de repente para e começa voar fazendo círculos em um ponto uns 5 metros acima de minha cabeça.

    - Não vou conseguir escalar com essa chuva. -digo mais do que irritada. - Se quer que eu suba, venha me buscar!

    Ele olha para algo abaixo dele em uma reentrância da montanha, depois me olha e desce.

    O abraço apertado, sua barriga de encontro a mim, deixando suas asas livres. Ele faz uma tentativa, mas não saímos do lugar. Tov ainda é pequeno demais para conseguir carregar uma pessoa, mesmo ciente disso, digo:

    - Não sou tão pesada assim. Se esforce mais. -ele tem a audácia de bufar na minha cara, mas consegue voar me carregando.

    Quando chegamos ao lugar que ele queria, Tov me larga como se eu fosse um saco de batatas. Por sorte a reentrância é grande o bastante para que eu caia sem correr o risco de despencar lá embaixo. Com o impacto da queda, sinto uma dor aguda no tornozelo direito.

    - Tov, eu juro que...

    É então que vejo que não estamos sozinhos. A minha direita há o corpo inerte de uma criatura minúscula e ele tem uma ferida grande no ombro esquerdo.

    A criatura deve ter uns 80 centímetros de comprimento. Corpo esguio e com pelos roxos. O sangue que sai da criatura também é roxo. Tem orelhas longas que passam dos ombros e no rosto um focinho e bigodes que lembram um roedor. Há um par de olhos pequenos separados pelo focinho. Ele também tem uma pelagem de cor azul na cabeça. Deve ser seu cabelo. Tem pés e mãos como seres humanos, mas sei que escondem garras em suas articulações, pois o que está diante de mim, é um Volun. Está usando roupas coloridas e ao seu lado vejo que tem uma pequena mochila com seus pertences. Ele é tão colorido que chega a ser engraçado. Cores. Já gosto dele.

    O Volun geme e percebo que sua respiração está muito fraca.

    - Se queria que eu cuidasse dele, por que não o levou diretamente para mim? -questiono Tov em um misto de irritação e preocupação. - Não precisava ter me trazido aqui debaixo dessa chuva se todos os meus medicamentos estão na gruta.

    Bufando mais uma vez, Tov olha para cima e depois para o Volun.

    - Ah, acha que ele pode ter caído e possa estar com algum osso quebrado. - Leões alados são mais inteligentes do que achei que fossem. - Por isso não quis movê-lo sem eu examiná-lo antes.

    Sua calda balança impaciente em uma demonstração de irritação, o que não é algo frequente.

    Engatinhando, me aproximo do volun e o examino cuidadosamente. Não há nada quebrado e agradeço a todas as divindades por isso.

    - Não há nada quebrado, mas preciso tratar o ferimento dele o mais rápido possível. -o pego com todo cuidado possível e o entrego a Tov, que o segura pela gola da camisa. - Leve-o até o chão e depois venha me buscar.

    Tov faz exatamente como pedi e quando eu coloco os pés no chão, encontro Lorde Kadrahan me aguardando furioso. De novo.

    - Por todas as luas! -esbraveja em alto e bom som. - Será que vou ter que colocar um guarda te vigiando todos os minutos do dia? O que pensa que está fazendo aqui fora nessa tempestade?

    - Eu... Tov me trouxe aqui porque...

    -Terei uma conversa muito séria com ele também. -o pequeno covarde se esconde atrás das minhas pernas diante da fúria de Lorde Kadrahan.

    Lorde Kadrahan começa a me arrastar pelo braço, mas me lembrando do volun, que certamente ele não viu, me desvencilho e vou mancando até o pobrezinho no chão.

    - Por que está mancando?

    - Tov encontrou esse volun ferido, preciso cuidar dele.

    - Deixe que morra! -grita tentando falar mais alto que o barulho dos trovões.

    - Não posso abandonar nenhuma criatura a beira da morte se posso fazer alguma coisa para ajudar! -também grito, furiosa e indignada.

    Como ele pode não ter compaixão por uma criatura frágil e ferida? Como pode ser tão insensível?

    - Voluns são criaturas desastradas e desordeiras. Menos um no mundo não fará a menor falta!

    - Eu vou cuidar dele quer você queira ou não! -meus dentes estão tremendo, se é de raiva ou frio, não sei dizer.

    Entretanto antes que eu consiga pegar o volun no colo, Lorde Kadrahan me levanta em seus braços.

    - Me coloque no chão! - tento me soltar, mas não é fácil. - Preciso cuidar do volun!

    - Você mal consegue andar, como pretende carregar a criatura?

    - Se não me colocar no chão agora mesmo, eu vou...

    - Tov, pegue o volun. -diz contrariado e com raiva. - Deixe que o felino cuide do problema que arranjou.

    Como não é burro, Tov pega o volun mais do que depressa e dispara a nossa frente.

    Um tempo depois, quando Lorde Kadrahan entra em nossa gruta me carregando no colo, Vanshey que já estava com a espada na mão pronto para sair, olha com ódio mortal para o general.

    - Nem perca seu tempo, Larcan. - diz Lorde Kadrahan enquanto me coloca cuidadosamente em cima de meu saco de dormir. - Não quero ter que arrancar o seu braço como prometi da última vez.

    - O que aconteceu? Por que Tov trouxe esse volun para cá? -Vanshey faz uma pergunta atrás da outra. -Aédris está ferida? Como se machucou?

    - Eu... -começo, mas sou interrompida.

    - Aparentemente nem você e nem eu somos capazes de protegê-la dela mesma. -irritação está presente em cada silaba.

    - Preciso cuidar do volun agora. -digo cada vez mais impaciente. -Depois te explicarei tudo, Vanshey.

    Ignorando os dois, pego minha sacola de medicamentos e tento me levantar para ir até o volun. Vanshey faz menção de me ajudar, mas Lorde Kadrahan é mais rápido e me ajuda a chegar ao pequenino.

     Sento-me ao lado do volun, que ainda está sangrando muito. Primeiro limpo bem o ferimento antes de começar a suturá-lo. Em seguida coloco uma pasta que carrego comigo para evitar infecções e depois umas folhas de zundi para ajudar na cicatrização. Então cubro o ferimento com uma bandagem.

    - Ele perdeu muito sangue, mas acho que ficará bem. -digo para ninguém em particular. Talvez para Tov.

    - E é claro que o pestinha vingativo escolheu o meu saco de dormir para colocar a criatura ensanguentada.

    Não tinha notado até então que o volun está deitado no saco de dormir de Lorde Kadrahan. Darei um abraço bem apertado em Tov depois.

    Estou sorrindo, quando Lorde Kadrahan se abaixa a minha frente e começa a mexer no meu pé direito.

    - Ai!!! Isso dói!

    - O que está fazendo com ela? -Vanshey pergunta aflito, pronto para me defender de Lorde Kadrahan.

    - Quem de nós dois você acha que entende mais de fraturas? -pergunta o general ao Vanshey ainda mexendo no meu pé de um lado para o outro.

    - Aaaaiii! Já disse que isso dói! -tento puxar o pé, mas ele segura firme em minha canela. - Eu sou quem entende mais de ferimentos aqui. Posso cuidar do meu pé sozinha.

   - É apenas uma torção, que poderia ter sido evitada se ao menos tivesse se dado ao trabalho de calçar as botas antes de sair por aí.

    Lorde Kadrahan mexe na minha sacola, pega um dos meus potes, passa o conteúdo na minha pele e começa a massagear o meu pé. Durmo quase que instantaneamente.




    Horas mais tarde, acordo em meu saco de dormir com peles e mais peles sobre mim. Nenhum dos dois se atreveu a tirar minhas roupas molhadas, mas trataram de me manter aquecida. Imagino que o próprio Lorde Kadrahan me carregou até lá, mas prefiro não confirmar. Tanto ele quanto Vanshey estão sentados no lado oposto a mim e afastados um do outro. Lorde Kadrahan trocou a roupa molhada e agora veste uma calça preta e uma camisa também preta com gola em v. Já Vanshey está usando a mesma roupa de ontem. Uma calça marrom, camisa branca e um colete de couro também marrom.

    Tiro as peles de cima de mim e me sento. Meu pé foi cuidadosamente enfaixado. Estou molhada, mas acho que agora é de suor. Preciso de um banho.

    - Deixei seu almoço do seu lado. -diz Vanshey.

    - Almoço? -impossível saber se era dia ou noite com a tempestade que nunca passa.

    - Sim, mas já estamos no meio da tarde.

    - E o volun, acordou?

    - Não, mas sua respiração voltou ao normal. -é Lorde kadrahan que responde.

    Pego o pão e água que vanshey deixou para mim e vou até o volun. Ele vai precisar se alimentar para se recuperar quando acordar. Meu pé já está bem melhor, mas evito colocar todo o peso do meu corpo nele e logo me sento ao lado do pequenino.

     Coloco minha mão em sua testa, mas é impossível saber se tem febre com tantos pelos.

     Então de repente o volun abre os olhos, que também são roxos. Ele olha para todos os lados antes de se focar em mim. O que parece ser um sorriso se forma em seu focinho e com mais energia do eu julgava que um convalescente deveria ter, ele se joga para cima de mim e envolve os pequenos bracinhos ao redor do meu pescoço.

    - Mestra! Mestra! Mestra! -o volun grita eufórico. - Dras finalmente reencontrou a Mestra! Dras sabia que ia encontrar! Dras sabia que ia conseguir!

     Com o coração disparado, desenrosco o volun do meu pescoço e o afasto ainda o segurando.

    - Você me conhece?

    - Claro que Dras conhece! -fala com um sorriso de orelha a orelha. - Dras só veio até aqui para encontrar Mestra.

    - Você não está me confundindo com outra pessoa? - meu peito parece que vai explodir.

    - Não, não, não. Dras conhecer o cheiro da Mestra. Cheiro único. Dras nunca errar cheiro de ninguém. -ele afirma com orgulho. - Dras encontrou pedra colorida e brilhante que a Mestra tanto queria. Dras trouxe a pedra para entregar a Mestra.

     Ele vasculha um dos bolsos e tira a pedra mais linda que já vi em toda minha vida.

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