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Capítulo 22

   Oi meus amigos, sei que judiei de vocês dessa vez. Mil perdões. Mas somem as correrias da vida mais falta de inspiração e dá nisso. Prometo que vou tentar me organizar de forma a não me atrasar tanto de novo. Espero que não me abandonem, embora talvez eu mereça rsrrs Esse capítulo é relativamente mais calmo que os outros, mas com algumas revelações importantes e muito mais vem por aí! Comentem muito, pois amo seus comentários e poder interagir com vocês através deles. Convidem os amigos e não se esqueçam de votar. Essas estrelinhas ajudam e muito a divulgar o livro, por isso são tão importantes também.  A música desse capítulo foi escolhida por mim. Lost - Within Tempetation, é como se fosse a Aédris de outrora falando com ela mesma do presente (pelo menos em alguns trechos rsrsr).Muito obrigada por todo o carinho e apoio que recebo de vocês! Amo todos vocês! São realmente os melhores leitores do mundo ^_^

P.S: De agora em diante vou dedicar os capítulos aos leitores de forma aleatória. E a leitora desse capítulo tem passado por uns altos e baixos da vida e se posso fazê-la feliz de alguma forma, é o que farei ^_^

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    Sangue começa a escorrer pela lâmina da espada de Kadrahan. Sangue rançoso e fétido. Ao menos ele sangra e isso elimina uma de minhas suspeitas. Então o que me sobra...

    - Amor, você realmente me deixaria morrer? –soa a voz indignada de Niklaus. – Pior, você mandaria alguém me matar?

    Entretanto a voz vem de outra direção. Mais precisamente as minhas costas onde um burburinho é audível seguido do tilintar de espadas.

    Por sobre o ombro, vejo as espadas dos guerreiros indo em direção ao pescoço de Niklaus, mas Rius que estava ao seu lado, se posta a frente dele em sua defesa. Depois me entendo com eles.

    - O feiticeiro está se multiplicando? Isso é alguma espécie de praga? Saia da frente, Rius! –ouço Antúrix dizer antes de voltar a minha atenção para o ser a minha frente.

    Ser este que já deveria ter caído no chão totalmente sem vida a essas alturas, mas ao invés disso, segura a espada de Kadrahan com ambas as mãos e começa a arrancá-la de seu coração.

    Contudo, Kadrahan e eu somos rápidos e agimos em uma sintonia perfeita mesmo sem trocarmos uma única palavra. Com a mão direita ele gira em trezentos e sessenta graus a lâmina de sua espada ainda cravada no peito do falso Niklaus, enquanto com a esquerda ele puxa uma de minhas cimitarras das minhas costas atravessando desta vez o seu abdômen. Por minha vez, mantenho o meu aperto em sua garganta apenas com uma de minhas mãos e com a outra busco a minha cimitarra restante deixando para soltá-lo no último segundo antes que minha lâmina cruze de uma ponta a outra as extremidades de seu pescoço.

    Golpes que se mostram totalmente inúteis quando o falso Niklaus começa a se desvanecer em uma fumaça negra a nossa frente. Fumaça negra? Então entre meus inimigos declarados só me resta uma pessoa.

    - Não tão rápido, bruxa! –grito. Antes a bruxa do que um deus imortal.

    Solto a cimitarra e ignorando todos os ensinamentos básicos de Niklaus dos últimos três dias sobre barreiras mágicas, invoco toda a magia que sinto dentro de mim seguindo meus próprios instintos. Centelhas coloridas começam a fluir a partir das pontas de meus dedos e saltam para fora como se fossem fitas brilhantes de todas as cores. As mesmas fitas giram em todas as direções até por fim formarem um círculo entrelaçado de cores ao redor da bruxa.

    No instante seguinte, as cores desaparecem formando uma barreira invisível e a bruxa instantaneamente deixa de ter a aparência de Niklaus e volta para sua forma original. Sei que a minha barreira além de mantê-la presa, irá impedi-la de usar sua magia, embora não tenha certeza de por quanto tempo.

    Menélope a principio parece furiosa por se ver presa e me preparo para qualquer truque sujo que ela tenha na manga, mas ela me surpreende com uma risada histérica e aparentemente incontrolável.

    - Não era o feitiço de ocultação que você estava praticando nos últimos dias, certo? –ela pergunta entre uma gargalhada e outra. – E imagino que também não treinaram nas dunas do leste ontem! –sua gargalhada está cada vez mais alta. – Me dei ao trabalho de até mesmo copiar o cheiro do feiticeiro para enganar seus amigos com ótimo olfato... –mais gargalhadas. – Se bem que o felino pulguento me reconheceu de alguma forma e tive que...

    - O que você fez com eles? –grito dando um passo a frente, mas Kadrahan segura o meu braço.

    A barreira invisível voltar a ganhar cor, mas dessa vez as centelhas de magia se transformam em um vermelho flamejante e intenso.

    Por um mero segundo, temor passa pelos olhos de Menélope, mas é tão rápido, que fico em dúvida se foi apenas imaginação minha.

    - Não precisa ficar nervosa, minha querida Aédris! –sua voz volta para o tom falso de sempre. – Seus bichinhos estão apenas dormindo! Aliás, já devem ter acordado, já que está bloqueando a minha magia!

    Como que em resposta ao comentário da bruxa, ouvimos um rugido alto e enfurecido se aproximando. Tov chega com Dras em suas costas. Meu leãozinho está com as presas de fora em uma expressão totalmente feroz. Enquanto o volun está com suas bolas de fogo crepitando em suas mãos pronto para atacar a qualquer momento.

    Meneio levemente para eles e Dras imediatamente extingue suas chamas. Tov por outro lado me ignora e continua mostrando as presas raivoso.

    - Mas obviamente ter subestimado a sua inteligência foi um grande erro de minha parte, não é mesmo, criança? –continua a bruxa.

    Tenho mil coisas que gostaria de falar para essa lunática, mas a primeira coisa que sai é:

    - Você não morre, bruxa?

    Sangue ainda escorre em abundância de seu peito e do ferimento na barriga, entretanto ela continua de pé sem nem ao menos ofegar.

     - Isso? –ela diz com desdém apontando para si mesma. – Não passa de uma sensação incômoda! Eu não teria milhares de ciclos de luas de vida se simples lâminas pudessem me matar, minha querida Aédris!

    Se ter o coração perfurado e o pescoço atravessado por uma lâmina não podem matá-la, sangrar até a morte com certeza não deve ser uma opção também.

    - Então simplesmente a deixarei presa aí para sempre!

    - Não se superestime, criança! –a diversão em sua voz me irrita em grandes proporções. – Nem mesmo você pode manter uma barreira mágica infinitamente!

    - Te garanto que não me importarei de tentar!

    - O que acha de termos uma conversa mais privada, minha querida? –seu tom é carregado de falsa cordialidade. – Tenho certeza que você tem muitas perguntas a me fazer e talvez eu me sinta generosa para responder algumas delas se não tivermos essa enorme plateia!

    Sei que ela deve estar tentando diminuir o cerco contra ela, mas se houver a mínima chance de eu conseguir alguma informação dela, não será uma boa ideia que todos nos ouçam. Olho para Kadrahan e ele imediatamente entende o que eu quero. Com apena um aceno de cabeça de sua parte direcionado a Eres, o coronel e os demais guerreiros se afastam. Os Darätzsalah entre eles. Longe o bastante para não ouvirem o que será dito, mas nas mediações prontos para um ataque se for necessário.

    Não fico surpresa por Kadrahan, Rius, Niklaus, Antúrix e Vanshey permanecerem no mesmo lugar. Seria melhor se Vanshey não tivesse ficado, mas é não há muito que eu possa fazer quanto a isso.

    - Quer que eu me livre do feiticeiro, Náyshilah? –Antúrix se prontifica mais do que disposto. - Esse aqui pode ser outro impostor!

    - Não, Antúrix! –Rius pede segurando em seu braço para detê-lo.

    Mesmo com assuntos mais importantes para me preocupar no momento, não consigo deixar de notar Vanshey franzindo o cenho. Será porque a mão de Rius continua no braço de Antúrix?

    - Ei, ninguém vai se livrar do feiticeiro aqui! –protesta Niklaus. – Sou o único e verdadeiro Niklaus.

    - Pode deixar que eu cuido dele! –declaro.

    - Amor, o que você quer dizer com...

     Antes que ele se dê conta das minhas intenções, lanço outra rajada de centelhas coloridas que o envolvem e o aprisionam também.

    - Isso não tem graça, amor!

    Acabo me esquecendo de Menélope por um minuto e direciono toda minha raiva para ele.

    - Por quanto tempo achou que poderia esconder algo tão importante de mim, Niklaus?

    - Não tenho a mínima ideia sobre o que você está falando, amor! –ele tenta transparecer tranquilidade, mas cruza os braços diante de si em um claro gesto defensivo.

    - Não? –pergunto com cinismo. – Por um acaso você me esconde mais do que apenas uma coisa importante?

    - Finalmente percebeu o óbvio! – Menélope se intromete e noto que suas feridas já pararam de sangrar. – Não vai me agradecer por ter lhe mostrado o caminho?

    - E é claro que você fez isso com a mais nobre das intenções! –afirmo com ironia, entretanto minha curiosidade fala mais alto e questiono. – Por que queria que eu descobrisse sobre Niklaus? Por que apenas me guiou até o livro quando poderia ter...

    - Roubado a Pedra das Sete Luas? –ela completa a minha pergunta. – Te garanto que não teria hesitado em colocar as minhas mãos nessa pedra e até mesmo no livro se pudesse! Contudo você os ocultou. Por que acha que acreditei tão facilmente que estava praticando feitiços de ocultação?

    - Eu não...

    - Sua magia é tão poderosa, que realiza um complexo feitiço de ocultação inconscientemente. –é impressão minha ou há certa admiração na voz dela? – O simples fato de você querer esconder algo de olhos alheios, faz com que ninguém mais seja capaz de ver o objeto em questão. Mesmo que meus dedos tenham tocado na pedra, ainda assim eu não a reconheceria. E sei muitos truques para desfazer feitiços poderosos e mesmo assim não consigo desfazer os seus!

    - Faltou responder a pergunta sobre Niklaus. –exijo.

   - Amor, prefere acreditar em alguma mentira que essa bruxa inventou sobre mim?

    Olho para ele com toda a raiva que estou sentindo.

    - Kadrahan, quando o conhecemos, imagino que ele nos fez acreditar que foi por mero acaso, certo?

    Kadrahan se aproxima com passos calculados. A espada girando em seu punho de forma displicente, o que de algum modo o torna mais amedrontador.

    - Exatamente. –ele responde com um olhar frio na direção de Niklaus.

    - Você estava a minha procura quando nos encontrou, Niklaus! –tento respirar com calma para a minha raiva não prevalecer.

    Sua expressão despreocupada de sempre desaparece dando lugar a um semblante sombrio que nunca vi antes.

    - Você evidentemente era mais ligado ao seu pai biológico do que me deixou a entender, não é mesmo feiticeiro?

    - Não há como fugir do sangue, Aédris! Muito menos das responsabilidades que vem com ele. –Niklaus descruza os braços e olha para todos os lados antes de continuar. – Eu precisava te encontrar! Saber com o que teria que lidar!

    - E o que você pretendia depois que me conheceu? O que você ainda pretende?

    - Ora, ele quer o mesmo que eu, não é óbvio? –por mais que eu também queira informações dessa bruxa, cada vez que ela fala, quero lhe arrancar a língua. – Ele quer saber se é capaz de controlar o seu poder, criança!

    - Calada, bruxa! –Niklaus ordena. – Esse nunca foi o meu objetivo!

    - Aédris, será que você poderia explicar o que você descobriu? –Kadrahan demanda.

    - Niklaus é descendente de um dos sete guardiões da Profecia que envolve a Pedra das Sete Luas. –começo a explicar. – Uma profecia que diz respeito a mim. –se meu olhar fosse capaz de matar, Niklaus estaria fatiado no momento. – Nenhum dos sete guardiões recebeu a profecia completa. Ela foi dividida em partes e cada trecho foi entregue a um representante de uma espécie. Um feiticeiro, uma bruxa, um darätzsalah, um volun, um cerni, uma damera e um homem comum. Ao eremita encarregado de proteger a pedra, nada lhe foi revelado sobre a profecia.

    - É claro que eu já tinha ouvido falar sobre essa pedra, mas por que nunca soube que o nosso povo é um dos guardiões dessa profecia? –meu irmão questiona. - Muito menos que ela se refere a você?

    - O trecho da profecia só é passado de geração em geração e para o herdeiro direto do guardião, não para todo o seu povo. –Niklaus esclarece.

    Meu pai com certeza me disse antes de morrer, o que não me ajuda em nada no momento com a minha memória perdida. Tenho muitas dúvidas que quero esclarecer, mas não na frente de todos, muito menos na frente de Menélope.

    - Amor, admito que minhas intenções não eram as melhores quando me aproximei de você pela primeira vez. –continua Niklaus. Aflição e seriedade toldando-lhe seu semblante. – Mas depois que a conheci, não demorei a perceber que você não é a ameaça que todos temem!

    - Diz isso porque não a conheceu como eu a conheci! –declara Menélope com certo orgulho na voz, o que me deixa no mínimo horrorizada.

    Qualquer coisa que eu possa ter feito para deixar essa bruxa orgulhosa não deve ser coisa boa. Algo me diz que não quero saber sobre isso agora, então volto a encarar Niklaus e inquiro:

    - Como chegou até mim? O que...

    - Certamente o trecho da profecia que ele guarda, leva até você! –Menélope responde por ele solícita até demais.

    - E como você me encontrou, bruxa? –pergunto desistindo de ignorá-la.

    - Foi você que me encontrou querida!

    - Eu saberia se ela já tivesse te encontrado antes, bruxa! –Rius contesta.

    Menélope lança a ela um olhar de presunção antes de indagar:

    - Não consegue pensar em nenhum momento em que você não se lembre, querida Rius?

    Rius e eu assimilamos as palavras de Menélope ao mesmo tempo. Dessa vez é Antúrix que precisa contê-la para ela não voar para cima da bruxa, embora eu duvide que Rius seja capaz de ultrapassar a minha barreira.

    Minha amiga olha para mim com o desespero sombreando o belo rosto.

    - Aédris, eu juro, eu não sabia que foi ela quem nos atacou no penhasco! –Rius expressa angustia em sua feição. – E ela deve ter lançado algum tipo de feitiço em mim! –Rius se atropela nas próprias palavras. – Eu realmente sentia que o que nos atacou no penhasco não era uma ameaça para nos preocupar!

    - É claro que não sou uma ameaça. –Menélope diz com convicção e Tov rosna para ela. – Você me atacou primeiro, pulguento! Eu só te tirei de cima de mim! Não tenho culpa se havia uma árvore no caminho!

    - Você quase matou a mim e a Rius naquele penhasco! –esbravejo em alto e bom som. – Depois tentou me matar de novo no Vale dos Unicórnios e feriu o Tov! –cerro meus punhos com tanta força que sinto minhas unhas cravando na carne. – E no último ataque Rius e outros guerreiros foram gravemente feridos por sua causa!

    - Vamos por partes, querida! –a calma da bruxa coloca cada vez mais brasa a minha ira. – Alguém morreu no último ataque? Não. –também sinto a tensão dos outros ao meu redor. A vontade deles de matar essa bruxa deve ser a mesma que a minha. – A questão do felino, eu já esclareci. E tenho certeza que você me ouviu dizer que iria colocar um fim ao seu sofrimento quando... –ela se interrompe e olha para Vanshey. – Enfim, eu pretendia te curar. Quanto ao penhasco, foi você quem me atacou e te garanto que fiquei bem pior que você! Levei o triplo do tempo que normalmente levo para me recuperar! E a doce Rius ficou bem menos ferida do que você, não? E ela só se feriu porque tentou me defender de você! Então mesmo que por acidente, quem a feriu foi você, querida Aédris!

    - O quê? –Rius exclama incrédula. – Você é mais doida do que eu pensava, bruxa! Por que raios eu a defenderia?

    - Porque quando uma estava agindo feito uma louca sanguinária a outra teve que ser a sensata! –Menélope caçoa. – Não iria conseguir de mim o que queria se me matasse, criança! –ela completa se dirigindo a mim.

    - Então há uma forma de te matar? –constato. – Não vou me importar de levar o tempo que for preciso para descobrir como!

    - Pergunta errada, querida!

    Então finalmente compreendo o óbvio. Algo que eu já suspeitava.

    - Eu queria que você tirasse as minhas memórias...

    - Foi comovente até! –Menélope diz sem soar realmente comovida. – Você com a ideia absurda que eu fosse a sua mãe me implorando para acabar com o seu sofrimento! –me imaginar implorando qualquer coisa a Menélope me causa um sentimento de repulsa. – E de alguma forma você sabia que sou uma dos atuais guardiões da profecia, mas isso não importava para você! Tudo o que queria era que eu colocasse um fim a sua dor. –ela parece se deliciar com a lembrança. – E quando me recusei, você foi implacável em conseguir o que queria a força!

    - Eu...

    Meu coração passa a bater descompassado em meu peito e minha respiração fica acelerada.

    - Você quase matou a nós duas e até mesmo a sua amiga, mas reconheço que seu modo de persuasão foi admirável!

    - E por que você está me contando isso agora? Por que queria que eu descobrisse sobre Niklaus?

    - Tudo o que fiz depois daquele dia foi apenas obedecendo aos seus caprichos, criança! –seu sorriso é venenoso. – Digamos que tivemos uma longa conversa antes de eu arrancar suas sofridas lembranças.

    - O quê? –não, não pode ser.

    - Tudo o que tenho feito, foi sob suas ordens, minha querida Aédris! Dia, hora, local. Tudo determinado por você! –meu instinto sabe que ela está dizendo a verdade. – Não sou a vilã aqui! Não mais do que você, minha criança!

     Minha cabeça começa a latejar. Uma dor latente começa a criar raízes no meu cérebro.

    Levanto a minha mão direita e desfaço a barreira mágica que detinha Menélope.

    - Por que concordou em me ajudar? -indago sem de fato esperar que ela me responda.

    Ela simplesmente sorri, faz uma reverência debochada e exagerada para então começar a desvanecer em sua nuvem negra. Contudo, antes da fumaça se extinguir completamente, ouço sua voz dizer em meu ouvido:

    - Porque sempre fico do lado vencedor... O que trará mais mortes e caos...

    Sinto um tremor em meu corpo e passo a temer a pessoa que realmente sou e as consequências que meus atos podem causar.

    - Acha que foi uma boa ideia deixar a bruxa ir, Aédris? –Vanshey por fim decidi interagir nos últimos acontecimentos.

    - Eu não sei de nada, Vanshey! Realmente não sei, mas quero acreditar que em algum momento eu sabia o que estava fazendo. –respondo repentinamente me sentindo muito cansada.

    - Bem, já que até a bruxa má foi solta, acho que agora é minha vez, amor!

    - Quando me procurou pela primeira vez, a sua intenção era me matar, não era? –inquiro com indiferença.

    - Sim, era realmente essa a minha intenção. –ele responde sem rodeios. – Mas como já disse, depois que a conheci, eu soube que estava interpretando erroneamente a minha parte da profecia.

    De todos, Niklaus é o único que poderia ter me dito sem preâmbulos sobre a profecia e isso foi o que me fez sentir tanta raiva! Se depois que me conheceu ele mudou de opinião ao meu respeito, nada o impedia de ter me contado sobre uma misteriosa profecia que envolve a mim. Entretanto, agora reconheço que como sempre fiquei cega pela raiva. A mesma raiva que sempre me domina quando descubro que mentem para mim. Uma raiva que não me permitiu enxergar o óbvio. Mas antes que eu consiga dizer meus pensamentos em voz alta, alguém toma a minha frente:

    - Cada um deve interpretar como bem entende seus respectivos trechos, Aédris. Alguns enxergam o mal e outros talvez não. Depende do coração de cada um. –Vanshey intervém com sua sabedoria que ainda me surpreende. – E somente os mais sábios decidem ver com os próprios olhos antes de tomar qualquer atitude.

    Niklaus olha para ele com evidente surpresa tanto por Vanshey estar intercedendo a seu favor como por suas palavras sábias. Vejo respeito e admiração surgindo no olhar do feiticeiro, assim como no olhar de todos os outros. Com exceção no de Rius, que além de um olhar ainda mais apaixonado, também expressa um sorriso radiante de orgulho.

    - E imagino que eu o fiz prometer que não me diria o seu trecho da profecia até que fosse o momento certo? –pergunto mesmo já sabendo a resposta.

    Um sorriso de compaixão é a resposta que ele me dá.

    - Aédris, sobre os Dameras também serem guardiões, eu não...

    - Dras também não saber, Mestra! Dras...

    - Rius, Dras! –os interrompo. – Eu sei.

    Com um acenar de minha mão liberto Niklaus também. O sorrisinho canalha imediatamente volta para os lábios de Niklaus.

    - Amor, tem algo muito importante que precisa saber. –o tom descontraído também volta a voz dele. – Há um feitiço muito poderoso capaz de controlar outra pessoa por certo tempo. Então se houver uma próxima vez, não mande ninguém sair enfiando espadas em meu coração a menos que tenha cem por cento de certeza que não sou eu.

    - A possibilidade de algo assim me passou pela mente. –minha cabeça parece que vai explodir. – Por que acha que eu mesma não tive coragem de usar as minhas lâminas?

    - Espera! Está dizendo que não estava totalmente certa que não era eu e mesmo assim decidiu arriscar? –simplesmente encolho os ombros. – E quanto a você, Kadrahan? Não havia a menor chance de você saber que não era eu e bastou uma palavra dela e você atravessou meu coração com uma espada sem hesitar?

    Kadrahan fica frente a frente com Niklaus e com o seu melhor olhar glacial, o adverte:

    - Continue flertando com a minha mulher.

    Pela primeira vez vejo Niklaus sem uma resposta engraçadinha na ponta da língua.

    Dou um passo para voltar para o acampamento, mas a minha cabeça de repente parece pesar uma tonelada e levo minhas mãos as minhas têmporas.

    Antúrix e Kadrahan me amparam no mesmo segundo.

    - Você teve muita informação hoje nessa cabecinha, irmãzinha! É melhor você descansar um pouco!

    - Eu cuidarei dela. –Kadrahan declara ao mesmo tempo em que me levanta em seus braços. Isso já está virando rotina.




    Horas mais tarde, já a noite, acordo na tenda de Kadrahan após passar o restante do dia dormindo e descansando. A luz de uma lamparina ilumina o ambiente e vejo que minhas coisas já estão aqui. Rius que, já está bem melhor, deve ter providenciado a mudança muito conveniente para ela. Kadrahan não está por perto e aproveito para refletir. Realmente me sinto cansada de tudo. Talvez eu devesse mesmo ter aceitado o acordo de Véehros. Ir para longe e ter paz. Não deve ser muito difícil lançar um feitiço em Kadrahan e Rius que os faça dormir por toda a viagem e arrastá-los mesmo contra vontade. Estou pressentindo que não vou gostar do que irei descobrir sobre mim. Pego o livro em minha mochila e releio o que li hoje mais cedo.

    "Nunca gostei de escrever. Muito menos para mim mesma. Entretanto meus pensamentos coerentes estão cada vez mais dispersos. Está cada vez mais difícil pensar com clareza e reconheço a necessidade de escrever informações importantes para a próxima vez que colocar as mãos nesse livro. Entretanto só escreverei aquilo que for estritamente necessário. Nenhuma palavra a mais.

    Estou em Ismirsha agora e como desconfiava, Niklaus é mais do que um simples feiticeiro. Ele é descendente de um dos sete guardiões da Profecia da Pedra das Sete Luas. Uma profecia que diz respeito a mim. Uma profecia que foi dividida em sete partes e entregue a um representante das principais espécies de nosso mundo. Um homem comum, um feiticeiro, uma bruxa, um cerni, um volun, uma damera e um darätzsalah. Quanto ao eremita encarregado de proteger a pedra, nada lhe foi dito sobre as palavras que contam a profecia. Isso foi o que meu pai me contou através de uma carta. Uma carta que ignorei por tempo demais após sua morte. Em seu leito de morte ele me disse o trecho da profecia, mas eu deveria ter lido a carta também. Perdê-lo devastou o meu mundo completamente...

    Quando Rius soube, ficou desesperada para ajudar, mas era muito pequena quando perdeu a mãe e nada lhe foi dito sobre nenhuma profecia. Ou talvez simplesmente sua mãe não era a guardiã e sim outro de sua espécie. Dras, o volun que encontrei em Sadewa, também nada sabe sobre a profecia, mas sei que se tem alguém capaz de encontrar a Pedra das Sete Luas, esse alguém é ele. Será que eles terem sido atraídos até mim não foi mera coincidência? Provavelmente não. Até mesmo Woron, um cerni que tive compaixão há muito ciclos de luas atrás me será útil agora.

    Niklaus,sei que ele nunca foi de confiança, seus flertes constantes sempre foram apenas subterfúgios para mascararem suas verdadeiras intenções... Entretanto não tenho mais tempo a perder. Não posso mais fingir que estou aqui apenas para aprender magia, embora suas aulas estejam de fato ajudando. Amanhã devo seguir para o Vale da Morte e irei arrancar dele de um jeito ou de outro a sua parte da profecia.

    O meu lado lógico diz que devo permanecer no Vale da Morte e acompanhar o desenrolar dos acontecimentos de lá, mas não é isso que minhas visões dizem. Devo ir para Lausia e encontrar uma bruxa que talvez seja a minha mãe. Entretanto, independente de quem ela seja, minha mãe ou apenas uma guardiã, ela é a única que pode me ajudar e isso é tudo o que importa. Preciso me livrar de minha lembranças antes que eu enlouqueça completamente.

    Quando eu estiver relendo essas palavras, as quatro luas devem estar no céu e certamente chegou a hora de voltar a procurar o restante da profecia. Uma profecia que eu não poderia me importar menos... Só há uma coisa que realmente importa e não medirei esforços para alcançá-la."




    Se até mesmo eu escondo coisas de mim mesma, não posso culpar os outros. E essa constatação me irrita ainda mais. Custava muito ter sido mais especifica? Não poderia ter escrito em detalhes tudo o que estava planejando? E principalmente a razão de tudo isso?

    Perder o meu pai deve ter sido mesmo devastador. Eu sem dúvidas era muito ligada a ele. A morte dele deve ter me abalado muito emocionalmente, muito mais do que eu acreditava ser possível.

    E o porquê do meu descaso com essa bendita profecia? Se há alguma terrível profecia sobre a minha pessoa que faz pessoas e entidades querem se livrar de mim, isso deveria ser meu único foco. O que poderia ser mais importante?

    - Esse livro, ele só conta sobre Niklaus? – a voz de Kadrahan me sobressalta.

    - Se o que realmente você quer saber é se há alguma informação sobre o que você e Rius tanto escondem de mim, pode ficar tranquilo. –digo com ironia enquanto fecho o livro com força. – Não há nada sobre isso.

    Ele realmente parece aliviado com a minha resposta, mas ao menos se dá ao trabalho de esconder seu contentamento rapidamente e muda de assunto.

    - Trouxe o seu jantar. –ele me entrega um prato com muita carne, pão e legumes. – O pão está um pouco duro, mas ainda dá para comer e vai ter que se contentar com água. Os sucos acabaram.

    - Você sabia da profecia?

    Ele senta-se ao meu lado, começa a despedaçar o pão duro e coloca um dos pedaços na minha boca.

    - Eu já tinha ouvido falar sobre ela e desconfiava que diz respeito a você. Quanto aos guardiões fiquei sabendo juntamente com você pelo Duque de Vanshey e o restante dos detalhes só agora que você nos contou.

    - Rius não lhe disse nada?

    - Rius também guarda segredos de mim. –ele sorri com complacência, antes de colocar mais um pedaço de pão na minha boca.

    - Que espécie de pessoa eu sou, Kadrahan? –pergunto depois de engolir. – Eu me aliei a indivíduos de caráter duvidoso. –não consigo disfarçar a aflição em minha voz. –Aliei-me a Menélope e tudo o que ela fez foi seguindo minhas ordens. Muitos poderiam ter morrido no último ataque dela!

    - Você certamente disse para ela apenas estimular o uso dos seus poderes. –Kadrahan responde despreocupado. –Ela deve ter escolhido o pior método por conta própria.

    - Kadrahan, não tente achar justificativas para os meus atos! Eu não...

    Ele coloca uma mecha de meus cabelos atrás de minha orelha e olha diretamente em meus olhos quando diz:

    - Você não fez nada que eu não faria.

    Isso só mostra que ele tem um caráter tão distorcido quanto meu, mas prefiro não dizer em voz alta.

    - Mas talvez realmente deva aceitar o acordo de Véehros. –ele continua. – Eu ficaria muito mais tranquilo se soubesse que você está segura longe de tudo isso!

    - Não vamos começar com essa discussão inútil de novo! –minha voz sai alterada, mesmo sem intenção.

    Tudo bem que eu mesma estava considerando a possibilidade há uns minutos atrás, mas isso não vem ao caso. Não gosto que me digam o que devo ou não fazer. Ele já deve estar cansado de saber disso.

    - Está bem, Aédris! Continue com a sua teimosia.

    Ele simplesmente se levanta e me deixa sozinha de novo. Claramente não sou a única que gosto que as coisas sejam feitas do meu jeito.

    Abro o livro novamente e quando passo os dedos pela página seguinte que estava em branco, novas palavras surgem. Isso me surpreende, mas não perco tempo em começar a ler.


    Eu deveria ter ouvido Kadrahan. Ele estava certo desde o começo. Se ao menos eu o tivesse escutado, talvez... Talvez ele não tivesse sido levado para sempre de mim... Talvez eu ainda o tivesse em meus braços por muitos e muitos ciclos de luas vindouros... Sei o que tenho que fazer. O que quero fazer. Mas a dor em meu peito está cada vez pior, ao contrário do que dizem, ela não melhora com o tempo. Pelo contrário. Ela está me correndo por dentro! Está ficando insuportável e está levando a minha sanidade embora. Sinto que estou perdendo o controle de minhas emoções e estou perdendo o foco. Se continuar assim, não serei capaz de fazer o que é preciso ser feito. Kadrahan pensa que eu o odeio e que foi por isso que o deixei, mas nuca seria capaz de odiá-lo. Meu amor, minha vida, talvez eu tenha feito a escolha errada ao lhe deixar, mas não posso te perder também. Farei qualquer coisa para garantir que você fique comigo. Mesmo que tenha que me afastar de você por um tempo, farei o que for preciso para garantir que tenhamos um futuro."

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    Gostaram, ficaram feliz que o cafajeste lindo e irresistível não morreu de verdade? Espero que sim rsrsr Não se esqueçam da estrelinha preciosa ^_^ E quem quiser, tem o grupo do livro no facebook. Todos são bem vindos ^_^ Está no link externo ou se preferirem me mandem uma mensagem privada que passo o link ^_^

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