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Parte 3

          Naquela quinta-feira à tarde, e entre as mais variadas lojas que existiam na Galeria do Rock, perambulava uma multidão de pessoas. Ali se podia encontrar camisetas, discos, estúdios de tatuagem e tabacaria. O que as duas investigadoras procuravam, em especial, ficava no terceiro piso: Relojoaria Clock Master. Num primeiro olhar de fora, aparentava ser uma loja comum, um pequeno cubículo com teto baixo e com balcões pelos três cantos. Aproximando-se e finalmente entrando na loja, elas podiam ver sobre eles uma variedade imensa de relógios de marca com preços variados. Parecia, aos olhos de Kitamura e Tatagiba, uma relojoaria comum, com aparelhos modernos. Até havia um ou outro modelo que se assemelhava ao que Milena usava no peito, mas se apresentavam de escanteio, como se estivessem ali somente à mostra, não para serem comprados.

          Nas paredes brancas de tom mórbido, encontravam-se mais modelos. Entre eles, alguns cucos charmosos fazendo aquele barulho característico de relógios que, de tão constante, nem parece audível. Todos marcavam a hora correta, exceto por um. Era talhado em madeira e relativamente simples se comparado a outros mais adornados, próximos a ele. Tinha um telhadinho inclinado típico desses que imitam um formato de casa. Tanto o telhado como o pêndulo, e o que parecia ser um desenho minimalista de uma ampulheta e uma foice, pregados no meio dele, eram de um dourado fosco, enquanto a casa em si era pintada de um azul Tiffany que dava certo ar refinado ao objeto. Ele era particularmente interessante não só porque seus ponteiros marcavam exatamente 17:17, mesmo sendo 13:21, segundo o relógio de Tatagiba, mas, principalmente, por exibir um único movimento do ponteiro dos segundos que caminhava de uma para as doze até doze em ponto, indo e voltando.

          Todos estes detalhes eram capturados pelas investigadoras e, enquanto T. era absorvida pelo cuco estranho que marcava um horário presente no cartão de Milena, K. percorria com atenção por cada detalhe daquela loja vazia, sem nem mesmo um atendente – e que cheirava a plástico novo com poeira velha. A princípio, ninguém aparecera na loja, o que permitiu às duas fazerem observações.

          – Que coragem lagar uma loja dessas sem ninguém olhando – pontuou Kitamura. – Hei, olha isso aqui, são papéis de carta. Eu tinha um monte desses no tempo de escola... – essa observação veio junto com uma sensação de déjà-vu estranha. – E olha isso – pegando um papelzinho com os dados da loja, virou-o de um lado para outro. – "Relojoaria Clock Master. Desde 1919, confeccionando os melhores relógios para quem nunca perde a hora." É, slogan interessante... – aquele cartãozinho lhe lembrava um pouco o de Milena, apesar de não ser idêntico.

          – Pois não, posso ajudar? – dos fundos da loja surge, pelo canto vazado à direita, uma jovem que aparenta ter não mais de vinte e cinco anos, loura com longos cabelos volumosos que inspiram um ar leonino. Sobre sua blusa rosa de lã, está um crachá de atendente exibindo seu nome: Cibele. Ela carrega uma caixa com mais cartõezinhos como o que K. acabara de ler, e espera pala resposta das duas numa atenção solícita de funcionária.

          – Ah. Olá, Cibele. Estamos aqui, eu, Adriana Tatagiba, e minha parceira, Kátia Kitamura – diz, mostrando os distintivos –, para investigar sobre uma cliente de vocês – ela estende uma foto de Milena à atendente. – Ela adquiriu um relógio aqui, um de modelo antigo, dourado, parecendo uma bússola com um colar preso sobre ele. E, bem, ela acabou morrendo em circunstâncias bastante suspeitas hoje. Nós não temos muitas pistas, mas além desse relógio, nós encontramos um cartãozinho da sua loja com ela também. Queríamos saber, você já a viu por aqui? Se lembra dela ou de algo que possa nos ajudar?

          Olhando para a foto que Tatagiba lhe mostrava, a atendente continuava a expressar aquele mesmo olhar de atenção afetada, como quem ouve, mas não escuta, dando a si um feitio meio abobado. Pouco tempo depois de T. terminar de falar, ela franziu a testa e disse:

          – Hummm. Você tem certeza que ela comprou esse relógio aqui? – ao que Kitamura respondeu, mostrando a foto do bilhete do lado que continha o endereço e nome:

          – Temos sim, esses dados conferem com o da sua loja, não? – Cibele pareceu assentir muito levemente, mas sem concordar por inteiro. Ainda insistindo, K. tentava extrair mais informações. – Do outro lado havia alguns... horários. Bem, de qualquer forma, não sei de entendemos direito: "10:10. Sete horas e sete minutos para 08:08 - 17:17". Isso faz sentido para você?

          – Ham, não senhoras. Nós não vendemos modelos como esse que você descreveu, como as senhoritas podem ver, e nosso cartão da loja é diferente. Talvez seja outra unidade, ou outra relojoaria com nome idêntico – ela dizia isso com o mesmo ar bestial de antes, tornando-se ainda mais suspeita para as policiais. Por Kitamura, intimaria aquela sujeita ali mesmo e, se fosse necessário, a levaria para delegacia, para ver se desembuchava de vez a verdade. Mas, primeiro, nem mandato elas tinham e tecnicamente sua parceira estava de licença, nem poderia estar em campo. E depois, ela sabia dos métodos de Tatagiba, indo devagar com decisões que parecem bem confusas a priori, mas depois fazem sentido. As duas funcionavam juntas justamente porque uma abria terreno para a outra.

          – Tá okay, mesmo assim você pode nos mostrar por favor seu registro de vendas, Cibele, se tiver um? – o tom da sua voz soava imperativo apesar de que, sem mandato, ela nem poderia pedir esse tipo de informação. Mas a vendedora não sabia disso.

          – Ah, tenho sim, senhoras – e, dizendo isso, foi até um pequeno e discreto computador situado no canto do balcão, ao que parecia, ali era um caixa. Cibele digitou algumas coisas e, não muito tempo depois, virou a tela do monitor para que T. e K. pudessem ver um registro de vendas, com nomes e CPFs de clientes. As investigadoras tomaram a frente e percorreram sem demora pelos registros até dois meses antes, mas nada de Milena Caetano Ramos de Souza. Tempo perdido!

          – Como as senhoritas podem ver, nenhuma Milena esteve aqui. Acho que vocês estão equivocadas.

          – É, acho que estamos mesmo. Bom, obrigada pela atenção, boa tarde – Tatagiba deu um sorriso displicente à atendente, que lhe retribuiu com outro, ao que pareceu, dissimulado. Cinco minutos mais tarde, já no andar térreo:

          – Você não acreditou nessa conversa da garota zumbi, não é mesmo? – o mau humor de K. por não ter conseguido informações relevantes era compensado por balas de fruta sortidas que, ao mastigar, fazia-a sentir o vácuo no espaço do molar esquerdo.

          – Humm, que ela mente é um fato, só precisamos descobrir por que e como isso se relaciona com o nosso crime. Em todo caso, ela pode ter pagado com dinheiro, ou simplesmente não ter sido registrada, bandidos nem sempre gostam de burocracia – e, olhando para a parceira, – Ai, me dá uma bala também que eu tô com fome; fazer leite te deixa com uma fome de búfalo.

          – É, acho que você já precisa ordenhar, olha só sua blusa, Giba – dito isso, Tatagiba viu que, ao redor do centro dos seus seios, havia um leve tom mais escuro na camiseta azul marinho que indicava uma umidade de leite materno.

          – Droga, ainda bem que eu trouxe a camiseta cáqui. Me passa sua bolsa.

          Era difícil enfrentar a desordem da mochila de Kitamura, mas Tatagiba conseguiu encontrar sua camiseta seca, entre incontáveis papéis de doce, documentos, moedas e um papel enfeitado, muito parecido com o papel de carta que encontraram na loja, minutos antes. Ela pensou em perguntar se K. tinha mesmo pego um papel pra levar de evidência, mas lembrou-se de que ela não havia levado a bolsa que ficara no carro o tempo todo, além do mais, aquela estava escrita com algo. Devia ser só coincidência. K. interrompeu seus devaneios por um momento.

          – Soares acabou de me passar o endereço da casa da Milena, ele já tá lá – ela parou por um momento e prendeu o ar com surpresa. – Cara, você não vai acreditar?

          – O quê?

          – A avó da Milena morreu, hoje de manhã por volta das 09:30. A Milena saiu correndo de casa logo depois.

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