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Capítulo V.


Antes:

Após salvar a nave, Kajka percebe que Kloéh age diferente com ele. À noite, ela pede para que o rapaz a acompanhe junto das criaturas que o atacaram no banheiro. Relutante, ele aceita e acaba descobrindo que algo terrível acontece do outro lado da nave.

Agora:

*

*

*

― Abaixa! ― falou Kloéh me puxando para baixo e cobrindo sua cabeça com um capuz prateado que eu nem tinha notado que ela usava. ― Não podem nos ver aqui. Especialmente você. Toma ― ela me ofereceu um gorro e um tipo de óculos preto que aceitei, relutante. ― Não vai disfarçar muito, mas é o melhor que podemos fazer.

― Espera! Eu quero entender. Como assim essa é a verdadeira...

― Eu vou explicar ― disse ela, pausadamente. ― Mas não aqui, porque é muito perigoso. Tem muito monitoramento e acontecerão coisas ruins se nos virem aqui. Por enquanto só coloca isso e vem comigo.

Sem nem esperar minha resposta, Kloéh se levantou e seguiu para uma escadaria. Enfiei o gorro na cabeça, coloquei os óculos super-rápido e a segui.

Descemos as escadas até um extenso corredor muito diferente dos outros da nave ― cheio de aberturas que davam a impressão de camarotes para o mar de dor que era aquele lugar. ― Kloéh empurrou uma das paredes revelando uma outra escadaria e me mandou entrar. Depois que a obedeci, ela veio comigo fechando a "porta" atrás dela.

Kloéh segurou novamente minha mão e me puxou escada abaixo.

Descemos uma infinidade de degraus até finalmente pararmos no que parecia ser apenas uma sala vazia. A doutora então soltou minha mão e sinalizou para que eu fizesse silêncio. De braços abertos, ela encostou numa das paredes e deu dois tapinhas no metal. Em seguida subiu os braços e fez o mesmo mais acima, depois sussurrou alguma coisa e beijou a parede.

Linhas douradas surgiram no metal ― Kloéh voltou para meu lado, mas não falou, logo, achei que não devia falar também. ― As linhas dançaram pela superfície prateada formando um círculo e o preenchendo totalmente com sua luz. Por um tempo nada aconteceu, até que notei que a área dourada parecia mole. Como se estivesse derretendo e abrindo passagem para uma sala secreta dentro daquela outra sala secreta.

― Vamos ― disse Kloéh, seguindo em frente.

No segundo que passamos pela abertura, ela desapareceu. Respirei fundo. Não queria ferir Kloéh, mas talvez o faria se ela me levasse para alguma armadilha. Eu não podia matá-la. Isso estava muito claro para mim.

Afastei aqueles pensamentos. Se houvesse algum problema, improvisaria. Mas não podia continuar a pensar em matar Kloéh.

Seguimos por um corredor vagamente iluminado por luzinhas vermelhas. A certa altura Kloéh voltou a segurar minha mão. Não para guiar-me, apenas porque quis. Viramos vários corredores silenciosos até a doutora falar:

― Desculpe por esse caminho gigante. Tínhamos que fazer de um jeito que não deixasse qualquer um nos encontrar.

― Eu ia perguntar de quem você está falando, mas acho que já sei a resposta ou a falta dela. ― comentei. ― Mas pelo menos me diga se falta muito.

― Na verdade já chegamos.

E, num piscar de olhos, haviam dezenas de pessoas bem diante de nós.

Estavam sentadas no chão, algumas ocultas pelas sombras e outras nos encarando com as cabeças iluminadas por uma luz no teto. Pareciam acuados. Kloéh me guiou para o centro e deixou-me lá dizendo para que eu cooperasse e que tudo ficaria bem.

Quando ela se afastou, um homem a abordou. Se parecia com ela. Tinham a mesma cor de pele e os mesmos olhos fixos, provavelmente eram da mesma raça. Kloéh abriu um largo sorriso ao vê-lo. Se abraçaram e tocaram suas testas murmurando palavras em sua língua natal.

Estremeci quando pensei que ele podia ser o namorado dela.

Uma luz forte atacou meu rosto.

― Quem é você? ― indagou uma voz feminina envelhecida.

― Eu... eu não sei. ― disse. ― Mas o Capitão me chamou de Kajka, significa...

― Aquele que veio de fora ― completou a voz. ―, sim. Sabemos de sua habilidade. E o que você sabe sobre ela?

― Quase nada. ― respondi. ― Sei que consigo sobreviver lá fora, mas não sei como.

― E o que mais pode fazer?

― E-eu sou forte, muito forte. Minha... pele é muito resistente e eu sei lutar.

― Sabe a razão de estar aqui?

― Não. Para todos os sentidos da pergunta, não.

― Kloéh nos disse que podemos confiar em você. ― a voz titubeou. ― Mas o que você diz?

― E-eu... não... sei... quem... são... vocês... nem... o que... querem... fazer... ― murmurei. ―, mas... Kloéh... foi... boa comigo... e se ela... confia em vocês... então... eu... também... confio!

De repente a luz apagou e ressurgiu acima de mim, revelando as pessoas que me cercavam. Todas estavam péssimas. Feridas. Amputadas. Abatidas. Haviam homens-touros sem chifre, criaturas reptilianas com escamas raspadas, seres semelhantes a pássaros depenados, crianças esqueléticas, homens pálidos e com um olhar sem vida como se já tivessem morrido e apenas esperassem parar de respirar.

Mais ao fundo estavam os dois zumbis e entre eles a garotinha que me atacou no banheiro. Mais à frente, a saudável Kloéh, deitada sobre o ombro do rapaz.

― É uma tristeza enorme ― disse uma criatura semelhante a uma estátua de madeira no formato de uma velha mulher, a dona da voz que me fez aquelas perguntas. ― não saber de onde veio. De certa forma eu o entendo, Kajka. Eu nasci nessa Croncha e nunca vi algo além do metal dela. Não sei de onde vim nem o que eu sou, mas quero descobrir e talvez a única chance de fazer isso dependa de você.

― Eu não...

― Kloéh ― chamou a mulher. ― Acredito que deva ser você a contar pra ele.

Kloéh se aproximou de mim, mas parou a um metro de distância.

― Quando nos conhecemos ― começou ela. ― eu te disse que essa nave é uma nave de sustentação, o que significa que ela abriga formas de vida deslocadas, mas isso é só o que somos instruídos a dizer para estranhos.

"A Prismhélio Mill é, na verdade, uma nave que vaga pelo universo comprando e vendendo escaravos, os Rhaego'Os de Faéro são responsáveis por obter a mercadoria. Eles vão de mundo em mundo em missões pequenas para contrabandear pessoas. Às vezes, quando não encontram gente para negociar, eles invadem vilas e raptam todos os jovens e foi o que fizeram na minha. Eles mataram os guerreiros mais velhos, os pais e as mães e levaram todos os mais jovens.

"Quando chegamos aqui, eles nos separaram. Todos os meus amigos e meu irmão, Azu, vieram para cá para serem vendidos, enquanto eu fui levada para o outro lado, porque aprendi a ser SevBarca, curandeira, com minha mãe. E o doutor deles, Zitálio, estava velho. Por algum tempo eu fiquei com Zitálio aprendendo a arte da cura até que ele morreu. Então Faéro me fez uma proposta: servir a tripulação como doutora ou ser vendida como escrava para um abussador qualquer.

"Eu disse a ele que aceitava com uma condição, que ele deixasse meu irmão trabalhar comigo. Só que ele disse que isso estava fora de questão, mas que o melhor que podia fazer era garantir que ele nunca fosse vendido. Daí eu aceitei. E por um Ciclo Azul INTEIRO eu servi esses gruatá kje kurashakÁ... desculpe... essas pessoas.

― Espera ― interrompi. ― o que é um Ciclo Azul?

Pra você é como... ahnn... quinze anos. ― ela me deixou processar a informação por alguns segundos antes de prosseguir: ― Enfim, apesar da promessa de Faéro, eu nunca podia ver meu irmão e tinha que acreditar no que ele dizia, mas um dia toda a equipe de doutores foi chamada para este lado, porque uma doença atingiu todos os cativos.

"Eu estava muito feliz com a possibilidade de rever meu irmão e com medo de perdê-lo, mas os Açus foram bons e eu o encontrei vivo e bem, diferente da maioria dos outros. Quando nos encontramos ele ficou feliz, mas não confiou em mim, tinha medo que o outro lado tivesse me mudado. Levou muito tempo para voltarmos a ser unidos. Ele sempre me visitava com a ajuda de Orcen e Oirét.

― Os zumbis teleportadores? ― chutei.

― Eles são Sotrom's, uma raça que, quando morre, passa a vagar pelo mundo, mas isso não é importante agora. ― ela fez uma pausa, olhou para seu irmão e continuou. ― Só depois de mais um Ciclo Azul inteiro encontrando Azu às escondidas que ele me trouxe aqui. Eu sabia que dava informações para ajudar ele com alguma coisa, mas não sabia com o que, até então.

― E o que era?

― O que é ― reforçou Kloéh. ― É um plano de fuga. Um jeito de sairmos todos daqui. De sermos livre de novo. Depois de muito tempo descobrimos que só havia um jeito de fazermos isso e era com a nave parada, o problema é que ela nunca para. Eu estou aqui há quase três Ciclos Azuis e ela nunca parou até...

― Eu!

Kloéh assentiu.

― Sim, quando nossos sen-so-res identificaram vida fora da nave, no IntríTo puro, fomos quase forçados a parar. Nós estudamos você por um tempinho e, depois de muita discussão, decidimos trazê-lo para dentro e estudar quem quer que você fosse.

"No começo achávamos que você era um deus perdido ou um semideus, mas sua estrutura é comum e, para ser honesta, não faço a menor ideia da razão pela qual você consegue sobreviver lá fora e acho que nunca saberei a não ser que se lembre. Você não sabe, mas enquanto estávamos juntos no meu la-bo-rá-tório havia uma legião de Darrakes do lado de fora, centenas de medidas de contenção de todas as formas, porque tínhamos muito medo de você. Achávamos que podia destruir a nave a qualquer momento e boa parte da razão pela qual te trouxemos para dentro foi por acharmos que, se te tratássemos bem, talvez você não nos destruísse.

"Mas enquanto eu estudava você, percebi que era inofensivo, que só queria lembrar quem era e reportei isso a Faéro. Mais tarde, quando você quis um quarto só para você, discuti com eles e dei minha palavra de que não era agressivo. Ele confiou em mim e te deixou naquele alojamento com cinco dos melhores Darrakes guardando a saída e quando eu fui chamar você para jantar, dispensei eles pra não levantar nenhuma suspeita incômoda.

"Naquele dia também foi o ataque no banheiro. Eles me pediram para atualizar eles sobre você, mas eu não tive tempo e foi no desespero que Nila convenceu Orcen e Oirét a ajudá-la a chegar até você. Claro que a forma como ela agiu foi arriscada, afinal se você contasse para a pessoa errada... talvez tudo tivesse acabado ali. Enfim, o que vou contar agora pode matar todo mundo aqui e preciso saber se ainda está comigo.

Assenti devagar. Kloéh respirou fundo.

― Fomos nós quem sabotamos o tubo. Sem ele há um risco de os sistemas de sustentação da vida falharem, sim! Mas também é ele que mantém as armas dos Darrakes funcionando e, quando o tubo se soltou, elas pararam e sem as armas os Darrakes não tem autoridade, mas aí...

― Eu de novo!

― É! ― ela moveu os ombros, desconfortável. ― Ia demorar bastante tempo até que conseguissem reconectar o tubo e era o tempo que usaríamos para colocar nosso plano em prática.

"Até você aparecer.

"Quando o tubo se soltou, vários sistemas falharam, inclusive o que mantinha as portas fechadas e assim quase todas se abriram, mas a sua foi tirada do sistema, porque Faéro não queria que você transitasse pela nave livremente. Todos os Darrakes tinham ido não sei pra onde e por isso não haviam nenhum cuidando do seu 'alojamento'. Não era pra você ter saído de lá e muito menos para ser capaz de sobreviver a radiação do Inobitabum combinada a cósmica.

― Eu achei que estava fazendo aquilo pra proteger você ― falei comigo mesmo.

Kloéh continuou.

― Quando você voltou eu estava brava, porque por sua causa o plano tinha falhado e fui muito fria com você, então me desculpe. Enfim, quando você foi dormir, Azu apareceu em meu quarto, me trouxe para cá e conversamos sobre o que tinha acontecido. Depois de muita discussão percebemos que poderíamos sabotar o cabo mil vezes e mil vezes você o consertaria e que a única forma de conseguirmos era se você nos ajudasse.

"Por isso você está aqui: para saber a verdade e para implorarmos que se junte a nós, não sabemos quem você é, mas tenho certeza que não é do interesse de Faéro descobrir, porque alguém poderoso como você, assim, sem memória é tudo que ele quer. Alguém poderoso que ele possa doutrinar. Nós não sabemos quem você é, mas eu juro que se nos ajudar, tentaremos descobrir.

Kloéh fez uma pausa para tomar fôlego.

― Então, Kajka? O que me diz?

Houve um silêncio desagradável por alguns segundos. Todos estavam me encarando, esperando que eu me decidisse, mas eu já tinha decidido no instante em que vi o que era aquele lugar. Tinha algo dentro de mim. Um instinto. Mais forte do que o de lutar. Mais forte do que o de saber quem eu era. Mais forte talvez do que o de viver. Um instinto que me fez abrir a boca e dizer, sem hesitar:

― Eu aceito!


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