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Capítulo II.

Antes:

Um rapaz acorda sem memória e perdido num lugar estranho, mas é resgatado por uma nave e descobre ser capaz de, aparentemente, sobreviver no espaço sideral. Sendo resgatado por uma nave, conhece Kloéh, uma doutora determinada a desvendar seus segredos que se torna uma amiga. Mas apesar de tudo parecer tranquilo, ele continua sem memória.

Agora:

*

*

*

SASKATIAN.

Jantar.

Não sabia como sabia o que significava, mas sabia. Fiquei sem ação. O que eu devia fazer? Não tinha noção de como fazer o som parar nem de onde seria o tal jantar, graças a deus que Kloéh apareceu para me salvar. A voz da doutora começou a me chamar de fora do quarto. Num rompante fui até ela. A porta se abriu sozinha revelando uma doutora mais casual ― não usava o jaleco de sempre e sim um vestido longo e felpudo numa cor que não entendi muito bem. As unhas estavam pintadas do mesmo amarelo-vivo que o laboratório e os acessórios que enfeitavam seu corpo, o cinto, a gargantilha e a tiara.

― Olá! ― disse ela.

― O-oi ― gaguejei em resposta. ― Você ... diferente!

― Diferente bom?

― Diferente... diferente!

― Vou tomar isso como um elogio! ― disse e sorriu. ― Enfim, eu vim até aqui para levar você para o Saskatian, jantar.

― Jantar...

― Sim, aliás: Im nabuú ―  no instante que ela fala as luzes param de piscar e o som cessa. ― Descul-pe por isso, esse alerta toca para avisar sobre o Saskatian, mas só dá para cancelar no nosso idioma.

― Ah, obrigado.

― Enfim, oficialmente o jantar já acabou e normalmente você poderia pedir alguma coisa na co-zi-nha, mas o Sarultkór insistiu para que comesse na presença dele.

― Ahnn... o que é um Sarultkór?

― Ah, é! Esqueci que você não sabe e, aliás, nossa ― ela arregalou os olhos. ― pronunciou bem! Ele é o chefe... o capotão.

― Quer dizer capitão?

― Sim, isso! Se puder, por favor siga-me!

O caminho até o capitão foi curto, porém divertido. Kloéh passou boa parte do tempo falando sobre como eu devia me portar na presença do capitão. Ela parecia com um pouco de medo, mas falava coisas que pareciam engraçadas. Num certo momento ela parou.

― Certo, o Sarultkór está logo ali na frente virando a curva! Você lembra de tudo que eu disse?

― Mais ou menos...

― O que isso significa?

― Que lembro muito pouco.

― Tudo bem, Açu Zele nos, é simples! ― ela respirou fundo. ― Só coma a comida, não diga se achar ruim ou ofensivo e, em nome de seja lá qual deus você siga, não fale com comida na boca, entendeu?

― Sim.

― E se ele começar a perguntar muito, mantenha sua história de não lembrar.

― Mas é verdade.

― Ótimo, continue assim, agora vamos logo! ― ela tentou me empurrar, mas me recusei.

― Por que você está assim?

― Eu explico depois ― disse mordendo o lábio. ―, agora vai fundo!

― Vai fundo?

― Eu pesquisei gírias e ditados gardinianos e gostei dessa.

― O que é gardiniano?

― Depois eu explico, agora vai de uma vez!

― Você não vem comigo?

― Não, agora vai.

Fiquei triste por ela não ir comigo e ser tão evasiva, mas fui. Quando virei a curva me deparei com uma imensa sala prateada como o corredor. Era estranhamente circular, assim como a mesa que a circundava erguendo-se aos poucos como um pódio. Caberiam cinquenta pessoas tranquilamente, contudo só haviam quatro.

Um homem de pele verde-água com bigodes finos e um chapéu estranho como um pirata ficava na parte mais baixa. Uma criatura monstruosa com rosto desfigurado ficava diretamente acima. Uma forma feminina careca de pele extremamente branca e usando um manto vermelho vinha depois. E, por fim, havia o que se encontrava acima de todos. O gigantesco homem calvo de pele azul com linhas azuis fluorescentes, amplos músculos salientes, olhos vermelhos, expressão firme e peças douradas adornando seu pescoço e punhos. Me lembro de pensar que se ele não era o próprio Capitão, então que sorte o de verdade tinha por ter aquele cara na tripulação.

Segui até a mesa no centro. Abaixo de todos eles. De longe já vi que o prato tinha pedaços de melancia, laranja e mamão. Nunca havia visto as frutas na vida, mas sabia seus nomes. Era tão estranho... Ninguém disse ou fez algo até que eu me sentasse e quando finalmente o fiz, eles também fizeram. O grandalhão azul cruzou os dedos à frente do rosto. Toda a postura dele parecia ser construída para dar medo e funcionou só por alguns segundos, pois logo depois meu cérebro começou a pensar em formas de matá-lo. Se fosse rápido, podia arrancar a cabeça dele antes que os outros reagissem. Caso eles fossem os líderes e eu os matasse, então eu seria o líder total e... balancei a cabeça antes que fizesse algo do qual pudesse me arrepender.

― Espero que a comida seja do seu agrado ― disse o grandão. Sua voz era potente, seu grave inundou o ambiente, seria uma voz de dar medo se não fosse pela forma como ele falava meu idioma. Como um estrangeiro tentando muito parecer fluente, mas falhando miseravelmente.

Me segurando para não rir, falei:

― Está, sim!

― Não sabíamos o que lhe oferecer, mas soubemos que estava familiarizado com os frutos de Gardim e, bom, só temos desses.

Assenti colocando um pedaço da fruta na boca. Era doce e molhada. De fato muito familiar.

― Oh, AzRacka! Onde estão meus modos? Ainda não nos apresentamos, por favor... ― ele não parecia falar para alguém em particular, mas o pirata verde-água ergueu-se, cambaleante.

― Eu sou Galarth ― sua voz saía com um eco inexplicável. ― Terceiro Rhaego'O de Faéro.

Quando ele se sentou a criatura monstruosa ergueu-se. Grunhiu de forma tão grotesca que duvidei que estivesse mesmo falando minha língua, mas consegui retirar seu nome, TchaiTchii, e sua ocupação, segundo Rhaego'O de Faéro. Depois foi a vez da figura feminina. Apesar da distância sua voz chegou até mim como um sussurro. Ela era Nida, primeira Rhaego'O de Faéro. Por fim o grandão se ergueu e, como era de se esperar, apresentou-se como Faéro, Sarultkór da Prismhélio Mill.

― E quem é você? ― perguntou após apresentar-se.

― Eu não sei! ― cada vez mais ficava fácil assumir aquilo.

Faéro me examinou de seu pedestal.

― Kloéh disse mesmo que você não se lembra de nada. ― concluiu. ― Mas você não pode ficar sem nome. Precisamos chamar você de alguma coisa... 

― Os tripulantes o chamam de Kajka ―  interrompeu o pirata.

― Kajka? ― indaguei.

― Significa estrangeiro ― explicou Faéro. ― Numa versão mais livre "Aquele que veio de fora"! Parece apropriado, não?

Lembro de repetir a palavra diversas vezes na cabeça. Kajka. Kajka. Kajka. Kajka. Kajka. Kajka. Parecia bom. Parecia a única coisa. Era a única coisa, então acenei sinalizando que gostei.

― Que bom ― Faéro parecia realmente contente. ― Esperamos que lembre logo quem você é e qual o seu verdadeiro nome. Mas, até lá, Kajka vai servir. Estamos ansiosos para conhecer você melhor, Kajka. Temos grande interesse em você.

― Têm?

― Claro, alguém com suas habilidades... Bom, digamos que é tão raro que achamos que não fosse possível.

― Ahnn... eu espero ser... ― eu lembro de pensar em como era idiota começar uma frase sem saber como ia terminá-la. Então falei a primeira palavra que veio na cabeça: ― útil.

― Nós também, meu caro! Nós também!

Um silêncio desconfortável depois, a mulher, Nida, disse/sussurrou:

― Você sabe alguma coisa sobre o lugar em que estava?

― O espaço?

― Não, quero dizer aquele lugar específico ― a pronúncia dela era impecável. Lembro de pensar que só por eles conseguirem se comunicar num idioma que eu entendesse, logo, sabiam alguma coisa sobre de onde eu vim. Precisava ganhar a confiança deles. ― Sabe, muitos dos meus colegas acreditam que você seja um indivíduo singular, um usuário de Magia Cósmica, talvez, mas eu estou trabalhando com uma hipótese alternativa.

― Que seria?

― Ora, a de que você não é especial ― aquilo doeu. Por algum motivo aquilo doeu. ―, mas sim que estava num lugar muito especial. Um lugar em pleno espaço sideral onde a vida seja capaz de se manter.

Engoli em seco.

― E teve sorte com isso?

Ela hesitou.

― Bom, ainda não! ― sua voz titubeou. Por meio segundo, mas titubeou. E em seguida retomou sua natureza sibilante tradicional. ― Mas tudo é possível, não é? Há pouco, nosso universo esteve à beira de ser exterminado.

Os outros assentiram lentamente, mas não pareceram interessados em dar maiores explicações a respeito. O restante do jantar foi basicamente eu comendo, eles olhando como predadores e o silêncio constrangedor dançando pela sala. Quando acabei, eles me dispensaram. Encontrei Kloéh esperando por mim na entrada.

― Como foi? ― indagou, ansiosa.

― Foi muito, muito, muito estranho! ― disse. ― A gente quase não falou. A maior parte do tempo foi eles me olhando comer.

― É bem o estilo deles, mesmo. ― comentou Kloéh. ― Julgam sem falar.

― É! ― começamos a andar de volta para meu alojamento. ― Mas eles me deram um nome, Kajka. Significa...

― Aquele que veio de fora ― completou a doutora. ― Os tripulantes o chamam assim, até que eu gostei. Kajka. É forte, assim como você. E o que mais?

― Ahnn, o Capitão Faéro disse que eles tinham muito interesse em mim.

― E têm mesmo! Mas tem outra coisa, também... ― concluiu. ― Lembra que eu estava muito nervosa antes de você entrar na sala com eles?

― Sim.

― Bom, aquilo foi porque eles queriam manter você numa háclora, uma jaula especial, para garantir que não os machucaria. Você é diferente de tudo que eles já viram, diferente de tudo que qualquer um aqui já viu. Só não prenderam você porque  eu dei a minha palavra de que você não era violento. ― ela respirou aliviada antes de prosseguir. ― E por aqui dar a palavra é coisa séria. Quase de vida ou morte.

― Mas por que se arriscou por mim?

Ela parou de repente e me encarou.

― Eu passei um longo tempo com você e você me pareceu Triuaê, confiável, e eu costumo acertar palpites. ― ela fez uma pausa e continuou: ― Além disso... você me lembra alguém. 

― Quem?

Ela balançou a cabeça.

― Não. Zérraf Azptedo. Não se deve pensar nas coisas ruins. ― ela sinalizou para que continuássemos o caminho. ― O que mais eles disseram?

― Ahnn... mulher esquisita disse que achava que eu não sou especial. Que o local que eu estava que era.

― É a cara da Nida, isso! ― o tom amargo com que as palavras foram pronunciadas sugeria que elas tinham um passado. ― Mas não é pessoal. A função dela é justamente pensar diferente de todos os outros.

― Ah, parece contraproducente.

― O quê?

― CON-TRA-PRO-DU-CEN-TE, quer dizer que é estranho ter alguém só para pensar diferente.

― Talvez seja, mas fazendo isso ela alcançou o segundo posto mais alto da nave. ― Kloéh falou com uma voz sombria. ― Acima dela há apenas Faéro.

― De qualquer forma ― disse encarando o chão. ― Eles me deram medo.

― Relaxa ― a voz de Kloéh voltou ao tom agradável. ― Eles têm mais medo de você do que você deve ter deles.

― O quê? Por que?

Ela soltou uma risadinha.

― Você sobrevive no espaço, cara!

Ri junto com ela. Mais para não a deixar rindo sozinha do que por achar graça. Tinha muita coisa acontecendo. Lembro que minha cabeça começou a doer e eu pedi para pararmos um pouco. Como doutora ela recomendou que fossemos para o laboratório dela, mas eu não estava passando mal. Só precisava de um tempo. Perguntei se tinha um banheiro por perto e ela respondeu que tinha um público logo à frente, mas seria melhor ir até a minha suíte. Com um pouco de teimosia de minha parte, ela me levou até o tal banheiro e esperou do lado de fora.

Desviei do faxineiro e cambaleei até a pia. Deixei a água escorrer e a joguei no rosto. Contemplei minha face novamente. A face de Kajka. Não me sentia bem. Não mentalmente, pelo menos. Respirei e inspirei várias vezes, então senti uma mão tocar meu ombro e me virei indeciso entre atacar quem quer que fosse e apenas olhá-lo como uma pessoa normal. Me arrependi de não ter escolhido a primeira opção por causa do susto que levei. O ser diante de mim parecia morto ― com certeza cheirava como tal. ―, era esquelético, o rosto e boa parte da pele jaziam ocultos por bandagens sujas e o que era visível tinha uma cor verde-mortificada. Os olhos eram órbitas vazias.

Antes que pudesse reagir, outro daqueles seres surgiu e junto do parceiro me prensou contra uma das paredes. Notei que não possuíam reflexo no espelho. Lembro que muitas coisas passaram por minha cabeça desde gritar até atacá-los e destruí-los, mas não fiz nenhuma das duas coisas. Um quê de curiosidade me fez esperar para ver até onde iam e se o faxineiro realmente não percebeu o que estava acontecendo.

As duas criaturas apenas me seguraram enquanto eu olhava o faxineiro se dirigir para a porta muito calmamente com seu carrinho de vassouras e produtos de limpeza. Então, em menos de um minuto, o faxineiro trancou a porta e saltou o cômodo inteiro ― o que era incrível considerando sua estatura. ― caindo em pé diante de mim. Uma cauda azulada emergiu de suas roupas portando um tipo de faca que foi colocada contra meu pescoço.

Observei a estranha criaturinha. Batia na metade de meu tórax e usava um conjunto muito incomum de roupas ― um blusão de couro marrom claramente grande mais, uma calça branca com quase tudo enfiado nas botas beges, uma luva cor-de-rosa deixando as pontas azuladas dos dedos a vista, uma peça de gola alta que cobria boa parte de seu rosto, óculos estilo aviador escuro e um boné preso em sua cabeça com um arquinho. Parecia ter dez anos, mas a faca entre sua cauda e meu pescoço sugeriam algo diferente.

Rápida e impacientemente ela grunhiu palavras que pareciam familiares. Irritada, afastou a gola alta de seu rosto revelando sua pele azul-marinho e suas presas.

― Eles falaro que veio do espaço, é verdade? ― hesitei na resposta e ela pressionou mais sua faca contra mim.

― Sim. ― disse.

― Como fez isso?

― Eu não sei.

― É bom falá ― ela disse e pressionou ainda mais a faca. ― Sinão vai só o que que ti acontece!

― Eu realmente não sei.

Num mente pra mim... ― o tom dela sugeria que ela estava mesmo com raiva de mim. Mas por que? Eu não estava mentindo.

― Não é mentira, eu juro! Acordei lá fora sem nenhuma lembrança...

Mintiroso de uma figa ― me segurei muito para não rir com a forma que ela falava. ― vai si cumigo pur mintí assim...

Apesar da fala ameaçadora, senti a faca afrouxar seu aperto e daí em diante, assim como na situação com o homem-touro, agi automaticamente. Girei o pescoço e pressionei a cauda da garota contra a parede e ela gritou. Sem dificuldade ergui as estranhas criaturas e as bati uma contra a outra, depois as arremessei para lados diferentes da sala como bonecos de espuma. Em seguida rodei nos calcanhares pegando a garota pelo pescoço e a espremi contra a parede. Ela se debatia muito, gritava, me chutava e socava em vão, a força dela era muito inferior à minha.

Ela gemia desesperada, mas eu não disse nada. Apenas apertei mais forte. Lembro de estar em dúvida entre apertar ainda mais e acabar logo com aquilo ou vê-la se morrer lentamente. Flertava muito com as duas hipóteses, mas graças a deus que ela tinha aquela faca na cauda. Quando suas forças pareciam se esgotar, ela reuniu tudo que ainda tinha e cravou a faca bem em minha jugular, mas para a surpresa de todos ― mais minha do que dela. ― a lâmina quebrou-se e caiu no chão.

Lembro de ter levado um sustão. Mal havia sentido a faca encostando em mim. Encarei a lâmina no chão e a criatura de olhos arregalados, mas ainda lutando pela vida entre meus dedos, num estado meio de choque a soltei.

Com a mão acariciando o pescoço e murmurando algo que podia tanto ser um terrível xingamento quanto um clamor aos deuses, a garota se arrastou para longe de mim. Os dois que a acompanhavam ajoelharam-se ao lado dela.

TreMatu ingéRrark! ― gritaram com ódio em uníssono, antes dos dois zumbis estranhos girarem em lados opostos e desaparecem numa nuvem de poeira prateada deixando uma brisa gelada para trás.

*

*

*

Continua...

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