CAP 5
Marina Bittencourt
Depois de avisar a Hannah que me alertou sobre possíveis recaídas, coisa que com certeza poderia acontecer, eu e o Nicolas fomos para casa dele.
Com seus 20 anos ele já morava sozinho, mas ainda era bancado pelos pais na maior parte das coisas. Mais por vontade da mãe do que do pai, mas ainda assim era bancado.
O meu relacionamento com o Nicolas começou quando eu tinha 15 anos, nos conhecemos em uma festa quando fomos apresentados por amigos em comum e eu era, digamos... talvez um pouco curiosa? Afobada? Eu era completamente estúpida, não sabia o que queria, só fazia o que meus amigos achavam que era maneiro, descolado. Sorte a minha não ter mais contato com nenhum deles. Então eu acabei me envolvendo com o Nicolas, ele já era experiente, pegava todas, mas eu não ligava. Estava apaixonada, estupidamente apaixonada por ele, então eu fazia qualquer coisa, até que perdi minha virgindade com ele, mas não me arrependo, eu gostava dele, era o que eu achava certo na época. Mas eu não podia negar que ele me traía, afinal, não era uma mulher que ele tinha ao seu lado, apesar de eu sempre aparentar ser mais velha do que condiz com minha idade - genética de família - mas eu era ingênua e o perdoava toda vez que ele falava no meu ouvido que me amava e que não faria novamente e assim o nosso relacionamento foi se arrastando até o ponto que está hoje. Felizmente agora eu tenho uma cabeça centrada e já está mais do que na hora de sair desse relacionamento que nada me trouxe de bom.
— A casa é sua. — Disse abrindo a porta de seu apartamento para que eu entrasse
— Sempre me perguntei quem deixava o seu apartamento tão arrumando. — Disse ao entrar e ele fechou a porta atrás de si — Agora eu tenho certeza de que nunca foi você. Talvez uma de suas namoradas? — Perguntei quando ele se aproximou -
— Você sabe que a única que eu assumi foi você. — Disse sorrindo -
— Por que? — Perguntei realmente curiosa -
— Eu me apaixonei por você Ma — Disse tocando meu rosto com as costas da mão e eu ri forçado -
— Claro que sim. — Me afastei -
— Você pode não acreditar, mas é a verdade. Ou então por que você acha que eu assumiria o nosso namoro? — Perguntou passando as mãos no cabelo deixando - os bagunçados -
— Eu realmente não sei. — Disse soltando o ar que eu nem sabia que estava segurando — Você sabe que a gente não dá mais certo não é? — Disse e ele concordou -
— Você cresceu — Disse e sorriu - isso ia acontecer — Disse se aproximando -
— Era inevitável — Disse mordendo os lábios ao sentir sua aproximação, estava claro que a minha atração por ele nunca teria fim -
— Então estamos terminados? — Perguntou olhando fixamente nos meus olhos, mas eu não o respondi por causa do toque do meu celular -
— Oi mãe. — Disse tirando o celular do bolso do shorts que eu usava -
— Onde você está? — Perguntou irritada -
— Você disse que só chegaria a noite e por que está tão brava? — Perguntei me afastando do Nicolas -
— Mas cheguei antes e era para você está em casa. — Disse soltando a respiração -
— Mãe...
—Venha para casa agora. — Ordenou -
— Não posso. — Disse decidida -
— Onde você está? — Perguntou -
— Estou com o Nicolas, estamos resolvendo um assunto -
— Espero que termine com esse inútil, nunca gostei dele. — Disse mais calma -
— Parece que você ganhou. — Disse e sorri de lado -
— Então já que você não vem agora, saiba que vamos jantar na casa do Ricardo e eu vou levar algumas roupas suas, vamos passar um tempo na casa dele. -
— O quê? Por que? — Perguntei confusa -
— Se estivesse em casa como mandei você saberia. — Respondeu, sabia que ela não ia deixar barato -
— Mãe...
— Não se atrase! Te mando o endereço e o horário por mensagem. E por favor Marina, não faça besteiras aí com esse moleque que você namorava. — Disse e eu assenti mesmo que ela não pudesse ver -
— Está bem. Mas nós temos que conversar, essa história está cada vez mais confusa, o que você está aprontando mãe? — Perguntei e ela riu -
— Você se preocupa demais. Eu não sei o porquê de tanta desconfiança. Agora eu preciso ir e não se atrase, está bem? -
— Tudo bem. Até a noite. — Disse encerrando a ligação -
— Tudo certo com a sua mãe? — Nicolas perguntou se aproximando -
— Quando as coisas são certas com ela? — Disse rindo e ele me acompanhou -
— Aposto que ela ficou feliz por saber que terminamos. — Disse se aproximando -
— Não adianta mentir não é? — Disse rindo — Ela ficou mesmo. - disse e o encarei -
— E então? — Disse passando o braço por minha cintura e nos aproximando — Uma última vez pelos velhos tempos? — Perguntou safado -
— Nicolas....
— O que tem demais? Vamos ser só amigos depois disso, sem compromisso. — Disse mordendo os lábios -
— Uma última vez? — Perguntei -
— Última vez. — Ele disse e nos beijamos ferozmente, como sempre acontecia. Mas daquela vez tinha uma pitada de despedida, coisa que nunca teve antes.
*
E como eu previ momentos antes eu acabei dormindo com o Nicolas, mas não me arrependo. Foi uma última vez de fato. Tomei um banho, vesti uma roupa minha que já estava em sua casa e juntei todas as outras coisas minhas que ainda estavam lá. Ele se prontificou a me levar até a casa do Ricardo e eu aceitei de bom grado.
Nunca tinha visto o Nicolas como um amigo, mas tudo tem sua primeira vez não é? E agora estava eu a caminho da minha nova casa, talvez? Com o meu ex namorado e agora amigo me levando até lá. O caminho até lá não foi constrangedor como eu imaginei, até que foi bem divertido. Parece que isso vai funcionar.
— Obrigada, pela carona. — Disse tirando o cinto -
— Sempre que precisar. — Disse e sorriu sem mostrar os dentes. Abri a porta do carro para sair, mas parei quando ele me chamou -
— O que foi? — Perguntei quando não disse nada -
— É só.... — Disse desviando o olhar — Não é nada — Coçou a nuca e sorriu forçado — Se precisar eu estou aqui. — Disse pegando na minha mão e sorrindo -
— Eu vou me lembrar disso — Disse sorrindo e sai do carro — Vai com cuidado — Disse do lado de fora e ele acenou com a cabeça e foi embora. -
A casa era realmente grande, eu estava cada vez mais confusa com o que aquilo tudo significava. Querendo ou não minha mãe vai ter que me dá respostas.
Fui levada até onde eles estavam por um simpático senhor ao qual eu me apresentei antes de entrar.
— Obrigada. — Disse e ele acenou com a cabeça -
— Vou ligar para ela. — Ouvi a voz da minha mãe antes de entrar no local -
— Não precisa. Já estou aqui! — Disse entrando e todos olharam para mim. Minha mãe estava belíssima como sempre, parecia até a dona da casa. Ao seu lado estava o Ricardo simpático como eu me lembrava e a frente dele uma jovem que eu julgava ser sua filha, da qual ele falou quando jantou lá em casa. A encarei analisando - a de cima a baixo e ela fez o mesmo comigo e então eu a reconheci, era a garota descontrolada da cafeteira que me deu um banho de café. - Mas só pode ser brincadeira. - disse em minha cabeça -
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro