CAP 43
Marina Bittencourt
1 mês depois
Durante esse mês que se passou muitas coisas aconteceram.
A minha mãe já estava em casa, bem recuperada do que aconteceu. O Ricardo ofereceu a casa dos Ferri para ela voltar, mas ela se recusou, mesmo ele tendo insistido bastante, já que a casa era mais dela do que dele — Palavras dele —
A verdade é que ela ainda não estava pronta pra aceitar os Ferri como uma família e eu fiquei ao seu lado na decisão, apesar de que eu teria amado voltar a morar com a Cecília.
Felizmente minha mãe ficou livre de qualquer problema pela morte do Jonas já que ela fez em pró de salvar a minha vida e a dela. Já a Amanda não teve tanta sorte.
Ela me disse ter se arrependido, mas eu não consigo confiar nela. E é melhor assim, estou muito bem onde estou e com a minha única e verdadeira mãe.
— Que bom que ainda está em casa — Sou surpreendida pela voz da minha mãe
— Um segundo a mais e você não me encontrava mais em casa — Voltei a fechar a porta que eu tinha acabado de abrir
— E aonde vai? — Inclinei a cabeça para o lado
— Se esqueceu que vou conhecer a mãe da Cecília hoje? — E eu estava extremamente nervosa, não consegui parar de pensar nisso desde ontem. Quando a mãe da Cecília chegou.
O semblante da minha mãe ficou sério.
O que estranhei já que ela e a Cecília estavam se dando muito bem ultimamente.
— Posso falar com você um minutinho? — Ela caminhou na direção da sala antes que eu pudesse responder qualquer coisa.
— O que aconteceu? — Parei na sua frente quando ela se sentou no sofá.
Ela olhou para o espaço vazio ao seu lado, silenciosamente dizendo para que eu me sentasse.
— Eu estive pensando muito desde que voltei pra casa... E cheguei a uma decisão. — Era um fato pra mim que minha mãe estava diferente, mas não pensei que algo estava incomodando ela, achei que estivesse tudo na mais perfeita ordem — Decidi que não quero mais morar aqui, mas dessa vez não vou arrastar você comigo como da última vez — Sorriu segurando minhas mãos — Estou aprendendo a deixar você ser livre, mas estaria mentindo se dissesse que não quero que venha comigo — Prosseguiu quando viu que eu não diria nada ainda — Você vai terminar a escola em pouco mais de 2 meses e se sua decisão for de ficar — Fez uma pausa — Eu vou entender, mas... Se por um acaso você quiser vir comigo, vou esperar por você.
E o dia mais nervoso da minha vida, acabou de piorar cem vezes mais. Eu não queria simplesmente ir, mas também não queria deixar que ela fosse sozinha.
Eu tinha plena consciência de que um dia eu teria que viver minha própria vida, só não tinha certeza se o momento era agora.
— Eu vou com você mãe — Sorri e ela não conteve sua felicidade.
— Você não precisa decidir agora e muito menos fazer isso só por minha causa...
— Eu sei. Vejo que você realmente mudou, dona Lívia — Ela revirou os olhos
— Estou aprendendo — Riu e terminamos aquela conversa com um abraço.
*
Agora eu estava mais de meia hora atrasada para conhecer minha sogra. Que bela impressão ela vai ter de mim.
E eu ainda nem sei como vou contar pra Cecília sobre essa mudança, mesmo a conhecendo não tenho idéia de como ela vai reagir, as vezes ela é tão imprevisível.
— Primeiro iria vir a bronca, mas você está tão linda — A voz da Cecília me tirou dos meus pensamentos.
Ela veio até mim e segurou minha mão fazendo eu dar uma voltinha. Meu vestido azul turquesa redopiou junto ao giro.
— Desculpa? — Sorri sem jeito
— O que a Lívia aprontou agora? — Ela juntou nossas mãos e começamos a caminhar.
Cecília veio me buscar em casa depois do meu atraso, segundo ela seria melhor caso minha mãe voltasse aos velhos hábitos.
— Podemos falar sobre isso depois? — Não queria ter que mentir pra ela e nem estragar a tarde que ainda iríamos ter.
— Foi tão sério? — Ela parou de caminhar
— Prometo que vou te contar, mas eu quero ir antes que a sua mãe pense que eu costumo dar bolo nas minhas sogras — Ela riu e depois voltou a me encarar séria
— Sogras? — Franziu as sobrancelhas
— Sogra — Corrigi lhe dando um selinho rápido.
— A minha mãe adorou o James — Cecília puxou o assunto enquanto andávamos em direção ao restaurante que não ficava muito longe da minha casa — Ele não aguentava mais ficar no hospital e a gente não aguenta mais ele não aguentando o hospital — Rimos.
Depois do que o pai da Hannah fez, o James passou o último mês no hospital para poder se recuperar.
Foi tudo tão assustador. Quando chegamos ao porão da casa de campo da família da Hannah e encontramos o James desacordado e sangue por perto pensamos o pior, mas nada ruim além do que já tinha acontecido, aconteceu.
O Edgar ficou ferido, mas vivo. Ao menos ele não está livre, felizmente ele vai pagar pelo tormento que causou.
Só espero que não tenhamos problemas pela frente. Pelo menos por enquanto.
— Na verdade ela gostou de todo mundo, só faltou você lá — sorriu — Mas gosto do fato de que ela vai poder finalmente te conhecer.
Todos foram ao hospital depois da escola buscar o James ontem. Infelizmente eu tive uma enxaqueca terrível e não pude ir.
— Acha que ela vai gostar de mim? —
Eu não queria admitir, mas estava insegura. Ela parou e segurou meu rosto em suas mãos.
Estávamos a poucos passos do restaurante.
— Ela vai adorar você. Eu adoro você. Você é o amor da minha vida e me faz feliz, acho que isso é o suficiente pra ela — Deixou um beijo na minha testa e entrelaçou nossas mãos.
Aquelas palavras me tiraram um peso das costas. Ao mesmo tempo que me deixou destroçada ao imaginar que a reação dela sobre a minha decisão de ir embora com a minha mãe poderia quebrar seu coração.
Quando chegamos ao restaurante a mãe da Cecília já estava nos esperando. Ela sorria gentilmente e tinha um brilho nos olhos ao olhar pra Cecília.
— Achei que tivessem se perdido no caminho — Ela falou bem humorada
— Te fizemos esperar muito? — Cecília perguntou
— Quase 1 hora — A encarei surpresa e ela sorriu — Estou brincando.
— Então mãe, essa é a Marina — Cecília me apresentou. Helena se levantou e se aproximou de mim
— Então você é a famosa Marina — Ela falou séria e nesse momento pensei que pudesse desmaiar a qualquer minuto — Estou muito feliz em conhecer você — Ela sorriu e me abraçou.
Fui pega de surpresa, mas retribuí o abraço assim que assimilei o que estava acontecendo. Cecília me lançou um sorriso confiante, ela estava mesmo muito feliz.
Passamos todo o almoço nos conhecendo, Helena era muito simpática e não me deixava ficar sem jeito em momento algum.
Confesso que estava receosa de que ela acabasse não gostando de mim, mas felizmente isso não aconteceu.
— Será que eu estou convidada a me juntar pra sobremesa? — Uma ruiva falou parada ao lado da Helena. Cecília sorriu e foi direto abraçar a mulher.
— Não acredito — Ela disse quando se separaram do abraço — Mãe! Você não me contou nada — Ela disse incrédula.
— Queria fazer uma surpresa — A ruiva disse com sua voz carregada de sotaque. — Então você é a Marina? — Ela pegou minha mão fazendo com que eu levantasse — Formidable!
Antes que eu pudesse responder, ela me puxou pra um abraço.
— E Marina, essa é a Rose — Helena disse rindo
— É um prazer — Disse quando ela me soltou
— Sempre é — Ela disse convencida — Você, menina Cecília. É uma moça de muito bom gosto — Cecília balançou a cabeça — Na verdade, as duas são.
E assim passamos o resto da tarde, num clima muito agradável. Entre conversas e risadas. Foi realmente melhor do que eu tinha imaginado.
Helena e Rose já haviam ido embora quando Cecília resolveu me levar até em casa.
Entramos e estranhei a casa estar em completo silêncio. Não que a minha mãe fizesse muito barulho.
— Mãe? — Chamei para ter certeza.
— Hum... Onde será que a Lívia está a uma hora dessas? — Cecília me lançou um olhar malicioso.
— Para com isso — Lhe dei um tapa no braço — Não são nem 6PM — Ela envolveu o braço na minha cintura
— Tem razão, ela pode ter ido comprar café — Riu
Ficamos em silêncio por um segundo, talvez um minuto ou mais, mas era um silêncio confortável. Estávamos perdidas em um universo paralelo onde só existia apenas nós duas.
Ficamos nos encarando por um certo tempo, até que meus olhos migraram para seus lábios convidativos. Passamos o dia juntas, mas não sozinhas. O corpo estava sentindo falta da aproximação.
E sem esperar agarrei sua nuca e a puxei para um beijo que ela logo retribuiu. Parecia estar sentindo o mesmo que eu. Seu braço que estava em volta da minha cintura me puxou para mais perto, unindo nossos corpos.
— Sabe... — Cecília falou entre o beijo — Você nunca me mostrou sua casa — Me afastei um pouco, apenas o suficiente para encara - lá
— Mesmo? — Disse ofegante. Ela balançou a cabeça em sinal positivo — E qual cômodo você quer ver primeiro? — Mordi o lábio inferior
— A cozinha seria uma boa — A encarei confusa — Mas hoje eu estou mais interessada em ver a decoração do seu quarto — Sorri a puxando novamente para um beijo.
O caminho até meu quarto demorou mais que o previsto. Acabamos nos empolgando e não se desgrudando por um segundo.
O que acabou em alguns tropeções e quase quedas pelo caminho.
— Pensei que não chegaríamos vivas aqui — Cecília disse rindo enquanto eu fechava a porta. — Sabe — Ela me pressionou contra a porta — Tem uma coisa que eu nunca te disse — Beijou meu pescoço.
Uma de suas mãos se fecharam sobre minha coxa, apertando com força.
— O quê? — Disse quase em um sussurro.
— Amo seu cheiro — Segurou meus cabelos cheirando e com a outra mão me virou de frente pra ela — Amo seus olhos, seu sorriso — Sorri — Amo você — Deixou um beijo na minha testa antes de voltar a unir nossos lábios.
Me sentei na beirada da cama, abrindo o zíper da saia que a Cecília ainda usava. Ela passou as mãos pelas minhas pernas levando o vestido junto, me levantei um pouco pra que ele subisse por completo.
Uma de suas mãos parou no meu seio esquerdo me fazendo arfar em seu ouvido.
— Gosta quando faço isso? — Eu apenas murmurei assentindo com a cabeça
Levei minhas mãos até sua blusa social cheia de botões. Comecei tirando um, por um, mas parecia não acabar nunca.
— Malditos botões — Resmunguei, enquanto me atrapalhava pela milésima vez — Não gosto nem um pouco deles — Puxei de uma vez, fazendo os botões restantes se arrebentarem
— Eu gostava dessa blusa — Cecília falou puxando um punhado dos meus cabelos me fazendo levantar
— Acredite em mim — Falei com nossos rostos próximos — Você fica melhor sem.
A puxei para a cama fazendo com que ela caísse por cima de mim, senti sua mão passeando pelas minhas costas e logo abrindo o fecho do sutiã que eu usava. Enquanto uma mão acariciava um, a boca cuidava do outro.
Tentei a todo custo fazer o mínimo de barulho possível, mas acho que era impossível.
— Não se contenha amor, gosto do som que você faz — Cecília falou no meu ouvido. Passeando com os dedos entre os meus seios e minha barriga, me deixando ansiando pelo seu toque — Não quer que eu toque você? — Estava com os olhos fechados, mas sabia bem a cara que ela estava fazendo.
— Q-quero — Segurei sua mão a guiando até onde queria que ela fosse.
Prontamente ela sentiu o quão pronta eu estava para ela. Arfei quando ela passou os dedos pela minha intimidade os tirando logo em seguida.
— Você quer me torturar? — Minha voz estava carregada de tesão.
— Talvez — Ela sorriu sacana
— O que você quer? — A puxei para mais perto de mim — Quer que eu peça? Que implore?
— Quero que você não esconda o que te faço sentir quando toco em você — Sem ao menos esperar ela enfiou dois dedos em mim, me fazendo gemer alto em seu ouvido.
Os movimentos ficaram precisos e mais rápidos, seus lábios estavam unidos ao meus, enquanto minhas unhas eram cravadas em suas costas.
Eu sabia que não demoraria pra que chegasse ao ápice e ela também não. Assim ela levou a mão até a barra da minha calcinha, arrancando de uma vez.
Seus lábios se desgrudaram do meu e fazendo uma trilha de beijos até chegar na minha intimidade onde abocanhou com vontade.
Agarrei seus cabelos quando ela passou a língua pelo meu clitóris, automaticamente comecei a mover os quadris aprofundando o contato. Senti quando ela introduziu dois dedos em mim com movimentos parecidos.
Sabia que não demoraria muito. Entrelacei sua mão livre com a minha, quando meu corpo entrou em combustão.
Logo estávamos deitadas, nos acariciando. Estávamos aproveitando a presença uma da outra.
Cecília ficou por cima de mim enquanto beijava cada parte do meu corpo até chegar aos meus lábios, onde parou e encarou meus olhos.
Não era preciso dizer nada em voz alta que já não estivéssemos dizendo com o olhar.
Dizendo o quanto nos amávamos e o quanto éramos gratas por termos uma a outra em nossas vidas.
Beijei seus lábios e ela apoiou a cabeça em meu peito. Comecei a acariciar seus cabelos, abraçando seu corpo com a mão livre.
Eu sabia que mesmo que não fôssemos uma da outra o resto da vida, sempre seríamos o amor da vida da outra pro resto da vida.
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