CAP 41
Maria C.M. Ferri
— O que está acontecendo ultimamente? Todo mundo fica sendo sequestrado, o que é isso? — Exclamei nervosa, indo até o sofá
— Sequestrado? — Marina falou sem entender
— Todo mundo? — Hannah se separou da amiga.
Então contamos — Mais a Marina do que eu — Sobre tudo que aconteceu no último final de semana.
As vezes eu tinha a impressão de que isso aconteceu há meses atrás e que ainda estávamos vivendo os efeitos colaterais, mas tudo era tão recente que assustava.
E agora o James que foi sequestrado pelo pai da Hannah. Segundo a mensagem a única pessoa que teria algo contra o James era ele.
Não disse pra Hannah, mas eu tinha um pressentimento sobre isso. E não era bom.
— E se ele fizer algo com o James? — Hannah falou preocupada
— Eu não duvido — Ambas me encaram, Marina com cara de poucos amigos e Hannah ainda mais desesperada — Então é bom a gente pensar e encontrar o meu amigo logo. Eu sou muito nova pra perder minha juventude na prisão — Me levantei — Sinto muito Hannah, mas se o seu pai fizer algo com o James, eu mesma vou ter que me livrar dele.
— A Cecília não está falando sério — Minha namorada falou desacreditada — Está?
— Mas é claro. Não sou mulher de conversa fiada — Ambas me observam enquanto eu andava pela sala — Deixa eu ler essa mensagem de novo — Balancei a mão e ela me entregou o celular
"Eu avisei uma vez e seu namoradinho não quis me ouvir. Não sou homem de segunda chances. Se quiser vê - lo de novo, terá que encontra - ló. Não demore, também sou um homem pouco paciente"
— Desgraçado! — Murmurei
— Cecília! — Marina me reprendeu
— O quê? Fazem três dias que o James está sumido e ele só manda essa mensagem agora? Vocês não estão preocupadas com o que pode acontecer? Sinto muito Hannah, mas eu não confio no seu pai — Voltei minha atenção para ela — Você melhor do que nós duas o conhece.
— Você está tão preocupada que parece até que você é a namorada do James e não a Hannah — Marina falou brava.
Eu diria até, com ciúmes.
— Eu estou preocupada porquê ele é meu amigo — Me ajoelhei próxima a ela que estava sentada no sofá — Não pense que eu não fiquei quando você também foi — Ela descruzou os braços e me encarou — Eu queria ter... — Minha visão embaçou ao me lembrar daquele momento terrível — Queria ter ido junto com a Lívia ajudar você, mas ela não deixou e obviamente eu não fui só por isso — Segurei suas mãos — Eu não fui porque eu tive medo de por você em risco. Olha só o que aconteceu com a Lívia — balancei a cabeça — Ela está bem, mas poderia ter sido você — Grossas lágrimas banhavam meu rosto.
Ela me puxou para um abraço e ficamos ali, apenas eu e ela por um instante.
Pouco tempo depois fomos todas pra casa da Hannah, tínhamos que encontrar alguma pista que fosse útil que nos levasse até o James.
Quando chegamos alguém estava saindo. Muito contente por minha breve observação.
— Valentina? O que faz aqui? — Hannah perguntou
— E que sorriso é esse? — Foi minha vez.
Valentina encarou a nós três e recolheu o sorriso antes de responder
— Vim apenas visitar a Hannah, mas ela não estava — Obviamente, ela estava mentindo.
— Isso não responde a minha pergunta — Falei
— Valentina, você esqueceu... — Nesse momento o Oliver vinha com a bolsa da Valentina nas mãos.
— Então essa é a minha resposta — Disse negando com a cabeça — Você ainda está aqui? E eu pensando que você já tinha ido embora — Marina me bateu de leve — O quê?
— Sim, ainda estou aqui — Ele sorriu
— E com a Valentina — Eu disse
— O que estavam fazendo? — Hannah perguntou desconfiada.
Se o momento não fosse tão crítico, eu com certeza estaria tirando minhas próprias conclusões, mas tinhamos algo mais importante a fazer.
— Isso pode esperar, Hannah! — Balancei as mãos impaciente. — Temos que encontar o James.
— O que aconteceu? — Valentina e Oliver falaram juntos.
Contamos tudo o que já sabíamos e eu já estava ficando impaciente sem saber o que fazer.
— Ele é um imbecil! — Esbravejei — Como ele quer que a gente encontre o James? Com uma bola de cristal?
— Ele não quer que a gente encontre e sim a Hannah — Oliver disse e eu revirei os olhos
— Não parece que a Hannah está fazendo um bom trabalho — Resmunguei
— Cecília! — Marina chamou minha atenção
— Estou mentindo? — Ela se levantou e pegou minha mão, indicando que queria conversar comigo a sós.
— Por que está agindo assim com a Hannah? — Perguntou quando nos afastamos
— Você não percebe que o pai dela é louco? Além do mais se ele fizer qualquer coisa com o James quem você acha que vai culpa - ló? Isso mesmo, ninguém.
— Cecília...
— Faz três dias que o James sumiu e eu não vi nenhum dos pais dele procurando saber por onde ele está — Soltei o ar — Seja o que for que aconteça na família do James... Ele não está sozinho, ele tem a mim e eu não vou deixar que a Hannah fiquei de braços cruzados sendo que ela é a "única" que pode encontrar ele.
— Você acha que é culpa da Hannah? — Eu não ia dizer, mas parecia que a Marina leu meus pensamentos.
— Se o James não tivesse se apaixonado por ela, nada disso estaria acontecendo.
— Isso não me parece ser culpa da Hannah. Nem nada do que está acontecendo. Você só está frustrada e precisa encontrar alguém para por a culpa — Ela segurou minhas mãos — Mas não a coloque nas costas da Hannah, ela está tão ou mais desesperada que você. Acontece que ela apenas demonstra de uma maneira diferente — Relutante, assenti
— Está bem. Prometo não falar mais nada que dê a entender isso — Voltamos para onde todos estavam.
— O que ela está fazendo? — Marina perguntou quando viu Hannah ao telefone
— Acho que encontramos o James — Valentina deu um leve sorriso
— E o que estamos esperando? — Falei animada
— Não podemos aparecer de surpresa — Oliver disse
— Claro que podemos e vamos com a polícia dessa vez — Cruzei os braços
— E você acha que a polícia vai acreditar em alguma coisa que um de nós disser? Vão nos chamar de crianças desocupadas — Ele voltou a falar
— Vou fazer o que você quer — Hannah disse ao telefone — Mas antes quero ver o James — Pausa — Sei bem onde você está pai — Outra pausa — Se ele tiver um arranhão, então não temos acordo.
— O que ela está fazendo? — sussurrei
— Shh — um coro me calou e eu revirei os olhos
— Vou trazer o James de volta — Hannah disse ao sair do telefone
— Ótimo, vamos logo! — Ela negou com a cabeça
— Eu vou sozinha —
— Não vai não — Falei antes de pensar — E se acontecer alguma coisa com você, com vocês dois, como vamos saber? Nós vamos também — Fui firme
— De jeito nenhum.
— Isso não é discutível Hannah — Eu não estava disposta a ceder
— E se formos... — Marina interviu antes que começaremos a discutir — E ficarmos do lado de fora, esperando — Me encarou.
Eu poderia dizer que concordava e depois simplesmente fazer o que bem quisesse.
— Está bem — Todos me olharam desconfiados.
Parece que eles me conhecem mais do que eu imaginava.
— Mas se eu ouvir qualquer barulho, um grito, o que for. Não vou pedir permissão pra entrar — Fingi não notar o olhar de desconfiança.
Assim, fomos os cinco jovens despreparados, resgatar nosso amigo das mãos do cara sem escrúpulos.
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