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CAP 33

Maria C.M. Ferri


Nunca pensei que pudesse tanto gostar de alguém do mesmo jeito que gosto da Marina.

Não nos apaixonamos á primeira vista, mas foi acontecendo e com toda certeza foi a melhor coisa que me aconteceu.

Fico pensando que se eu não tivesse decidido — Por puro impulso — vir morar com o meu pai eu nunca teria conhecido ela. Ou talvez sim, as vezes tem coisas que não podemos evitar, elas vão acontecer não importa como e nem quando.

— Você está me ouvindo? — Escuto a voz da Marina e volto a realidade, onde eu alisava seus cabelos.

— Estava pensando — Digo e ela se acomoda mais no meio das minhas pernas, encostando a cabeça no meu ombro.

— Em quê? — Pergunta curiosa

— Em como sou sortuda por ter você — Dou um sorriso, lhe roubando um selinho

— Então somos duas — Ela diz, agora se sentando de frente pra mim. Seu semblante muda.

— O que foi? — Ela respira fundo antes de começar a falar

— Tenho que te contar uma coisa que aconteceu quando você estava fora — Assenti pra que ela continuasse — Os nossos pais brigaram — Franzi as sobrancelhas, confusa — Quer dizer, eu ouvi eles discutindo, mas não sei sobre o motivo.

— Que estranho, eles pareciam tão bem — Ela assentiu — Perguntou pra Lívia o que...

— Você acha que ela me disse? Como sempre ela agiu como se soubesse tudo —

— Claro... Não se preocupe, eles vão se resolver — A puxei para perto — Todos tem brigas

— Estou surpresa de você não estar feliz — Franzi as sobrancelhas sem entender — Não faz muito tempo que você  queria a minha mãe fora daqui  — Esclareceu

— Ah... — Murmurei — As coisas mudam — Dei de ombros — Mas alguma coisa que queira me contar? — Perguntei quando ela mordeu o lábio inferior desviando o olhar

— Chamei a Hannah pra dormir aqui — Sorriu sem mostrar os dentes

— Por que? — Não queria ter que dividir ela com a amiga. Não hoje.

E então ela me contou sobre os acontecimentos dos dias em que fiquei fora e eu ouvia tudo atentamente.

— Ela deve estar arrasada com tudo isso — Concluí — E o James? Você conversou com ele? — Ela negou — Por que não? —

— Ele mal fica por perto quando a Hannah está, não sabia como falar com ele — Disse

— Ele deve estar péssimo. Acho que ele nunca se apaixonou na vida e resolveu se apaixonar logo pela Hannah — Recebi um olhar nada amigável — Calma, não estou falando mal dela — Me defendi — Só estou dizendo que... Ela é bem complicada.

— Sei... — Murmurou desconfiada.

*

Já era bem tarde quando meu pai finalmente chegou em casa. Eu estava no escritório quando ouvi ele chegar. Depois de tentar assistir TV, mas sem susseso, pois nada conseguia prender minha atenção.

— Se esqueceu que eu voltava hoje? — Disse quando ele entrou sem ao menos me notar. Um largo sorriso surgiu em seu rosto ao me ver.

— Eu estava com muitas saudades — Caminhou na minha direção me abraçando forte

— Eu também pai — Aproveitei o abraço

— Me desculpe — Ele disse me soltando — Mas o que está fazendo acordada até essa hora? Já está tarde — Se sentou no sofá e eu o acompanhei

— Eu sei, mas não consegui dormir com você fora de casa e sem dar notícias — Ele negou com a cabeça

— Me desculpe, eu só....

— Está evitando a Lívia? — Sugeri — Ela mal me olhou quando chegou. Não que eu me importe — Me apressei em dizer — Mas eu a observei, ela parecia triste. Igual a você — Ele fixou o olhar no meu

— A-acho que vamos nos separar — Seus olhos marejaram

— Por que? — Segurei sua mão.

Eu não era fã número um da Lívia, mas estranhamente ela fazia meu pai feliz, então porquê não dar uma chance?

— Opiniões diferentes — Riu sem humor

— É... Por causa de mim e da Marina? — Ele não respondeu — Eu vou falar com ela — Ele negou com a cabeça — Não acredito que a Lívia seja tão imatura ao ponto de deixar você por uma coisa dessas — Eu não podia acreditar

— Não é só por isso. Mas agradeço sua intenção — Ele segurou minha mão — Mas acho que não é pra ser

— Mas você gosta dela — Protestei

— Mas nem sempre podemos estar com quem gostamos — Forçou um sorriso — As vezes a melhor decisão a se tomar é... deixar ir — Neguei com a cabeça

Não! Me recuso a pensar assim. Se você ama alguém, deve sim lutar, não importa o que custe.

*

Eu nunca fui fã de dividir a cama, mas depois de dormir agarradinha com a Marina pela primeira vez, isso mudou.

Sentir o cheiro doce dela, o calor do seu corpo assim que desperto de uma boa noite de sono é a melhor coisa do meu dia.

Abro os olhos devagar por conta da claridade do quarto. Ela deve ter esquecido de fechar as cortinas ontem depois de conversar com a Hannah.

Aperto mais meu braço em volta da sua cintura e deixo um beijo em seu pescoço exposto. Ela ainda dorme feito um bebê.

— Que fofo — Ouço a voz da Hannah e levo a mão até a boca

— Porra! Que susto — Digo baixo me sentando na cama. Ela ri — O que faz aí? — A observo sentada em uma cadeira

— Acordei antes do despertador e me perdi observando vocês dormindo, umas fofas — Ela se levantou

— Isso foi bem estranho — Disse pondo os pés pra fora da cama — Vou tomar banho e me arrumar pra escola. Se precisar de alguma coisa é só gritar — Ela assentiu

*

O caminho até a escola foi meio silencioso, a Hannah não estava muito em clima pra conversa e a Marina com um pouco de dor de cabeça.

Disse pra ela ficar em casa, mas ela insistiu em vir por causa do teste de matemática. Tal teste que eu nem me lembrava que teríamos, mas eu estava tranquila. Matemática sempre foi uma das minhas melhores matérias.

Quando chegamos Valentina e Liam já estavam no pátio. Nos juntamos a eles.

— Eu estava com saudades — Valentina me abraçou e eu retribuí

— Eu também — Disse ainda no abraço e em seguida abraçando o Liam — Mas que ótimos amigos vocês são, nem foram me ver — Fiz bico

— Deixa de drama — Liam bateu no meu braço — Pensei que quisesse o dia pra aproveitar a namorada — Piscou pra mim

— Nem te conto, nem te conto — Disse me lembrando do incoveniente com o Nicolas

— Pode contar, sou todo ouvidos — Respondeu curioso — E aliás, como foi a viagem? — Mudou de assunto. Estava prestes a responder quando vi o James passar, ele olhou pra mim e sorriu, mas continuou seguindo em frente

— Sério que ele não vai ver até aqui? — Resmunguei

— Por minha culpa — Hannah se pronunciou sem ânimo

— Vou falar com ele — Toquei em seu ombro — Isso é besteira — Sorri de lado pra Marina e ela assentiu de leve

— Sabe que não precisa ficar pra esse teste não é? Você é uma boa aluna, ele vai deixar você fazer outro dia — Ela negou com a cabeça

— Eu estou bem — Mentira — Vá falar com o James, logo as aulas vão começar — Ela fez um movimento com a mão para que eu fosse. Peguei a mesma e deixei um beijo

— Você quem manda — Pisquei para ela, sorrindo

— Ah, se não for assim eu nem quero — Valentina disse rindo junto com os outros, me fazendo rir também. Neguei com a cabeça e fui atrás do James.

— Por que está aqui sozinho? — Perguntei ao me aproximar dele e ele levantou a cabeça e me encarou com um meio sorriso

— Só estava pensando — Abriu espaço no banco para que eu me sentasse ao seu lado

— Quando você vai deixar isso de lado e conversar com a Hannah — Ele abriu e fechou a boca sem dizer nada, abaixando a cabeça — Sei que está sofrendo — Continuei — Ela também está. E vocês são dois idiotas — Ele riu — Nunca pensei que viveria o suficiente pra te ver apaixonado

— Para com isso — Bateu seu ombro contra o meu

— Levanta logo essa bunda daí e vem ficar com a gente. Somos um grupo — Me levantei estendendo a mão para ele — Anda logo — Agarrei sua mão

— Você voltou muito mandona — Resmungou quando o puxei e começamos a andar

— Se acostume — Ri

*

Felizmente tudo parecia estar se resolvendo. James e Hannah voltaram ao menos a se falar, já era um começo. As aulas estavam tranquilas, acho que me saí bem no teste de matemática, pelo menos assim eu espero.

Fazia algum tempo que estávamos no intervalo, eu estava saindo do banheiro e indo pro refeitório encontrar com o pessoal, mas uma cena me fez dar meia volta.

— Tem algum problema aqui? — Foi a primeira coisa que disse quando cheguei próxima da Marina e ela estava com o Sebastian. Na verdade parecia estar contra vontade.

Nunca gostei dele, sempre tive um mal pressentimento. E a Marina sempre fica desconfortável quando ele está por perto.

— Parece ter algum problema? — Ele se aproximou de mim, tentando me intimidar.

— Tem? — Perguntei pra Marina

— N- Não — Ela disse.
Parecia que ela ia ter um treco e desmaiar a qualquer momento.

— Você está bem? — Pressionei a mão contra sua testa. O jeito dela estava me assustando. Ela assentiu levemente, me puxando para irmos embora

— Estávamos relembrando nosso beijo — Travei ao ouvir aquilo. Olhei para ele — Ela não te contou? — Riu — Já faz algum tempo, mas duvido que ela tenha esquecido, eu não esqueci.

Minha respiração estava entrecortada, meus punhos cerrados. Eu estava com tanta raiva, tudo nele me fazia trazer um lado descontrolado a tona.

Eu sabia que era mentira, ela nunca faria isso comigo. Sei disso.

Senti minhas pernas se moverem, era puro impulso. Eu estava cansada dele, dessas conversas incovenientes e do desconforto que sua presença causava.

Quando dei por mim já estava próxima dele, o suficiente para um soco.

O primeiro foi como um alívio, mas não era o suficiente. Ele estava surpreso com minha ação, eu também estava. Mais alguns socos foram deferidos até que ele caiu no chão. Ele estar surpreso me ajudou bastante e a adrenalina do meu corpo, nem se fala.

Eu me sentia outra pessoa, conseguia ouvir os murmuros das pessoas em volta, a voz da Marina pedindo pra que eu parasse, mas não era como se eu pudesse ouvir. Eu sabia que devia parar, mas não conseguia. Talvez eu não quisesse.

Senti que eu voltava a mim, quando alguém me agarrou pela cintura, me tirando de cima do Sebastian. Ele estava com o rosto sangrando e se contorcendo de dor no chão.

Eu estava respirando ofegante. Empurrei quem quer que me segurava e meu olhar recaiu sobre a Marina. Ela estava assustada, era como se não me reconhecesse. Bem, eu não me reconhecia, isso nunca tinha acontecido.

Dei dois passos para me aproximar dela, mas ela se afastou. Tão surpresa quanto eu pela ação, ela parecia confusa... talvez, com medo?

Com medo de mim...

*

Eu estava na diretoria prestes a receber minha sentença. Meu pai foi notificado e estava esperando que ele chegasse, provavelmente eu levaria uma suspensão. Não acho que seria expulsa, foi a primeira vez que isso aconteceu. Isso deveria valer de algo.

Eu estava realmente nervosa. Depois que a adrenalina passou, tudo parecia precipitado demais, eu estava fora de mim, isso era óbvio, mas porquê?

— O que aconteceu? Você está bem? — Meu pai perguntou nervoso, assim que me viu, eu assenti — E a sua mão, o que houve? — Olhei para elas pela primeira vez depois da briga, estavam manchadas de sangue. Só não sei se algum ali era meu.

O diretor apareceu e nos "convidou" a entrar na sala dele.
Depois de um sermão e de eu contar o meu lado da história, que foi basicamente "ele mereceu" recebi minha sentença.

— Duas semanas suspensa — Meu pai disse ainda sem acreditar — O que aconteceu? — Paramos de caminhar

— Já disse que ele mereceu — Disse apenas — Sabe que eu não faria algo assim se não houvesse um motivo — Voltamos a caminhar

— Da próxima vez, tente resolver com uma conversa, não mandando alguém pra enfermaria — Aconselhou, eu preferi levar assim, e não como um sermão.

— Prometo — Forcei um sorriso — Posso ir pegar minhas coisas? — Ele assentiu

— Vou te esperar no carro e te levo pra casa — Assenti e ele foi em direção a saída, enquanto eu fui para a sala onde estavam minhas coisas.

Por sorte o professor ainda não tinha chegado na sala, o sinal bateu a pouco tempo. Mas por azar, todos me olhavam quando entrei na sala, meu amigos se aproximaram.

— Você está bem? — Valentina perguntou preocupada

— Eu estou bem — Guardei o caderno na mochila e coloquei a mesma nas costas — Explico tudo pra vocês depois, pode ser? Meu pai está me esperando lá fora — Eles assentiram — Você está bem? — Me dirigi a Marina — Ela assentiu sem me encarar — Certo — Murmurei saindo da sala, chateada.

— Você não deveria ter feito aquilo — Parei no corredor quando ouvi a voz dela

— Acha que eu não sei? — Me aproximei — Não arquitetei tudo se é o que pensa, nunca fiz isso na vida — Encarei o chão. Ela se aproximou, levantando meu queixo para que eu a encarasse

— O que ele disse... — Neguei com a cabeça

— Não quero saber, sei que é mentira — Ela abaixou o olhar — É mentira, não é? — Era óbvio que não.

— Foi na festa que fomos na casa dele — Eu a encarava horrorizada, ela não faria isso comigo. Eu repetia pra mim mesma — Ele me pegou de surpresa, eu... — Ela começou a chorar — O Liam me ajudou quando... ele veio pra cima de mim — Me encarou.

A puxei para um abraço. Eu nem podia imaginar o que aconteceu e o que teria acontecido se o Liam não tivesse chegado lá.

— Por que não me contou? — Perguntei ainda com ela em meus braços

— Não sabia como — Alisei seus cabelos

— Está tudo bem agora — Beijei o topo de sua cabeça — Se eu soubesse teria mandado ele pro hospital — Disse com raiva

— Nem brinca com isso — Ela se afastou quando meu celular tocou

— Tenho que ir — Mostrei pra ela o visor aceso com o nome do meu pai na tela — Te vejo em casa? — Ela assentiu. Me aproximei deixando um beijo em sua testa — Vai ficar tudo bem — Sussurrei

*

Passei o resto do dia trancada no quarto, eu não estava de castigo. Mas achei melhor ficar sozinha.

As vezes ouvia o som de saltos apressados pelo corredor, só podia ser a Lívia. Com certeza eu deveria falar com ela, mas não sabia ao certo como começar uma conversa com ela.

Em alguns minutos o pessoal sairia da escola e como eu não estava fazendo nada, pensei em ir buscar a Marina.

Mandei uma mensagem pra ela, pedindo que me esperasse caso ela saísse antes que eu chegasse e assim eu saí de casa.

Ir pra escola a pé não foi uma boa idéia, acabei demorando mais do que pensei.

A frente da escola estava pouco movimentada, então não foi difícil achar minha namorada. O problema foi ela estar acompanhada.

Me aproximei e sorri para ela.
Ela estava no que parecia uma conversa animada com uma mulher mais velha, ela não era idosa, mas não parecia tão jovem.

Algo no olhar dela fez meu corpo todinho se arrepiar, tentei disfarçar o desconforto.

— Podemos ir? — Falei com a Marina e a mulher me lançou um olhar, como se pudesse me transformar em cinzas com ele

— Claro, só estava informando as horas pra ela — Apontou pra mulher sinistra

— E ela, quem é? — Sua voz era rouca

— Não importa, a senhora já não sabe as horas? Ou está interessada em mais alguma coisa? — Respondi. Eu sei, fui grossa, mas meu sexto sentido raramente está errado, eu só queria ir embora.

— Cecília — Marina me repreendeu

— Vamos logo? — ignorei. Ela se despediu da mulher e fomos embora.

E mesmo de costas eu podia jurar que o olhar daquela mulher estava sobre mim.

*

Na volta pra casa, viemos de Uber para ser mais rápido. Preferi não tocar em nenhum dos assuntos desagradáveis de hoje, eu só queria relaxar na minha cama, nos braços da minha namorada.

Paguei a corrida quando chegamos. Algo estava acontecendo. Uma movimentação intensa estava na frente de casa, homens carregando caixas, mas do quê?

Olhei para Marina e ela tinha a mesma expressão no rosto que a minha. Dúvida.

Entramos em casa e demos de cara com a Lívia.

— Que bom que chegou — Ela se dirigiu a Marina  — Tomei a liberdade de arrumar suas coisas

— Pra quê? — Marina perguntou confusa

— Vamos embora dessa casa — Fez uma pausa — Hoje — Disse decidida.

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