‹⟨ Episódio 8 ⟩›
SAARA OCIDENTAL
Quando chegamos no Saara, vamos até uma pista de decolagem de aviões com um grande galpão de ferro e torre de sinais ee rádio. Conseguimos roupas de civis para mim e Mera, afinal, não vou andar com partes de armadura em mim pra cima e pra baixo.
Pegamos carona num avião seguindo pelo vasto deserto, onde não há nada além de areia e dunas.
—aqui—entrego as moedas de pagamentos para o piloto—valeu pela carona.
O avião não é de levar passageiros, diria que é pra cargas. Há várias caixas e cargas embrulhadas, sem falar em animais em suas gaiolas. Mera olha curiosa para duas galinhas na gaiola ao seu lado, deve achar o bicho estranho.
—tudo bem aí?—me sento na caixa à sua frente. Nem bancos tem aqui. O olhar da garota ruiva observa o deserto do alto, tudo da superfície é novo pra ela.
—eu nunca estive tão alto assim... Nem tão longe de casa...—seus olhos se fecham brevemente.
—pelos menos cê tem uma casa—sorrio falando simples, mas ela me olha com aquele olhar de quando ela quer me chamar de burro.
—não tenho mais—arqueio as sombrancelhas—não posso voltar. Eu traí tudo quando salvei você naquela arena—ela suspira.
—mas... Você é esposa do rei e princesa, eles tem que te aceitar de volta—ela sorri consigo mesma olhando a vista pela janela.
—Atlântida é tudo, bela, linda, próspera, mas piedosa?—seu olhar volta para mim—não.
—mas você é da realeza.
—isso não impede nada. Se eu voltar agora, serei sacrificada ao Fosso... Nem meu pai iria me aceitar de volta—continua seu olhar para mim.
—que barra...—ponho os antebraços sobre a perna e joelho—mas olha pelo outro lado, agora não precisa casar com um babaca idiota genocida que não ama.
—meu compromisso não é amor, é com a minha família e meu povo. E eu dei as costas pra isso—com o olhar brilhando em lágrimas, ela volta à olhar a vista.
Inclino minhas costas para trás suspirando comigo mesmo, sem muito o que dizer.
—as vezes temos que fazer o que é certo, mesmo que nosso coração doa com isso...
À observo em silêncio, não posso imaginar o que ela sente, apenas ficar aqui ao seu lado.
POV Orm
Pelo holograma simulando o planeta, Murk analisa rastreando o sinal, observamos presentes na sala de comando da nossa nave.
—alteza! O rastro indica que a princesa Mera está aqui—ele gira o globo mostrando o ponto vermelho que pisca—no reino desertor—me aproximo junto de Nereus.
—ela não estava morta?—viro minha face para Nereus com sua pergunta.
—pelo jeito não.
—seu irmão está vivo também?
—não por muito tempo—Dou a volta no globo ficando na outro ponta, perto da janela que mostra a vista de nosso caminho pelos mares. Soldados reais ficam em suas posições de guarda, Vulko também está conosco.—capitão Murk, comande uma força de ataque imediatamente!
—NÃO!!—o grito de Nereus chama minha atenção—a Mera deve ser presa, e devolvida em segurança à mim!—Nereus fica de frente para mim ao lado holograma.
—ela traiu seu povo!
—ela é filha de Xebel! Se fizer algo à ela, nossa união acaba!—levanto o queixo diante de sua ameaça.
—alteza!—Vulko se manifesta se aproximando de nós—nós estamos entrando nas águas do reino dos pescadores. Assegurar a aliança com os outros dois reinos, devia ser nossa prioridade—ele ergue a mão apontando pela janela o caminho que seguimos. O encaro por um tempo, sem dar nenhuma resposta, analisando seu comportamento.
—meu conselheiro tem razão...—posso ver seus músculos relaxarem com a minha fala—como sempre—firmo mais a voz nessa última fala—prendam... E tragam de volta sã e salva a filha do rei Nereus—Murk obedecendo, se retira da sala. Por um momento, encaro Nereus que devolve o mesmo olhar, com a expressão seria e seu tridente em mãos.
Nado para trás virando meu corpo e ficando de frente para a vista na janela. Tudo brilha em suas cores roxas e verdes. Já ao longe, vejo o castelo do reino dos pescadores, onde, terei meu encontro com o rei deles.
POV Arthur
Antes de acordar, posso sentir eu mesmo roncar. Resolvi tirar um cochilo durante a viagem. Não é lá muito confortável dormir com a cabeça numa parede de ferro de um avião em movimento e sem cinto, mas dá pro gasto.
—é aqui—abro uma pequena fresta entre os olhos e vejo Mera com um GPS Atlanti nas mãos, com holograma 3D da área.
—e ae?! Já avistou alguma coisa?!—pergunto pro piloto. Ainda estou com preguiça para virar o rosto pra ele.
—nada! Só deserto!
—ele disse que não tem nada—falo para Mera—bora voltar pro cochilo.
—ele tá errado!—ela anda até a porta do avião e a abre.
—EI, EI, EI, PERA AÍ!!—sem dar ouvidos, ela pula do avião—ah, que ótimo—bato os braços nas laterais do meu corpo. Ela fez isso. Me levanto ficando no pé da porta a observando cair.
—ela pulou! E tava sem paraquedas!—o piloto exclama apavorado.
—ruivas! Como não amar?!—lanço um sinal de certinho com o dedo para ele. Salto do do avião me lançando pelo ar—UUUUUUUUHHHHUUUULLLLL!!!!
Fico logo atrás de Mera enquanto caímos em direção ao chão. O vento tem uma força descomunal sob nós. A ruiva é a primeira a cair com tudo no chão e rolar por ele.
—AHHHHH!!! DROGAAA!!!
Bato com tudo também causando um grande impacto, fazendo a areia voar pro lados. Me corpo rola e bate contra o chão várias vezes antes de finalmente parar. Mera levanta o tronco de seu corpo tossindo areia enquanto se limpa.
—hahahahh!—me levanto também, ficando sentado—isso... Isso foi loucura. Tu doida, né, mulher?—ainda rio da situação.
—ahá!—ela se levanta como se nada tivesse acontecido, com o GPS em mãos seguindo duna acima—por aqui.
POV David
EM ALGUM LUGAR NO OCEANO ÍNDICO
Me encontro sentado na areia da praia, sentindo a água molhando meus pés. Enquanto espero, fico afiando a adaga dada por meu pai. No início da lâmina, bem perto do cabo, está o desenho de uma arraia. Meu pai me contou a história sobre ela e isso, me trás lembranças...
Seguimos de volta para casa em nosso submarino, que é tecnologicamente avançado, ele possue uma forma semelhante à uma arraia sendo toda preta. Acabamos de assaltar um barco, por consequência, algumas vidas foram perdidas, mas não precisaria se não tentassem reagir. Nossa tripulação assume cada um seu posto dentro do veículo. Eu sou o líder daqui, meu pai passou a liderança para mim orgulhosamente.
—continue em frente. Hoje o dia foi produtivo, senhores, vamos voltar para casa—falo para todos e dando a ordem para o piloto do veículo.
Ando pelos corredores e acabo encontrando meu pai falando com um de nossos homens.
—ok, até—o homem de vai.
—hoje foi uma grande vitória para nós, meu pai—falo sorrindo com orgulho de nós.
—não! Essa vitória é sua, e só sua—seu dedo indicador direito é apontado para mim—você, meu filho, é o meu orgulho—suas palavras significam muito para mim—aqui—na lateral de seu traje, ele retira a sua adaga da bainha.
—ah, ela. Sua paixão, não é mesmo—ele cuida dessa adaga como fosse ouro.
—essa adaga, pertenceu ao seu avô—presto atenção—durante a segunda guerra, ele foi o primeiro nadador da marinha à dominar o mar, o mais rápido de todos, imbatível. Mas quando a guerra acabou, ele foi esquecido, largado. Não precisavam mais dele. Em vez de se contentar com todo o esquecimento, ele lutou para se manter. Assaltando os barcos orgulhosamente como pirata, ele criou uma lenda em seu nome... Se chamou de Arraia Negra—o orgulho de seu pai é nítido em suas palavras—ele me deu essa adaga quando eu tinha a sua idade—o objeto é posto em destaque nas suas mãos com os olhos marejados—e eu agora, à dou a você, meu filho—ele a estende para mim.
—ow, ow, ow, eu não posso aceitar, não é...
—mas vai. É sua agora—agarrando minhas mãos, ele entrega a adaga.
É como se eu segurasse algo de um valor imensurável, e realmente é... Para mim é.
—obrigado, pai... Obrigado—em seguida, lhe dou um abraço. Logo, desfazemos o ato, sua mão pousa em meu ombro com um sorriso.
—meu filho, você é o meu orgulho e o meu legado.
De repente algo parece bater contra o submarino e por consequência, nossos corpos batem nas paredes e caem no chão metálico.
—a-ah...!
—pai! Pai!—me levanto correndo até ele—você tá bem?!—pergunto preocupado.
—tô, tô, não se preocupe—o ajudo a levantar.
—batemos em algo?
—não... Alguma coisa bateu na gente.
—senhor!—me encaminho até a sala de comando.
—o que é?
—algo bateu contra nós, senhor—o comandante começa a olhar o sonar—parece... Um homem.
—o que...?
Mais um estrondo no submarino e dessa vez mais intenso. Parece que ele está sendo movido para superfície. Me agarro na parede para não ser jogado. Mais um estrondo e dessa vez, não consigo me segurar e caiu no chão.
—isso... Não é um homem!—começo a ranger os dentes.
Gritos e barulhos de tiros chegam até meus ouvido. Me encaminho na direção dos barulhos. Sigo até a sala dos torpedos de onde estão vindo os barulhos e gritos. Abro a porta de ferro com um corpo de nossos piratas sendo arremessado na parede. Ao olhar para frente, vejo o homem de cabelos compridos e tatuagens pelo corpo todo, veste somente uma calça e sapatos. Antes de costas, ele se vira me olhando pelo ombro.
—e aí? Desculpa não ter pedido permissão para subir abordo, mas vocês roubaram o dinheiro de pessoas de bem, que só tinham isso para sobreviver. Eu vim pegar de volta—o encaro mas ele está despreocupado.
—você vai ter que passar por mim—do meu pulso esquerdo, surge uma lâmina.
—tá bom.
Nos encaminhamos um contra o outro. Ataco com a lâmina com ele desviando, volto o ataque para acerta-lo mas sua mão segura meu braço. Da minha bainha, retiro minha espada e o ataco inutilmente com sua outra mão segurando meu punho. Com sua força, ele me abre os braços e chuta minhas costas. Meu corpo bate contra os torpedos e logo caiu no chão.
—eu esperei por isso à muito tempo—digo me apoiando em minha espada.
—eu te conheço?
—você é o Aquaman, eu sou um saqueador do mar. Era óbvio que uma hora iríamos nos encontrar—me levanto rápido e dou estocada com a lâmina em seu peito mas não faz nada. Ele sorri, e em seguida segurando a lâmina da espada, ele à quebra.
—só não pode virar hábito—recebo um chute que me arremessa para trás, comigo batendo as costas no chão e virando com o rosto no piso frio.
—aahrg!
Meu pai surge da porta com arma de artilharia pesada e dispara contra o inimigo e ele é arremessado contra os eletrônicos e caí no chão. Por um tempo, acho que conseguimos, mas logo ele levanta o rosto e fala somente uma única palavra:
—a-ai...—ele se levanta limpando o peito preto por causa do tiro. Começa a dar passos na direção de meu pai que entra em desespero para recarregar a arma.
O Aquaman retira um cano de ferro da lateral se onde fica os torpedos. Ele o segura como uma lança, com ponta afiada, nesse tempo, meu pai consegue recarregar e aponta para ele mas é atingido pelo cano no ombro. Ele é levado contra parede onde fica cravado.
—PAAAIII!!!
—pai?—o Aquaman passa por nós e segue até a porta para sair—ele é seu filho? Por que escolheram esse caminho?
—SEU DESGRAÇADO!!—meu pai atira na direção dele, mas o desgraçado desvia e o tiro quebra o casco do submarino que por consequência, água começa à entrar e a correnteza leva um torpedo que cai por cima das pernas dele—AAHHH!!
—PAIII!!—corro até ele, passando pela água que invade o local.
Me abaixo para tentar tirar o torpedo de cima dele mas é muito pesado para mim, não consigo tirar. A água invade sem trégua tomando o local.
—ME AJUDA! ME AJUDA A SALVAR ELE! VOCÊ NÃO É UM HERÓI?! ME AJUDA AQUI!—peço gritando, praticamente imploro.
—vocês mataram pessoas inocentes e roubaram deles, sem dó. Lidem com isso! Vou pegar o que vocês roubaram deles, e somente isso!—atravessando a porta, ele parte sem nos ajudar.
—NÃÃÃOOOO!!! SEU DESGRAÇADO!!—praguejo contra ele.
Volto a tentar tirar o objeto pesado de cima de meu pai, mas não tenho sucesso. A água já chega em nossos peitos.
—saí daqui! Você tem que viver pra matar aquele filho da puta!
—não, eu não vou te deixar! Não me peça para fazer isso!—exclamo fazendo toda a força possível para libertar meu pai, mas não consigo.
Me condeno por dentro por isso. Levanto meu rosto assim que meu pai tira um detonador na sua mão.
—não, não, não, não, não, não! Não faz isso!—faço mais força para tirá-lo dali.
—você vai sair daqui, agora—seu dedo aperta o botão vermelho e a contagem de 30 segundos começa.
Balanço a cabeça negativamente, não aceitando isso.
—VAI AGORA! SAÍ!
Com o seu grito, ando pela água saindo do local seguindo em frente indo até uma cápsula de fuga. Quando a abro, escuto o estrondo da explosão... Abaixo a cabeça fechando os olhos... Abro minha visão com o ódio me tomando. Meu único objetivo agora, é matar o Aquaman, eu vou acabar com ele. Adentro a cápsula que é lançada para longe pelas águas. Pelo vidro, vejo o submarino afundando nas profundezas. Não me seguro e deixo o choro rolar, ainda com meu pai em mente...
Com essa adaga que meu pai me deu, eu vou cravar no coração do Aquaman e a única visão que ele terá, será o meu rosto antes de morrer. Vindo das águas, os soldados de elite do Orm surgem carregando consigo uma grande caixa de metal Atlantis. Conheci os Atlantis algum tempo. Fui eu que dei a localização com os mísseis pra eles, e fui eu que roubei um submarino para eles usarem, para o Orm usar em seus planos. Me levando da areia olhando eles e guardando minha adaga. Um dos soldados da alguns 'clecks' em seu bracelete direito e a água começa a se movimentar como se tivesse vida. Ela se ergue revelando Orm em um holograma em minha frente.
—compartilho do seu ódio pelo meu irmão e entendo perfeitamente—o quê eu quero é somente uma coisa: vingança, não ligo para ouro, dinheiro ou qualquer outra coisa. Meu único objetivo de vida, é ter o coração do Aquaman empalado em minha lâmina—da última vez em que lutaram, você tinha armas da superfície, fracas, mas as nossas não são.
Passo pelo holograma indo até os soldados que abriram a caixa, revelando partes de armaduras de Atlântida. São todas da cores brancas e ficam envolvidas em águas fixadas. Pego uma das espadas e a manuseio vendo sua fluidez.
—é um protótipo de armadura para a próxima geração de soldados de Atlântida. Vingança é algo que entendemos. Terá meus melhores soldados como exército pessoal para caçar aquela aberração mestiça. Não posso tocar neles, mas você pode—observo os soldados presentes e logo volto minha visão para Orm—ele está no seu mundo. Mate ele e a mulher que está com ele e será recompensado.
—já é o suficiente matar ele—digo.
Me aproximo da caixa colocando a espada de volta em seu lugar. Avisto uma grande arma branca com detalhes em vermelho e na ponta, duas lentes vermelhas.
—as jóias da coroa—viro o objetivo o analisando—ainda é experimental. Converte água em jatos de plasmas energizados.
Um dos soldados dele se aproxima e deposita água num compartimento da arma. Ela reage com seus detalhes e lentes vermelhas brilhando. Sorrio e aponto para uma grande pedra na costa. Disparo contra, um lazer vermelho continuo é disparado e destrói completamente o alvo, explodindo tudo. Isso é maneiro. Observo a arma em minhas mãos. Isso vai servir. Vou fazer umas mudanças técnicas e visual, também mudarei a cor para preto...
[...]
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