‹⟨ Episódio 2 ⟩›
ANOS ATRÁS.
O mar está na sua pior noite. As águas se agitam em grandes ondas, é como se elas estivessem em fúria. A tempestade também ajuda nisso, trovões e raios percorrem o grande céu negro. A tábua da janela do meu farol está solta, então, me arrisco a prende-la para não ficar batendo contra a parede. Claro que não controlo as águas e não posso impedir de me molhar. Ouço um trovão e raio clareando as pedras na costa, acabo por avistar algo.
Foi o destino, que naquela noite... Uniu meus pais.
É uma mulher, vestida com alguma roupa branca. Desço as pedras para me aproximar mais, há uma espécie de lança de cinco pontas ao seu lado. Ela é muito bonita... Acabo por observar seu corte na testa, melhor levá-la pra dentro, precisa de cuidados.
Já pela manhã, onde o sol predomina e o mar calma se estende, na cozinha, preparo duas canecas com chás. Eu deixei a mulher deitada em meu sofá na sala com cobertas. Bom, hora de levar pra ela.
Quando passo da entrada da sala, vejo ela com meu peixinho dourado na boca. Ela o suga como se fosse macarrão assim que me vê.
—hã... Só não come o cachorro, tá bom?—sorrio para ela e meu cachorro da raça golden, coloca a patinha sobre o rosto—chá?—ofereço assim que me sento em minha protona.
Ela recua receosa encolhendo as pernas, ainda não passamos no teste de confiança.
—tá tudo bem. Pega—estico meu braço com a caneca e ela com cuidado, pega ainda estranhando—faz assim—assopro o líquido em minha cabeça e ela segue fazendo o mesmo em seguida bebendo um pouco. Logo após, ela forma uma expressão que demonstra que gostou do chá—bom, né?—sorrio, em retribuição ela sorri—quem é você?—seu olhar entra em contato com o meu.
—A-atlanna, Rainha Atlanna—sorrio para ela.
—eu sou Thomas, Faroleiro Thomas, huh—ergo minha caneca com meu sorriso.
Depois daquilo, eles passaram meses juntos... Se uniram, e dessa união... Eu nasci.
POV Atlanna
—e foi assim que Atlântida reinou submersa no oceano. Lá, é de onde eu vim, filho—brinco e conto a história de nosso povo enquanto o mantenho em meu colo—entendeu?
—sim!—ele responde com sua voz fofa.
—entendeu de verdade?—começo a fazer cócegas nele.
—ahhh!! Hahaha!! Mamãe, para!!! Ahhha!!!
—entendeu???
—ahhhh!!!! Papai!!! Hahahahah! Socorro!!
—eu não posso com a sua mãe, filho—ele se senta no sofá.
—acho que agora ele entendeu—rimos logo após eu terminar de fazer cócegas.
De repente ouço um estrondo na parede ao lado da porta de entrada, rapidamente viro meu rosto para a porta. Avisto um soldado real Atlantiano.
—leve o Arthur! Se escondam! Rápido!—entrego meu filho a Thomas.
—vamos, filho!—ele o leva para a cozinha onde vai esconde-lo.
—Rainha Atlanna, o Rei Orvax exige a sua volta!—os soldado passam pela parede explodida enquanto fico na defensiva.
Outros arrombam a porta de trás com disparos de suas armas. Passo meu olhar sério por eles ainda na defensiva. Arranco a arma do que está em minha frente e o jogo contra o teto, em seguida o arremesso contra o outro que vinha na minha retaguarda. Desvio de seus tiros e me abaixo o acertando com um chute.
—Atlanna!—ouço a voz de Thomas.
—meu Tridente!—ele atira minha arma que caí em minhas mãos.
Logo bato com meu tridente em um dos soldados, seu corpo gira no ar à caminho da parede que quebra. Cravo minha arma em outro inimigo e o levanto batendo contra o teto. Bato no sofá que por consequência, é arremessado para cima de outro soldado. Olho para entrada da cozinha e vejo Thomas e nosso filho, atrás deles surge um dos soldados, com rapidez arremesso o tridente que atinge seu pescoço o cravando na parede. Olho para meu amado que me transmite um olhar de preocupação misturado com alívio.
A memória de Atlântida é longa, e o rei, se recusou à deixá-la livre.
—Atlanna... Tem certeza disso?
Nos encontramos na ponte na costa em frente ao grande mar, visto a mesma roupa da noite que cheguei aqui numa tempestade, é o traje do meu povo.
—eles nunca vão parar, sempre vão me encontrar, dá próxima, vão mandar um exército. É única forma de salvar o Arthur... E você—coloco a mão sob o rosto de meu amado, com um sorriso de dor e agonia no coração—meu pequeno Arthur—coloco seu rostinho entre minhas mãos—um grande destino o aguarda, eu sinto isso—dou um beijo delicado em sua testa—prometa que não vai deixá-lo me esquecer—Thomas afirma com a cabeça—eu amo vocês dois—beijo o meu amado. Sinto uma lágrima descer pelo meu rosto, passo o dedo e estendo minha mão sob o meu olhar—de onde eu venho, as lágrimas são levadas pelo mar.
—não aqui, aqui a gente sente.
—eu vou lutar pra voltar, eu prometo, sempre vou pensar em vocês. São a coisa mais preciosa da minha vida—com essa despedida, me viro para o mar e correndo pela madeira da ponte, logo pulo nas águas, agora, voltando para Atlântida.
O destino, nunca devia ter unidos os dois... Eu sou fruto de um amor, que não deveria ter existido.
DIAS ATUAIS.
Reino de Atlântida.
—mãe, se ficarmos parados, mais eles destruíram nossos oceanos, mais vida dele será perdida!—escuto mais uma vez meu filho, Orm, falar de um ataque ataque à superfície.
Ele sempre vem até mim a sala do trono com esses argumentos.
—não vou iniciar um ataque contra a superfície que dará início a uma guerra entre as duas civilizações. Os dois lados perdem numa guerra. Então, mais uma vez, Orm, não haverá ataque contra a superfície!—bato meu tridente no chão causando um grande eco pela sala do trono.
—não é isso! Você só não quer atacar por que existe seu filho lá, um mestiço, fruto da sua traição!—ele se aproxima mais.
—eu tenho um filho lá sim, mas isso não tem nada a ver com minha relutância contra um ataque à superfície. É um conflito que não vou me dar ao luxo de começar. E essa é a minha decisão! Não me teste, Orm.—bato mais uma vez meu tridente, que dessa vez, causa um eco maior ainda, meu filho se ajoelha em recuo.
—sim, minha mãe.
POV Orm
Passo pelas portas da sala do trono seguindo meu caminho pelo palácio. Sigo pelos corredores indo até a sala de armas, onde sei que ele está. Quando entro, o vejo guardando as armas do nosso exército.
—Princípe Orm—ele faz reverência assim que me vê.
—Murk. Hora da segunda parte—sua expressão muda, claramente entendendo o que quero dizer.
—sim, senhor.
—quero que seja durante a homenagem para meu pai. Será como todos os anos, mas dessa vez, com mais ação—ele acena se retirando da sala.
POV Atlanna
Fico sentada no meu trono em frente aos caminhos que a carreata acontece em homenagem a Orvax. Ele morreu a tempos, e sempre ocorre essa homenagem todos os anos no mesmo dia. Há músicas tradicionais Atlantis e homenagens com danças, desfile e etc. Ele não merecia tal homenagem, nas aparências, um bom rei, mas por trás, um terrível ser. Mas meu filho o idólatra como um grande rei e pai, ele segue os passos do pai.
Orm está ao meu lado montando em seu Tilossauro, a Princesa Mera também esta aqui ao meu lado. Ela é uma pessoa muito boa, muito leal a mim, a conheço desde pequena.
—não está com uma cara boa, Mera—sorrio divertida ao olha-la.
—não gosto muito dessas comemorações, a senhora sabe, minha Rainha. Ainda mais uma feitas ao Rei Orvax—mantém seu olhar sério observando tudo.
—eu sei, mas tente manter um sorriso pelo menos—falo em seu pé do ouvido e seus olhos reviram em reposta, acabo por rir.
—Sabe que é meio difícil convense-la de algo, alteza—ouço Vulko atrás de mim, meu concelheiro e amigo. Claro que sorrio perante a sua fala.
De repente as pessoas começam a se agitar e gritar, apontando para o alto. Quando meu olhar vai para a direção que indicam, vejo um grande objeto, um submarino da superfície. Me levanto enquanto os cidadões ficam em desespero.
—É A SUPERFÍCIE!—Orm grita.
De repente o submarino dispara mísseis em nossos campos de colheita. Não... Há colhedores lá! Fico apavorada e desesperada com o que vejo.
—minha Rainha, deve se proteger!—Mera e Vulko me levam para dentro do palácio.
—eu cuido disso! Há!—Orm montando em seu Tilossauro segue em direção ao Submarino.
Protegida no palácio, observo tudo através das janelas. Desviando dos mísseis, Orm passa pela lateral do veículo e o rasga com seu tridente, destroçando o submarino que explode. O veículo caí para o fundo do oceano no meio de grandes fendas e fendas sumindo na escuridão. Meu filho volta para a cidade empinando sua montaria e erguendo seu tridente à cima da cabeça, ele grita:
—ISSO FOI UM ATO DE GUERRA DECLARADO PELA SUPERFÍCIE!!!—suspiro comigo mesma ao ver o povo gritando em apoio a essa ideia estúpida.
[...]
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro