‹⟨ Episódio 12 ⟩›
POV Arthur
Meu corpo é arremessado para fora do brilho azul, rolo pela água e junto forças para assumir minha postura novamente.
—MERA!!—busco a ruiva pelo horizonte.
Um brilho azul, como um rápido buraco de minhoca surge, o corpo de Mera aparece ali inconsciente. De repente, ao longe, uma grande criatura nada na direção do corpo dela, ele abre sua boca cheia de dentes pronto para devora-la. Nado em velocidade na direção da criatura que conforme me aproximo, o identifico como um mosassauro. Acerto um chute com os dois pés no rosto do dinossauro aquático, assim, ele desvia da direção do corpo da ruiva.
Ele da meia volta, voltando para atacar. Isso sim é história de pescador. Parto com meus punhos fechado e com uma mão para frente, desvio da sua mordida e acerto um grande soco abaixo da sua mandíbula o deixando desorientado, ele desiste e parte embora. Volto para Mera e agarro seu corpo, busco com o olhar um local para levá-la e avisto uma praia. Nado partindo para lá.
Deixo o corpo dela em contato com a areia e cansado, despenco ao seu lado, com a respiração descontrolada. A ruiva acorda e continua com o olhar para cima, enquanto mantenho os meus olhos fechados, cansado.
—o que aconteceu?
—só te salvei de um dinossauro pré-histórico.
—ah... Tá... Entendi.
Me levanto tentando limpar um pouco minha calça que antes era branca, agora... Só o caco, Mera se põe de pé igualmente. Olho ao nosso redor e percebo que estamos em uma enorme ilha, cachoeiras despencam do céu indo de encontro ao mar. Grandes rochas se fazem presente acima de nós, cobrindo o teto, lindos cristais se prendem nas pedras, refletindo a luz.
O MAR ESCONDIDO, NÚCLEO DA TERRA
Isso tudo parece uma caverna, uma caverna muito, muito, muito grande, com um ecossistema próprio. No céu, acaba por passar os famosos dinossauros voadores. Acho que eu tô vendo coisas. Mera direciona o olhar para frente, vendo uma entrada numa caverna.
—vamos—ela parte destemida.
No caminho, ela demonstra sentir dor na lateral do seu corpo. Me aproximo para ajudá-la.
—ei, tudo bem?
—ah, tudo, tá tudo bem—ela parte assumindo novamente a postura e seguindo em frente. Passamos por pequenos dinossauros. Esse lugar parece que ficou preso no tempo.
Olhamos o local, que se assemelha a um templo caído junto de uma grande cachoeira no fundo. A vegetação decora o local se ligando às paredes, os cristais também deixam o lugar mais bonito. Mera observa as paredes, vendo desenhos e escritas antigas, seus dedos percorrem a rocha.
—o que diz aí?—me aproximo.
—é antigo... Mas consigo ler
Seus olhos percorrem as escritas, seus lábios se mexem enquanto lê. Enquanto ela faz isso, observo o local, há outros vários desenhos, parecem de guerras antigas contra mulheres guerreiras e uma mais antiga ainda, com várias desenhos de três caixas.
—ai diz se dá pra voltar?—pergunto me virando.
—o portal que nos trouxe não vai nos deixar voltar... O único jeito é com o tridente—encontramos nossos olhares, o olhar dela parece de susto, medo e preocupação—mas ele é protegido... Pelo Karathen—arqueio as sombrancelhas—a criatura das nossas lendas é real. Diz que fica atrás da cachoeira—me viro olhando a corrente de água que desce.
—vamos juntos, podemos enfrenta-lo juntos—digo.
—não—Mera se aproxima ficando à minha frente—é poderoso demais. O monstro só deixa o verdadeiro rei passar.
Minhas pernas tremem e um nervosismo me toma, minha respiração fica mais pesada e com olhar perdido.
—está com medo—ela da mais um passo.
—estou...—falo quase como um sussurro.
—isso é bom. Você está pronto— brilho surge em seus olhos, junto de um fino sorriso em seus lábios—Atlântida sempre teve um rei... Agora ela precisa de algo mais.
—o que pode ser maior que um rei?—pergunto a fitando.
—um herói. Um rei luta apenas por sua nação, você... Você luta por todos.
Firmo o olhar entendendo o significado de sua fala... Respiro fundo e direciono os olhos para a cachoeira. Chegou a hora. Caminho pela água chegando em frente à cachoeira, lanço um último olhar para Mera que somente acena mexendo a cabeça. Atravesso a parede água, e entro nas águas escuras, segundo por longo túnel, há pouca iluminação, a pouca luz vem do túnel. Me encontro no que parece ser uma antiga sala do trono, destruída e consumida pelo tempo, a escuridão deixa tudo mais sombrio.
Avisto um enorme trono que antes já fora glorioso, nele, está sentado os restos mortais de Atlan, agarrado ao tridente, o segurando em sua frente. Ele o guardou com sua própria vida. O tridente da cor dourado que exala beleza, solta um brilho belíssimo, pequenos pulsos de energias são soltados pelo objeto. É glorioso...
Barulhos de rochas se destroçando chegam aos meus ouvidos, as pedras se movem e despencam com a movimentação de uma grande ser. Um gigantesco tentáculo surge em meio a escuridão, uma voz que parece vir de todos os lugares começa a ecoar.
—o seu lugar não é aqui...—mais dois gigantes tentáculos surgem ao lado do primeiro. Somente os tentáculos da criatura aparecem, eles sozinhos, já são maiores do que qualquer outro bicho existente—eu protejo o tridente dos falsos reis desde o início e por mil anos. Eu vi os maiores campeões tentarem e falharem...—sua voz é rouca e feminina, o tom é baixo e arrastado, causando arrepios em minha espinha. Ao lado, vejo esqueletos desses campeões que a voz fala—mas nunca vi alguém tão indigno quanto você, como ousa vir aqui? Com seu sangue de vira lata contaminado para reivindicar o maior tesouro de Atlântida!
Parto com toda a minha velocidade na direção de seus tentáculos, que é somente o que consigo ver. Um de seus membros se move me acertando, e lançando meu corpo com tudo, destruindo pilares antigos e se chocando com o que sobrou de parede antiga.
—como quiser, mestiço.
Seu membro se move arrastando tudo pela sua frente, destruindo os destroços. Nado para cima entre as pedras que caem, fugindo de seu ataque. Sou pego de surpresa por outro tentáculo, batendo contra mim e me lançando contra um outro pilar de pedra sólida.
—aaahhrg!
Seu tentáculo é rápido em atacar mas fujo, enquanto ele destrói os restos de estruturas. Nado com desespero desviando de seus ataques, indo na direção do tridente para agarra-lo, mas sou impedindo por outro golpe que lança meu corpo contra as escadas, despenco indo contra o chão. Seu enorme tentáculo me cerca, formando uma parede que me impede de seguir até o tridente.
—você se considerava digno? Você pensou que fosse um rei? Você desonra esse lugar com a sua presença!—outro enorme tentáculo surge e se ergue com a intenção de me esmagar.
—PARA!!—ergo a minha mão e sinais de onda sonoras são emitidos, imediatamente o ataque para—tem razão. Eu sou um vira lata mestiço... Mas não vim aqui porquê acho que sou digno, eu sei que não sou...—seu enorme tentáculo com grandes espinhos abaixo dele, fica paralisado.
—você entende o que eu digo?
—entendo...—respondo com de meus joelhos no chão.
—nenhum mortal conversa comigo, desde o rei Atlan—o tentáculo se ergue, afastando-se—quem. é. você?—direciono o olhar para baixo, refletindo sobre tudo.
—eu não sou ninguém... Eu vim porquê não tive escolha... Eu vim salvar a minha casa, e as pessoas que eu amo... Vim honrar minha mãe... Eu vim, porquê o tridente é a única esperança. E se isso não é o suficiente—fico de pé em frente a ela, com o olhar firme—então, que você vá a merda—seu tentáculo se ergue, se movimentando calmamente.
—nenhum homem, jamais conseguiu soltar o tridente das mãos de Atlan. Se ele não o considerar digno—seu enorme braço que me rodeia começa a se movimentar, abrindo meu caminho—bom, eu não como nada há séculos, e estou com muita fome—o tentáculo finalmente termina de ser recolhido, e agora, avisto o tridente.
Me viro e nado até ele, entro em contato com o piso do trono e ando até a arma sagrada. A encaro por um momento, em seguida, coloco minha mão sobre ela e fecho meus olhos respirando fundo. Abro minha visão e com determinação e coragem, retiro o tridente das mãos de Atlan o erguendo para o alto, a magia dourada saí do corpo do antigo monarca de Atlântida e é devolvida para o tridente. Ele brilha em dourado majestosamente, com toda a sua beleza. Sinto o poder dele em minhas mãos.
O coloco em frente ao meu rosto, sentindo toda a magia passando pelo meu corpo.
Sinto toda a minha consciência, todo o meu ser, se conectando com o oceano e as criaturas que o moram nele. Todos, estou conectado com todos, peixes, baleias, criaturas nunca vistas pelo homem, me conecto até ao próprio fosso. Agora, possuo o poder sobre o oceano. Abro meus braços causando um grande pulso que se alonga pela água.
POV Mera
Sentada em uma rocha, aguardo Arthur. Atrás da cachoeira, avisto uma sombra imponente, rapidamente me levanto observando. De trás da parede de água, surge Arthur gloriosamente com o tridente em mãos, trajado como rei. Ele bate o tridente no chão, imponente, é ele...
—é, o verdadeiro rei.
[...]
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