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A Verdade

Omega entrou na casa em silêncio, não sabia se a família estaria ali. Seunghan não estava pronto para aquela conversa, mas tinha que ter ela.

— Seung é você? — Bambam se levantou assim que viu o omega.

— Você voltou. — Soobin foi até ele.

— Me desculpem, sei que precisavam de mim.

— Você tá bem? Estava preocupado. — Bambam abraçou ele e Soobin se juntou ao abraço.

— Não faz mais isso Seung, estava com muita saudades. — Soobin fungou.

— Você faz parte da família.— Bambam afirmou.

— Seung. — Jay disse simples se aproximando estava com Kai na cozinha preparando o jantar.

— Você voltou. — Kai se juntou ao abraço e o alfa mais velho fez o mesmo.

— Obrigado. — Seunghan disse baixinho, se sentia acolhido com eles.

— Terminei o jantar agora vamos comer. — Jay se separou primeiro.

— Sim a comida tá muito boa. — Soobin sorriu.

— Vamos comer Seung, depois conversamos. — Bambam foi o último a se afastar.

— Vou só deixar minha bolsa no quarto.

— Eu ajudo. — Soobin pegou a bolsa do mais velho animado.

...

— Os meninos já estão na cama. — Jay avisou.

— Quer conversar agora? Se não se sentir à vontade pode ser num outro momento querido. — Não iam forçar ele a falar algo que não estava pronto.

— Prefiro falar tudo de uma vez... Não quero adiar mais isso, e nem que fiquem se preocupando a todo momento comigo.

— O importante é sabermos que você está bem. — Jay sentou ao lado de Bambam.

— Sabe que vamos te ajudar no que for preciso, faz parte da família.

— Os senhores são bons demais... — Seu coração se aquecia com o carinho que estava recebendo.

— Você que é alguém incrível para nossa família. — Bambam segurou a mão do menor.

— Não sei se vão acreditar em mim, para ser sincero é algo delicado... Não sei nem como dizer.

— Se quiser eu posso sair. — Jay não queria ultrapassar o limite.

— Tudo bem, pode ficar... Aquele alfa que encontrei no mercado se chama Lee Yuri, os pais dele patrocinam o orfanato.

— Minha mãe conhece os pais dele. — Jay franziu a testa, a família não tinha uma boa fama.

— Eles fazem vários eventos lá, um dia ele foi, sei lá depois disso começou a ir várias vezes, não entendia o porque, parecia alguém bom, educado.

— Ele te machucou? — Bambam não queria nem pensar.

— Eu tinha 16 anos ele 17... Me convidou para conhecer a casa dele, tínhamos nos tornado amigos.

— Seunghan. — Jay respirou profundamente.

— Nunca deveria ter aceitado ir, foi o pior dia da minha vida. — Limpou as lágrimas.

— Não precisa dizer.— Omega disse.

— Ele me deu algo para beber, só lembro de acordar com ele dentro de mim, foi horrível. Ele só me deixou ir embora no outro dia, o motorista da família me largou na porta do orfanato.

— Vou matar ele. — Jay fechou a expressão.

— Contou a alguém? — Bambam tentou parecer calmo.

— Sim, a diretora do orfanato, ela chamou a família dele..  Eles deram uma quantia enorme para ela e para orfanato. Me chamaram e deixaram claro que ninguém acreditaria em mim se tentasse contar.

— Isso é horrível. — Bambam segurou a vontade de chorar.

— Na verdade não, piorou bastante, eu virei o brinquedinho dele, era obrigado a sair com ele, fazer tudo que ele queria, as vezes passava dias no apartamento do Yuri. Não podia dizer a ninguém, quem acreditaria em alguém como eu.

— Vai ficar tudo bem, ele nunca mais vai tocar em você. — Bambam abraçou o omega.

— Não se preocupe, vou fazer ele pagar por tudo que te causou. — Jay se levantou. — Isso não irá ficar assim .

— Por favor não... Não faça nada disso. Quando estava próximo dos 18 ele deixou claro que eu seria dele para sempre, e que se contasse a alguém ele iria machucar o Changbin e o Seungmin.

— Ele precisa pagar pelo que fez a você.— Jay contou a respiração.

— Podemos colocar ele na cadeia.

— Não tenho provas, não adianta em nada , só contei aos senhores , pois vocês são a família que não tive, não me sinto bem perto de alfas por conta disso, o senhor Jay, Kai e o Changbin são os únicos que consigo ficar perto sem sentir medo. — Falou baixo.

— Podemos te ajudar, tem certeza que não quer fazer ele pagar por isso? — Jay se abaixou na frente dos ômegas.

— Por favor não, só quero ficar o mais longe possível dele.

— Ok...

— Se é seu desejo, mas terá que aceitar fazer terapia, por favor... Você me fez ver que faz bem. — Bambam pediu.

—  Eu posso aceitar.

— Vamos procurar o melhor para o seu caso. — Jay afirmou.

— Você é como um filho para nós, queremos o melhor para ti.

— Obrigado. — Chorou mais ainda ao ouvir aquilo. Não estava sendo sincero o suficiente.

— Tudo bem chorar, ajuda as vezes. — Bambam abraçou ele novamente.

— Vou buscar água para vocês. — Jay levantou e saiu, voltou minutos depois com a água.

...

— Eu preciso contar mais uma coisa. — Os tres estavam na cozinha, Jay insistiu em fazer um chá para acalmar os dois ômegas.

— Pode dizer. — Jay colocou sua xícara na piá.

— É sobre os meus pais verdadeiros.

— Quer ajuda para encontrá-los é isso? — Bambam ofereceu.

— Na verdade, já encontrei eles Bambam, Senhora Choi me ajudou a encontrar minha suposta mãe.

— Como assim suposta mãe? — Jay achou estranho.

— Sua mãe deu uma boa quantia pra diretora dizer tudo que sabia sobre a pessoa que me abandonou, para nossa sorte a pessoa que fez isso foi uma sobrinha dela.

— Isso só piora... — Jay bufou inconformado.

— Na verdade é bem pior .

— Pode dizer. — Bambam tocou ombro do menor.

— Fui me encontra com essa omega que pensava ser minha mãe. Estava preparado para tudo em relação a esse encontro, mas o que descobri foi algo totalmente chocante, nunca imaginaria algo assim.

O casal encarava o mais novo, ouviam atentamente cada palavra dele.

— Ela confessou que não era minha mãe,  que na verdade ela me roubou, me tirou do meu omma assim que eu nasci.

— O que? Como alguém pode ser tão cruel assim. — Jay não conseguia nem imaginar.

— É... Ela contou que tinha 16 anos na época , me contou que meu omma engravidou com 15 anos, no primeiro cio dele. — Não sabia como contar a verdade. — Ela queria meu pai alfa, tinha inveja da relação dos meus pais. Segundo ela meu pai alfa não estava na Coreia quando meu omma descobriu a gravidez, ele estava estudando nos estados unidos.

— Ela disse isso? — Bambam perguntou, aquela história parecia com uma que conhecia muito bem.

— Sim, ela se aproximou do meu omma na gravidez, ele escondeu de todos que conhecia, somente os tios dele , que o criam sabiam sobre a gravidez, não queria que o namorado soubesse até o bebê nascer... Ela planejou tudo , seu pai alfa era médico, ele que cuidou da gravidez do meu omma, no dia do parto ele deu uma anestesia geral, e quando ele acordou disseram que o bebê nasceu sem vida.

— O que? — Bambam controlou a voz para não gritar.

— Parece loucura, mas fez tudo isso por maldade, queria destruir a vida deles, e o pai dela ajudou , queria que sua família se unisse a do alfa. Conseguiram um corpo de um bebê e entregaram ao omega, ela me levou para o orfanato e me largou lá.

— Que mulher. — Jay estava choque.

— Eles tinham planos de se livrar do meu omma, iam pagar o tio dele paga o levar embora, porém algumas coisas aconteceram , o pai dela a deu como pagamento de uma dívida, ficou com um alfa durante anos, agora está sozinha, sem dinheiro e sem ninguém.

— Qual nome dela Seung? — Bambam tentava não chorar.

— Sa-raa, esse é o nome dela... É meus pais, os meus pais são vocês. — Falou tudo de uma vez só.

— Seung, isso não é possível, você deve ter se confundido. — Jay falou sem entender.

— Você ? Então você não morreu? Você é o meu bebê? — Aquilo o pegou de surpresa, nunca tinha contado ao marido o que passou no ano que ele viveu fora do país.

— Como assim? Bambam isso é sério? Você ficou grávido? Teve um bebê? Você nunca me contou.

— Me desculpa só não conseguia falar sobre. — Fungou.

— Podemos fazer um teste de DNA, se quiserem , mas posso pegar minhas coisas e ir embora, vocês não tem nenhuma obrigação comigo.

— Podemos fazer um Dna, ainda sim confiar naquela mulher é complicado. — Jay não sabia o que pensar ou fazer.

— Sei que é nosso filhote , sempre imaginei que ele seria como você. — Puxou omega para um abraço. — Bebê , meu bebê.

— Isso é demais para mim. — O alfa olhou os dois ômegas, não era o momento de questionar o marido, não queria estragar aquele momento.

— Desculpa não sabia como contar, e vocês já tinham coisa demais para se preocupar.

— Não se desculpe, você está em casa. — Jay abraçou os dois. — Vai ficar tudo bem agora.

— Sim você está em casa. — Bambam apertou o menor ainda mais em si.

Horas depois Bambam e Seunghan dormiram agarrados no quarto do mais novo, Jay subiu para o seu quarto, porém não conseguiu dormir, aquilo o pegou de jeito.

...

— Amor? — Bambam entrou no quarto e seguiu até o closet onde o alfa arrumava uma mala.

— Oi Bam. — Respondeu sem olhar para o marido.

— O que está fazendo? — Jay não tinha avisado que viajaria.

— Você nunca ia me contar sobre o bebê? — Parou o que fazia e olhou para o menor.

— Jay.

— Você passou por isso sozinho, me escondeu um filho, mesmo que achasse que ele estava morto, me escondeu algo sobre nós, sobre nossa família.

— Não queria lembrar, não mudaria nada, te falar sobre o que passei, você estava fora estudando e quando voltou foi tudo tão intenso, fomos morar juntos meses depois tivemos o Huening. Falar sobre o que houve só iria nos machucar.

— Eu tinha o direito de saber , de saber o que meu omega passou, tudo que houve, tinha o direito de sofrer pelo filho que perdemos. — Limpou as lágrimas que caiam.

— Eu só não queria.

— Só que a sua decisão afetava nos, essa família. — Fechou a mala. — Preciso respirar, vou resolver uns assuntos no Japão, não iria, mas preciso desse tempo.

— Você vai me deixar? — Engoliu o choro. — Me- me desculpa Jay.

— Eu não sei... Só preciso de um tempo. — Longe de si querer fazer o marido sofrer ainda mais, só que também tinha o direito de ser frágil, de ser fraco uma vez, estava a meses sendo forte pelo omega, só que agora precisa esfriar a cabeça.

— Não me deixe por favor. — Foi até o alfa, mas Jay o afastou.

— Bambam não, por favor não vamos fazer isso ser mais difícil, os meninos estão aqui, se precisarem de algo e só ligar. Eu liguei pro Chan ele agendou um exame de DNA, precisamos ter certeza absoluta do que está acontecendo.

— Alfa. — Fungou.

— Fica bem. — Beijou a testa dele e saiu puxando a mala.

Desceu as escadas e viu os três filhos na sala dando risada de algo. Por um momento imaginou como teria sido a vida dele com os três filhos.

— Papai? Vai viajar? — Soobin olhou a mala estranhando , seu pai não tinha avisado antes como sempre fazia.

— Vou sim, tenho que ir ao Japão resolver uns assuntos com sócios. — Não era mentira.

— Pensei que ia mandar alguém no seu lugar. — Kai franziu a testa pai não viajava muito nos últimos meses.

— Vai ficar muito tempo longe? — Seunghan perguntou  um tanto preocupado.

— Alguns dias, preferi ir pois já adiei várias vezes, e isso não é bom para os negócios, cuidem do omma de vocês e me liguem se precisarem de algo. Sei que vai ficar tudo bem.

— Pode deixar, vou cuidar deles. — Seunghan disse sem jeito , óbvio que cuidaria de sua família da melhor forma possível.

— Obrigado. — Respirou fundo, se despediu e saiu da casa com o coração doendo, aquele tempo era necessário para se acalmar e pensar sobre sua vida e família.

...

Oi me digam o que acharam? Alguém tinha essa teoria?

Seunghan?

Bambam?

Jay?

Huening Kai?

Soobin?

Sa-raa?

Yuri?

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