Capítulo 13
Capítulo 13
Léo
Otávio continuou olhando para mim enquanto dirigia, abrindo caminho através do tráfego com facilidade. Eu não tinha certeza se era uma coisa boa ou não. O jantar não tinha sido nada como eu esperava, mas tinha sido tudo o que poderia ter imaginado se tivesse me deixado ver isso antes. Foi o encontro mais sexy de todos os tempos. Mas ele viu isso como um encontro?
Os comentários provocantes que insinuavam que eu estivesse saindo, ou pelo menos ficando com ele, tinha feito borboletas se espalharem dentro de mim. Será que ele estava brincando comigo? Eu queria perguntar, mas isso tornaria as coisas mais estranhas ou apenas me faria parecer idiota. Ele tinha que estar brincando, certo? — Eu me diverti muito no jantar.
Não foi muito, mas pelo menos encheu o estranho silêncio.
— Eu também, — disse Otávio, e sua voz era mais suave do que de costume a princípio. Como se nunca deixasse sua alegria habitual, ele continuou com um sorriso — Foi um ótimo encontro.
Ele estava provocando ou falando sério? Provocando para ver se eu estava falando sério? — A maioria dos meus encontros não funcionaram assim tão bem, por isso foi bom poder estar com você. — Então eu estava flertando com ele, não que achasse que tinha feito um bom trabalho nisso. Estava realmente flertando quando você nem tinha certeza se a outra pessoa via você como alguém disponível?
— Bem, as mulheres têm todo tipo de expectativa. Homens são diferentes. — Otávio me deu um sorriso. — Não que eu nunca tenha tido um encontro de merda com um cara, mas eles geralmente são um pouco melhores. Então é claro que era melhor do que sair com uma garota.
Eu não tinha certeza se um gênero era realmente mais fácil de lidar do que o outro. — Eu não sei... Ambos têm sido difíceis. Meninas são difíceis de ler, mas os caras esperam que você saiba exatamente o que você quer. — Dando de ombros, eu olhei pela janela lateral. —Quando você realmente não sabe, isso parece irritar alguns deles.
Otávio fez uma pausa e depois arqueou uma sobrancelha. — Você joga nos dois times? Ou você está apenas experimentando? Parece que há muitas coisas que você está disposto a tentar, hein.
Eu não sabia se ele estava provocando ou tirando sarro de mim.
Otávio gostava de caras, então ele provavelmente estava apenas brincando ... Certo?
— Hum, eu não gosto da frase experimentando. Parece que eu sou uma cobaia ou algo assim. Acho que estou apenas tentando entender as coisas. — Otávio olhou para o para-brisa. A expressão quase sarcástica em seu rosto sumiu, então continuei dizendo — Namorar meninas não foi tão fácil, então eu pensei que isso poderia significar que eu era gay, mas sair com caras não foi muito melhor. Então eu não tenho certeza agora.
— Hmm. — Otávio não olhou para mim.
Eu podia ver o reflexo de seu rosto, e ele não estava mais sorrindo. Não foi até que ele olhou para mim que o sorriso foi firmemente plantado de volta em seus lábios, e isso me fez pensar por que ele achava que tinha que fazer isso. — A bissexualidade, a pansexualidade e todas as outras coisas estão todas lá para fazer com que não tenhamos que decidir de uma forma ou outra, — ele apontou, encolhendo os ombros.
Nunca pensei muito nas outras descrições. Talvez eu devesse ter. Talvez isso teria me ajudado a entender por que tudo em que conseguia pensar era se conseguiria um beijo de boa noite do meu colega de quarto.
— Não tenho certeza se preciso de mais pesquisas agora. Meio que tenho minhas mãos cheias.
Seu sorriso aumentou, e eu não tinha certeza do que fazer com isso. Eu não estava tentando ser engraçado. Descobrir todas as coisas de filhote e tudo o que estava sentindo quando olhava para ele era difícil o suficiente.
Dei de ombros, sem saber o que dizer. Ele achava que eu era ridículo?
— Bem, pelo menos você não precisa ir tão longe, — ele disse. No começo, pensei que ele queria dizer a casa e o que estávamos fazendo, mas ele continuou, — Nós já estamos pesquisando sobre petplay. Não há razão para não "pesquisar" — ele fez aspas no ar com os dedos — algumas outras coisas enquanto estamos nisso.
Como ele me via? Como um colega ou um amigo? Deveria ter sido óbvio, considerando a maneira como sempre agiu, como se ele estivesse ressentido comigo. E ainda assim... esse comentário não era o que eu esperava.
Era estranho que as borboletas voltassem a rodear meu estômago? — Você me ajudaria a descobrir o que... o que parecia, certo? Quer dizer, o material do filhote é uma coisa, mas isso...
Ele realmente entendia o que eu estava oferecendo?
Eu não tinha certeza se ser ainda mais honesto era o melhor caminho a percorrer ou não, mas tinha a sensação de que, se oferecesse menos, perderia minha chance, que chance isso era, eu não tinha certeza.
— Eu gostei de beijar um cara que namorei. — Isso não foi difícil.
Otávio me deu uma olhada de lado e voltou a se concentrar no volante.
— Ele queria que eu... bem, fosse o ativo, mas isso parecia... errado. Eu só não sei porque. — Explicar isso me fez soar estranho, até eu pude ver. A internet disse que você não precisava fazer anal, mesmo se fosse gay, mas eu não tinha certeza do que minhas reações significavam.
— Claro, eu posso ajudar, — disse ele. — Não é como se não tivesse muita experiência, — ele apontou, mas ao invés do humor seco que eu esperava, houve uma leve hesitação nas palavras dele. — Posso ser seu professor.
O que eu deveria fazer com isso? O que ele estava fazendo disso?
Não queria ficar sozinho para sempre. Assistindo a todos em pares e sabendo que, mesmo se eu tentasse, não pareceria que era certo. Deixando de lado tudo sobre quem ele realmente era para mim e apenas me concentrando no resto, eu ainda não tinha certeza. — E se eu for... E se eu simplesmente não for... E se for... — Nem sabia como colocar todas as coisas que estavam passando pela minha cabeça em palavras. Tentando simplificar as coisas, respirei fundo. — Eu nem sei como começar.
— Tudo bem se não der certo, — observou Otávio quando o carro parou em nossa vaga. — Você ainda tem tempo, Léo. Nós dois temos. Mas vale a pena aproveitar a jornada.
Ele fez parecer tão fácil, quando era tudo menos isso. Eu não tinha certeza se sabia como apenas aproveitar, como deixar ir como ele parecia ser capaz de fazer. Eu sempre senti que estava limitado por como eu deveria agir. Até mesmo a ideia de sair disso era aterrorizante.
Talvez fosse a escuridão do carro que fez as palavras escaparem, ou talvez fosse o encontro e tudo o que ele disse, mas eu deixei escapar: — E se eu gostar muito disso?
Segurei minha respiração. Ele entendeu do que eu estava com medo?
— Então você lida com isso, — ele respondeu tão rapidamente que eu não tinha certeza se era porque ele não entendia ou se ele já pensava sobre isso e tomou uma decisão. — Um dia de cada vez, e você aproveita o que tem enquanto está lá.
— Você não vai me odiar? — Minha voz soou irregular até para os meus próprios ouvidos. — Depois que nós... Se você tocar... Você não vai me odiar de novo?
Otávio respirou fundo e lentamente, e finalmente tive certeza de que ele entendia. Eu meio que esperava alguma exclamação chocada ou a tentativa de afastar-me, mas não o fez. — Eu nunca te odiei. Eu não poderia te odiar.
Não tinha tanta certeza sobre isso, mas eu não ia empurrá-lo, não sobre isso, no entanto. — Então, se te pedisse um beijo, você não me odiaria amanhã, e não me evitaria porque você achava que eu sou... — Não tinha certeza de como descrever isso, — Uma aberração?
— Se você sempre perguntar para seus encontros se você acha que seria uma loucura por querer beijá-los, não é de se admirar que não tenha tido bons encontros, — disse Otávio, petulantemente. Era tão exasperante quanto simpático, a maneira como ele evitava a pergunta, do mesmo jeito como percebi que ele estava dando a resposta à sua própria maneira.
— Eu nunca quis beijar meus encontros do jeito que quero beijar você. E nunca quis que meus encontros... Eu nem sei como explicar isso, assumissem o controle como eu quero que você faça. Eu sempre pensei que deveria ser igual ou eu assumir o controle de uma situação. — Não tinha certeza de como explicar tudo o que estava sentindo naquele momento. Queria que o cara com quem estive no encontro me beijasse, e eu queria o mestre que jogou comigo e me tocou para fazer mais do que isso.
— Oh, você não pareceu muito interessado em assumir o comando, — Otávio disse suavemente. — Você parecia gostar de deixar ir um pouquinho. — E foi a mais íntima declaração de interesse mútuo que ele ofereceu. — Mas seria legal se você se encarregasse um pouco...
Quanto era um pouco?
Sentimos como se estivéssemos no topo de uma montanha e tive que decidir se deveria pular ou voltar pelo caminho que tinha vindo, e não sabia se tinha coragem de fazê-lo. Talvez eu não pudesse pular, mas poderia me aproximar da borda e mostrar a ele que estava tentando.
Eu me inclinei, estendi a mão do lado dele do carro. Ele observou com o canto do olho enquanto passava pelo console no meio. Não tinha certeza se ele estava respirando, e eu não tinha certeza do que diabos estava fazendo, mas deixei minha mão pegar a dele.
Parecia bem onde descansava em sua perna, mas quando senti o calor de seu corpo e a sensação suave do tecido cobrindo sua pele, também pude sentir os pequenos arrepios que o percorriam.
Quanto era o suficiente?
Sua coxa era mais musculosa do que eu esperava. Os músculos duros fizeram meus dedos coçarem para explorar mais, mas não tinha certeza do que ele pensava sobre o simples toque. Dar mais um passo à frente parecia quase impossível. Eu precisava da ajuda dele, mas não sabia como pedir.
Eu nunca soube como pedir por isso. — O que você quer? — Otávio perguntou. Sua voz era suave, mas havia uma ponta daquela firmeza que eu associava ao Mestre. Isso me deixou fraco dos joelhos, me fez querer agradá-lo só para vê-lo sorrir para mim.
— Eu não sei. — As palavras saíram baixas e pareciam desesperadas. — Eu quero mais do que tivemos antes, quando jogamos e tudo era simples. Eu não tive que pensar, e me senti mais certo do que qualquer outra coisa.
Otávio engoliu em seco, sua expressão mais vulnerável do que eu pensava que ele fosse capaz de mostrar. — Você sabe o que você quer, Léo, — ele disse mais baixo então. — É preciso que você me diga. Preciso saber que eu não estou apenas... atropelando você, que você não é apenas... — Ele fez um aceno indefeso de sua mão. — Não quero que você se sinta pressionado a fazer isso comigo, só porque eu sou... — Ele soltou uma risada curta. — Eu nem sei, Léo, mas eu não quero que se arrependa de nada.
Como poderia me arrepender do que foi a experiência mais incrível da minha vida?
— Não poderia me arrepender de nada com você, a menos que acabasse por te afastar. — Fechei os olhos e me inclinei para trás no banco. Apertando a mão dele com força, tentei pensar em como explicar. — Ninguém nunca me olhou assim, como se eu fosse especial e eles quisessem me pegar em seus braços. Todo mundo sempre teve expectativas tão específicas e eu nunca cheguei a ser eu. Você me faz sentir como se pudesse ser eu mesmo. Eu só preciso de ajuda para descobrir o que isso significa. A única coisa que eu realmente sei é que não vejo essa jornada com mais ninguém, e eu quero você como meu mestre. Quando eu era um filhote, tudo era perfeito apenas por alguns minutos, e quero mais disso. Mas eu quero com você. — Por favor, meu Deus, deixe isso ser o suficiente.
Ele ficou quieto demais por muito tempo. Eu olhei para ver o que ele estava fazendo. Otávio molhou os lábios com a língua, mas eu aparentemente o choquei até o silêncio, o que não era algo que eu realmente achei que fosse possível. Seria divertido se eu não estivesse com tanto medo, se minha mão não estivesse suada onde descansava em sua perna.
— Mostre-me, — disse ele. O comando sutil em sua voz enviou um arrepio através de mim.
— Depois que eu mostrar a você, — o que quer que isso signifique, — Você assumirá o controle? Como era antes, e apenas... agora... assim.
— Sim. — Aquela palavra fez as borboletas parecerem que um furacão estava tomando forma dentro de mim. A excitação e a energia nervosa continuaram crescendo até que foi esmagador.
Era isso que as pessoas queriam dizer? Esse sentimento insano que eles queriam expressar quando falaram sobre a excitação e as coisas loucas que aconteciam quando queriam alguém?
Mantendo o aperto de pânico em sua mão, fechei os olhos e respirei fundo. Eu rezei para que, qualquer que fosse o Deus que estivesse ouvindo, Ele não me odiasse por isso, então os abri para olhar para Otávio.
Mestre.
Apenas olhando para ele e vendo sua força, sua confiança, as tatuagens aparecendo debaixo de sua camisa, me deu a coragem de virar e parar com a insegurança. Alcançando-o, eu tracei as tatuagens em seu braço.
Sua pele quente e a sensação estranhamente sedosa da tatuagem fizeram meus dedos coçarem para explorar mais. Desta vez, eu não os parei. Tracei em torno das formas e sobre as linhas, amando o jeito que seu corpo tremia sob o meu toque.
O que quer que estivéssemos fazendo, ele estava tão afetado quanto eu. Quando cheguei à manga de sua camisa, olhei para ele, sentindo-me mais confiante. — Posso tocar em todas elas algum dia? Nunca tive a chance de explorar as outras.
Sua respiração veio mais rápido quando eu falei, e ele sacudiu a cabeça em um aceno de cabeça. — Cada uma, — ele prometeu. Havia um vislumbre perverso em seu sorriso, que era mais parecido com o Otávio que eu conhecia. Ele estava em algum lugar entre o Mestre e alguém que eu estava começando a conhecer.
Ele se inclinou um pouco mais perto, alisando os dedos pelo meu cabelo com tanto cuidado como se estivesse tocando uma casca de ovo vazia e estava com medo de que pudesse se quebrar.
— Isso é tudo que eu posso tocar? — Nunca quis explorar ninguém como eu quero com ele.
Ele sorriu, travesso, mas também um pouco indulgente. — Qualquer coisa que você quiser. Mas primeiro, acho que me deve um beijo.
Então ele me tirou o fôlego. Inclinou-se para perto e seus lábios tocaram os meus, gentilmente, ternamente, como se eu fosse precioso e especial.
Ele ficou sem fôlego quando se afastou, mas sua expressão era séria. — Eu acho que é hora de fazermos um pouco mais de sua pesquisa, Léo, — ele disse suavemente. — Vá para o seu quarto e pegue sua coleira, guia, brinquedo, cauda e lubrificante, — me ordenou, naquele tom que significava que ele não aceitaria um não como resposta. Bem, eu sabia, no fundo dos meus ossos, que ele pararia se eu pedisse, mas se fizesse isso, eu não tinha certeza se conseguiríamos chegar a este ponto novamente.
— E tire a roupa.
Tudo deveria ter sido difícil. Deveria ter sido impossível tomar a decisão, mas na verdade não parecia haver algo para decidir. — Sim, mestre?
Ele nunca disse como se sentia sobre isso, mas não disse não. Isso foi permissão? Ele era o mestre para mim nos momentos em que assumia o comando.
Sua respiração ficou presa, e ele soltou isto em um exalado instável. Ele assentiu, mordendo o lábio inferior, depois se recompôs. — Bom filhote, — ele elogiou.
Eu queria mais disso. Queria ouvi-lo dizer essas palavras repetidamente. Abri a porta do carro e saí, e meus joelhos estavam fracos o suficiente para que eu tivesse que me inclinar contra o veículo por um momento. Ele saiu também, e a sensação de seu olhar em mim era tão quente que quase vacilei de novo. — Filhote? — Ele perguntou, sua voz que era gentil, mas firme, uma cadência que eu estava associando ao Mestre. — Seja meu bom menino. Vai. — Eu queria ser seu bom menino. Queria ser seu bom filhote. Admitir não só para mim, mas para ele também me fez sentir como se o peso do mundo tivesse sido tirado dos meus ombros.
— Sim mestre.
Tão insano.
Tão quente.
Respirando fundo, fui para o apartamento. Colocar um passo na frente do outro tornou simples. Eu não pensaria no que aconteceria. Não iria me preocupar com o que ele pensaria ou como seria. Ia deixar isso acontecer.
Eu ia deixar o Mestre assumir o controle.
**
Olá filhotes e mestres,
um capítulo pra aliviar o meio de semana. tô precisando de um alívio. e vcx?
é agora que o negócio vai ficar sério. é bom quando nos comunicamos bem. a comunicação em uma relação... seja baunilha... seja bdsm... é muito importante. ngm lê mente. é preciso falar para o outro saber o que está dando certo e o que precisa de uma ajuste e às vezes alguma coisa tem que ser cortada.
ah vivi, mas e se o cara ou e se a mina me der um pé na bunda pq expus uma coisa que não gostei ou não concordo? então vc saiu ganhando. uma pessoa que não te respeita e não respeita seus limites não merece vc. simples. vai aparecer alguém melhor.
gostaram do capítulo? clica na estrelinha. deixe seu comentário.
bjokas e até a próxima att.
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