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Capítulo Vinte e Seis

Preparem os corações e o cardiologista, capítulo será de grandes emoções! E o capítulo de hoje é dedicado a uma leitora que surgiu em pouco tempo e já virou fã número um da minha história, leiam o livro dela que é mais que lindo, é perfeito e muito bem escrito! Está na lista dos meus favoritos, se chama "Com Amor, Isabelle".

@JasmineWillard muito obrigada pelo carinho com o meu livro!



Durante os nove meses de gravidez eu aprendi diversas técnicas e métodos para facilitar no momento do parto, desde técnicas de exercícios e até mesmo respiração. Porém naquele momento conseguia me lembrar de mais nada. Pegando a bolsa que deixei previamente preparada meses atrás, eu caminho devagar, tendo Michael ao meu lado.

— Amor, está sentindo alguma dor? — pergunta ele, preocupado e aflito.

Ele havia me chamado de amor! Se não fosse a tensão do momento, eu pularia no colo dele e o encheria de beijos.

— Só sinto uma dormência, nada mais. — explico, procurando me manter calma.

— Vem, vamos pegar o elevador.

Dentro do elevador, começo a sentir as primeiras contrações, meu Deus, eu não planejei ter a minha filha ali dentro. Michael falava ao telefone, provavelmente deveria ser com os pais dele.

— É, pai! Hoje iremos conhecer a nossa Alice. — diz ele, com um sorriso nos lábios.—Elena teve a bolsa rompida e está tendo as primeiras contrações. Não se preocupem, já estamos a caminho da maternidade!

Não demorou muito e logo nós dois estávamos dentro do carro. As contrações iam e vinham a cada cinco minutos, eu apenas orava ao Senhor, pedindo por forças e coragem na hora do parto. Eu sabia que aquelas dores eram passageiras e que daqui há algumas horas eu estaria com a minha filha nos braços e nem me lembraria mais daquilo. Felizmente o hospital não era longe de onde eu morava,era no mesmo local onde eu fazia meu pré natal, quando Michael estacionou o carro, rapidamente o meu sogro surge com a esposa, eles me ajudaram a sair e me colocaram numa cadeira de rodas.

— Como se sente, querida? — Ana pergunta carinhosamente e preocupada.

— As contrações doem muito, porém me sinto controlada.

Russell e Ana me levam até a recepção, e de lá, uma equipe de enfermeiros me leva para um quarto de hospital, pois o obstetra de plantão iria me examinar e ver com quanto eu estava de dilatação. Sarah não estava no hospital no momento em que dei entrada, porém eu ficava me perguntando se seria o certo avisá-la que eu estava prestes a dar à luz. Porém a presença de meus sogros no hospital me fez pensar duas vezes nisso e resolvi não avisar. Depois de examinada pelo médico obstetra, eu fui deixada num quarto de hospital, já vestida numa camisola hospitalar e pronta para ter a minha filha a qualquer momento. Minhas contrações estavam sendo monitoradas por uma enfermeira.

Depois de minutos agonizantes de dor e solidão naquele quarto, Michael aparece por lá, aliviando mais a tensão e a expectativa para o momento.

— Oi. — ele adentra o quarto, sorrindo ao me ver. — Como está a futura mamãe? Sei que essa pergunta é chata, mas é a única que consigo fazer no momento.

— Estou louca para que ela nasça logo! — eu digo, não segurando uma risada. — Se arrependimento matasse, eu estaria morta agora.

— E porquê?

— Se eu soubesse que doía tanto assim para ter filhos, teria pensado duas vezes antes de fazer burrada.

—Mas aí não estaríamos juntos. —ele segura e beija as minhas mãos. — Estou com você, Elena. E vou estar do seu lado no nascimento da nossa filha.

— Ah, Michael! Eu estou com tanta dor que nem consigo me alegrar por saber que você me ama, essa dor é maior que tudo.— eu digo e dou um gemido, sentindo as contrações voltarem.

—Não importa, temos todo o tempo do mundo. — ele inclina o rosto em minha direção e me beija longamente nos lábios, e o beijo até amenizou a dor de certa forma. — Ah, seus pais já estão vindo. Falei com eles.

— Isso é ótimo, é bom ter comigo somente as pessoas que realmente importam.

— E Tyler e a mãe? Irá avisá-los?

— Melhor não. É bom deixarmos os problemas para depois, por enquanto.

Dou um grito de dor e agora as dores aumentam, Michael chama pela enfermeira, que verifica a minha dilatação e chama o obstetra, para iniciar o trabalho de parto. Michael permaneceu ao meu lado o tempo todo, ele segurava a minha mão, me acalmava e dizia que eu conseguia. Já eu, estava totalmente cansada, descabelada e sem forças, mesmo com a anestesia.

— Já está aparecendo a cabeça, senhora Carter. — diz a enfermeira. — Continue empurrando.

— Não consigo! — eu me entrego ao cansaço, já fraca.

— Claro que consegue, amor! Já passou por tantas coisas, essa é só mais uma dor que conseguirá vencer. — incentiva Michael, afastando os cabelos que grudaram em meu rosto.— Eu te amo.

— Eu também te amo. — minha voz sai mais como um choramingo. —Porém não tenho mais forças, meu corpo inteiro dói e eu me sinto cansada.

—É natural, seu corpo todo está trabalhando ao mesmo tempo para que ela venha a nascer. Agora por favor, continue tentando, sei que consegue.

Eu fecho os meus olhos e oro mentalmente ao único que poderia me dar um resquício de força e ajuda naquela hora.

" Senhor, por uma única vez, me conceda a força real e necessária para que eu possa dar à luz a minha filha!".

Depois da breve oração, voltei a empurrar pondo toda a força que eu sentia, o obstetra e os enfermeiros me incentivavam, dizendo para eu não parar, que estava quase. Michael segurava firmemente a minha mão, e penso se naquela hora eu não quebrei a mão dele, de tanto que a apertei. Num último esforço e grito que dei com a dor, um choro baixinho e ainda abafado se fez ouvir. Era a minha filha, que acabara de vir ao mundo. Abrindo os meus olhos, vejo o momento em que a pegaram nos braços, cortaram o cordão umbilical e a me entregaram enrolada em um pano, ainda sujinha do parto.

— Minha Alice. — eu murmurei, cheia de lágrimas nos olhos e com uma grande emoção na voz.

Michael também chorou com o nascimento dela, ele acariciava de leve a cabecinha dela com a ponta dos dedos, sem conseguir esconder a alegria.

— Oi, filha. — disse ele, com a voz embargada. — Seja bem vinda.

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Sabe quando você se apaixona à primeira vista e sabe que pode amar aquele alguém até o fim de seus dias? Era assim que me sentia agora, com a minha filha nos braços e tendo o meu primeiro momento de amamentação. Eu sentia algo inexplicável dentro de mim ao olhá-la ali, sendo alimentada por mim e sabendo que ela veio de dentro de mim, sendo sangue do meu sangue. Como eu já havia previsto, a dor dos momentos de antes já não era mais tão vívida em minha mente. Ali no quarto de hospital, com a minha filha já limpinha e vestida numa das inúmeras roupinhas que eu trouxera, eu me sentia verdadeiramente uma nova mulher. Agora eu era mãe.

Minha filha era a coisa mais linda do mundo, e eu podia ficar horas a olhando. Só havia um detalhe que poderia pôr tudo a perder, ela puxou tudo do Tyler. Desde os cabelos loiros, os olhinhos azuis, a pele super branca e o formato do queixo.

— Você podia ter puxado nem que seja um tiquinho de mim, não é? — eu sussurro, sentindo meu peito apertar em angústia.

Ouço a porta se abrir, era Michael que adentrava o quarto todo alegre e com um balão rosa escrito "It's a girl". Ele amarra o balão perto da cama e se aproxima de nós duas.

— Oi, amor. — ele sorri e me beija rapidamente. — Como ela está?

— Está ótima. Mama bastante e dorme como uma pedra. — eu rio. — Estou exausta, porém grata por tudo ter dado certo.

— Eu também estou imensamente feliz, é algo que não sei explicar, sabe? É como amar alguém novamente. —diz ele com os olhos marejados de emoção.

— Meus pais já chegaram?

— Já sim. O médico já autorizou as visitas.

Sem esperar, o quarto é invadido pela chegada dos meus pais e dos meus sogros, que sorriem alegres ao verem a mais nova integrante da família.

— Minha netinha! — meu pai sorri todo bobo e se aproxima de mim e da Alice. — Filha, como se sente?

— Estou bem, pai. Cansada, porém feliz.

Minha mãe estava emocionada com o momento, Russell e Ana também. Depois de Alice ter terminado de mamar, a pus para arrotar e em seguida deixei meus pais segurarem ela primeiro.

— Ela é linda, Stella. Puxou a sua loirice. — diz meu pai, todo sorridente.

— Você acha, Charlie? Eu pensei que ela fosse puxar um pouco de você e da Elena, já que ela também nasceu sendo quase uma cópia sua. Mas ela é linda, praticamente uma boneca. — diz minha mãe, sorrindo.

Ótimo, por hora eu poderia mentir e dizer que Alice nasceu loira por causa da minha mãe. Se bem que eu não aguentava mais mentir. Olho para Michael e ele rapidamente entende o que eu estava sentindo, porém logo ele lança um olhar e um sorriso de que ficaria tudo bem. Depois de meus pais terem ficado com ela um pouquinho, era a vez de meus sogros a segurarem. Alice nem chorava com todo esse troca troca de braços, permanecia quieta e de olhinhos abertos, atenta a tudo.

— Ela não puxou nada de você, Michael. — Russell comenta com um ar desconfiado, enquanto a segurava no colo. — Até nos olhos puxou outra cor, azul. Ana, temos algum parente que possua olhos desta cor?

— Deixa de ficar comparando a nossa netinha, Russell. O que importa é que ela nasceu perfeita e com saúde. Além de ser linda. — diz Ana, cortando o foco do assunto.

Dou um suspiro de alívio, a desconfiança de todos não estava sendo nada boa. Após alguns minutos no quarto, meus pais e meus sogros saem para comer algo. Somente Michael permaneceu ao meu lado.

— Temos que contar a verdade. — eu disse, logo após eles terem saído. — Estou me sentindo com a consciência pesada por isso.

— Calma, vai dar tudo certo. Eles nem desconfiaram tanto, a nossa salvação foi o fato de sua mãe ser loira. O que desvia o foco do assunto.

— Estou com medo, Michael. Não sei até quando conseguirei mentir. — digo, com aflição.

Se eu pensava que as coisas poderiam piorar, eu estava certa. Entrando em meu quarto de hospital e sem terem sido anunciados, me deparo com Tyler e a mãe dele.

— O que estão fazendo aqui?! — eu questiono.

— Elena, a nossa filha nasce e você não tem nem a decência de avisar? — reclama Tyler, irritado.

— Nossa filha?! — Michael fica irritado e furioso com aquilo. —Quem você pensa que é?

— E você? Vai dizer o quê depois de ter abandonado a Elena sozinha na consulta médica? Você não a ama.

— Engano seu, eu a amo sim! O que me irrita é vocês surgirem sem nos avisarem e ainda causando esse caos todo aqui dentro!

— Vocês dois, parem! — Sarah se intromete, tentando apartar a briga. — Elena, desculpe por tudo isso. Quando soubemos que deu entrada hoje para o parto, viemos aqui correndo.

— E como souberam?

— Eu trabalho aqui, não foi difícil saber. — responde ela, procurando acalmar os ânimos de todos. — Só queremos vê-la.

— Eu estou com a minha família por aqui, não é o melhor momento para aparecerem.

— Por favor, Elena. Só quero ver a minha filha. — diz Tyler, já se aproximando do pequeno bercinho em que Alice dormia. — Oi, filha.

Michael estava furioso e uma pilha de nervos com tudo aquilo, Tyler a observava do berço e acariciava as mãozinhas dela de leve.

— Você é tão linda, filha. — dizia ele, com lágrimas nos olhos. — Vem ver, mãe. Ela puxou todos os traços da nossa família.

Sarah se aproxima do bercinho e logo os dois ficam ali, a admirando, dizendo o quanto estavam felizes com a chegada dela e o quanto iriam amá-la. Como ela estava dormindo, não a pegaram no colo.

— E você, Elena? Está bem? —Tyler pergunta, parecendo preocupado.

— Estou, obrigada. — respondo secamente.

— Se precisar de algo, não hesite em me procurar.

— Ela não precisa de nada seu. —dispara Michael, já enciumado e irritado. — Elena e Alice possuem a mim.

— Como se elas tivessem tudo. —Tyler responde de volta, não querendo sair por baixo.—Eu sou o pai dela, Michael. Você é só alguém que ela terá uma consideração por tê-la criado.

— Pai é quem cria! E nesse quesito, você não passou de um canalha babaca que abandonou a sua filha antes mesmo dela nascer e ainda queria ela morta. É fácil falar que agora é o pai dela, não é? E nas dificuldades, você estava lá? Você fugiu como um covarde, agiu como um moleque. Quer falar mais o quê agora, Tyler?! — diz Michael, a ponto de quase voar no pescoço dele.

Tyler fica calado e acuado, o que ele iria dizer quando aquilo tudo era verdade?

— Vamos embora, mãe. — pede ele, mostrando que não se abalou com as palavras de Michael. — Eu volto outra hora.

— Nos desculpe. — murmura Sarah, envergonhada.

Porém antes mesmo deles saírem, meus pais e meus sogros retornam ao quarto de hospital, e quando eles viram Tyler e a mãe ali, me olharam com estranheza.

Meu sangue gelou e eu sentia que iria desmaiar. Deus, me ajude...

— Elena, quem são eles? — meu pai pergunta, sem entender.

Até que quebrando o silêncio, Tyler com um olhar vingativo diz as palavras que eu mais temia ouvir.

— Senhor Williams, é um prazer conhecê-lo. Sou Tyler Ross, pai da Alice. — diz num sorriso falso e fingido

Deus, que aquilo não fosse verdade! Que aquilo fosse um pesadelo! Olho para Michael e vejo ele com um olhar de aflição, reprimindo as lágrimas que queriam cair.

— Elena, isso é verdade?!

Era agora ou nunca. Ou eu dizia a verdade, ou continuava mentindo.

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*Tradução de It's a Girl (É uma menina)

*E aí, pessoal, tudo bom? O capítulo de hoje foi tenso e o próximo promete fortes emoções! Tyler é um tremendo de estraga prazeres!

*Me digam o que acharam e não se esqueçam do votinho! Sei que já estamos perto do final, mas quero muito saber o que estão achando disso tudo. Um forte abraço e até a próxima!

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