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Capítulo Vinte e Nove

Pela manhã, Michael e eu nos levantamos cedo para irmos à casa dos meus pais. Primeiro cuidei de Alice para depois cuidar de mim, dei banho nela, a amamentei, vesti uma roupinha leve nela e a deixei com o meu marido, enquanto eu ia tomar um banho. Depois de eu ter tomado uma rápida chuveirada, pensei em comer algo antes da longa viagem que teríamos, porém logo sou surpreendida por batidas na porta.

— Quem será a essa hora? — eu pergunto a mim mesma, enquanto caminho até a porta.

Ao abrir, me deparo com a maior surpresa do mundo, eram os meus pais.

— Pai! Mãe! — eu sorrio feliz e emocionada ao vê-los, e sem pensar duas vezes, me lanço nos braços deles, que mesmo estando chateados não me negam o tradicional abraço duplo dos dois.

— Desculpa se viemos cedo demais, é que queríamos resolver isso logo. — diz minha mãe, num tom de voz calmo.

— Sem problemas, eu e Michael estávamos justamente indo para lá. Mas que bom que vieram, entrem. — os convido a entrar, porém percebo a seriedade no rosto de meu pai, que mau sorri.

Corro até a cozinha e aviso a Michael sobre a chegada repentina dos meus pais, imediatamente ele vai até a sala para cumprimentá-los, levando Alice no colo.

— Olá, senhor e senhora Williams. — cumprimenta ele sorrindo. — Que bom que vieram.

— Como ela está linda! — diz minha mãe, toda derretida ao ver Alice. — Posso pegá-la?

— Claro. — Michael a entrega com cuidado para o colo de minha mãe, que a pega delicadamente e cheia de emoção.

Depois de minha mãe ter pego Alice no colo, eu me aproximo corajosamente de Michael e sento-me perto dele, no outro sofá. Meu pai permanecia sério, então eu pedi forças a Deus em pensamento e resolvi iniciar o diálogo.

— Pai, eu imagino o porquê de estar aqui. Eu cometi muitos erros no passado, e o pior deles foi o fato de eu ter mentido sobre a paternidade do pai da Alice. Eu sinto muito, não queria que a situação tivesse chegado a esse ponto. — eu digo, mordendo meu lábio inferior em nervosismo.

— Elena, ter mentido para mim sobre isso não foi a pior coisa errada que cometeu. O seu maior erro começou no simples fato de ter me desobedecido. — responde ele, num tom de voz firme. — Eu lhe dei todo o amor possível e nunca lhe deixei faltar nada, sempre fiz de tudo para ser além de seu pai, o seu melhor amigo. Porém você me desobedeceu e se envolveu com o Tyler, um garoto desajuizado que só queria saber de te usar.

— Pai, por favor...

— Eu não terminei. — ele me corta, rispidamente. — O que deu na sua cabeça pra se envolver com um cara feito ele? E todos os conselhos que eu e sua mãe lhe damos? Não valeu de nada?

Abaixo a cabeça e começo a chorar. Eu queria abrir a boca e tentar me defender, porém meu pai estava certo. Eu fora uma filha rebelde e ingrata, aquele era o meu castigo. Michael segura em minhas mãos me passando força.

— Elena, tudo o que eu sempre quis foi te proteger. Você não tem ideia ou não faz noção do quanto eu e sua mãe lutamos para que viéssemos a ter um bebê. Nós oramos tanto, choramos, sofremos, e no final Deus nos abençoou com você.— agora era a vez dele chorar. — Quando você nasceu, eu te olhei e pensei comigo mesmo, vou protegê-la até o fim, e foi o que eu fiz. Porém sequer imaginava que um dia você pisaria nos meus conselhos e faria uma burrada dessas.

— O que mais me entristece.— minha mãe entra na conversa.— É saber que eu lhe dei tanta liberdade para falar comigo e se abrir comigo, e você não fez isso. Eu teria lhe aconselhado, Elena. Teria lhe dito o que fazer.

— Eu não sabia o que fazer! — me defendo, procurando não ficar irritada. — Eu era vista como a filha do pastor, tudo em mim era visto! O que as pessoas pensariam sobre isso?

— Antes de qualquer julgamento humano, nós como seus pais iríamos lhe ajudar. Claro que ficaríamos chateados, porém você é nossa filha. Mais do que ninguém a conhecemos bem.— diz meu pai, já se acalmando. — Elena, eu fiquei chateado quando soube da gravidez, fiquei irritado por ver que perderia a sua vida e talvez um futuro brilhante como advogada, porém eu a ajudei mesmo assim, a apoiei em todos os momentos da gravidez.

— Eu nunca quis ser advogada, pai. Só iria fazer por sua causa, aliás,muitas coisas eu fiz porque o senhor queria. — acabo por confessar, já sentindo a vontade de chorar voltando.— Desde as aulas de canto pra ser a solista da igreja, ou então as inúmeras horas de estudo para ir à Princeton.

Ele arregala os olhos em surpresa, parecendo chocado após eu ter dito aquilo.

— Posso ter errado em muitas coisas com você, filha. Sei que posso ter sido exigente demais, porém isso não muda o fato de que me desobedeceu em se envolver com um não cristão.

— Eu sei, papai. Eu reconheço que fui uma filha rebelde, ingrata e imatura em tê-lo desobedecido, porém logo assim que eu errei, eu me arrependi. Eu procurei viver uma vida cristã correta, porém fui pega de surpresa pela gravidez.

— E o que fez para que Michael entrasse nisso?

— Ela não fez nada, senhor Williams. — Michael toma o partido e responde por mim. — A responsabilidade foi minha, eu que quis assumir a gravidez para que Elena não sofresse sendo uma mãe solteira, e também porque a amava.

— Eu entendo que a sua atitude foi muito bonita, Michael. Porém toda essa mentira causou um estardalhaço terrível, e magoou a mim e a Stella.

— Peço perdão por isso, é tudo o que sei lhe dizer. Reconheço que Elena e eu mentimos, e mais do que nunca queremos consertar os nossos erros. — argumenta ele, calmamente.

— Bem, o ex da Elena e pai da Alice me procurou. — meu pai dá uma pausa e suspira.—Nunca na vida senti tanta vontade de bater em alguém como eu senti quando ouvi ele falando todas as coisas que fez com a minha filha, até em aborto ele pensou. Porém por aquele ali eu apenas oro para que um dia tome juízo, porque será difícil perdoá-lo depois de saber que ele a usou e a descartou como qualquer coisa. — ele passa a mão nos cabelos, nervoso. — Fora isso, sua mãe e eu viemos aqui para resolvermos essa situação, porque queremos estar todos em paz, como uma família deve ser. Elena, Michael, não queremos mais que essa situação tensa se estenda. Não importa se você não é o pai biológico da Alice, o que importa é que como um homem você cumpriu bem o seu papel. Você amou, cuidou e protegeu a minha filha no momento em que ela mais precisava, eu o admiro por isso.

Michael sorri e derrama algumas lágrimas de emoção. Meu pai continua dizendo.

— Não importa mais o que houve, nós queremos estar em paz. Eu perdoo os dois, e a partir de hoje o passado ficará para trás. — conclui ele, com a voz embargada.

— Ah, papai! Muito obrigada. — eu me levanto do sofá e o abraço forte, deixando as lágrimas caírem.

— Chega de mentiras, Elena. — murmura ele perto do meu ouvido. — Eu a perdoo, minha princesa.

Ouvir aquilo foi como um bálsamo a minha alma, mais do que nunca eu estava aliviada e feliz por todo esse tormento ter acabado. Depois de todos os abraços e choradeiras, meus pais ficam na sala curtindo a Alice um pouquinho. Michael e eu começamos a preparar um café da manhã bastante caprichado para a nossa família. Minutos depois estávamos todos à mesa, comendo um delicioso desjejum e na mais plena harmonia.

— Já que estão aqui, quero aproveitar para convidar a todos para a minha primeira competição de basquete. — anuncia Michael, todo empolgado. — Não é bem uma competição, mas gostaria de ver vocês lá, se puderem. Meus pais também estarão.

— Claro que iremos, não perderíamos o seu jogo por nada, meu amor. — digo, dando-lhe um sorriso.

— Pode deixar, iremos sim, Michael. Mais do que nunca você merece todo o incentivo do mundo. — diz meu pai. — Quando será a competição?

— Próximo fim de semana.

— Perfeito, estaremos lá.

Após esse dia perfeito e por ver tudo se endireitando em nossas vidas, Michael e eu resolvemos voltar a fazer algo que há meses viemos negligenciando, que era o fato de congregarmos em alguma igreja. Foram tantos dias turbulentos que eu esqueci dessa parte essencial na vida de um cristão. Sam havia nos dado o endereço da mesma igreja que ele congregava, que ficava perto do ginásio de esportes em que ocorria o projeto de basquete.

Logo na manhã seguinte, eu,Michael e Alice estávamos prontos para irmos à igreja no Domingo como uma família, eu estava apenas aguardando Melissa chegar, pois a mesma também demonstrou interesse em voltar a congregar. Assim que ela chegou, partimos todos no carro para adorarmos ao Senhor.

A igreja era grande e possuía um enorme espaço, ficamos praticamente nos últimos bancos, pois quando chegamos os melhores lugares já estavam ocupados. Como estava muito cheia, decidimos cumprimentar ao Sam no final do culto. Mas por hora, me concentrei em apenas adorar a Deus e agradecer à Ele por todas as bênçãos concedidas em minha vida. Meses atrás eu me via perdida e sem solução para o meu casamento, porém com o resultado de minhas orações e tentativas em atrair o Michael de volta para mim, o meu Deus me honrou cumprindo o desejo do meu coração.

O culto passou rápido, e a manhã também. Só sei que eu chorei, louvei e ofereci uma adoração verdadeira ao meu Senhor naquela manhã, diferente daquela Elena rebelde de meses atrás que odiava levantar cedo para ir ao culto e ficava contando os minutos para ir embora.

Quando o culto finalmente acabou, ficamos do lado de fora esperando o movimento diminuir para que Michael fosse falar com o Sam. Melissa estava com Alice no colo e ela a entretia com caretas e barulhos de aviõezinhos.

— Michael, Elena, que bom vê-los por aqui. — Sam abre um enorme sorriso ao nos ver e cumprimenta a cada um de nós. — Gostaram do culto?

— Ah, claro. Voltaremos aqui mais vezes sim. — responde Michael, sorrindo. — Trouxemos a nossa pequena conosco.

Logo Melissa se aproxima com Alice no colo, entregando-a para Michael.

— Sam, apresento a você, Alice Williams Carter. — diz Michael, todo bobo.

— Mas ela é uma princesa, parabéns a vocês. — diz ele, enquanto a admira. — E você, quem é? — ouço-o se dirigir a Melissa.

— Eu sou Melissa Montgomery,melhor amiga da Elena e tia postiça da Alice. — responde num sorriso tímido.

— Prazer, Sam Wilson. — os dois apertam as mãos. — Já contou sobre à sua família sobre o jogo?

— Já sim, irão todos me ver e torcer por mim.

— Teremos mais alguns treinos essa semana, dá uma passada por lá. — os dois dão um cumprimento de despedida. — Aparece lá no jogo também, Melissa.

— Claro, irei sim. — a fala dele a pegou desprevenida, fazendo ela ficar um pouco desconcertada.

Sam se despede de nós e logo nos acomodamos no carro, partindo para os nossos lares. E é lógico que durante o caminho eu não perdi a oportunidade de provocar Melissa.

— Acho que o Sam gostou de você, Mel. — a provoco, recebendo um olhar fulminante da mesma.

— Bobagem, ele só foi gentil.

— Eu também acho que ele pareceu interessado em você, Melissa. — agora era a vez de Michael entrar na brincadeira.— Até te convidou pro jogo.

— Não acredito que até você vai entrar no jogo da Elena, Michael. — ela revira os olhos, rindo. — Vocês estão vendo coisas.

— Eu acho que estou vendo um novo casal se formar. — provoco, enquanto verifico Alice na cadeirinha. — Vai usar algumas de suas dicas preciosas de relacionamento, senhorita Hitch?

— Vocês querem é encarnar em mim com essa ideia agora, duvido que Sam estava interessado, só estava sendo legal.

— No dia do jogo veremos. — eu digo, rindo.

MICHAEL

Os dias foram se passando rapidamente e com isso a competição de basquete para cadeirantes se aproximava. Eu estava um pouco ansioso, pois no fundo eu teria que jogar muito e suar a camisa, porém me sentia tranquilo, pois nesse jogo não era para vermos o melhor ou pior, e sim para darmos espaço para que o basquete de cadeirantes se tornasse mais notório no meio dos esportes.

Eu havia chegado cedo ao ginásio para me aquecer e preparar, Elena viria depois trazendo Alice consigo e os meus pais, meus sogros e Melissa. E se ela não viesse, acredito eu que Sam teria uma decepção, pois durante esses dias ele fez várias perguntas a Elena acerca da melhor amiga dela, deixando bem claro o seu interesse por ela. Depois de já vestido no uniforme do time e já sentado na cadeira especial que eu usava para jogar, procuro por Sam e logo o vejo perto da arquibancada, conversando com um rapaz que também estava em cadeira de rodas, porém ele só mexia a cabeça.

— Michael! — ele faz sinal e me chama. — Vem cá.

Me aproximo agilmente com a minha cadeira e logo Sam me apresenta o rapaz. Ele devia ser da nossa idade, possuía cabelos lisos e negros, e um olhar alegre.

— Michael, quero lhe apresentar o Will. Ele veio assistir ao jogo junto com o seu cuidador, é um grande fã de basquete.

— Oi, Will. — estendo a mão para cumprimentá-lo, porém logo passo vergonha ao ver que ele não a apertaria por estar longe de sua capacidade. — Desculpe por isso.

— Tudo bem, todos se confundem. — ele ri, descontraindo a tensão do ar.— Eu sou tetraplégico, só mexo do pescoço pra cima.

Observo bem a situação de Will e logo me sinto um ingrato e resmungão, todos esses meses eu reclamava por me mexer somente do quadril pra cima e ele só mexia a cabeça. Como será que era depender dos outros para lhe dar banho, trocar a roupa e dar comida na boca? Eu pelo menos essas coisas conseguia fazer, com dificuldades, mas conseguia. Até trocar as fraldas de Alice eu conseguia. Me veio uma súbita vergonha na hora e me segurei pra não chorar.

— Sou um grande fã de basquete, eu costumava jogar antes do acidente. — diz ele, sorrindo. — Mas Deus é tão bom que me deu a oportunidade de viver e poder pelo menos assistir a um jogo de basquete.

— Claro, Will. Devemos sempre ser gratos à Ele, independente de tudo o que nos aconteça.—diz Sam, com um sorriso gentil.

— Fique à vontade, Will. Pode torcer e vibrar junto conosco.— eu digo, o animando.

— Obrigado, Deus abençoe a vocês.

Sam e eu nos retiramos dali, pois nos reuniríamos com o time e daríamos uma palavra de incentivo antes do jogo. Porém neste momento Elena chega trazendo Alice em seu colo, juntamente com os meus pais, meus sogros e Melissa.

— Amor. — Elena vem sorrindo ao meu encontro com nossa filha nos braços e me beija rapidamente nos lábios. — Viemos te ver jogar.

— E aposto que essa princesa vai dar sorte ao papai, não vai, Lice? — pergunto, beijando uma das mãozinhas fofas dela.

— Nós duas iremos.

— Que bom que veio, amor. Vou jogar pensando em vocês, as duas mulheres da minha vida. Sou grato a Deus por tudo o que eu tenho.— eu digo, enquanto seguro carinhosamente uma das mãos de Elena.

— Estaremos na arquibancada, torcendo por você.— ela me dá um belo sorriso e me beija em seguida, indo logo após achar um lugar na arquibancada.

Meus pais e meus sogros me cumprimentaram rapidamente e me desejaram boa sorte, pois Sam me chamava para nos reunirmos com o time antes da partida.

— Pessoal, chegamos até aqui. — inicia ele, num sorriso animador. — Nossa intenção hoje não é competir ou mostrar que somos melhores, mas sim mostrar que há inclusão dentro do esporte para a pessoa deficiente. Essa noite é para ultrapassarmos nossos limites e crermos que somos sim, capazes de jogar com garra. Não se preocupem com o adversário, vamos agora entrar naquela quadra e dar o nosso melhor!

Depois das palavras animadoras de Sam, todos estavam mais animados e empolgados para o jogo. Eu estava confiante de que me sairia bem, e que venceria os próprios obstáculos criados por mim. Quando o juiz deu o primeiro apito, eu já estava todo vapor na quadra jogando. Eu ouvia os gritos de incentivo de Elena, dos meus pais, dos meus sogros e de Melissa, que estava por pouco roubando toda a concentração de Sam, pois ele perdera um belo lançamento meu.

— Deixa pra paquerar no final, Sam. — eu o provoco, enquanto passo rápido com a minha cadeira por perto da dele.

— Haha, como você é engraçadinho. — ouço ele rir e dar um revirar de olhos depois.

Minutos depois voltamos a estar todos concentrados, até agora o meu time não conseguiu ultrapassar o adversário, que estava dois pontos na nossa frente. Porém se via pouco o clima de rivalidade ali, todos estavam mesmo afim de jogar e testar os limites de até onde íamos com as nossas dificuldades.

A cronometragem para um basquetebol de cadeira de rodas era diferente do basquete comum, tínhamos quatro quartos de dez minutos cada, e a cada fim de quarto, um intervalo. Depois do intervalo do segundo quarto, eu voltei mais revigorado e animado para a quadra, disposto a marcar minha primeira cesta, até que num bela oportunidade que me veio, eu arrisco em fazer uma de três, e surpreendentemente eu consigo.

A plateia vibra e eu vejo Elena dar pulos de alegria e assoviar com o meu ponto, procuro por Alice e a vejo no colo de minha mãe, parecia estar dormindo e alheia a todo o barulho do ambiente.

Retorno ao jogo e logo o meu time parecia estar mais movimentado e com sede de jogar, num passe bem feito que fiz para o Sam, vejo-o marcar seu primeiro ponto. Melissa que estava ao lado de Elena o aplaudiu nessa hora, as duas estavam torcendo a todo vapor por nós.

— Parece que você ganhou uma fã. — eu digo à Sam, fazendo-o sorrir como um bobo.

O restante do jogo transcorreu normalmente, jogamos, suamos a camisa e marcamos várias cestas, porém o resultado final foi o mais justo possível, empate para os dois times. Cumprimentamos os nossos adversários no final da partida e até fazemos mais algumas amizades, os caras prometeram vir um dia no treino para que jogássemos todos juntos.

Depois de falar com todos aqueles homens, eu agora só queria falar com uma única pessoa e que fazia o meu coração bater mais forte, minha esposa Elena. E por falar nela, imediatamente a vejo vindo em minha direção, com um sorriso radiante no rosto e se jogando em meu colo, mesmo eu estando suado e descabelado após o jogo. Sem se importar com esses meros detalhes ela se aninhou em meu colo e me beijou apaixonadamente, e receber aquele beijo foi a melhor de todas as vitórias.

— Você foi incrível! Eu torci a cada minuto por você. Pena que Alice só dormiu e nem deve ter sentido nada. — ela ri, brincando com uma mecha de cabelo em seguida.

— Nossa filha mama como uma bezerrinha e dorme que nem pedra. — eu rio também junto com ela. — A quem será que ela puxou?

— Bem, eu gosto de dormir, porém agora que virei mãe durmo bem pouco. — responde num sorriso amoroso. — Mas e então, onde que iremos comemorar após esse jogo maravilhoso?

— Com o cansaço que estou, só quero ir para casa e curtir ao seu lado e com a companhia da nossa bebê.

— Certo, como quiser então. — ela dá um beijo em minha bochecha e sai de cima do meu colo, indo em direção aos meus pais.

Procuro por Sam e o vejo nas arquibancadas, conversando animadamente com Melissa. Resolvi deixá-lo ali. Vejo o rapaz tetraplégico que veio nos ver, Will, um pouco sozinho. Seu cuidador falava ao celular, e presumo que talvez ele quisesse algo ou já desejasse ir embora.

— Oi Will! — o cumprimento, e ele sorri ao me ver. — Gostou do jogo?

— Eu amei. Me fez lembrar da época em que eu costumava jogar, eu também jogava muito, não era nada mau. — percebo seu olhar triste por talvez lembrar de uma época que já não voltaria mais.

— Olha, sempre que quiser, pode vir aqui assistir aos nossos treinos ou quem sabe até conversar, Sam é um ótimo amigo e conselheiro.

— Ah, claro. Eu virei mais vezes sim, vai ser bom pra fugir de minha rotina entediante.

— Fique à vontade, Will. Aqui estará entre amigos. — sorrio e dou um aperto em sua mão que estava praticamente morta, e vejo ele sorrir com o meu gesto amigável.

— Obrigado, Michael. Você e Sam são ótimas pessoas.

Logo o seu cuidador retorna onde ele estava e me cumprimenta, conversamos por uns minutos e em seguida me despeço de Will. Sem esperar, sou cercado por meus pais e meus sogros, que me parabenizam pelo jogo e me abraçam.

— Você foi demais, filho! Colocou o Michael Jordan no chinelo. — elogia meu pai, no seu humor brincalhão de sempre.

— Que nada, pai. Nem é pra tanto. — eu digo, um pouco tímido.

— Estou orgulhosa de você, meu filho. — minha mãe me abraça forte e com os olhos cheios de lágrimas diz. — Meses atrás parecia estar tudo perdido para você, mas hoje, você mostrou que há sim uma luz no fim do túnel e que é possível superar os limites.

— Obrigado, mãe. Muito obrigado. — minha voz sai embargada ao tentar agradecer por aquelas palavras.

— Parabéns, Michael! — meu sogro me cumprimenta com um rápido abraço e sorri. — Você foi demais naquela quadra.

— É bom ver você se superando, meus parabéns, Michael. — diz minha sogra, com um sorriso gentil e sendo envolvida por meu sogro num abraço.

Depois de todos os cumprimentos e parabenização pelo jogo, fui até o vestiário e tomei um banho, ainda feliz e pensativo com tudo o que ocorreu hoje. Enquanto a água escorria por meu corpo, minha mente viajava para vários momentos de meses atrás, momentos esses em que eu era pessimista e só sabia reclamar da minha condição e deficiência. Graças a Deus eu mudei, e para a honra Dele eu seria agora um novo homem, um novo Michael, e um novo pai e esposo. Eu recompensaria à Elena por cada lágrima que ela derramou por minha causa enquanto estive naquele hospital e por cada palavra dura e hostil que lhe disse.

Não importa se a minha memória não retorne mais ou se eu não me lembre mais quem eu sou ou era antes, agora eu estava recomeçando, e hoje era a noite em que eu reescreveria a minha história.

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*Agora sim é oficial, próximo capítulo será o penúltimo...

*Foi tão gratificante escrever este capítulo e ver todo mundo se reconciliando, Michael dando o melhor de si no basquete, Sam e Melissa se aproximando, vou sentir falta de todos eles quando acabar esse livro.

*Me digam o que acharam deste capítulo e não se esqueçam da estrelinha! Um forte abraço e até mais!  

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