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Capítulo Dois

* Notas da autora: Preparem os lencinhos...

A conversa fluiu do restante da tarde até o começo da noite. O pai de Michael, Russell, era um grande amigo de meu pai. Os dois se conheciam desde a época de faculdade e nutriam uma forte amizade, o que os separou mesmo foi só a mudança de cidade.

—É uma pena que tivemos de nos mudar, Charlie. — diz Russell enquanto dá um gole em sua xícara de café. —Porém eu e meu filho estamos em Nova York a negócios, enquanto estivermos aqui, visitaremos sempre que puder os nossos velhos amigos. Estamos abrindo nossa própria firma de advocacia.

— Será uma imensa honra recebê-lo em nossa casa, Russell. É bom que nossas famílias retomem os laços. E fico feliz por estar abrindo o seu próprio negócio! —diz meu pai, abrindo um sorriso enquanto o parabenizava.

—Fiquei sabendo que se tornou Pastor, fico feliz por isso. É uma enorme responsabilidade nos ombros.

— Sim, já faz alguns anos. Eu pastoreio uma congregação aqui perto, então consigo conciliar com os trabalhos que me surgem no tribunal.

— Por falar nisso, Michael acabou de se formar em direito. Formou-se com louvor em Harvard. — diz Russell olhando com orgulho para o filho, que abria um sorriso tímido.

— Meus parabéns. Isso é maravilhoso, Harvard é uma ótima faculdade. Ano que vem será a vez da minha Elena, ela também cursará a graduação de direito.

— Isso é muito bom, Elena. —vejo Michael sorrir e me elogiar.—Para qual faculdade pretende ir?

— Princeton. — respondo procurando ser simpática em meio a toda aquela atenção voltada para mim.

— Ótima escolha, minha jovem.—Russell me elogia. —Irá ser tão boa quanto seu pai.

— Quantos anos você tem, Michael? — pergunta mamãe um tanto curiosa.

— Fiz vinte e cinco mês passado.

— Um jovem com uma carreira promissora, isso é bom. — ela me olha de canto dando um meio sorriso, e eu sabia muito bem o que ela queria me dizer.

A conversa durou mais alguns minutos, acabou que Michael e Russell ficaram para o jantar,ajudei minha mãe na preparação da refeição, pois queria manter minha mente ocupada com algo e não pensar muito no Tyler. Mesmo que minha família tivesse boas condições financeiras, mamãe preferia ela mesma cozinhar em vez de contratar alguém, pois a cozinha era como sua terapia e lugar feliz. E nisso eu concordava com ela, pois até que me distraí bem enquanto a ajudava.

Enquanto todos jantavámos, Russell não parou de elogiar e exaltar as qualidades do filho, parecia até que estava fazendo propaganda dele pros meus pais. E o meu pai estava ficando bem convencido com tudo aquilo. Na hora da sobremesa, ouço minha mãe dizer enquanto recolhia os pratos.

— Filha, porque não vai até o mercadinho aqui perto e me compra um pote de sorvete de chocolate para a sobremesa?

— Mas mãe, temos sorvete em casa.

— Não, minha filha. Não temos.—ela me olha com um olhar de "eu sei o que estou fazendo".— Aproveita e chama o Michael para acompanhá-la.

—Seria uma honra, senhora Williams. — vejo ele responder sorrindo.

Forço um sorriso e pego as chaves de casa, saio pela porta tendo Michael vindo ao meu lado.

O mercadinho era perto, eu sabia muito bem o que minha mãe estava querendo. Porém engana-se ela que eu iria cair nas graças daquele sujeito. Só porque fomos amiguinhos de infância não quer dizer que estou prometida à ele. As coisas entre mim e Tyler se acertariam, era só questão de tempo.

— Então, Elena. Isso tudo deve estar sendo bem estranho. Você se lembra pouco de mim, não é?

— Eu agora estou lembrando de mais coisas. — sorrio. —Você costumava ficar entalado na casa da árvore porque era gordinho.

Sei, eu peguei pesado. Mas aquela seria uma deixa para que aquele cara desistisse de mim. Só que em vez de se mostrar chateado por eu relembrar dos seus tempos de gordo, ele cai na gargalhada.

— Eu era o desastre em pessoa naquela época. Até os dezesseis eu fiquei com problemas de peso, mas quando tomei uma atitude e resolvi mudar, as gordurinhas sumiram.

— Percebe-se. — comento distraída.

— Seu pai disse que está no último ano do ensino médio, imagino que se sinta terrivelmente pressionada para escolher faculdade e carreira.

— E estou. Mas já decidi o que quero. —nessa hora, entramos no mercadinho.

Peguei o pote de sorvete de um dos freezers e paguei rapidamente, estava vazio por lá. Saí de lá logo, pois queria chegar em casa e me livrar daquele cara.

— Sabe,eu devo estar na cidade por mais alguns meses. Vou estar pegando alguns casos. Pensei que se você tiver um dia livre, poderíamos sair para algum lugar. Para podermos colocar a conversa em dia, relembrar algumas histórias engraçadas de quando éramos crianças. — sugere ele com um ligeiro sorriso nos lábios.

— Vai ter que falar com meu pai primeiro, ele é bem durão. —digo na tentativa de fazê-lo desistir.

— Eu já falei. Ele deixou. — sorri como se tivesse vencido uma batalha.

— Ah, legal. — tento esconder que fiquei pasma com a atitude dele. Papai jamais havia deixado eu sair com qualquer garoto que me convidasse pra sair.

Chegamos em casa e imediatamente entreguei o sorvete à minha mãe, que arrumou em pequenas tigelas junto com o brownie, acompanhado de calda quente de chocolate. Após todos terem comido, Russell e Michael se despedem de nós, não sem marcar a próxima visita, e desta vez ele traria a esposa, Ana. Antes de ir, Michael pega meu número de celular, para logo depois marcarmos a nossa saída.

— No sábado eu estarei um pouco ocupada, terá uma roda de estudos bíblicos com os jovens e logo depois eu vou para uma maratona de filmes com minha amiga, Melissa.

— Do que tratarão neste estudo bíblico?

— Pureza e santidade antes do casamento.

— Que interessante. — ele abre um largo sorriso. — Posso ir com você? Talvez eu possa passar alguns ensinamentos pros jovens. Eu também trabalho com estes assuntos na minha igreja.

— Seria ótimo, Michael. —meu pai entra na conversa. —E depois da reunião vocês podem sair. Elena, você e Melissa se vêem a semana toda na escola. Um dia sem ver sua amiga não fará falta.

— Tudo bem. — fico sem escolha e acabo aceitando.—Nos vemos no Sábado, Michael.

— Combinado. Até mais, Elena. —ele sorri e me abraça de lado.

Ficamos na entrada da casa, eu, meu pai e minha mãe, observando a SUV prata ir embora de Nova Jersey.

— Você viu, Charlie? Nossa menininha está crescendo. —diz mamãe com um sorriso e brilho no olhar.

— Mãe! — reclamo e a olho com certa censura.

— Filha, você já está na idade de conhecer alguém, e Michael é um ótimo rapaz. É de boa família, cristão e já está formado na faculdade. —diz meu pai.

— Mas pai, e a faculdade? O senhor diz que namoro atrapalha os estudos. —digo para tentar tirar esse sonho absurdo da cabeça deles.

— Mas Michael é uma exceção. Agora vamos entrar, estou com sono.

Depois de entrarmos, tomo um banho e coloco meu pijama. Eu ainda tinha que estudar um pouco, porém estava cansada e desanimada para isso. Além do dia confuso que tive, eu estava chateada porque não iria mais escondida à festa da Sofie. Eu passaria meu belíssimo Sábado à noite em uma roda de estudos bíblicos, na companhia do careta do Michael.

Ouço meu telefone apitar com novas mensagens. Ao olhar, não reconheço o número. Abro a conversa e vejo que já era ele,Michael.

"Só passei mesmo para te dar boa noite, e dizer que estou contando os dias pro nosso encontro." — digitou ele.

"Eu também." — respondo e largo o celular.

Que grande mentira. Eu esperava era tirar esse cara do meu caminho.

Minha semana se passou até bem rápida. Estudei bastante, me concentrei para as provas, procurei focar em algo. Tyler me procurava sempre depois do colégio ou no horário do almoço, ou quando queria me dar uns amassos dentro de seu carro.

— O que houve, princesa? Tá apagada. — pergunta ele enquanto beija meu pescoço.

— Tyler, eu estou ficando cansada disso. — suspiro e o afasto de cima de mim.—Porque não podemos simplesmente falar com meu pai e sermos um casal comum? Cansa ficar te encontrando às escondidas.

— Eu sei. Mas tenho medo do que seu pai vai falar, e desse jeito que estamos é até mais legal.

—Não, não é legal se encontrar as escondidas. — me emburro e me afasto dele, zangada.

—O que foi? Vai ficar com raiva de mim agora?! — a voz dele sai irritada.

—Você sente algo por mim pelo menos? — pergunto já sentindo vontade de chorar.

—Gata, você sabe o quanto eu gosto da sua companhia. — ele volta a me beijar no pescoço, me deixando novamente como manteiga derretida nos braços dele. — Quer saber? Talvez você esteja certa, está na hora de dar um passo a mais na nossa relação.

Me animo por dentro na hora ao ouvir ele falar aquilo.

—Então vai falar com o meu pai e me assumir? — eu pergunto cheia de esperança, contemplando aquela imensidão azul que eram os olhos dele.

—Vou. Mas com uma condição. — ele segura a minha mão e a beija. —Que você me dê uma prova de amor primeiro.

—O quê?! Como assim uma prova de amor? O fato de eu já ter dito que o amava não é suficiente?

—Talvez, mas palavras não bastam. É bom ter atitudes. — o olhar dele demonstrava certa malícia.

—Tyler, do que está falando? — sinto a minha garganta ficar seca, eu não estava começando a gostar daquilo.

—Elena, qual prova de amor melhor do que se entregar para mim? — a voz dele sai baixa e num tom sedutor.

—Eu não me sinto pronta, não ainda. E além disso, é errado se entregar a alguém antes do casamento. — minha voz sai trêmula.

Tyler começa a rir.

—E logo você diz isso? A garota que é filhinha do pastor, que mandou nudes para mim, que dá amassos quentes comigo dentro do meu carro e que já deixou que eu tocasse em lugares que seriam...proibidos? — o olhar dele era puro sarcasmo. —Quer ser hipócrita agora, Elena?

Aquilo doeu mais que se eu tivesse levado um tapa na cara. Talvez o tapa doesse menos até.

—Posso pelo menos pensar? — pergunto em voz baixa, sentindo uma imensa vontade de chorar.

—Você tem até amanhã para pensar. — ele se afasta de mim bruscamente. — Se não, pode me esquecer.

Dou um suspiro pesado. Eu o amava, porém aquilo que ele estava me pedindo, eu não estava pronta para dar. Sem saber mais o que dizer, eu saio do carro dele de cabeça baixa e desanimada. Tyler dá partida com o carro e vai embora, deixando-me naquele estacionamento, sozinha, confusa e frustrada.

— Elena! — ouço alguém me chamar.

Me viro e no mesmo instante meu sangue gela. Era Michael.

Sorrio e procuro fingir que está tudo normal.

— Michael! Que surpresa. — forço um sorriso.

— É, eu realmente quis fazer uma surpresa. Passei no trabalho do seu pai e perguntei se podia vir buscá—la na escola para ir tomarmos um sorvete.

— Ah, claro. Eu adoraria. — sorrio de lado.

— Vamos, meu carro está aqui perto.

O acompanho obedientemente até o carro, torcendo para que ele não tivesse visto eu sair do carro do Tyler. O caminho até a sorveteria foi tranquilo, ele não me perguntou nada durante o caminho, o que foi até um certo alívio. Entramos no local e ele paga dois sundaes, tento ficar calma e saborear meu sorvete, porém o olhar fixo de Michael sobre mim me deixava desconcertada.

— Esse lugar te lembra algo? —pergunta ele enquanto saboreia seu sorvete.

— Nós viemos aqui uma vez, quando éramos crianças. Eu me lambuzei com sorvete de chocolate e você disse que eu fiquei parecendo uma palhacinha. — sorrio com a lembrança, foi um dia engraçado.

Michael dá uma risadinha com a lembrança.

— É mesmo. Bons tempos.

— Era bom ser criança. — comento meio nostálgica.

— Eu senti sua falta quando me mudei para a Califórnia. Foi difícil fazer amizades por lá.

— Imagino que tenha sido.

— Você mudou pouca coisa, Elena. Continua com o mesmo ar delicado e doce de quando era criança.

— Já você foi o contrário, teve uma grande transformação. Deviam te colocar naqueles quadros de televisão que fazem de antes e depois. — comento dando uma risadinha.

— Está ansiosa para ir pra faculdade?

— Um pouco. Mas estou ansiosa pela liberdade que isso pode me proporcionar.

— Como assim? — ele ergue uma das sobrancelhas.

— Ser filha de pastor me estressa um pouco. Me cansa ter que ser perfeita o tempo todo.—dou um suspiro, não sei se seria bom eu desabafar ali, logo com ele.

— E imagino que a escola seja um mar de tentações, estou certo?— pergunta franzindo o cenho. —Quando tive sua idade eu passei por essas coisas, e na faculdade é um pouco pior.

— São muitas pressões,de todos os lados. Papai quer que eu mantenha sempre minhas boas notas, pois ele quer que vá para Princeton. — dou um suspiro.—E fora ainda o fato de que sou observada por muitas pessoas.

— E como se sente sobre tudo isso?

— Cansada. Tem horas que quero sumir.

— É nessas horas que temos de estar firmes em Deus. Acredito que as regras que nos rodeiam não sejam feitas para nos punir, mas para nos proteger. Ele sabe como cuidar de cada filho seu. Nele nós podemos vencer as tentações. E você é humana, Elena. Não precisa se cobrar tanto para ser perfeita o tempo todo. — ele me lança um olhar compassivo.

Ótimo! Só faltava essa, me dar sermão bíblico numa hora dessas.

— Concordo plenamente. — forço um sorriso amarelo.

— Tive a impressão de ter visto você saindo de um carro quando cheguei.

Meu corpo gela. Precisava me safar disso.

— Ah, foi impressão sua. Eu estava chegando, não saindo de algum lugar. —procuro ser convincente nas palavras.

— Tudo bem. Devo ter visto errado então. — sorri. — Acho melhor levá—la para casa. Não quero passar da hora e preocupar seus pais.

— Verdade,é melhor irmos. — concordo rapidamente.

Rapidamente ele me deixou em casa, suspirei de alívio ao entrar no meu quarto e pude finalmente ter um pouco de paz. Meu coração batia acelerado e meus pensamentos viajavam a mil por hora, o que eu diria ao Tyler amanhã?

Michael

Eu estava apaixonado por Elena, e isso já estava mais que na cara. Eu a amava desde criança, desde sempre nutri um amor puro e verdadeiro por ela, porém com toda a mudança que passei, fiquei anos sem vê-la.

Agora tudo seria diferente, estávamos crescidos, eu a conquistaria aos poucos e não ia demorar muito para torná-lá minha esposa.

— Senhor, se for da tua vontade, eu quero muito me casar com a Elena. Há anos pensei nela e orei por ela, eu sabia desde o princípio que minha vinda a Nova York não seria em vão. Acredito que tudo tenha sido um plano seu, para que pudéssemos nos encontrar. Entrego a minha vida e minhas vontades em tuas mãos. Ajuda-me a vencer minha carne e meus desejos todos os dias, assim eu creio e seja feito, em nome de Jesus, Amém! — finalizo a minha oração antes de dormir.

Deito tranquilamente, não sem antes mandar uma mensagem de boa noite à Elena.

Elena

Meu celular apita com mais uma mensagem do chato do Michael. O ignoro e me deito. Tudo o que eu queria era afastar aquele careta da minha vida. Nenhuma mensagem do Tyler me desejando boa noite, estranho isso. Resolvo mandar mensagem para Melissa e lhe contar tudo o que houve hoje, mais do que tudo eu precisava da minha melhor amiga naquela hora. Porém nem sei se ela me respondeu logo, pois acabei dormindo com o celular na mão.

Finalmente hoje era sexta feira. Eu estava animada pela chegada do fim de semana, porém estava desanimada pelo fato de eu não ir mais à festa da Sofie. Tomo um rápido café da manhã, me despeço de meus pais e fico esperando por Melissa na calçada de casa. Depois de uns cinco minutos de espera, vejo-a finalmente chegar. Nos cumprimentamos e seguimos nosso caminho de sempre para a escola.

— E aí? Como vai as coisas com seu namorado? — pergunta ela.

— Ah, bem, Tyler e eu estamos na mesma. Você viu minhas mensagens?

— Vi sim, mas não falei dele, estou perguntando do outro, Michael não é?

— Ele não é nada meu. —dou um revirar de olhos. — Fomos só amigos de infância e nada mais.

— Mas ele é gato, está formado na faculdade e parece ser bem mais maduro que o Tyler.

— Credo, Melissa. Parece minha mãe falando.

— Amiga, estou apenas querendo seu bem. Tyler não é tão santo como você imagina, e se ele realmente a amasse, não exigiria "prova de amor". — diz ela com certa indignação.

— O quê quer dizer? Sabe de algo? — a questiono totalmente surpresa.

— Bem, dizem por aí que ele está saindo com a Cher.

— A líder de torcida metida?! Isso deve ser mentira. Tyler não faria isso comigo.—suspiro já irritada com aquela suspeita.

— Elena, desta vez me ouve. Não faz uma besteira dessas, não entrega o que você tem de mais precioso para o Tyler assim, de mão beijada.

—Melissa, o que está havendo com você? Até ontem costumava achar esse negócio de pureza uma bobagem. — questiono, achando estranha aquela mudança dela tão repentina.

—Eu resolvi abrir meus olhos e coração para a verdade, Elena. — ela me encara séria. —Quero ser uma cristã verdadeira. Chega de mentir para a minha mãe e de fazer coisas erradas escondida, eu quero mudança de vida. E mesmo que me ache uma careta, saiba que estou dizendo isso pro seu bem.

—Mel, acha mesmo que Tyler que só tirar proveito de mim? — pergunto com voz chorosa.

—Quer ouvir a verdade? Sim, eu acho. Pensa comigo, esses encontros furtivos no carro, troca de nudes, é só um passo para ele querer que faça sexo com ele e depois a descarte, igual fez com Tiffany.

—Mas todo mundo dizia que a Tiffany traía ele.

—Tiffany era a garota mais legal e correta do segundo ano, ele inventou isso para sair por cima, tenho certeza.

—E o fato dele ter dito que gosta de mim?

—Gostar não é amar, Elena. E aliás, ele pode dizer para muitas. — vejo-a dar um suspiro.—Bem, a escolha é sua. Pense bem, se ele realmente quisesse algo sério desde o início, teria falado com seu pai e não pedido "prova de amor".

Nessa hora, entramos na escola. Fico confusa e ao mesmo tempo pensativa nas palavras de minha amiga. Será mesmo que eu não possuía nenhum valor para o Tyler? Ao atravessar os portões e subir a entrada principal, pego meus livros e procuro por minha sala. Melissa resolve parar perto do bebedouro a fim de cumprimentar alguns amigos seus, nessa hora, Tyler me aborda.

—E aí? — ele sorri de canto. —O que pensou? Vai ficar nessa de querer ser a imaculada?

Eu estava com medo e sentindo tudo dentro de mim se tornar uma grande confusão, o que eu falaria? E se realmente ele quiser que eu prove que o ame? Mas e se Melissa estiver certa e na verdade eu ser só mais uma das que passou pelas mãos dele? Mesmo que isso fosse verdade eu não queria conviver com essa dúvida para sempre, eu precisava mesmo saber se de fato ele gostava de mim ou eu era só um brinquedo nas mãos dele.

—Eu vou. — respondo sem pensar muito.

—Perfeito, vamos agora, para a minha casa. — ele abre um enorme sorriso.

—O quê? Vamos matar aula?

—Elena, se realmente quiser provar que me ama, a hora é agora. Meus pais estão viajando, teremos a casa só para nós.

—Tudo bem, eu vou. — engulo em seco, procurando ficar calma.

Logo saímos da escola em direção ao carro dele, me senti como um animal indo ao abatedouro. Eu queria correr, voltar do meio do caminho, porém não conseguia. Simplesmente não conseguia. Entrei no carro do Tyler sem saber que minha vida mudaria a partir daquele dia que fiz essa escolha tola.

Quando a ficha caiu, já era tarde demais. Deitada sobre uma cama fria, enrolada em um lençol e sentindo mais nada a não ser dor, eu chorava silenciosamente. Estava feito. Eu havia me entregado antes do tempo, havia perdido a minha pureza e a minha inocência. E tudo havia sido consentido por mim.

Naquele instante, senti que tudo o que aprendi durante a vida foi embora de água abaixo. Os ensinamentos de meu pai, os aprendizados cristãos, tudo foi jogado fora. Em vez de sentir prazer, senti apenas dor. E o vazio daquele dia, eu jamais esqueceria por toda a minha vida. Em um gesto frio e sem emoção alguma, Tyler manda apenas eu me vestir e ir embora. Agora eu finalmente percebo, ele jamais me amou. Apenas eu senti amor, e o amor que dei foi jogado fora. Como fui tola, eu devia ter dado ouvidos à Melissa pelo menos.

—Você ainda vai falar com meu pai? — arrisco em perguntar, mesmo sabendo que pelo olhar dele, ele não iria.

—O que acha depois disso? — ele me olha com certo desprezo. —Elena, eu até gostava mesmo de você, te achava uma garota legal, porém depois de hoje, espero que a gente não se veja mais.

—O que eu fiz de errado? — pergunto quase chorando.

—Você não é como eu pensava que era. — a voz dele sai fria e sem emoção. —É só uma virgem frígida.

Naquele momento eu desejei estar morta a ter que ouvir aquilo.

Me visto e pego minhas coisas, sem antes não notar a última prova de minha pureza, manchando aqueles lençóis. Caminhei pelas ruas de um modo automático e mecânico, era como se eu estivesse num estado catatônico. Meu celular apita com mensagens de Melissa, ela estava preocupada pois não me viu durante o dia. Retorno as suas ligações imediatamente.

— Elena, cadê você?! — ela estava terrivelmente preocupada. —Por pouco fui obrigada a avisar seus pais.

— Mel, pode ir dormir na minha casa hoje?

—Aconteceu? — pergunta ela com a voz embargada.

—Aconteceu. — respondo sem muita vontade de falar.

—Está bem, mais tarde estarei na sua casa. Se cuida, vai para casa. — ela desliga.

Dou um suspiro pesado e volto ao meu percurso. Sentindo cada pedaço de meu ser se partir. Ao chegar em casa, finjo normalidade. Meu corpo doía e eu mau conseguia andar, ignorando toda a dor, entro no meu lar. Um cheiro delicioso de comida invade minhas narinas.

— Filha! — minha mãe me recebe com um sorriso e um beijo na bochecha. — Adivinhe quem vai jantar hoje aqui?

— Acho que nem preciso adivinhar. — respondo desanimada.

— Que desânimo é esse, ponha um sorriso nesse rostinho.

— Mãe, a Melissa pode dormir aqui hoje?

— Ah, claro. Eu adoro a Melissa, ela é uma boa menina. Bem, vou voltar aos preparativos. Suba e tome um banho, seu pai chegará em instantes. — ela retorna à cozinha, feliz e cantarolando.

Subo as escadas até meu quarto de cabeça baixa. Corro para o chuveiro e fico mais ou menos uns vinte minutos lá. Estava me sentindo tão suja, tão vazia. Eu decepcionei meus pais e a mim mesma, eu nunca havia me sentindo tão mau naquele dia. Maior que a dor física, era a dor na alma e a decepção. E a minha paz de antes eu jamais recuperaria.

Depois de pôr uma roupa, me deito na cama e olho meu telefone. Nenhuma mensagem de Tyler, provavelmente não receberia mais nenhuma dele. Porém haviam lá, cinco mensagens ignoradas de Michael. A maioria era perguntando como eu estava, e as outras eram avisando que viria jantar na minha casa hoje. Respondi todas e caí no sono.

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*Capítulo foi bem longo, porém necessário rsrsrs. Me digam o que acharam da atitude da Elena, será que ela irá superar essa?

*Comentem, votem na estrelinha, deixem suas opiniões nos comentários. É sempre um prazer responder todos!

*Ps: Isso é só a ponta do Iceberg do que ainda está para vir!

*Até o próximo capítulo!

Antes de ir, apreciem um pouco essa belezinha que é o Michael rsrsrs



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