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Capítulo Dezesseis

Não acordei nada animada para a virada de ano. Ter ido dormir em outro cômodo do apartamento me magoou, não esperava por aquela atitude de Michael. Minhas forças e paciência estavam por um fio naquele dia. Acordei cedo e tomei café sozinha na mesa da cozinha, minutos depois, ele se surgiu na cozinha em suas cadeira motorizada. Se a situação não estivesse tão tensa e complicada, eu diria que vê-lo se movimentando daquele jeito me lembrava muito o Professor Xavier, dos X men.

—Bom dia. — ele me cumprimenta e usa a cadeira para ir até a cafeteira.

—Bom dia. — respondo sem muito ânimo.

—Sabe dizer que horas nossos pais chegarão?

—Não, não sei de nada. — respondo ríspida e já irritada com ele.

—Qual o seu problema?! — rebate ele, com irritação na voz.

—O meu problema? Quer mesmo saber qual é o meu problema? —bato na mesa com força e até o assusto. —Michael, eu...

A campainha toca, interrompendo aquela discussão. Respiro fundo e vou atender ainda a contragosto, para a minha alegria, era a minha mãe.

—Filha! — ela me abraça. —Como você está?

—Sobrevivendo. — respondo com a voz embargada.

—Aconteceu algo? — pergunta ela carinhosamente.

—Mãe, eu... eu não suporto mais! — começo a chorar, sentindo a voz embargar e meu peito doer numa agonia.

—Ei, não desmorona agora. — ela enxuga minhas lágrimas. —Seu pai e os pais de Michael estão subindo, trate de se recompor. Não vamos começar o dia assim, vamos?

—Tudo bem, mãe. — acabo por concordar. —Pode entrar, vou ir no banheiro lavar o rosto.

Minutos depois de eu ter me recomposto, a campainha toca e vou atender, desta vez eram meus sogros e meu pai.

—Princesa! — meu pai me abraça e me beija na testa. —Como tem passado?

—Péssima, pai. Depois conversamos.

Me solto dos braços dele e dou um rápido abraço em Ana e Russell.

—Como você está se sentindo, querida? — pergunta minha sogra, carinhosamente.

—Triste, mas procuro não demonstrar.

—Eu trouxe algumas coisas que acredito que o farão se lembrar. — ela levanta uma caixa.—Vamos entrar. Temos um belo jantar para preparar. E ponha um sorriso nesse rosto, eu estou com você para o que der e vier. —assegura ela, num olhar solidário.

A chegada de meus pais e meus sogros dissiparam um pouco a tristeza e mágoa que eu estava sentindo de Michael naquele momento. O ambiente ficou mais descontraído com as piadas de Russell e meu pai.

—Antes de tudo, quero convocar a todos para irmos lá embaixo e conferirmos a surpresa que prometi ao meu filho. —anuncia meu sogro, alegre.

Animados e curiosos, todos descemos. Russell e meu pai nos aguardavam no estacionamento do prédio, chegando lá, eu vejo um belíssimo carro na cor preta e com um enorme laço vermelho em cima.

—É para você, filho. Espero que goste. — diz o pai de Michael, emocionado.

—Pai, um carro? — ele fica um pouco confuso.

—Não é qualquer carro, Michael. Ele é acessível e adaptado para você. É um carro exclusivo para a sua nova condição.

Vejo meu marido ficar surpreso e feliz com o presente, entre lágrimas de emoção, ouço-o dizendo.

—Obrigado, pai.

—Vem cá, eu e Charlie iremos te mostrar como ele funciona por dentro.

Fico apenas observando de longe a forma como o carro funcionava. A parte traseira se abria e descia uma rampa que possuía uma espécie de elevador embutido, que transportava automaticamente Michael para dentro do carro até o volante. Chegando lá, ele apenas teria que se transferir da cadeira para o banco do motorista. Como já havia aprendido a se transferir de um local para outro, meu sogro explicava ao meu marido como seria agora a forma nova dele dirigir, já que ele não podia mais pisar no acelerador e fazer outras coisas simples que agora se complicaram.

—Adorei meu presente,pai. —agradece Michael,sorrindo.—Isso vai me ajudar na minha independência.

—Claro que irá,meu filho. Não é o fim para você.

—Sua vida está apenas começando,Michael. —diz meu pai o incentivando.

Resolvi subir de volta com a minha mãe e minha sogra,pois nós três iniciaríamos o preparativo do jantar de ano novo. Eu ajudaria no que eu soubesse, pois sou péssima em cozinhar.

Minutos depois de termos começado, meu pai,meu sogro e meu marido sobem de volta. Michael estava sorridente e feliz, e vê-lo com um semblante alegre me deixou até mais aliviada. Era uma pena que faziam dias que eu não era mais o motivo do sorriso dele.

Se eu pudesse voltar no tempo,eu o amaria por cada minuto e segundo antes dele sofrer o acidente.

—Filha,tudo bem aí? —pergunta minha mãe,apontando para os legumes que eu cortava.

—Claro. Só estava pensativa.

—Não fique tão distraída,senão corta os dedos. — ri ela,procurando descontrair o ambiente.

—É só que é bom ver o Michael sorrir,mesmo que ele não me ame.

—Ele a ama sim, só precisa se lembrar. — ela retorna ao fogão.

Depois de algum tempo, o jantar estava adiantado para logo mais à noite. Iríamos almoçar uma torta de frango feita por minha sogra e saborear depois uma torta de maçã como sobremesa,feita por minha mãe. Enquanto elas assavam, estávamos todos na sala, mostrando fotos e recordações ao Michael para ver se ele lembrava de algo.

Ana trouxera vários álbuns dele bebê e criança, além de fotos importantes como o dia da formatura no colégio e na faculdade.

—Eu me formei em Harvard? —questiona ele surpreso ao observar a foto dele de formatura, em que exibia o diploma e sorria para a câmera com um sorriso radiante.

—Claro, e com louvor. O melhor da turma! —diz Russell com certo orgulho. —Você foi até o orador da sua classe.

—Nossa! Isso é tão impressionante, mas eu não me lembro disso. —diz ele com certa decepção na voz.

—Olhe esta aqui, filho. —aponta Ana. —Tiramos essa em Newport Beach, quando se interessou por surfe e pegou sua primeira onda.

Na foto se via um menino gordinho, com roupas de surfista e sorrindo ao lado de sua prancha.

—Era eu mesmo? — ele olha com certo espanto para a foto.

Todos acabamos rindo do choque e surpresa dele.

—Sim, filho. Você teve problemas de peso desde criança. — responde meu sogro.—Mas com a ajuda da academia e do surfe,você emagreceu bem.

—É, que bom que não me lembro disso. — ele acaba rindo também.

—Agora é a minha vez de mostrar uma recordação ao Michael! —anuncia meu pai.—Veja, você e Elena na noite do baile de formatura do colégio dela.

Vejo Michael pegar a foto com cuidado e examiná-la por uns minutos. Eu torcia para que ele se lembrasse de algo daquela noite, porém em seu rosto eu só via a confusão estampada em seu olhar. Minha mente viajou até aquela noite, eu num belo vestido vermelho, ele num smoking preto. A nossa dança lenta, ele confessando de um modo fofo e tímido que nunca havia sido beijado.

—Fomos a um baile de escola?—pergunta ele me olhando e me tirando dos meus devaneios.

—Claro. Você mesmo tinha se oferecido semanas antes para ir comigo, na época, ainda não estávamos assumidos. —respondo.

—Mas estavam fazendo coisas erradas escondidos. — diz meu pai.

—Charlie! —repreende minha mãe. —Precisa lembrá-lo logo disso?

—O que eu fiz de errado? —Michael pergunta, totalmente perdido.

—Filho, você e Elena estavam mantendo relações sexuais escondidos de nós. Por isso ela está grávida. —diz Ana,calmamente.

Michael pisca os olhos atônito, ele me olha um pouco descrente, como se não quisesse acreditar naquilo.

—Eu cheguei a esse ponto? —questiona ele, triste.

—Já passou, filho. Deixa isso pra lá, perdoamos vocês. —Russell o tranquiliza.

Meu rosto estava queimando de vergonha, coitado do Michael! Se todos eles soubessem da verdade...

—Continuando com as fotos, vamos às mais importantes. —minha mãe entrega a ele um envelope. —Suas fotos do casamento com a Elena.

Ele retira as fotos cuidadosamente de lá, e logo fica ali, analisando cada uma. Eu aproveito para vê-las também, pois cada uma era mais linda que a outra. Tinha até uma fotografia do nosso beijo no altar, e o fotógrafo da ocasião captou bem o momento.

—Então sou mesmo casado.—murmura ele baixinho.

—Claro que é, filho. Alguma dúvida ainda? —pergunta meu sogro.

—Eu olho estas fotos e não consigo me lembrar de nada. Nenhum detalhe, nada mesmo. É como se isso aqui não fosse verdade.

—Acredite em nós, Michael. Estivemos lá, vimos vocês dois se casarem e trocarem votos no altar. —diz meu pai, tentando apaziguá-lo.

—Michael, tudo bem se não lembrar do nosso grande dia.—eu começo dizendo. —Só não pode rejeitar a verdade que é casado comigo.

—Então porque quando eu olho para estas fotos e para você eu não sinto nada?! —a voz dele embarga, lágrimas molham seu rosto. —Sei lá, eu deveria sentir algo,não deveria?

—Tem que ter paciência, filho. As memórias voltarão com calma. —diz minha sogra com carinho.

—Se realmente me dizem que essa mulher é o meu amor da infância, eu acredito que deveria sentir algo por ela! Porém não consigo sentir nada,nem quando ela me beijou.

A forma como ele se referiu a mim me magoou profundamente. Me levanto da poltrona e saio dali em silêncio, deixando apenas minhas lágrimas falarem por mim.

Passei o resto do dia desanimada e apática, nem o almoço apetitoso me fez ter ânimo de novo. Michael me machucou mais uma vez com suas palavras, e se ele estava querendo me desanimar para sempre e me fazer desistir de tudo, parabéns, estava conseguindo.

Meus pais tentaram me reanimar, mas nada mais mudaria o que eu estava sentindo. Era o divórcio que Michael queria? Pois então ele teria, porque eu cansei.

Pela noite, Melissa chegou e até fiquei mais alegre com a chegada dela. Enquanto Michael se distraía com meu pai e meu sogro, eu e ela conversávamos na sacada do apartamento. Minha mãe e Ana estavam pondo a mesa pro jantar.

—Você não está nada bem.—observa ela.

—Experimente estar grávida e estar casada com um marido desmemoriado e cadeirante, vai sentir vontade de se jogar daqui de cima a cada cinco minutos!

—Calma, o que houve dessa vez?

—Eu sou uma estranha para ele,Mel. Não passo de um nada para o Michael. Acredita que ele viu as nossas fotos de casamento e não quis acreditar que realmente somos casados?—questiono indignada e chorando.

—E o que você fez?

—Eu? Fiz nada. Apenas chorei sozinha, como tenho feito nos últimos dias.

—E o que pretende fazer em relação a ele? Vai continuar insistindo para ver se lembra de algo?

—Mel, sendo sincera, minha vontade é de jogá-lo daqui de cima com a cadeira de rodas e tudo! —esbravejo, pondo a minha raiva pra fora.

—Aí você será presa por assassinato e a Alice nascerá na cadeia, é isso que quer? —ela me encara bem séria.

—Desculpa, é que tô tão cansada! — me debruço na sacada, deixando mais lágrimas rolarem. —Sinto vontade de desistir. Não aguento mais fingir que estou bem para as pessoas, sendo que na verdade eu não estou.

—Sei que deve ter momentos que tudo o que queremos é pegar uma metralhadora e mandar bala, porém devemos manter a calma e contar até mil se for preciso.

Acabo por rir com o humor irônico dela.

—Viu? Te fiz rir um pouco pelo menos. — ela sorri, me abraçando de lado. —Elena, se a memória do Michael não voltar mais, você só tem uma solução.

—E qual seria?

—Conhecer e aprender a amar esse "novo" Michael.

—Eu prefiro o Michael antigo que era doce, gentil e amável.

—Mas e se o que o médico disse for verdade? E se a memória dele nunca mais voltar e agora ele terá que recomeçar tudo de novo? Já parou pra pensar nisso?

—Não, e essa possibilidade me assusta.

—Elena, acho que está na hora de você tentar conhecer e entender esse "novo" Michael. Se não quer o divórcio, precisa reconquistá-lo, e rápido. De preferência, antes que a Alice venha ao mundo.

—Mel, não sei como fazer isso. Ele me trata como uma estranha, ontem mesmo mandou eu dormir em outro local, praticamente me expulsou do nosso quarto.

—Parece que os papéis se inverteram, Michael está sendo a sua versão de quando você vivia dizendo pelos cantos que não o amava na cara dura. É, parece que aquele ditado de que colhemos o que plantamos está acontecendo.

—Não acredito que estou ouvindo sermão de você! — cruzo os braços, irritada.

—Elena, eu falei a verdade. Você sempre pisou no Michael quando tinha chance, e mesmo assim, ele sempre a amava incondicionalmente de tudo. Porém agora é a sua vez de lutar por ele e de aprender a amá-lo. Infelizmente terá que reconquistá-lo do zero até que um dia as memórias dele retornem. —diz ela bem séria e me aconselhando.

—Não tenho a menor ideia de como reconquistá-lo. —suspiro pesadamente, pondo a mão na barriga.

—Paquere ele!

—O quê?! — eu começo a rir de nervoso.

—Isso mesmo, chame ele pra sair, diga o quanto está lindo, elogie algum progresso dele na cadeira de rodas.—o olhar dela se ilumina. —Caramba, encontrei uma solução pro seu casamento! Acho que vou largar a faculdade de Administração e vou ser terapeuta de casais.

—O que é isso? Estou no filme do "Hitch, conselheiro amoroso"? —pergunto sem conseguir conter o riso.

—Quase isso. — ela ri. —Faz isso, você vai ver.

—Isso será no mínimo um tanto quanto engraçado.

—Com a ajuda do Senhor, tudo se resolverá. Eu torço por vocês dois, sério.

—Obrigada, amiga. Não sabia desse seu lado de conselheira sentimental.

—De nada. Faça o teste e depois me diga se ele não irá cair aos seus pés novamente. E se quiser uma dicas com a cupido aqui, me fale.

Caímos na gargalhada. Se aquilo fosse funcionar ou não, era bom eu tentar. Olho para Michael discretamente e logo penso no que fazer para pôr o plano em ação. Era hora dos papéis se inverterem e eu começar a cortejá-lo.

Até jantei mais animada depois dessa conversa com Melissa, era como se eu tivesse levado um gás, uma injeção de ânimo. O desafio estava lançado, era só eu começar a cumprí-lo. Depois de todos termos jantado, aguardamos ansiosos pelo badalar da meia noite do relógio, olho para a hora e vejo marcando, 23:45.

Meu pai e meu sogro estavam numa conversa animada no sofá,minha mãe, minha sogra e Melissa também conversavam em outra parte da sala, procuro por Michael e vejo-o na sacada do apartamento, sozinho e admirando a vista. Era a minha chance, eu tinha que tentar. E para começar, nada melhor que um pedido de desculpas pela a minha grosseria logo pela manhã.

—Oi. —me aproximo dele suavemente, recebendo sua atenção. —Aqui é bem alto, não acha?

—Não tenho medo de altura, e gosto do vento frio. —vejo-o dar de ombros, voltando o olhar para a cidade de Nova York à noite.

—Michael, sobre hoje de manhã... me desculpa, não quis gritar com você ou ser grossa. Eu só estava nervosa. — digo calmamente e escolhendo bem as palavras.

—Está tudo bem. — responde ele, sem me olhar.

—Sabe, sei que não se lembra de mim e de quase nada na sua vida. — me agacho na altura da cadeira, segurando a mão dele e o pegando de surpresa. —Mas eu quero que saiba que eu o amo muito e quero lutar por você. Daqui há alguns minutos estaremos iniciando um novo ano, será que poderíamos tentar nos entender e recomeçar?

Vejo o rosto dele ficar tenso, como se estivesse assustado ou nervoso. Os olhos de Michael marejam, porém ele nada me diz.

—Por favor, Michael... me dá uma chance, vamos começar de novo. —insisto, quase chorando.

—Eu...Eu...Eu preciso pensar! — ele me afasta de maneira bruta, saindo dali com a cadeira rapidamente.

Eu já esperava por aquela reação dele, mas ele não disse um "não", disse que pensaria. Quem sabe diria um "sim", bastava eu crer no impossível de Deus. Volto para a sala segurando as lágrimas, eu não iria chorar ali, na frente de todos e faltando somente alguns segundos para a virada. Nem vi quando o relógio deu meia noite, os fogos de artifício e o barulho ao longe vindo da Times Square foi o que me lembrou que um novo ano se iniciava.

É, um novo ano e uma nova fase na minha vida iriam se iniciar. Eu só não imaginava que seria um caminho árduo e de dores...

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*Eita, como será que vai ser essa fase de paqueradora da Elena? Será que Michael resistirá ao charme dela? rsrsrs. Só lendo e acompanhando para saber, mas garanto que será bem desafiador e divertido.

*E Michael, será que irá aceitar o pedido dela para recomeçar ou vai continuar nessa de bancar o difícil? Vamos torcer para que nosso casalzão volte...

*Votem na estrelinha e digam o que estão achando! Um abraço e até a próxima!

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