Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo • 8

Simplesmente é surreal tudo que Dominic está fazendo por nós. Em alguns momentos cheguei a cogitar que estava impondo sua presença perto de mim, mas logo descartei esse pensamento ao enxergar a verdade em seus olhos sobre oferecer o emprego para meu pai. Sinto-me cada vez mais intrigada com ele.

— Você está bem?

Ele pergunta baixinho enquanto se senta no espaço vago ao meu lado. O quarto no qual estamos parece mais algo pertencente a algum hotel do que um hospital; nessa cama caberia facilmente duas pessoas. Meus pais estão dormindo na grande poltrona que parece um sofá, estava oculta pela escuridão no momento que acordei horas atrás. Realmente esse hospital é particular, é incrível como poucas coisas fazem com que um sentimento de fragilidade rasteje pelas veias. Não consigo acreditar que não iriam me atender apenas por não possuirmos condição financeira de pagar por algo aqui dentro.

— Estou — respondo minutos depois. — Não deveria estar em casa?

— Nossa! — Coloca as mãos em seu peito. — Fui expulso na cara dura.

— Desculpa. — Abro um sorriso sem graça, minha pergunta foi um tanto rude.

— Nada. Sou dramático mesmo. — Bate seu ombro no meu.

— Sério? Não parece. — Desde que nos conhecemos, ele parece ser um homem sério e talvez um pouco engraçado, mas dramático não seria uma palavra que usaria para defini-lo.

— As aparências enganam.

— Com certeza. — Tento expulsar os pensamentos negativos para longe.

— Pensamentos felizes nesse momento, Angel.

— Sim, está certo.

— Se quiser conversar algum dia, sou um bom ouvinte.

— Lembrarei disso. — Sinto um aperto ao pensar que não vou mais vê-lo.

— Não vai lembrar. Serei esquecido como aqueles livros que começamos a ler, depois compramos outros e ele fica esquecido na estante. — Suspira dramaticamente, e agora compreendo sua afirmação anterior sobre drama. — A despedida é uma dor tão suave que te diria boa noite até o amanhecer.

— Não acredito! Acabou de citar uma parte de Romeu e Julieta? Presumo que estou ao lado de um amante da literatura. — Não perco a chance de provocá-lo, nem ao menos me surpreendo com as minhas palavras, desde que o conheci não estou me reconhecendo.

— Descobriu a minha fraqueza. — Se aproxima um pouco e sussurra: — Não conte para minha mãe que leio os livros dela escondido.

— Pode deixar — sussurro de volta, segurando um sorriso.

— Gosto de ler, mas a falta de tempo atrapalha. Passo o dia no quartel e às vezes a noite toda, chego em casa esgotado. Só quero dormir, acho que em outra vida era um lençol de tanto que sinto vontade de ficar na cama.

— Dominic. — Sorrio ante sua brincadeira. — Também chego esgotada do trabalho, mesmo que não faça muita coisa. Mas aguentar minha chefe é um trabalho e tanto.

— Como assim?

— Ela não gosta de mim. — Reviro os olhos. — Acha que seu marido fica dando em cima de mim, mesmo que ele nunca tenha feito ou insinuado algo na minha direção. Tenho medo que ela descubra a gravidez e use esse motivo para me demitir.

— Calma. — Dominic toca minha mão, mas tão rápido quanto veio ele se afasta.

— Estou tentando. — Observo meus pais dormindo pacificamente. — Por eles e meus irmãos.

— E por você, Angel?

— Por mim?

— Sim. O que você está fazendo por você?

— Eu... — as palavras morrem na minha boca, e não consigo pensar em nada — nada. Não estou fazendo nada.

— Agora você não está mais sozinha. Tem que pensar nessa pequena que irá precisar muito da mamãe dela, mas para isso também precisa estar pensando em si mesma, Angel — ele disse tão ternamente que sinto vontade de chorar.

— Percebeu que se referiu como se o bebê fosse uma menina? — Suas palavras me tocaram, como se precisasse ouvi-las para conseguir enxergar mais além.

— Foi?

— Sim.

— Pensando bem, parece certo. Acho que é uma menina. — A diversão dança em suas íris. — O que você acha?

— Nascendo com saúde é o que importa.

— Está certa, mas ainda acho que é uma menina.

— Eu sou a mãe e não sei.

— Sou vidente — graceja.

— Nossa, sério? — questiono falsamente surpresa.

— Claro. Minha família sempre diz isso. — A nossa risada reverbera pelo quarto e tampo a boca com os olhos arregalados, lanço um olhar na direção dos meus pais que por sorte ainda estão dormindo.

Um toque surge e percebo que vem do Dominic. Ao olhar para o aparelho na sua mão consigo ver o nome de uma mulher e sua foto, ela se parece com o Dominic.

— Minha mãe — murmura confuso. — Preciso atender.

Apenas afirmo com a cabeça, ele se levanta e caminha rumo a porta. Quando ela se fecha atrás dele, solto um longo suspiro.

O que está acontecendo comigo? Por que me sinto tão a vontade perto dele? Onde estão meus medos e receios?

São tantas perguntas, nem ao menos sei como respondê-las. Parece que tudo desaparece quando estou perto dele, talvez isso possa explicar o quão a vontade me sinto ao conversar com ele, parece que nos conhecemos há anos e não apenas um dia.

— Filha? — Pisco para despertar desses pensamentos, ao erguer a cabeça encontro minha mãe se levantando com cuidado para não despertar meu pai.

— Oi, mãe.

— Onde está Dominic?

— Sua mãe ligou, ele acabou de sair para atender.

— Você parece diferente, querida. — Senta na cama e acaricia minha bochecha. — Seus olhos... não estão mais tão tristes.

— Não sei o que está acontecendo, mãe. Estranhamente, não sinto medo do Dominic. Isso está me deixando confusa.

— Ele parece ser um homem de ouro, tem nos ajudado tanto sem ao menos pedir algo em troca. Isso é algo tão raro hoje em dia... Seus pais o criaram bem. Antes de você ser atendida, todos o trataram diferente, com respeito, como se conhecessem sua família. Dominic tem um sobrenome estranho.

— Qual?

— McDemott, além de estranho parece ter um peso enorme.

Abro a boca para falar algo, contudo nenhuma palavra escapa, pois elas parecem ter evaporado no momento que a porta se abriu e revelou um Dominic atormentado.

— Dominic? — minha mãe o chama.

— Meu irmão... — Sua voz se desvanece, e temo o pior.

— O que aconteceu? — pergunto exasperada.

— Tentaram matar meu irmão mais uma vez.

— O quê?!

Tenho em mente que seu irmão está no hospital e tinha acordado do coma, mas saber que tentaram matá-lo é assustador.

— Dominic, explique isso melhor! — Minha mãe está igualmente abalada.

— Tem um mês que Diogo sofreu um acidente e foi induzido ao coma. Descobrimos que foi um acidente forjado; a perícia confirmou que os freios do seu carro foram cortados. — Trago as mãos até a boca, minha mãe ofega assustada. Isso eu não sabia. — Minha mãe acabou de ligar para contar. Aparentemente, uma pessoa tentou injetar algo nele enquanto estava dormindo, mas meu irmão acordou antes que isso acontecesse.

— Dominic — o chamo baixinho, seu olhar recai sobre mim. Contudo, é como se ele não estivesse realmente me vendo; seus olhos não possuem mais aquele brilho divertido de minutos atrás enquanto conversávamos.

— Preciso ir.

No momento que ele sai pela porta mais uma vez, meus olhos se tornam marejados, e nem devo culpar os hormônios. Estou preocupada com Dominic e sua família.

— Mãe. — Meu tom não passa de uma lamúria.

— Calma, minha menina. — Ela me abraça, e tento buscar conforto em seus braços.

— Filha! — Meu pai acorda assustado, ao me ver abraçada com minha mãe se levanta rapidamente. — O que aconteceu?

— O irmão do Dominic quase foi morto aqui, no hospital — explica minha mãe.

— Meu Deus, que horror!

A porta se abre novamente, por um segundo imagino que ele tenha voltado, mas espanto essa vontade de tê-lo aqui, nesse momento que precisa estar ao lado de sua família. Doutora Laura adentra o quarto com um leve sorriso nos labios.

— Boa noite. Como está essa mamãe?

— Estou aliviada que o bebê está bem.

— Foi um grande susto, Angel. Bom, como havia explicado para seus pais, você teve o princípio de um aborto espontâneo. No primeiro trimestre isso é normal, são os meses mais delicados da gestação. — Aquele arrepio de medo percorre minha espinha mais uma vez. — Seus pais te trouxeram no tempo correto, mas a demora no atendimento poderia ter agravado seu quadro. Consegui controlar o sangramento a tempo, mas agora o cuidado é redobrado, tudo bem? — Concordo com a cabeça. — Aconselho que tente repousar, pelo menos até completar esse primeiro trimestre.

— Não está me contado tudo — afirmo, estou notando um porém por trás das suas palavras desde que começou a falar. — Aconteceu alguma coisa?

— Na ultrassom o qual eu fiz para confirmar o bem-estar do bebê, notei um pequeno hematoma subcoriônico, a maior causa do sangramento pode ter sido por causa dele.

— Isso é grave?!

— Tentarei ser breve com a explicação, Angel. Muitos podem falar que é um descolamento da placenta, mas na verdade esse descolamento no começo da gravidez é, na realidade, um acúmulo de sangue entre a parede do útero e o saco gestacional. O nome desse acúmulo de sangue que acontece no primeiro trimestre da gravidez é hematoma subcoriônico, e não descolamento de placenta. Quanto maior o hematoma em relação ao saco gestacional, maior o perigo de aborto espontâneo. No seu caso esteve relacionado ao seu quase aborto.

— Posso ter feito algo para tê-lo causado?

— Não, querida. Por enquanto não há explicação específica para o surgimento dele. — Solto um suspiro aliviada, não sei como iria reagir se a culpa fosse minha. — Voltando ao sangramento, é comum o hematoma provocar algum tipo de sangramento, o sangue acumulado pode sair vermelho ou acastanhado, ou pode ser absorvido com o decorrer da gravidez, à medida que o saco gestacional vai crescendo. Irei fazer o acompanhamento com a ultrassom, conforme o hematoma for diminuindo, podemos respirar aliviadas.

— O que acontece se não diminuir, doutora? — meu pai pergunta, tenso.

— No caso da Angel, o tamanho do hematoma está considerado como fora de risco, mas hematomas subcoriônicos estão relacionados com um maior risco de descolamento da placenta e parto prematuro. Pode estar fora de risco nesse momento, mas isso não quer dizer que ele não possa aumentar, se isso ocorrer Angel terá que ser internada para melhor acompanhamento. Por agora irei passar algumas precauções, quero que siga tudo a risca.

— Sim — concordo rapidamente.

— Indico repouso parcial; pode realizar algumas atividades do dia a dia, mas aconselho a não levantar objetos pesados e evitar fazer qualquer tipo de atividade física arriscada. Passarei uma receita com uma medicação indicada para esse caso, também é necessário ingerir cerca de dois litros de água por dia. Com esses cuidados e a medicação o esperado é o hematoma diminuir até que suma por completo — explica enquanto anota algo na prancheta em suas mãos. — O único problema com essa medicação são os enjoos, é uma das reações adversas. Caso venha sentir cólicas irei receitar uma medicação também, nada que possa afetar o bebê. Devo alertá-la que o sangramento pode ocorrer, por causa do hematoma. Se você sentir cólicas intensas em conjunto com o sangramento, venha imediatamente para o hospital.

— Sim, doutora. Iremos seguir a risca todas as recomendações — diz minha mãe.

— Posso trabalhar?

Mesmo que Laura tenha avisado que tudo pode ocorrer bem, ainda me sinto agoniada. Tenho medo de agravar meu quadro, mesmo que inconscientemente. Se ela responder que não, irei entender, afinal, meu bebê e sua segurança vem antes. Ao mesmo tempo que penso sobre isso, outro lado meu grita sobre as dificuldades que enfrentaremos. Contudo, devo levar em conta que meu pai conseguiu um emprego graças ao Dominic.

— Como seria esse trabalho?

— Trabalho em uma lanchonete, não sirvo as mesas, mas fico no caixa.

— Fica grande parte do dia em pé ou sentada?

— Maioria do tempo sentada, me levanto apenas para buscar algo disponível no balcão para o cliente.

— Tudo bem, Angel. Não vejo problema algum, mas evite pegar algo pesado. — Balanço a cabeça com veemência. — Irei marcar a próxima consulta para daqui quinze dias, iremos fazer uma nova ultrassom. Tenho que ir, mas qualquer coisa não hesitem em me chamar.

— Claro, doutora — diz meu pai.

Laura se despede e após a porta se fechar o silêncio volta a se instalar no quarto. A explicação sobre o hematoma parece martelar na minha cabeça. Fecho os olhos e uma lágrima solitária escorre pela minha bochecha. Repouso a cabeça no ombro da minha mãe, e mesmo que tenha medo de admitir em voz alta, queria que Dominic estivesse ao meu lado. Todavia, essa é uma vontade egoísta, pois ele está enfrentando seu próprio inferno pessoal após aquela notícia.

Ps: Esse atentado foi aquele mesmo que a Safira fraturou o antebraço, como foi descrito em um capítulo do Diogo após o acontecimento, Eleonor comenta com Diogo que acha estranho Dominic estar no hospital naquele momento que ela ligou para avisar do atentado. Bom, aí está o motivo do porquê ele estava no hospital.

●●

Ps1: Sobre o hematoma subcoriônico, eu fiz um boa pesquisa novamente sobre ele para poder reescrever essa cena, e o que a Laura explica a respeito é verídico. Isso é algo que já tinha na primeira versão da história.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro