Capítulo 8
Quinze minutos depois encontramos um carro de hot-dog e eu corri apressada até ele, ciente de que Nicolas estava bem atrás de mim.
- Dois cachorro-quentes, por favor. - Eu disse para o homem com touca branca atrás do balcão assim que nos aproximamos dele.
- Dois? - Nicolas perguntou atrás de mim.
- Claro. - Eu me virei para ele. - Um pra mim, outro pra você.
- Eu não quero. - Seu tom soou duro, cortante.
- Sim, você quer.
Eu sabia que estava "cutucando a cobra com vara curta" e a qualquer momento sua raiva poderia entrar em ebulição, mas eu nem me importava.
Ele queria passar mais tempo comigo? Certo. Então ele que me aguentasse.
- Não, Luna. Eu não quero. - Ele me olhava sério.
- Eu não vou comer um cachorro-quente sozinha!
- Ótimo, então vamos jantar. - Ele pegou minha mão e começou a me puxar, mas eu me soltei.
- Eu. Não. Quero. Jantar.
- Que droga, Luna! Isso não é saudável!
- Por favor, decidam logo! - O homem com touca branca falou parecendo impaciente. - Afinal quantos cachorro-quentes? Um ou dois?
- Dois! - Eu disse ao mesmo tempo em que Nicolas disse "Um!".
Eu me virei para ele e estreitei meus olhos.
- Dois. - Falei devagar. Dessa vez ele não discutiu, mas a raiva que eu sentia sair dele chegava a ser palpável.
Me virei para o homem com touca branca.
- Por favor, dois cachorro-quentes com bastante mostarda.
Ele anotou meu pedido num bloco de papel amarelo.
- Algo pra beber?
Olhei para Nicolas novamente.
- Quer decidir o que vamos beber? - Perguntei a ele. Ele não respondeu. Me virei de novo para o homem que estava esperando. - Dois guaranás.
Ele fez mais uma anotação.
- Aguardem um momento. - Ele apontou com o queixo para as mesas que se distribuíam pelo gramado na frente do carrinho. - Assim que estiver pronto eu levo pra vocês.
- Obrigada. - Eu respondi e me virei para encontrar uma mesa vazia. Assim que a encontrei, caminhei até ela e me sentei.
Nicolas me seguiu, mas ao invés de se sentar na minha frente ele se encostou em uma árvore próxima sem tirar os olhos de mim.
Eu fingi estar concentrada estudando o suporte de canudos vermelho que estava sobre a mesa.
- Pode se sentar, se quiser. - Murmurei sem o olhar.
- Estou bem em pé, obrigado. - Não havia humor algum em sua voz.
- Você já comeu cachorro quente?
Eu sabia que aquela pergunta era idiota demais pra ser feita, mas depois do show que Nicolas deu por causa de um simples cachorro quente eu não sabia mais o que esperar dele.
- Não costumo comer coisas feitas ao ar livre por pessoas que eu não conheço.
Eu quase ri alto ao ouvir sua resposta, mas me contive.
- Não imaginava o quanto você é fresco. - Eu o olhei.
Suas sobrancelhas se ergueram com o choque que minha audácia lhe causara e por um momento eu imaginei que, para não brigar comigo, ele iria embora já que sua raiva estava na borda. Mas para minha surpresa, ele sorriu.
- Não é frescura. É atenção.
- Deve ser muito chato ser atencioso o tempo inteiro.
Dessa vez ele não me respondeu, tampouco desviou os olhos de mim. Então eu também o encarei, como se estivéssemos brincando de quem piscaria primeiro.
Levantei uma das minhas sobrancelhas desafiando-o a dar a próxima palavra, mas ele continuou calado.
Eu estava começando a ficar constrangida com aquela troca de olhares silenciosa quando alguém se aproximou de mim.
- Aqui está, senhorita. - O homem-de-touca-branca disse com uma bandeija na mão. - Dois cachorro quentes e dois guaranás.
Ele dividiu o lanche sobre a mesa, colocando o de Nicolas na frente da cadeira em que ele provavelmente deveria estar sentado.
- Deseja mais alguma coisa?
- Não, isso é tudo. Obrigada. - Eu disse enquanto puxava o anél da latinha de refrigerante para abrí-la.
Ele sorriu enquanto colocava a conta debaixo do suporte de canudos e se afastou.
Eu peguei um canudo e o mergulhei no refrigerante, chupando-o, tentando fingir que Nicolas não estava ali. Então coloquei meu refrigerante sobre a mesa e peguei o cachorro quente.
- Você deveria comer. - Eu disse antes de dar a primeira mordida.
- Dispenso. - Nicolas murmurou.
Eu coloquei meu cachorro quente ao lado do refrigerante e descansei meus braços sobre a mesa enquanto mastigada.
- Você tem ideia de quantas pessoas no mundo dariam tudo o que têm por um cachorro quente enquanto você dispensa o seu? - Perguntei com a boca semi-cheia.
- Eu não pedi isso. - Ele deu de ombros.
- Mas agora ele está aqui. O que custa comer?
- Minha saúde.
- Nicolas, você está agindo como uma criança.
Ele riu, realmente riu.
- Olha só quem fala.
Eu respirei fundo enquanto pegava o cachorro quente dele e me levantava da mesa.
- O que vai fazer? - Ele perguntou enquanto eu caminhava em sua direção.
Não respondi. Apenas empurrei o cachorro quente para sua boca.
- Ei! - Ele não conseguiu esconder o sorriso da sua voz enquanto tentava me empurrar. - Tire essa coisa da minha cara!
- Não antes de você comer. - Eu afastei seus braços com uma mão enquanto tentava novamente forçá-lo a comer com a outra.
- Luna, para! As pessoas estão olhando! - Ele riu.
- Elas não estariam se você soubesse comer com as próprias mãos.
- Tudo bem, tudo bem! - Ele tirou o cachorro quente da minha mão e o olhou, fazendo uma careta.
Eu cruzei os braços parada em sua frente, esperando.
- Não acredito que você está fazendo isso. - Murmurou estudando minimamente seu lanche. - Vai enfiar essa porcaria dentro de você e está me obrigando a fazer o mesmo.
- Primeiro, isso não é porcaria. É cachorro quente. Segundo, estou só te fazendo um favor. Nada de que você se arrependa depois.
- Um favor? - Ele me olhou, levantando suas sobrancelhas.
- Sim. - Respondi. - Você só vive uma vez. Faça o melhor possível. Coma.
Ele resmungou e fez uma segunda careta antes de morder seu cachorro quente.
- Ah não! - Eu quase gritei. - Nem chegou a morder a salsicha! Tente de novo.
- Isso vai ter troco, Luna. - Ele tentou soar sério, mas eu notei o humor escondido em sua voz.
- Estarei esperando. Anda logo!
Ele mordeu novamente, dessa vez mais fundo, sujando a boca com mostarda. Eu ri.
- Tente se lambuzar menos. - Falei voltando para a mesa e me sentando.
Ele limpou a boca com as costas da mão.
- Isso é bom. - Murmurou ainda com a boca cheia.
- Eu sei. - Eu ri. - Fica ainda melhor com refrigerante.
Mordi meu cachorro quente e chupei meu refrigerante pelo canudo. Fiz contagem regressiva de três segundos mentalmente...
Então Nicolas andou até a mesa e se sentou na minha frente.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Já estava completamente escuro quando Nicolas estacionou o carro na frente da minha casa, mas as luzes lá dentro estavam apagadas, denunciando que minha mãe não havia chegado.
- Está entregue. - Ele disse desligando o motor. - Foi uma tarde divertida.
- Concordo. - Eu sorri o olhando.
- Mas ainda não sei praticamente nada sobre você. Por que não me conta sua história? - Ele desatou o cinto de segurança e se arrumou na poltrona, ficando de frente pra mim.
Eu suspirei e olhei para minhas mãos que descansavam sobre meu colo.
- Acredite, se existisse algo de interessante em minha vida eu já teria começado a falar. - Murmurei sem o olhar.
- Luna, eu só quero te conhecer. Não importa se o que você tem pra dizer é interessante ou não. Eu sei que a vida nem sempre é um mar de rosas.
Continuei olhando para os meus dedos. O que eu poderia lhe contar? Que minha mãe me batia todos os dias até há muito pouco tempo? Que meu melhor - e único - amigo morreu, por isso eu fui forçada a me mudar para essa nova cidade contra a minha vontade? Que estou apaixonada por um garoto comprometido?
Não. Decididamente não era necessário eu lhe contar isso.
Me virei para ele disposta a afastar a imagem de Diogo da minha cabeça.
- Você ficou bravo? - Perguntei.
- Bravo? - Nicolas franziu a testa confuso. - Por que eu ficaria?
- Por causa do cachorro quente... Você não queria comer.
- Ah... - Ele sorriu. - Eu não acho que bravo seria a palavra correta. Eu fiquei frustrado.
- Por que? - Agora foi a minha vez de franzir a testa.
Ele se aproximou de mim, quase invadindo meu espaço pessoal.
- Porque você é a garota mais teimosa, pirracenta e... fascinante que eu já conheci.
Eu pisquei. Certamente não era essa a resposta que eu esperava ouvir.
Nicolas levou a mão ao meu rosto e acariciou minha bochecha com o polegar.
Prendi minha respiração, ciente de que aquela situação tinha de tudo para piorar.
- Você é incrível, Luna. - Ele se aproximou ainda mais de mim. - E será um prazer te fazer perceber isso.
Eu pisquei de novo e só tive tempo de virar meu rosto antes de ele beijar minha bochecha. Soltei minha respiração devagar enquanto ele se afastava de mim.
- Desculpa. - Ele disse. - Agi por impulso.
- Anh... tudo bem. - Respondi prendendo uma mercha do meu cabelo atrás da orelha. - É só que... eu...
- Eu sei. Você ainda não está preparada para se envolver com alguém. Eu entendo.
Eu respirei fundo e fiz que sim com a cabeça. Isso não era totalmente uma mentira. Além de outros motivos, "não estar preparada" era um deles.
- Eu espero você.
Eu o olhei assustada. O que ele quis dizer com me esperar? Droga! Eu não queria ser esperada por ninguém! Principalmente se esse alguém tivesse alguma relação com Diogo.
- Tenho que entrar. Está ficando tarde. - Eu disse já abrindo a porta.
- Espera, eu posso fazer isso. - Nicolas desceu e deu a volta no carro para abrir a porta pra mim. - O cavalheirismo ainda não morreu.
Revirei os olhos enquanto descia.
- Obrigada.
Inesperadamente ele me deu um beijo na bochecha.
- Tenha uma boa noite, princesa.
Eu sorri constrangida enquanto me afastava dele. Ele bateu a porta do carro.
- Boa noite. - Respondi.
- Luna. - Ele me chamou quando eu já estava me aproximando da porta da minha casa. Me virei de novo. - Que horas eu posso te buscar quarta feira?
Merda! Eu tinha me esquecido completamente que eu ainda o veria quarta feira.
- Hm... nove está bom. - Eu disse. Não poderia demorar, já que eu tinha aula.
- Tudo bem. Eu contarei os minutos. - Ele sorriu e deu a volta no carro para entrar.
- Obrigada pelo vestido e pelo... cachorro quente. - Eu disse.
Ele sorriu de novo e abriu a porta do carro.
- Não, princesa. Sou eu quem agradeço pela sua companhia. - Ele entrou e ligou o carro enquanto piscava pra mim.
Eu suspirei quando seu carro se afastou. Sua educação e delicadeza estavam me deixando constrangida.
Me virei e abri a porta de casa enquanto duas imagens cruzavam minha mente: Nicolas e Diogo.
Eu estava certa de que essa situação tinha de tudo para dar um enorme problema.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Meu domingo passou tão rápido, que eu quase nem percebi.
Segunda feira eu acordei com uma dor de cabeça terrível, e tive dificuldades para abrir os olhos. Quando enfim consegui, olhei a hora no relógio da minha mesinha de cabeceira. 11:43.
Merda.
Eu suspirei e olhei para o teto, tentando me lembrar se algum professor tinha marcado algo de importante para hoje. Nada me veio a mente.
Eu poderia faltar. Minha cabeça estava a ponto de explodir, eu acordei atrasada e, acima de tudo, não estava preparada física e psicologicamente para encontrar Diogo. Não depois do que fizemos sexta feira.
Me virei para a parede e fechei meus olhos. Inesperadamente a imagem de meu pai invadiu minha mente. Eu quase podia jurar vê-lo entrando em meu quarto e me sacudindo, dizendo que eu estava atrasada e que minhas desculpas não o convenciam de que eu precisava faltar a aula.
Eu sorri antes de abrir os olhos. Desde pequena, faltar aula era terminantemente proibido para ele, a a não ser em caso de extrema urgência. Eu não quebraria essa regra.
Me levantei e tomei um banho sem pressa. Depois gastei o dobro do tempo que eu normalmente gastava para me arrumar.
Era óbvio que eu ficaria - muito - atrasada, mas o que eu poderia fazer? Se a coordenadora da escola não tolerasse atrasos e me mandasse de volta para casa, eu teria que aceitar e obedecer. E se ela não mandasse, bem, eu teria algumas horas para pensar no que diria a Diogo na hora do recreio, já que era impossível eu vê-lo na entrada.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Eram 13:18 quando eu entrei na escola. Não encontrei ninguém nos corredores, o que era óbvio, já que faziam 18 minutos que a aula havia começado.
Respirei fundo e caminhei sem pressa até um dos bebedouros. Se eu já estava tão atrasada, que diferença faria mais dois minutos?
Me debrucei sobre um bebedouro e fechei meus olhos enquanto bebia água. Eu nem sabia que estava com tanta sede...
- Atrasada. - Uma voz atrás de mim me fez pular com o susto, e a água entrou farta pelo meu nariz.
Me afastei do bebedouro tocindo e tentando recuperar o fôlego.
Diogo me segurou enquanto batia em minhas costas. Seu toque me esquentou.
- Calma! Respira... - Ele disse. - Não queria te assustar.
Eu respirei quando consegui me recompor, mas ainda sentia a água no interior do meu nariz.
- Você está bem? - Ele perguntou preocupado ainda me segurando.
Merda! Ele devia estar na sala de aula! Eu gelei.
- O que você está fazendo aqui? - Perguntei me afastando com a voz embargada.
- Estava esperando você. Tem alguma justificativa pelo atraso?
Eu tossi mais uma vez.
- Você tem? Eu acho que tanto quanto eu, você também deveria estar na sala de aula.
Ele sorriu pra mim.
- Essa é uma das vantagens de ser maior de idade. Você pode fazer o que quiser.
Revirei meus olhos. Quanto convencimento!
- Bem, eu não sou maior de idade. Então se me der licença... - Eu virei para me afastar, mas ele me segurou pela mão.
- Espera! - Eu me voltei para ele. - Você tem uma justificativa?
Eu franzi minha testa.
- Por que isso é tão importante?
- Porque se você não tiver, a coordenadora vai ligar pra sua mãe.
Me cérebro gelou. Oh não...
- O que? Como você sabe?
- Eu estudo aqui há quatro anos... - Ele sorriu. - Já cometi esse deslize algumas vezes.
Merda! Quem cuidava dos meus problemas escolares era meu pai. Minha mãe nunca recebeu um telefonema da escola. Nunca! Ela não podia receber agora.
- O que eu faço? - Perguntei mais para mim mesma, sem esperar que Diogo tivesse uma resposta.
- Vamos fugir. - Ele disse simplesmente.
Sua resposta me surpreendeu mais do que o fato de que a secretaria ligava para os pais por causa de um simples atraso.
Eu o olhei boquiaberta.
- O que? - Eu não devia ter entendido direito...
- Vem comigo. - Ele estendeu a mão para mim enquanto a sombra de um sorriso cruzava seu rosto. - Existe um lugar em que eu quero te levar há muito tempo. Vamos...
Eu olhei para sua mão chocada demais para responder. Fugir... com Diogo...
Engoli em seco. E a Evellin? Mesmo depois de tudo o que aconteceu entre a gente, ela continuava sendo sua namorada. Qual seria sua reação ao descobrir que Diogo havia desaparecido bem no dia em que eu faltei? Qual seria sua reação ao descobrir o que realmente estava acontecendo? Merda... De todos os garotos da escola, por que logo ele?
- Luna. - A voz de Diogo me trouxe de volta e eu o olhei. - Eu sei em que você está pensando. Deixe-me te fazer esquecê-la. Por favor... - Seus olhos me transmitiam um pedido silencioso. Por que ele tinha que ser tão lindo?!
- Ela vai descobrir... - Eu disse num sussurro enquanto todos os meus sentidos me mandavam dizer: "Sim! Vamos fugir! Me leve para sempre e nunca mais me deixe voltar!"
- Eu não me importo. Esqueça ela... Eu só quero você.
Eu pisquei com a sua declaração enquanto meu coração me sufocava ao tentar sair pela boca, então dei um passo para trás.
"Concentre-se, Luna!" Eu disse a mim mesma. "Vamos lá, você consegue. Pense na Evellin."
- Eu não posso. - Minha voz saiu distante. Minha barreiras ameaçando se cederem a qualquer momento. - Ela é sua namorada, Diogo. Como pode não se importar?
Ele passou as mãos pelo cabelo e respirou fundo, como se estivesse procurando sua paciência nos lugares mais escondidos do seu cérebro.
- Tudo bem. - Ele disse por fim. - Nós decididamente precisamos conversar. Só me responda uma coisa. Você tem certeza que quer fazer isso aqui, tão perto da secretaria?
Eu olhei para trás. Ele tinha razão. Estávamos a pouco mais de dois metros da porta da secretaria. Alguém poderia sair dali a qualquer momento, então eu poderia dar adeus à promessa de que não envolveria minha mãe nos meus problemas escolares.
Me virei novamente e passei por Diogo, indo em direção ao portão. Ele me seguiu.
Quando saí do prédio, vi o carro preto dele estacionado na garagem. Passei por ele e andei apressada até o portão da saída principal.
Quando enfim saí da escola, parei na calçada por um momento e olhei para os dois lados. Pra onde eu iria àquela hora? Eu poderia voltar para casa, mas o que eu faria lá? Ou eu poderia continuar na rua, mas o que eu faria aqui?
De repente Diogo me puxou pelo braço fazendo eu me virar para ele e antes que eu percebesse, sua boca estava na minha.
Meu choque foi tanto que eu levei um segundo para entender o que havia acontecido, e quando minha fixa caiu eu o empurrei tentando afastá-lo, mas sua força era implacável. Uma mão pressionava minhas costas me segurando firme contra ele e a outra estava em minha nuca entrelaçada em meu cabelo enquanto ele me beijava duro. Tentei afastá-lo mais uma vez. Em vão. E antes que eu percebesse, eu estava o correspondendo.
Ah, a quem eu estava querendo enganar? Eu queria isso. Senti falta do seu beijo desde sexta feira quando ele me deixou em casa.
Antes que eu pudesse evitar, envolvi meus braços em seu pescoço me entregando a ele, sem me importar com nada nem com ninguém.
As chances de Evellin descobrir eram extremamente altas - ainda mais considerando onde estávamos - mas no momento, nada era mais importante para mim do que estar com ele. Eu o queria... mais do que qualquer coisa. Eu precisava dele.
- Eu senti tanto a sua falta... - Murmurei de olhos fechados quando ele se afastou minimamente de mim. Eu podia sentir sua respiração entrecortada contra o meu rosto.
- Oh baby... eu também. - Ele mordeu suavemente meu lábio inferior. - Você não imagina o quanto.
Eu suspirei e ele me beijou novamente. Dessa vez um beijo calmo, mas rápido.
- Vem. - Ele disse se afastando e segurando minha mão. - Vamos sair daqui.
Deixei que ele me levasse de volta para seu carro, e, dessa vez, eu não discuti.
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