Capítulo 21
- Ah... - Gemi baixinho ao ser preenchida por ele, sentindo a leve queimação da minha virgindade perdida.
Ele parou dentro de mim e me olhou por um minuto, estudando-me.
- Tudo bem? - Perguntou atento.
Fiz que sim com a cabeça, mas ele continuou imóvel por alguns segundos, para que eu me acostumasse com a deliciosa tortura de tê-lo dentro de mim.
- Vou me mover, está bem?
Fiz que sim de novo e ele saiu de mim lentamente, fechando os olhos e separando os lábios, com um leve gemido saindo do fundo da sua garganta.
Minha respiração estava falhando. Ele voltou a me penetrar com a mesma lentidão, mas agora estava me olhando.
- Ah... - Gemi de novo, dessa vez mais alto, e apertei meus olhos fechados.
Ele parou novamente, seu membro dentro de mim.
- Mais? - Me perguntou de novo, estudando com cuidado minha expressão.
- Sim... - Murmurei prendendo meu fôlego.
Ele voltou a sair e me penetrar devagar. Oh, merda... isso era doloroso e... bom. Muito, muito bom.
- Eu preciso saber se você está bem, baby. - Ele disse parando dentro de mim pela terceira vez.
Droga, eu não sou de vidro!
- Eu estou bem. - Respondi baixinho fechando os olhos. - Por favor, Diogo. Continue.
Ele sorriu e voltou a me penetrar, mas dessa vez não parou.
Começou em um ritmo lento, entrando e saindo... entrando e saindo...
Mas conforme meu corpo o aceitava e o acolhia em mim, eu também comecei a me mover ao seu ritmo, sentindo-o, acomodando-o, amando-o.
Fechei meus olhos enquanto ele acelerava a cada segundo. Cada vez mais rápido. Cada vez mais forte.
Ele segurou minha perna e a puxou para cima, colada em seu corpo, enquanto eu o sentia dentro e fora de mim.
Nossa respiração saía como um suspiro, acompanhando cada movimento. A temperatura subia incontrolavelmente.
Ele se inclinou mordendo levemente minha orelha, e eu gemi alto enquanto uma sensação diferente passava pelo meu corpo. Ah...
Algo começou a crescer em mim enquanto suas investidas não cessavam. Uma sensação insuportável e deliciosa... algo que eu jamais imaginei ser capaz de sentir.
Inclinei minha cabeça para trás e ele chupou meu pescoço. Oh... isso deixaria marca.
Meu corpo começou a ficar rígido. Eu não iria aguentar. Isso era tão... tão...
Não era possível encontrar palavras que pudessem expressar tamanho prazer.
Minhas pernas endureceram e meus pensamentos se perderam. Não existia nada mais que eu e ele, na nossa casa, no nossa mundo, na nossa terceira dimensão. Nada mais que sensações...
Meu corpo estremeceu e se esticou enquanto ele me penetrava de novo, de novo e de novo...
- Vamos lá, baby... - Ele disse contra meu pescoço. - Deixe vir.
Então eu gozei, explodindo em mil pedaços em torno dele enquanto gritava seu nome.
- Ah... - Ele soltou um gemido abafado enquanto se esvaziava em mim, então ficou imóvel.
Uau... simplesmente uau.
Isso foi espetacular!
Abri meus olhos ainda tentando me recuperar do orgasmo arrebatador que eu acabei de ter.
Jamais imaginei que isso seria tão agradável...
Os olhos de Diogo estavam fechados e sua testa sobre a minha. Sua respiração saía ofegante. O suor pingava em mim, mas eu não me importava. Apenas estar com ele era o suficiente pra mim.
Ele abriu os olhos devagar e me olhou.
- Você está bem? - Perguntou lutando para controlar a respiração.
Eu tentei me concentrar e encontrar meu inconsciente que estava desaparecido. Meus pensamentos ainda estavam espalhados e eu o olhava admirada, sem conseguir dizer sequer uma palavra.
- Baby... - Ele sussurrou passando o dedo em minha boca. - Eu machuquei você?
Respirei e senti meus pensamentos voltarem. Eu seria capaz de fazer isso de novo.
- Não. - Sussurrei de volta.
Ele sorriu e me beijou, antes de sair de dentro de mim devagar.
- Ah... - Estremeci.
Ele se deitou ao meu lado, virado pra mim.
- Eu me pergunto como uma garota como você ainda era virgem. Caralho, você é tão gostosa...
Fiquei vermelha e ele sorriu.
- Baby, não sinta vergonha. Foi só um elogio. - Me puxando para si, ele beijou minha testa.
- Você acha que amanhã eu estarei diferente? - Perguntei me deitando em seu peito.
- Diferente como? - Ele me acolheu em seus braços, me aconchegando nele.
- Andando de um jeito estranho, talvez. Ou... mais feliz.
Ele riu.
- Eu não sei. Nunca tirei a virgindade de uma garota antes. Mas é bom saber que eu te faço feliz.
Eu sorri inspirando seu cheiro, enquanto passava os dedos nos músculos definidos de seu peito.
- Sabe o que mais me intriga? - Ele me perguntou alisando minhas costas nuas.
- Hm...? - Resmunguei.
- Não faz nem um mês que eu te conheço, mas tenho a sensação de que é com você que eu quero passar o resto da minha vida.
Suspirei e senti meu coração acelerar num ritmo que realmente parecia que ele estava disposto a saltar do peito.
- Você acha que isso é loucura? - Diogo me perguntou de novo quando eu não disse nada.
- Não sei. - Respondi. - Se for, somos dois loucos. Eu sinto o mesmo por você.
Ele me apertou delicadamente contra si e me aninhou, enquanto lentamente, eu deslizava para um sono profundo, exausta e satisfeita com tudo o que acontecera nas últimas horas.
Naquela noite eu sonhei com Diogo.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Estávamos voando no balão a uma altura tão grande, que só o que eu podia ver eram as nuvens brancas que se dissolviam e desapareciam conforme passávamos por elas.
Eu estava envolta nos braços de Diogo. Seu cheiro tão comum de colônia masculina e sabonete hortelã invadiam o ambiente. Ele me apertava carinhosamente contra seu corpo quente e eu conseguia sentir o pulsar do seu coração.
- Eu te amo, Luna. - Ele falou baixinho.
Meu coração parou por um momento, então adotou um ritmo acelerado.
ELE DISSE! ELE ME AMA!
Oh... eu o apertei mais forte contra mim, sentindo o tecido da sua camisa roçar meu rosto.
- Eu também te amo. - Murmurei de volta e olhei para cima, para vê-lo, mas o que vi fez minha pele arrepiar completamente.
Não era Diogo quem estava me abraçando. Era Ricardo.
Ele me apertou contra si mais forte, me sufocando.
- Eu te amo, Luna. - Ele disse de novo, e agora eu reconheci sua voz.
- O que? - Murmurei perdendo o fôlego. - Não!
- Não? Você disse que me ama também. - Seu aperto se intensificou.
Oh merda.
Eu tentei o empurrar, mas quanto mais eu empurrava, mais ele me apertava.
- Me solta... - Minha voz estava desaparecendo.
Seu abraço estava me apertando o suficiente para impedir que o ar entrasse em meus pulmões.
- Você não é tão corajosa agora, não é?
- Por favor...
- Por favor o que? Onde está seu herói que não vem te salvar? Oh... ele deve estar satisfeito agora, depois de ter fodido você.
- Não...
- Ele não se importa mais.
- Não!
- Luna! - Eu senti mãos fortes me sacudindo com cuidado, então o sonho se dissipou quando a consciência tomou conta de mim.
Abri meus olhos. Eu ainda estava nua, eu podia sentir, mas uma coberta estava jogada sobre mim, cobrindo desde meus seios até os pés.
Minha respiração estava ofegante devido ao sonho e o suor escorria pelo meu rosto. Foi tão real...
Olhei pra Diogo enquanto tomava grandes golfadas de ar, tentando controlar minha respiração.
- Ei... - Ele me abraçou. - Tudo bem. Foi só um pesadelo.
Meus sentidos voltaram a funcionar lentamente.
"Ele está satisfeito agora."
"Ele fodeu você."
"Ele não se importa mais."
- Diogo... - Murmurei com a voz trêmula. As lágrimas embaçando meus olhos.
- Oi, baby. - Ele disse me balançando devagar, como se eu fosse um bebê com dificuldades pra dormir.
- Você está aqui... - Me apoiei em seu peito nu fechando os olhos, tentando acalmar meus batimentos cardíacos e me convencer de que foi só um sonho. Sim... um terrível sonho.
A realidade estava ali, na minha frente, cuidando de mim e me mantendo segura.
- É claro que eu estou aqui. - Ele respondeu com carinho, me apertando delicadamente. - Onde mais eu estaria?
Olhei pra ele sentindo o nó em meu coração se desfazer aos poucos.
- Eu sempre vou estar aqui, baby. - Ele se aproximou de mim devagar e me beijou... duro.
Franzi minha testa e tentei afastá-lo, mas ele me apertou firme, me mantendo presa contra ele.
- Não... - Murmurei contra seus lábios, e mesmo tão perto, eu pude ver que não era Diogo.
Era Ricardo... de novo.
O empurrei forte, mas como da outra vez, ele usou o dobro da força para me manter aprisionada, me sufocando novamente, enquanto sua boca tomava a minha de uma maneira rude e impiedosa.
Eu queria gritar. Queria chamar Diogo... mas não podia. Sua boca estava fazendo um excelente trabalho em calar a minha.
O ar estava fugindo dos meus pulmões. Eu não levaria muito tempo até ficar inconsciente.
Ele apertou meu rosto entre as mãos e empurrou sua língua nojenta dentro da minha boca. Minha cabeça ameaçava explodir a qualquer momento e o enjoo invadia meu estômago.
De repente Ricardo me empurrou e eu caí no chão, ao mesmo tempo em que me sentei na cama com um pulo, retomando minha consciência.
- Ei... - Diogo se sentou ao meu lado. - O que foi?
Eu o olhei com os olhos arregalados e me afastei. Meu estado estava totalmente refletido ao do sonho.
Eu estava nua, porém coberta. Minha respiração estava ofegante como se eu tivesse acabado de correr uma maratona e o suor escorria pelo meu rosto.
Diogo franziu a testa pra mim.
- Baby, qual é o problema?
- Você... - Eu engoli, tentando controlar minha respiração. - Você é real?
Ele ficou ainda mais confuso.
- O que?
- Eu estou... estou sonhando? - Perguntei de novo.
- Não. - Ele respondeu com tanta atenção, que mais parecia estar revelando o maior segredo do mundo a alguém. - Você está perfeitamente acordada.
Eu suspirei aliviada.
- Você está aqui. - Era real. Era real. Tinha que ser. - Você está aqui.
Eu precisava me convencer primeiro, antes de acreditar que ele realmente queria me proteger.
- Sim, baby. Eu estou aqui.
Ele se aproximou devagar e me abraçou. Estremeci.
- Calma. - Ele alisou meu cabelo com a mão. - Tudo bem.
Eu pisquei apoiada em seu peito nu, então o alívio me inundou.
Era ele. Era real.
Eu me encolhi em seus braços fechando os olhos e deixei que ele me acalmasse.
- Feliz aniversário. - Ele sussurrou acariciando meu cabelo depois de vários minutos em silêncio, quando eu me acalmei o suficiente.
Oh... eu tinha me esquecido disso.
- Obrigada. - Eu disse antes de pensar.
Espera aí! Já era meu aniversário?!
Abri meus olhos e por um segundo, a surpresa foi mais rápida que a reação.
O dia raiou!
- Droga! - Pulei da cama enrolada na coberta e senti a dor da noite anterior instalada na base da minha barriga.
Cambaleei e me apoiei no criado mudo, tentando permanecer firme.
- Diogo, nós não devíamos ter dormido!
Ele sorriu antes de responder.
- Você estava cansada. Não queria te acordar. - Arrumando a coberta sobre si. - Como você está se sentindo?
Eu olhei pra ele. O sonho ainda estava nublando meu cérebro, mas talvez fosse melhor esquecê-lo.
- Dolorida, diferente... eu estou bem.
Ele sorriu.
Peguei meu sutiã do chão e o abotoei.
- Sofia vai me matar. Ela veio dormir na minha casa ontem! O que eu vou dizer a ela? - Andei até minha blusa que estava embolada no pé da cadeira e a desvirei para vestí-la.
- Não sei baby. Diga a verdade.
- Ah... ela vai me dar uma surra antes de me matar.
Encontrei minha calcinha e minha calça quase debaixo da cama e me virei de costas pra Diogo pra vestí-las.
- Não é nada que eu não tenha visto ontem. - Ele sorriu atrás de mim e eu virei.
- Ontem foi ontem, hoje é hoje e hoje eu estou apressada, então será que dá pra você se levantar daí e ir se trocar? Eu vou precisar de uma carona pra casa.
Ele deu de ombros indiferente.
- Como quiser. - Então se levantou da cama completamente nu, deixando sua coberta pra trás.
Parei de respirar.
Caramba. Ele é atraente e... grande. Muito grande. Isso tudo realmente esteve dentro de mim?!
- Achei que você estivesse atrasada, baby. - Ele disse me lançando um sorriso travesso, percebendo a direção do meu olhar e não se preocupando nem um pouco em se esconder.
Balancei a cabeça desviando meus olhos
- Eu estou atrasada. - Retruquei fechando a braguilha da minha calça. - Termine de se trocar logo.
Saí pra fora e desci as escadas, tirando meu celular de dentro do bolso da calça.
Vinte e seis ligações perdidas de Sofia, três da minha mãe e uma de Nicolas.
Merda!
Disquei o número de Sofia imediatamente e ela atendeu no segundo toque.
- Onde você está?! - Ela gritou.
- Indo pra casa, e você?
- Vindo pra casa? Adivinha onde eu estou, querida? Oh, não; espera. Claro! Eu estou na sua casa porque nós marcamos isso, você se lembra?
Ah, não. Ela estava brava.
Sofia brava se tornava simplesmente insuportável.
- Desculpe, eu perdi a hora.
- Perdeu a hora?! Luna, você tem alguma ideia de que horas são? Faltam quinze para as oito! Como você perde a hora desde seis da tarde de um dia até oito da manhã de outro?!
- Desculpa.
- Me diz uma coisa. Você está com o Diogo?
Epa. É a primeira vez que ela chama ele somente pelo nome, sem nenhum apelido constrangedor acompanhando.
- Hm... sim.
- Pois eu quero que você venha pra casa agora, está ouvindo? A-GO-RA. Não avise a ele. Pegue um táxi se for preciso, mas eu quero te ver aqui dentro dos próximos dez minutos, e eu não estou ligando a mínima para a porra do lugar em que você esteja agora. Que seja em Marte! Se você não se apressar, pode desconsiderar minha amizade! - E ela desligou.
Ela desligou na minha cara!
- Quem era? - Diogo perguntou se aproximando de mim por trás.
Eu me virei.
- Sofia. Ela não está muito satisfeita com a minha ausência.
- Então acho que é melhor a gente ir. - Ele pegou minha mão me levando até o carro.
- Basta me deixar perto de casa, tá? Não precisa me levar na porta.
- E por que eu faria isso?
- Porque eu estou pedindo. Acho que Sofia não está com um humor muito bom.
Ele deu ombros.
- É você quem sabe.
Ele me deixou entrar, e enquanto ele dava a volta no carro, liguei para Nicolas.
- Bom dia, princesa! Onde você está?
Mas que merda era essa que todo mundo queria saber minha localização?!
- Estou indo pra casa. Por que você me ligou?
Diogo franziu a testa pra mim enquanto entrava no carro, como uma pergunta silenciosa.
- Nicolas. - Movi meus lábios pra ele, mas nenhum som saiu.
Ele balançou a cabeça sinalizando que tinha entendido e ligou o carro.
- Eu queria saber se você gostaria de ir no salão ou se arrumar em casa. Como a festa é sua, é você quem decide.
- Vou me arrumar em casa. - Eu disse pensando em Sofia. Eu não a deixaria em casa enquanto estaria em um salão tendo vida de princesa.
Além do mais, odiei ter que tirar todo aquele spray do meu cabelo depois do casamento da Karen. Não é algo que eu gostaria de repetir.
- Tudo bem. Eu vou passar lá mais tarde pra deixar seu vestido. Tem mais alguma coisa que você queira na festa que ainda não tenha?
- Não. - Respondi rápido.
- Princesa, acho que você gostaria de saber também que sua mãe enviou convites pra sua escola. Eu creio que pelo menos metade dela marcará presença.
Meu queixo caiu em descrença.
- Como é que é?
- Eu acho que foi uma boa ideia. As pessoas que você convidou não seriam suficientes pra acabar com tudo o que foi preparado. Além do mais, o espaço é grande. Vai ser divertido.
Respirei fundo, fazendo uma nota mental do milionésimo primeiro motivo pra odiar minha mãe.
- Tudo bem. - Murmurei.
- Acho que era só isso. Eu te vejo mais tarde.
- Okay. - Desliguei.
- Que foi? Você parece tensa. - Diogo disse enquanto dirigia.
- Eu estou bem. É só minha mãe testando a última gota da minha paciência.
- O que ela fez dessa vez?
- Convidou a escola inteira, que eu saiba.
Diogo sorriu.
- Talvez ela não saiba direito como agradar você.
Olhei pra ele por um momento. Eu odiava que as pessoas defendessem meus adversários e eu odiava ter essa impressão, mas resolvi não discutir.
Fazia duas semanas que eu e Diogo estávamos em plena paz. Eu não estragaria isso hoje.
- É... - Respondi desviando o olhar. - Talvez.
Pelo resto do caminho até minha casa, uma conversa tranquila e normal fluiu entre a gente. Falamos sobre o aniversário, sobre a escola e sobre minha amizade com Nicolas. Pelo que eu já tinha percebido, Diogo jamais aprovaria, embora eu tivesse a impressão de que jamais me diria o motivo também. Apesar de ainda me sentir desconfortável com seu segredo, eu tentei me convencer de que não era nada demais. Eles apenas se odiavam, mas eu sabia que de um jeito ou de outro, ambos teriam que entender que nenhum dos dois iria sair da minha vida.
Ou era isso que eu achava até aquele momento...
- Que horas eu devo vir te buscar? - Diogo perguntou quando estacionou o carro a vários metros da minha casa, como eu havia pedido.
- Não sei. Acho melhor eu ir com Sofia. Ela não está muito feliz por eu ter dormido com você hoje.
Ele riu.
- É difícil imaginar aquela menina zangada. Mas de qualquer jeito eu posso dar uma carona a ela também.
- Tudo bem, eu vou falar com ela. - Me inclinando sobre a marcha do carro, eu colei meus lábios aos dele, que retribuiu meu beijo com carinho. - Eu amo você.
Ele suspirou, e por um momento imaginei a tensão naquele simples ato, então mordeu levemente meu lábio inferior, enviando arrepios por todo meu corpo.
- Eu sei. - Murmurou ainda de olhos fechados, com o rosto a milímetros do meu. - Vá agora antes que arrume problemas com sua melhor amiga.
Eu abri meus olhos e me afastei para o olhar.
Decididamente não era isso o que eu esperava ouvir, mas é claro que ele tinha razão. Se Sofia tivesse levado a sério a promessa de desconsiderar minha amizade caso eu não chegasse em casa nos próximos dez minutos, eu tecnicamente não a tinha mais como melhor amiga, e se eu continuasse no carro discutindo com Diogo sobre o que ele sentia por mim, certamente minha situação com ela iria piorar um grau.
Balancei minha cabeça e abri a porta.
- Te vejo mais tarde. - Eu disse.
Se eu já tinha esperado um mês, com certeza não era um problema esperar mais alguns dias. Talvez ele estava apenas esperando e planejando o momento certo para dizer as três palavras que eu mais ansiava ouvir.
Quando cheguei em casa, Sofia estava sentada na mesa da cozinha, tirando e recolocando um pacotinho de chá em uma xícara.
Eu percebi que ela interrompeu uma conversa com minha mãe, que estava em pé com o quadril apoiado no armário, e as duas me olharam. Seus olhares estavam claros: nenhum humor. Porém eu ainda consegui notar uma frieza mais profunda nos olhos de Sofia.
Franzi minha testa. Alguma coisa estava errada...
- Vou deixar vocês conversarem. - Minha mãe disse se afastando do armário e indo em direção às escadas.
Fiquei ainda mais confusa. Desde quando ela se importava em dar o mínimo de privacidade pra mim e Sofia?
- O que aconteceu? - Perguntei depois de um tempo, quando ela já tinha se afastado o suficiente.
Sofia sorriu pra xícara de chá mas eu não vi humor algum em seu rosto.
- Eu poderia jurar que a primeira pergunta deveria ser feita por mim. - Então ela me olhou. - Estou errada?
Engoli em seco. Ela realmente estava brava, e isso era muito, muito ruim.
Balancei minha cabeça negativamente e ela fez que sim.
- Como eu imaginei. Sendo assim, onde você estava?
Pensei um pouco antes de responder. É claro que mentir, no momento, era a pior coisa que eu podia fazer, então resolvi ser vaga. Quanto menos falasse, menos estaria encrencada.
- Numa casa na árvore.
Ela levantou as sobrancelhas pra mim.
- Numa casa na árvore. - Repetiu.
Isso não era uma pergunta, mas eu fiz que sim.
- Que casa na árvore?
Merda. Isso não estava dando muito certo...
- Ela fica na propriedade da família do Diogo. Ele me levou lá.
- Então vocês passaram a noite juntos.
- Sim. - Respondi.
- Luna, fala pra mim que você não entregou sua virgindade pra ele.
Oh... Decididamente não era isso o que eu esperava ouvir dela.
Respirei fundo.
- Eu não vou mentir pra você. - Murmurei como se eu tivesse outra escolha, tentando soar o mais indiferente possível.
Ela soltou um suspiro e se levantou com sua xícara de chá na mão, esvaziando todo seu conteúdo dentro da pia.
Eu a observei lavar a xícara e a colocar no escorredor de copos. Em seguida lavou a pia.
Demorei vários segundos pra perceber que ela estava se mantendo ocupada pra me evitar.
- Sofia. - Eu a chamei e ela me olhou por cima dos ombros. - Fala comigo.
Ela pensou um pouco, balançou as mãos dentro da pia e se virou de frente pra mim.
- Há quanto tempo vocês se conhecem? Duas semanas?
- Um mês. - Respondi sem hesitar.
- Um mês?! E você acha que isso é suficiente pra aceitar transar com ele?
Ah... eu poderia jurar que um mês era mais que duas semanas.
De qualquer forma, de todas as reações que eu esperava dela, essa estava no último lugar da lista.
- Lembra quando estávamos na sexta série? - Ela me perguntou com um sorriso triste. - Nosso plano era terminar os estudos, arrumar um emprego, casar e ter filhos lindos. Assim, tudo nessa ordem. Você se lembra?
Engoli em seco. O jeito como ela estava falando até parecia que eu tinha engravidado de um traficante de drogas.
- Daí seu pai morreu e você se mudou. Tudo bem. Você conheceu pessoas novas. Okay. Você se apaixonou e resolveu perder sua virgindade assim, da noite pro dia. Certo. Isso seria aceitável, se você ao menos conhecesse seu parceiro.
- Achei que você gostasse dele.
- Não, Luna. Eu o acho atraente. É diferente. O que ele disse? Que te ama? Ele já chegou na parte das promessas vazias? Fala sério! Você sempre foi ótima em julgar um garoto logo no primeiro olhar, o que aconteceu com esse seu talento agora?
Franzi minha testa. Mas que merda estava acontecendo afinal?!
- Eu não estou entendendo, Sofia. Isso tudo é porque eu não estava aqui ontem quando você chegou?
- Acorda, Luna! Isso não tem nada a ver comigo. É sobre você! Eu sempre te achei a garota mais inteligente e esperta, mas veja agora! Está perdida de amores por um cafajeste mulherengo!
- Cala a boca! - Gritei também. - O que deu em você?! Você nem o conhece, como acha que...
- E você o conhece?
Sua pergunta me pegou desprevenida, me fazendo calar na hora. Bem, eu sabia boa parte da vida dele, mas ainda assim, existia seu tão grande segredo que ainda me inquietava.
- Vamos lá, Luna. Responda.
- Eu o conheço o suficiente.
- O suficiente? É só o que você tem a me dizer?
- Mas que merda, Sofia! Até ontem você achava Diogo o Adonis, de tão perfeito! O que mudou?
- Tudo. - Ela balançou a cabeça. - Já que você não estava em casa ontem, eu e sua mãe tiramos a noite pra conversar sobre você. Acredite, foi uma novidade pra mim também conversar com ela, mas serviu pra abrir meus olhos sobre o príncipe que não é tão perfeito assim. Já ouviu falar em quantos corações ele despedaçou? Garotas como você, que acreditaram nele e foram idiotas o suficiente pra se apaixonar. As notícias correm, Luna.
Balancei minha cabeça negativamente.
- Você não sabe de nada.
- Eu sei que você está apaixonada, por isso só vê um por cento de bondade nele e ignora os outros noventa e nove por cento de pura maldade.
- Se algum dia ele foi assim, ele mudou agora.
- Eu não acredito.
- E eu não acredito que você está do lado dela.
- Eu sempre estive do seu lado, Luna. Caso contrário, nós não estaríamos aqui tendo essa conversa.
- Eu amo ele.
Seus olhos se arregalaram, como se eu tivesse acabado de dizer que ele tinha AIDS, e seu queixo caiu em seu rosto surpreso demais pra pronunciar qualquer palavra.
- É a primeira vez que eu me apaixono por alguém, Sofia. Eu nunca estive tão feliz. Ele me faz tão bem...
Ela ficou me olhando com aquela expressão por um tempo, até ela fechar a boca, retomando a consciência. Então respirou fundo.
- Eu não quero te ver sofrer. Depois de tudo o que você já passou... você não merece mais desgraças na sua vida.
- Eu não achava que tinha mais uma vida, até encontrar ele. Ele mudou tudo, Sofia. Foi ele quem fez eu me sentir feliz depois da morte do meu pai. Ele me fez sentir viva.
Eu não consegui discernir a expressão no rosto dela. Era quase como se ela soubesse algo que eu não sabia, e não soubesse como me contar.
- Se ele te fizer sofrer, Luna... - Ela disse por fim. - ... eu juro por Deus que eu não vou responder pelos meus atos.
Eu sorri. Enfim, sua barreira de ignorância estava desfeita.
- Eu não vou me esquecer disso, mas ele não vai me fazer sofrer. Meu talento em julgar os garotos logo no primeiro olhar ainda está aqui. - Eu apontei minha cabeça com o dedo indicador.
- Eu espero que você tenha razão. - Se aproximando de mim, ela me abraçou apertado. - Feliz aniversário, piranha.
- Obrigada, vadia.
- Seu presente está lá em cima. - Ela me soltou.
- Espero que seja o colar que você disse que ia me dar. - Eu disse me virando pra escada. - Caso contrário, vou fazer você engolir, seja lá o que for.
Nós rimos juntas enquanto ela me seguia pelo corredor.
- Acho que meu estômago vai ter que aprender a digerir um alimento diferente hoje.
Eu ainda estava rindo quando abri a porta do meu quarto. Em cima da minha cama, um vestido preto descansava estendido.
Eu me aproximei e o peguei, levantando-o no ar para examiná-lo melhor.
Era um vestido de alcinhas, com cinco babados na saia longa. Eu estava certa de que ele atingiria o chão quando o vestisse. Minha cintura ficaria marcada dentro do tecido na parte de cima, mais escuro que a saia.
Ele era lindo, mas eu franzi a testa. Não era o tipo de presente que eu esperava receber de Sofia.
- É pra você usar no seu aniversário. - Ela disse quando olhei pra ela.
- Como você disse, é um aniversário, não um velório. - Respondi estendo o vestido em cima da cama de novo.
Ela riu.
- Bem, em Santa Teresa você sempre surpreendia com a escolha das suas roupas. Isso também mudou?
Olhei para o vestido de novo, me lembrando das várias vezes em que cheguei em um evento com a roupa contrária a que eu devia usar, como no dia do aniversário de quinze anos de uma das meninas que andavam comigo. Quando a maioria das garotas estavam usando vestidinhos lindos acima do joelho, eu cheguei com uma calça larga e camiseta.
Era para as pessoas terem rido, mas no dia seguinte, a febre das calças largas estava espalhada pela escola.
Eu ri.
- Certo. Vou ter que ligar pro Nicolas dispensando o vestido.
- Sério que além da festa ele ainda te daria o que você iria vestir?!
Dei de ombros.
- Eu não tenho culpa se ele não se importa em derramar dinheiro em cima de mim. - Falei sem esconder o desprezo da minha voz.
- Não, gata. Você não tem culpa. Você tem sorte.
Eu ri por causa do som da risada dela, não pelo que ela disse.
Então seu riso desapareceu aos poucos.
- Amiga, você sabe que eu te considero minha irmã, não é?
Minhas sobrancelhas se ergueram com a mudança de assunto repentina.
- E eu te considero a minha. - Respondi.
- Eu sei, mas... eu não suportaria ver você sofrer porque se isso acontecer eu sofro o dobro. Você sabe disso, não é?
Um canto da minha boca se ergueu em um sorriso.
- Eu sei. - Eu disse abraçando-a apertado. - Eu estou tão feliz por você está aqui... obrigada por ter vindo.
- Você está brincando se acha mesmo que eu perderia seu aniversário por alguma razão nesse mundo. - Ela me soltou. - Chega de drama. Isso não combina com você.
Eu ri.
- Certo. Você se importaria se Diogo viesse nos buscar?
Ela fez uma careta.
- Eu tenho outra escolha?
- Não. - Sorri.
- Bem, então você já tem minha resposta. Senta aí agora. Apesar de estar puta com você, eu ainda sou humana. Minha amiga não é mais virgem! Me conte cada detalhe.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Eu não fui capaz de esconder minha surpresa ao entrar no quintal de Karen, com Diogo de um lado e Sofia do outro.
A decoração estava muito melhor do que no dia do seu casamento, e eu pude reconhecer várias pessoas da escola, embora nunca tivesse sequer ouvido a voz da maioria delas.
A arrumação era completamente variante entre preto e rosa. Várias mesas e cadeiras estavam distribuídas pelo quintal enquanto garçons incontáveis circulavam tranquilamente entre elas, carregando bandeijas equilibradas em apenas uma mão.
Eu ainda estava tentando ter certeza de que aquele aniversário era meu, quando alguém tocou meu ombro nas costas.
- Feliz aniversário! - Tio Davi disse já me envolvendo em seus braços fortes. - Você está incrível, e essa festa está esplêndida!
Eu sorri, incapaz de discordar.
- Que bom que você veio, tio! - Eu disse retribuindo ao seu abraço, então foi a vez de tia Luara.
- Querida, você está linda! - Ela me abraçou.
- Obrigada, tia. - Respondi. - Você também.
Bem, eu realmente não estava me considerando tão bonita assim. Em mim, a única coisa que chamava a atenção era o vestido que Sofia me fez usar. Fora isso, meu cabelo estava naturalmente solto atingindo as costas e uma maquiagem clara feita por Sofia enfeitava meu rosto.
- Fui eu quem arrumei ela. - Sofia fez questão de se destacar na conversa, enquanto Diogo me puxava delicadamente para ele, passando o braço pelas minhas costas.
- Ah, é claro que tinha que ter um toque de "Sofia" nisso tudo. - Luara riu. - Você também está perfeita, meu bem. Como uma princesa.
- Eu sei. - Minha amiga soou convencida, o que me fez rir também.
- E você, Diogo? - Tio Davi estendeu a mão, e Diogo teve que tirar seu braço das minhas costas para cumprimentá-lo. - É bom revê-lo.
- Igualmente, senhor.
Educado como sempre.
Como podia haver pessoas que ainda não gostassem dele?
Olhei pra Sofia e percebi o desprezo em seus olhos.
- Luna! - Eu mal tive tempo de me virar, quando uma onda de adolescentes eufóricas me agarraram como se eu fosse o Brad Pitt, atraindo a atenção de todos os convidados.
Levei um segundo pra recuperar meus pensamentos, então me deixei ser envolvida pela conversa escandalosa e animada das meninas que a alguns meses atrás, andavam comigo na escola e me consideravam a abelha-rainha.
Quando elas se afastaram, levaram Sofia junto para a pista de dança e eu percebi que tia Luara e tio Davi também já tinham saído de perto, me deixando aos cuidados de Diogo.
- Não parece tão ruim, não é? - Diogo perguntou.
- Não tanto. - Respondi ao mesmo tempo em que notei um palco que até aquela hora, estava fora do meu campo de visão. Sobre ele, um piano.
Franzi minha testa, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa Nicolas se aproximou de mim.
Imediatamente, Diogo me puxou para mais perto, colando meu corpo junto ao seu.
- Princesa, eu não acredito que você dispensou meu vestido pra usar isso. - Ele apontou meu corpo com uma careta de desgosto.
- Nem pense nisso! É meu vestido favorito!
- Desde quando?
- Desde que eu ganhei. Por que tem um piano aqui?
- Achei que você iria gostar. - Ele deu de ombros.
- Oi. - Eu me virei quando ouvi a voz da minha mãe atrás de mim, mas não repondi.
Diogo me soltou, se afastando minimamente pra nos dar um pouco de privacidade e Nicolas fez o mesmo.
Eu devia admitir que ela estava linda com seu vestido vermelho atingindo os joelhos e o cabelo trançado para o lado. Sua maquiagem estava quase escura e os saltos de dez centímetros combinava exatamente com cada detalhe de sua arrumação.
- Feliz aniversário. - Ela estendeu pra mim um tipo de caixa preta, comprida e aveludada em formato de um violão em miniatura, com um laço vermelho enfeitando a parte mais fina.
Eu olhei para o presente em suas mãos e meu coração acelerou de repente quando percebi instantaneamente que era um violino.
Eu pisquei, e por um momento, me senti tentada a pegar... então me lembrei de que ainda era ela. A mulher que destruiu minha vida.
- Eu não quero nada vindo de você. - Eu disse fria. - Não precisava ter se dado ao trabalho de gastar dinheiro comigo.
- Não fui eu quem comprei. Foi seu pai.
Apesar de ter absoluta certeza de que ela estava mentindo, eu não disse nada.
- Ele comprou pouco antes de morrer. Disse que seria seu presente de aniversário. - Ela estava olhando para o violino enquanto falava. - Infelizmente ele não pôde estar aqui pra te dar, então... - Ela me olhou. - Ele queria ver você tocar em um palco.
Minhas sobrancelhas subiram quando percebi o que ela estava querendo dizer.
Ela queria que eu tocasse hoje!
Ri alto.
- Você só pode estar brincando.
- Não estou não. O sonho dele era te ver tocando em público, Luna. Ele queria que você começasse hoje.
Eu não consegui responder. Será que ela estava falando sério? Essa era a vontade do meu pai? Ou será que ela só tinha estragado algumas cordas do violino pra que eu passasse vergonha?
Senti Diogo pegar minha mão e me virei. Primeiro olhei para nossas mãos unidas, depois para seu rosto.
- Toque, baby. Você consegue. - Ele disse com carinho.
Olhei pra Nicolas que estava do meu lado oposto. Ele sorriu pra mim.
- Seria uma honra te ouvir tocar.
Fazia mais de dois anos que eu sequer pegava um violino em minhas mãos... será que eu ainda sabia produzir algum som com aquilo?
- E daí? - Dei de ombros. - Ele não está aqui pra escutar.
- Mas ele ficaria orgulhoso se estivesse. - Minha mãe estendeu o instrumento pra mim.
Diogo beijou meu cabelo.
- Você sabe que ele está aqui. - Murmurou baixinho.
Me lembrei do dia no balão, quando ele disse que meu pai estava em meu coração. Diogo disse que ele permaneceria ali enquanto eu permitisse...
Eu permito, papai...
Estendendo a mão livre, eu peguei o violino que minha mãe me oferecia e olhei pra Diogo.
Seu sorriso fez meu coração derreter, mas de repente um péssimo pressentimento tomou conta de mim. Algo tão forte, que estava além de qualquer explicação.
A única coisa que eu sabia era que não queria me afastar dele. Ou não podia...
- Vamos, Luna. O pianista vai te auxiliar na música. Você precisa conversar com ele. - Nicolas disse tentando atrair minha atenção, mas eu ainda estava olhando Diogo.
- Vá, baby. As pessoas querem ouvir você tocar.
- Você também vai me escutar?
Ele sorriu e acariciou meu rosto.
- Eu não perderia isso por nada.
Eu não consegui me sentir segura com sua promessa. Muito pelo contrário. Foi como se ela tivesse cavado um buraco em meu coração.
É apenas o nervosismo... Tentei me convencer. Vai acabar logo.
Eu fiquei na ponta dos pés e beijei Diogo, que me segurou, retribuindo meu beijo.
- Vá agora. Não deixe seus futuros fãs esperando. - Ele disse, sua boca tocando a minha.
Eu engoli. Normalmente deveria rir, mas não consegui.
Continuei o olhando por um tempo então me afastei segurando sua mão, até que a distância enfim separou nossos dedos.
Meu coração acelerou, como se implorasse que eu voltasse pra ele, mas resolvi varrer esse sentimento torturante para o fundo do meu inconsciente, tentando me convencer de que, dentro de poucos minutos, eu estaria em seus braços de novo.
O que eu não sabia até aquele momento, porém, era que aquela seria a última vez, dentro de muito tempo, que Diogo me tocaria.
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