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Capítulo 20

Eu estava sentada sozinha no fundo da sala batendo meus dedos repetidamente na mesa quando Diogo entrou trazendo uma bandeija nas mãos. Eu franzi minha testa, mas ele sorriu quando me viu.

- Devia ter saído da sala, baby. Somos o assunto do dia hoje.

Ah... é claro que somos.

Ele depositou a bandeija na minha frente, contendo um sanduíche, um copo de suco e uma maçã.

- Isso é pra mim? - Perguntei quando ele se sentou na minha frente.

Ele sorriu.

- Se não consegue se cuidar, acho que vou precisar fazer isso por você.

Revirei meus olhos.

- Eu só não estava com fome, mas obrigada. - Peguei o sanduíche. - Evellin veio falar comigo hoje.

Sua testa enrugou.

- O que ela queria?

- Parece que ela está aceitando bem a ideia de nós dois estarmos juntos agora. Na verdade, aceitando bem até demais. - Respondi enquanto comia.

- Eu não acho que devemos nos preocupar com ela.

- Algo não está fazendo sentido. - Insisti. - Ela parece... conformada demais. Eu não agiria assim se tivesse perdido alguém que eu gostasse.

- Ela é capaz de surpreender muita gente. - Diogo sorriu.

- Não é só isso... - Balancei minha cabeça. - Algo na expressão dela me fez acreditar que ela está muito confiante. - Desviei meu olhar confusa, tentando juntar os fatos pra entender porque ela estava tão normal. - Eu não sei... Não costumo estar enganada. - Mordi meu sanduíche de novo

- Está com medo?

Olhei pra Diogo.

- Não. Estou desconfiada. Tem alguma coisa errada nisso tudo...

- Talvez ela só está tentando ser legal.

Estreitei meus olhos pra ele.

- Por que eu tenho a sensação de que está tentando defender ela?

Ele sorriu.

- Baby, eu não estou defendendo ninguém. Só não quero que ela fique no meio da gente. - Ele acariciou meu rosto. - O que você vai fazer depois da aula?

Eu sabia que estava fugindo do assunto mas resolvi não discutir.

- O mesmo de sempre. Caso minha mãe tenha chegado, vou fingir que ela não existe e ir dormir.

- Ah... eu tenho certeza que vou me arrepender disso, mas já que promessa é dívida, você quer ir na minha casa?

Parei meu sanduíche no caminho entre a bandeija e a boca.

O que? Por acaso ele tinha esquecido que o padrasto dele tentou me estuprar? O que ele tinha prometido? Que me levaria até lá pra ele terminar o serviço?

Estremeci.

- Ei. - Diogo percebeu minha expressão e se aproximou de mim. - É só Nicolas que quer te ver, eu já disse. Não vai acontecer nada com você.

Ele ainda não tinha entendido. Apenas o fato de eu estar no mesmo planeta que Ricardo já fazia todo o meu corpo se arrepiar, quem dirá estar na mesma casa...

- Desculpa, mas eu realmente não quero ir.

Diogo deu de ombros e um leve sorriso nasceu em seus lábios.

- Tudo bem. Na verdade eu não queria que você fosse mesmo.

Levei um momento para ordenar meus pensamentos. Nicolas não estava bem por minha causa, e agora queria me ver. O que mais eu podia fazer além de realizar seu desejo? Isso era o mínimo...

- Eu preciso ver ele. - Minha voz saiu fraca.

- O que?

Eu o olhei.

- Eu preciso ver o Nicolas. Você pode tirar ele de casa?

Diogo fez uma careta.

- Eu realmente não esperava que você dissesse isso.

- Bem, você bateu nele por minha causa. Ver ele é o mínimo que eu posso fazer.

Ele suspirou e se inclinou, descansando os cotovelos sobre as pernas.

- Ricardo não vai estar em casa hoje a noite. - Ele disse entre os dentes.

Franzi minha testa.

- Por que não me disse isso antes?

- Por que eu não queria que você fosse, Luna. Eu não quero você conversando com ele. Ele não é digno de sequer ser seu amigo.

Minhas sobrancelhas subiram.

- Do que você está falando?

Ele balançou a cabeça, claramente arrependido do que tinha dito.

- Esquece isso.

- Não. - Insisti abandonando o sanduíche definitivamente na bandeija e me inclinando sobre a mesa. - Eu quero saber. Eu entendi que Nicolas te odeia por causa do seu pai, mas por que você odeia ele?

Ele me olhou por um longo tempo tentando encontrar uma resposta, então balançou a cabeça devagar.

- Eu não quero falar sobre isso.

- Por que não, Diogo? Nicolas é incrível! Atencioso, carinhoso, divertido... por que você tem tanto ódio dele?

Diogo respirou profundamente, como se tivesse buscando no ar a paciência. Mas é claro que não encontrou.

Quando ele me olhou, seus olhos estavam mais escuros que o normal.

- Você não o conhece tanto quanto eu, Luna. - Ele murmurou com a voz controlada.

- Eu o conheço o suficiente. Ele me mostrou como é, por que você não me mostra seu ponto de vista?

- Você não gostaria do meu ponto de vista.

Mas que droga! Agora, além de confusa eu estava curiosa. O que de tão grave Nicolas poderia ter feito pra merecer a raiva mortal de Diogo?!

- Eu só quero entender o motivo do seu ódio. - Minha voz saiu baixa.

- Eu sinto muito, mas não posso te dizer.

- Por que? Não confia em mim o suficiente pra revelar seus segredos? - Bem, era óbvio que não. Eu tinha contado toda a minha vida a ele, e agora ele era incapaz de responder a uma simples pergunta minha.

Ele olhou pra cima e fechou os olhos como se tivesse fazendo uma prece silenciosa.

- Por favor, Luna. Esqueça isso. - Eu sabia que ele estava usando até a última gota de suas forças pra permanecer calmo, mas o fato era que eu também estava.

- Esquecer? - Olhei pra ele incrédula. - O que eu tenho pra esquecer, Diogo? O que eu poderia esquecer se você não tem o mínimo de confiança em mim pra me contar seu tão grande segredo?!

- Luna, por favor...

- Quer saber? - Entreguei meus pontos. - Todo relacionamento gira em torno de confiança. Se você não confia em mim... Eu não vejo como isso dar certo.

Minha garganta se fechou com a última frase.

- O que? - Diogo franziu a testa pra mim. Seus olhos mais abertos do que deveria.

- É isso. Sem confiança não existe nada. Eu não quero começar algo sem futuro.

- Eu não acredito que estamos discutindo por causa daquele imbecil.

- Imbecil?! Como você tem coragem de dizer isso na minha frente?! Se você quer saber, ele é muito mais homem do que você! Tenho certeza que ele não esconderia nada de mim se eu perguntasse, por que mesmo sem motivos, ele confia em mim! - Me recostei na cadeira com os braços cruzados sobre o peito. - Diferente de você.

Todos os músculos de Diogo estavam tensos, e ele me olhava como se eu fosse a assassina do seu pai. Seus dentes estavam trincando, e a respiração saía com dificuldade.

Ele não gostou do que eu tinha falado...

Então se levantou e saiu, batendo a porta com mais força do que deveria.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

O último sinal bateu anunciando a saída. Eu não estava exatamente bem, mas já tinha conseguido me acalmar o suficiente pra parar de tremer.

Guardei meus materiais na mochila e saí misturada com a multidão de alunos. Encontrei o carro de Diogo na garagem e passei por ele correndo, torcendo para não ter a infeliz sorte de me esbarrar com ele. Eu tinha algo importante a ser feito, e não podia esperar.

Ricardo não estaria em casa - bem, foi isso o que ele me disse.

Eu me encontrar com Nicolas era extremamente contra a vontade dele, e ele tinha feito questão de deixar isso claro pra mim.

Agora era minha vez de deixar claro que ele não tinha nada a ver com a minha vida.

Chamei um táxi e dei a ele o endereço de Karen. Eu estava com pressa. Basicamente, eu tinha que conversar com Nicolas e sair antes de Diogo chegar. Era certo que Nicolas diria a ele sobre a minha visita, mas a essa hora, eu já devia estar longe...

Peguei algumas notas de dinheiro que estava em minha bolsa e paguei o motorista, agradecendo aos céus por meu pai ter me presenteado com uma poupança no banco.

Fui até o interfone e apertei o botão enquanto o carro se afastava.

Por favor, Deus... faça que o Nicolas atenda.

- Quem é?

O alívio me inundou quando reconheci sua voz. Oh... graças a Deus!

- Oi, sou eu, Luna.

O portão estava aberto em menos de um segundo. Eu entrei e ele veio ao meu encontro abrindo a porta de vidro escuro.

- Princesa, como é bom ver você!

Eu corri pra ele e joguei meus braços em seu pescoço, o abraçando apertado. Ah, ele não tinha nenhuma ideia do quanto era bom vê-lo também.

- Hm... - Ele gemeu e eu me afastei imediatamente.

- Me desculpe. - Murmurei o olhando, e foi só aí que percebi que seu olho esquerdo estava roxo. Oh não...

- Tudo bem. - Ele sorriu pra mim.

- Eu sinto muito por isso. - Passei a mão em seu rosto, logo abaixo da mancha escura.

- Não foi culpa sua, Luna. Eu te beijei porque eu quis.

- Mesmo assim. Eu não devia ter te incentivado.

Ele balançou a cabeça.

- Esquece isso. Eu já estive melhor, mas também já estive pior. Não há motivos pra você se culpar.

Eu pensei um momento, mas fiz que sim.

- Venha, vamos entrar.

- Espera. - Eu o parei segurando sua mão. - Você está sozinho?

Seu rosto ficou tenso.

- Ele não está aqui, princesa. E mesmo se estivesse, ele não tocaria em você.

Tentei me sentir segura com suas palavras, mas não consegui. Imaginei que, se Diogo foi capaz de derrubar Nicolas com apenas um movimento, o que o professor dele seria capaz de fazer?

Abafei meu pensamento enquanto seguia Nicolas para dentro.

- É bom saber que você consegue andar. - Eu disse.

- O chute dele não foi o suficiente para me deixar paraplégico. -Respondeu enquanto subia as escadas.

Eu ri. Legal que o chute dele também não tinha afetado seu senso de humor.

- Por falar nisso, princesa... o que existe entre você e Diogo?

Engoli em seco.

- Nada. - Isso saiu num sussurro.

Nicolas parou e me olhou, meio que sorrindo.

- Você é uma péssima mentirosa. Eu acho que se não existisse nada, ele não teria tentado te surpreender daquele jeito. Vocês já se conheciam, não é?

Ah, que ótimo. Eu realmente não sabia mentir. Nem sei por que tinha tentado...

- Tudo bem. - Murmurei vencida. - Ele é... bem, ele é o garoto de quem te falei.

- Eu imaginei. - Ele suspirou. - O jeito como você olhava pra ele me fez perceber. - Se virando, ele continuou a subir a escada.

Eu o segui.

- Entre. - Ele disse empurrando uma porta no corredor e eu obedeci.

Uau... o quarto em que eu entrei era maior do que qualquer outro que eu já vi. A cama ocupava o centro, e atrás dela, uma enorme janela de vidro atingia do teto até o chão. Todos os móveis variavam de cinza para preto, exceto o tapete que era um marrom opaco. Uma enorme televisão enfeitava a parede de frente pra cama, e do outro lado do quarto, na frente de uma varanda que dava vista para os fundos da casa, três poltronas estavam distribuídas uniformemente.

- Sente-se, Luna. - Nicolas disse me chamando para a cama.

Eu caminhei até ele e me sentei ao seu lado, afundando no colchão.

- Nós somos amigos, certo?

Eu franzi minha testa brevemente, mas fiz que sim.

- E amigos dão conselhos, não é?

- É, eu... acho que sim.

- Então, como seu amigo, eu preciso te dar esse conselho. Escolha qualquer um, princesa. Qualquer um no mundo. Menos Diogo.

- Por que? - Franzi minha testa. - Só porque são irmãos?

- Não. Porque eu não sei se aguentaria ver seu coração se desfazer em pedaços.

Levei um tempo pra dizer qualquer coisa.

- Por que está me dizendo isso?

- Porque isso é tudo o que ele sabe fazer, Luna. Ele usa as garotas como se fossem bonecas. Ele brinca, despedaça, estraga... e quando cansa dessa, ele joga fora e começa de novo com outra. É sempre assim, sempre a mesma coisa. Eu não quero que ele faça isso com você.

Me arrepiei com as palavras de Nicolas. Eu realmente não conseguia imaginar Diogo assim, tão cruel. Eu já convivi com ele o suficiente pra saber que ele tinha um coração.

- Foi pra isso que você me chamou aqui?

- Não. Eu só não quero te ver sofrer.

- Eu não vou sofrer, Nicolas. Ele é diferente comigo. Mesmo que ele tenha brincado com outras meninas, acho que agora ele mudou. Ele gosta de mim de verdade.

Nicolas suspirou.

- Ele não gosta de ninguém, princesa. Só dele mesmo.

Balancei minha cabeça.

- Se você o visse como eu vejo...

- Isso nunca vai acontecer, Luna. Eu só espero que um dia você o veja como eu vejo.

Respirei fundo. Estava claro que Nicolas era a pessoa menos adequada para eu falar sobre Diogo, e vice-versa.

- É sobre ele que você quer falar? - Perguntei de novo. - Porque se for, eu prefiro ir embora.

Nicolas ficou tenso.

- Não, não, não. Desculpa. Eu não queria te deixar zangada.

- Eu não estou zangada. - Respirei. - Por que motivo exatamente você me chamou, Nicolas?

- Vamos dar uma festa.

Minhas sobrancelhas subiram e eu sorri, satisfeita pela mudança de assunto repentina.

- Isso é ótimo, mas já? Sua mãe concorda com isso?

- Por que ela não concordaria?

- Hm... se bem me lembro, a última festa aqui não teve um final muito feliz.

- Ela não sabe. Vai ser em duas semanas e ela estará em lua de mel.

- Sério? Então agora você é desses garotos que esperam a mãe sair pra fazer a farra?

Ele riu.

- É bom fugir das regras as vezes, princesa. Mas isso terá um motivo especial. - Ele tinha uma expressão travessa no rosto.

- Qual? - Mas antes que ele respondesse, a lógica caiu sobre mim. A festa seria em duas semanas, e em duas semanas seria... - Não. - Minha voz quase sumiu.

Seu sorriso cresceu.

- Não é todo dia que a gente faz dezessete anos.

- Ah não, não, não, Nicolas. Obrigada, mas eu não quero uma festa.

- Princesa, você precisa aprender a aceitar presentes.

- Acontece que isso não é um presente. É loucura.

- E daí? O que é a vida sem um pouco de loucura?

Suspirei.

- Nicolas, eu agradeço sua boa vontade, mas realmente não precisa.

- Eu insisto, Luna. Você merece uma festa.

- Eu não mereço ser obrigada a aceitar uma. Eu nem tenho amigos!

- Eu duvido muito disso.

Pensei nas meninas que deixei em Santa Teresa. Elas me matariam se eu deixasse meu aniversário de dezessete anos passar em branco. Certamente iriam caprichar mais na minha morte caso eu não as convidasse.

- Eu... não sei. - Murmurei.

Nicolas sorriu.

- Eu vou cuidar da festa e da roupa que você vai usar no dia. Será divertido, eu prometo. Você só precisa se preocupar com os convites.

- Eu posso convidar minhas amigas de Santa Teresa?

Seu sorriso cresceu.

- A festa é sua, princesa. Você convida quem quiser.

- Tudo bem. Eu te dou uma resposta em breve. Preciso ir agora, era só isso?

Ele franziu a testa parecendo decepcionado, mas eu não tinha me esquecido de Diogo. É claro que ele não iria demorar.

- Eu preciso fazer uma coisa. - Me desculpei.

Preciso fugir do seu irmão.

- Claro. - Ele balançou a cabeça. - Só não se esqueça do que eu te disse, por favor. Ele não é digno de você.

Balancei minha cabeça me levantando.

- Tudo bem, eu não vou esquecer. Foi bom te ver de novo.

- Espera. - Ele me chamou quando eu já estava quase correndo pra sair. - Não precisa que eu te leve até a porta?

Bem, isso provavelmente incluiria parar pra me despedir aumentando as chances de me encontrar com Diogo.

- Não, obrigada. Eu acho que consigo encontrar o caminho. - E saí sem lhe dar a chance de discutir.

Corri pelo corredor e desci as escadas de dois em dois degraus. Cada segundo que eu perdia já era um grande prejuízo.

Atravessei a sala como se estivesse fugindo de algum assassino, mas quando faltavam menos de três passos para chegar à porta de vidro escuro, parei.

O barulhinho de chave abrindo uma fechadura fez todo o sangue fugir do meu corpo, e a maçaneta girou como em câmera lenta.

Merda...

Diogo entrou em casa e jogou sua chave na mesa antes de me ver, então congelou. Eu não sabia ao certo se ele estava surpreso, confuso ou zangado... talvez as três opções. Sim, com certeza as três opções.

Ele demorou vários segundos pra dizer qualquer coisa como se esperasse que eu falasse primeiro, mas eu não disse nada. Na verdade, eu nem sabia o que dizer...

- O que você está fazendo aqui, Luna? - Ele perguntou depois do que pareceu ser uma eternidade.

- Conversando com seu irmão. - Respondi o óbvio.

- Podia ter me esperado. Eu traria você.

- Não tenho problema de esquecimento, Diogo. Eu sei o caminho da sua casa.

Ele suspirou.

- Você é tão pirracenta...

- Você não tem ideia do quanto. Agora se me der licença, eu estou de saída.

Caminhei em direção a ele pra sair pela porta, mas ele segurou meu braço, me fazendo parar.

- Sobre o que vocês conversaram? - Ele perguntou próximo do meu ouvido.

Engoli enquanto todos os meus músculos se contorciam. Merda...

Se concentre, Luna...

- Sobre mim? - Perguntou de novo quando eu não respondi. - Ele falou que eu sou mau? - Ficando de frente pra mim, ele estava tão próximo que eu conseguia sentir o calor da sua voz em meu rosto. - O que ele falou, Luna?

Minha respiração estava saindo com dificuldade. Caramba... o cheiro dele era inebriante!

Tomei uma longa respiração e tentei encontrar a parte lógica do meu cérebro.

- Praticamente a mesma coisa que você disse sobre ele. - Minha voz parecia estar presa na garganta.

Cacete. O que esse garoto fazia comigo...

Ele se aproximou ainda mais alisando minha bochecha com o polegar.

Concentre-se, Luna! Você não pode se entregar!

Meu inconsciente gritava, mas de repente sua voz desapareceu. Eu só precisava de Diogo, aqui e agora...

Fechei meus olhos.

- Você acreditou? - Ele perguntou, sua boca pairando sobre a minha.

Merda! Por que ele simplesmente não me beijava?

- Não. - Murmurei qualquer coisa e minha voz saiu rouca.

"Me beije e acabe com isso de uma vez, porra!"

- Bom. - Ele se afastou.

ELE SE AFASTOU!!!

Abri meus olhos desnorteada. Meus lábios ainda estavam separados, esperando por um beijo que não chegaria. Droga!

- Venha. - Ele disse abrindo a porta. - Vou te levar pra casa.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

- Eu não quero brigar com você, Luna. - Diogo disse quando estacionou o carro na frente da minha casa.

Toda a viagem até ali nós permanecemos em silêncio porque eu era teimosa o suficiente para não dar a primeira palavra, embora todos o meus sentidos me imploravam pra fazer isso.

- Nem eu. - Respondi. - Mas você não tem o direito de falar mal do Nicolas pra mim. Se não quer me dizer porque você o odeia tanto, problema é seu, mas não me diga o que eu devo fazer ou o que você acha que é melhor pra mim. Eu sei me cuidar sozinha.

Ele suspirou e balançou a cabeça.

- Eu já ouvi isso. Algumas horas antes de você quase ser estuprada.

Respirei fundo enquanto meu coração errava uma batida. Eu realmente não precisava me lembrar disso.

Espera... o que ele queria dizer com isso?

- Eu não te pedi pra me salvar. - Retruquei.

- Luna, isso não foi um favor.

- Então não aja como se fosse.

Ele não respondeu. Eu continuei o olhando por um tempo, então saí do carro sem me despedir.

Dei alguns passos na grama da minha casa antes de me virar pra ele de novo. Eu iria me inclinar para vê-lo pela janela, mas não foi preciso. Ele também tinha saído do carro e estava vindo em minha direção com passos rápidos, eliminando o espaço que existia entre a gente com uma velocidade incrível.

Não me intimidei.

- Quer saber, Diogo? Eu e Nicolas nos tornamos grandes amigos e ele se preocupa comigo. Então não... - Mas eu não consegui terminar a frase.

Diogo colocou a mão em minhas costas e me puxou pra ele com um único movimento, calando a minha boca com a sua. Sua outra mão estava entre meu cabelo, prendendo-me contra ele.

Levei um segundo para decidir se o empurrava ou o correspondia, então meus olhos se fecharam automaticamente, devagar, e minha mão subiu pelo seu braço descansando em sua nuca enquanto eu me entregava a ele.

Nossas línguas se moviam em um ritmo devagar, se tocando, se explorando, se sentindo... eu precisava dele e realmente não ligava a mínima para o que eu estava falando.

Então ele se afastou lutando para conseguir controlar sua respiração.

- Cansei de todas essas pessoas se metendo entre nós. - Ele disse ainda tocando minha boca. - Evellin, Nicolas... pra mim já deu. Eu só quero você, Luna. Pela milésima vez, esqueça todo o resto e fica comigo. Eles não têm nada a ver com a gente.

- Me desculpe. - Murmurei sem fôlego. - Só me beija.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

O resto daquela semana passou mais rápido do que eu imaginei que seria possível. Diogo me informou que Karen e Ricardo viajaram em lua de mel quarta-feira e deixaram o resto da investigação sobre o assalto com a polícia, que prometeu os informar caso encontrassem qualquer coisa.

Quinta-feira Diogo me levou para assistir ao seu treino de karatê, - ele tinha um professor substituto já que o atual estava em lua de mel - e eu não diria que aquilo foi exatamente indolor... Ele bateu pra caramba em seus adversários, mas também apanhou.

Imagine minha surpresa ao encontrar Leonardo, Cristiano e Evellin no ringue!

Me lembro vagamente de que ela tinha me dito que lutava karatê, mas eu não fazia ideia do quanto ela era boa. Derrubou três meninas em menos de cinco minutos cada, e foi derrubada apenas uma vez. Imaginei o estrago que ela poderia fazer em mim caso decidisse se vingar do que eu fiz...

Durante todos os dias da semana Diogo me levava pra escola e pra casa. A notícia de que estávamos namorando já era domínio público, mas eu não sabia se isso era exatamente verdade. Nunca namorei ninguém, mas imaginava que pra namorar, era preciso ser pedido em namoro... algo que Diogo não fez.

Certamente eu também não faria.

Visitei Nicolas mais três vezes. Diogo me acompanhou em cada uma delas, mas foi possível manter uma conversa civilizada entres nós. Bem, pelo menos eles agiam como irmãos agora, quando eu estava por perto.

Apesar de ainda discordar da ideia de eu ficar com Diogo, Nicolas não discutiu mais comigo sobre isso, o que era bom, já que eu realmente não queria perder ele por causa de Diogo, assim como não queria perder Diogo por causa dele.

Sexta-feira fui pra minha quarta consulta com Bruna. A cada dia nossas conversas ficavam maiores, mas agora o motivo principal não era meu pai.

Sábado eu passei o dia com Nicolas - é claro que Diogo não gostou da ideia, mas eu realmente precisava ajudar pelo menos um pouco a organizar meu aniversário e ele disse que tinha uma reunião na empresa, o que me surpreendeu.

Domingo tive que aguentar minha mãe a apenas alguns metros de distância de mim, dentro de casa, mas tirei quase todo o dia pra falar com Sofia e minhas outras amigas de Santa Teresa. A notícia do meu aniversário já estava se espalhando por lá...

Nos dias letivos, como de costume agora, Diogo me buscou em casa para a escola. Ele não estava muito satisfeito com a ideia de Nicolas estar preparando um aniversário pra mim, mas devido a minha empolgação, sua opinião acabou mudando e ele ajudou também.

Nós não voltamos a discutir sobre Nicolas.

- É bom te ver assim tão feliz, baby. - Ele disse enquanto dirigia o carro depois de sairmos da escola sexta-feira - um dia antes da minha festa de aniversário.

Eu olhei pra ele e sorri.

- Eu acho que você tem uma grande participação no motivo da minha felicidade.

Ele sorriu também e ficou alguns segundos em silêncio.

- Eu quero te mostrar uma coisa.

- O que?

- É uma surpresa, mas ainda não é seu presente de aniversário.

Franzi minha testa.

- Tudo bem. Mas agora? - Perguntei porque, bem, sete horas da noite certamente não era considerado por mim uma boa hora para ver uma surpresa.

- Por que? - Ele me olhou por um instante. - Tem planos pra hoje?

- Anh, não. Mas já está tarde.

- E desde quando você se importa com a hora de chegar em casa? - Ele riu.

Ele tinha razão. De fato, seria até divertido deixar minha mãe preocupada caso a gente demorasse.

- Está bem. - Eu disse. - Onde vai me levar?

- Eu tenho a impressão de que já disse que é uma surpresa. - Respondeu brincalhão.

Revirei meus olhos e ficamos em silêncio por um tempo.

- Diogo. - Eu me virei pra ele quando percebi o caminho que ele estava percorrendo. - Estamos indo pra sua casa?

- Não exatamente. - Ele sorriu, passou direto pelo portão da garagem e logo a frente virou à esqueda, entrando em uma estrada de terra sem postes para iluminar o caminho. Agora só o que restava para nos guiar eram os faróis do carro e a fraca luz da lua.

Me inclinei sobre minha poltrona pra tentar ver qualquer coisa, mas só o que consegui captar era que aquela área tinha árvores - muitas árvores - e nenhuma pessoa.

Olhei pra Diogo com a testa franzida.

- Que lugar é esse?

Ele sorriu carinhoso pra mim.

- É uma propriedade da minha família. Meu pai a comprou quando eu tinha sete anos mas nem minha mãe nem Nicolas nunca vieram aqui.

- Por que?

Ele deu de ombros.

- Eu acho que não gostavam. Eles quiseram vender depois que meu pai morreu, mas eu não permiti.

- Por que? - Perguntei de novo e ele riu.

- Você é realmente curiosa, baby. Mas isso eu não posso responder. É a sua surpresa.

Ele parou o carro e eu me virei pra frente para saber onde estávamos, mas ele agiu mais rápido.

- Ei! - Eu protestei. - Por que desligou os faróis?

- Eu não vou estragar sua surpresa.

Bufei. Ele desceu do carro e deu a volta, mas não foi preciso abrir a porta pra mim. Eu também já tinha saído.

- Está pronta? - Perguntou segurando minha mão.

Eu não via nada. Estava tudo um completo breu, devido às árvores altas e baixas que agora tampavam totalmente a luz da lua.

- Pronta pra que? - Perguntei.

Eu ouvi ele rir.

- Apenas feche os olhos.

Franzi minha testa e tentei olhar para o seu rosto, em vão. Não via nem sombra, apenas sentia seu toque.

- Fechou? - Ele perguntou.

- Fechei. - Respondi fechando os olhos.

- Eu vou te soltar por um segundo, mas vou voltar. Não os abra, está bem?

Engoli em seco. Eu acho que não seria tão confortável ficar de olhos fechados em um lugar escuro que mais parecia uma floresta e sem Diogo segurando minha mão, mas eu poderia tentar.

- Tudo bem. - Respondi e ele me soltou.

Respirei fundo enquanto ouvia seus passos se afastarem de mim. Tentei me convencer de que ele não me deixaria sozinha caso imaginasse que eu estava correndo perigo. Não, ele não faria isso.

Conforme os segundos passavam meu coração acelerava uma batida, então ele pegou minha mão de novo.

- Abra os olhos, baby.

Eu obedeci, e por um segundo, não soube dizer o que foi que eu senti. Surpresa? Admiração? As duas coisas.

Estávamos na frente de uma árvore enorme. Talvez a maior e mais bonita que existia em toda aquela área, mas o que chamou minha atenção não foi a árvore. Foi a casa que estava cuidadosamente encaixada em seus galhos.

Ele era feita de madeira marrom claro. As luzes de dentro e de fora estavam acesas, revelando sua beleza e enfim clareando tudo ao redor dela. Ela era enorme. Maior do que eu imaginava que poderia ser uma casa na árvore, e estava a, no mínimo, três metros do chão. Uma escada circular estava posta ao lado da árvore, terminando na entrada.

Me virei pra Diogo devagar e agora pude ver seu rosto. Ele estava sorrindo.

- Isso é... ela é sua? - Perguntei sem conseguir esconder minha expressão de idiota.

- É nossa. - Ele respondeu. - Por três anos ela foi minha, mas acho que é grande demais pra uma pessoa só. Se torna solitária.

Suspirei em descrença enquanto a olhava de novo.

- Diogo, ela é linda!

- Eu sei. - Ele me abraçou. - Ela chegou a ser o bem mais precioso que eu tinha... até você entrar na minha vida.

Meu coração se paralisou por um momento e eu o olhei.

Então ele ainda não tinha certeza se me amava...

- Ninguém sabe da existência dela. - Ele disse colocando uma mercha do meu cabelo atrás da orelha. - Minha mãe, Nicolas... ninguém. Apenas eu e agora você. Por enquanto, essa vai ser a nossa casa.

Eu sorri. Naquele momento, eu queria que o tempo parasse de correr.

- Nossa? - Perguntei.

- Sim. - Ele sorriu. - Nossa.

Eu o puxei para mim e o beijei.

Eu só queria ele. Pra sempre. Não queria o perder, não queria me separar. Não queria que tudo aquilo fosse um sonho, apesar de decididamente se parecer com um.

Não era possível que não fosse real. Tudo o que estávamos vivendo... não era possível que fosse apenas uma brincadeira pra ele, como Nicolas disse que seria.

Talvez Nicolas não o conhecesse tão bem.

- Venha. - Ele disse se afastando minimamente de mim e me pegando de novo pela mão. - Vamos conhecer o interior.

Eu o segui pela escada e estudei cuidadosamente a casa com os olhos. Dois sofás, uma cadeira, uma mesa, uma cama, um criado mudo, um pequeno armário e uma janelinha.

Era a casa mais fofa e confortável em que eu já entrei.

Me virei pra Diogo.

- Foi você quem a criou?

- Eu tive ajuda. - Ele sorriu.

Eu não precisei perguntar pra saber que ele estava se referindo ao seu pai.

- É incrível... - Murmurei olhando em volta pela segunda vez.

Diogo se aproximou de mim e me abraçou por trás, inspirando o cheiro do meu cabelo.

- Quando eu te perguntei se você estava pronta, você me perguntou pra que.

Eu me virei pra ele e ele acariciou meu rosto com as costas da mão.

- Eu quero saber se você está pronta pra mim.

Levei um segundo pra entender o que ele queria dizer, então ele se inclinou e beijou meu pescoço, fazendo todo o meu corpo de arrepiar.

- Eu quero você, mas não é só isso. Estar perto de você não é mais suficiente pra mim, Luna. Eu não quero forçar a barra, nem nada... mas eu não consigo mais ficar três minutos perto de você sem... - Ele suspirou. - Sem ter uma porra de uma ereção.

Engoli em seco. PQP!

- Aquele dia, na sua casa, você deu a entender que estava preparada... - Ele me olhava intensamente, como se sua vida dependesse disso. - Eu quero saber se você está preparada agora.

Eu só precisei de um segundo até que meu cérebro voltasse a funcionar.

Caramba... eu tinha sobre ele o mesmo efeito que ele tinha sobre mim! Por que ele demorou tanto?!

Sem pensar duas vezes eu me joguei sobre ele tão de repente, que ele cambaleou pra trás e caiu sentado na cadeira totalmente surpreso. Em um milésimo de segundo eu estava sentada em seu colo com as pernas do lado do seu quadril enquanto minha boca invadia a dele.

Minha reação deveria valer como uma resposta.

Ele segurou minha cintura e me puxou, colando meu corpo no seu... e então eu o senti. Ele estava tão duro que mais parecia um pedaço de pau pressionado contra a base da minha barriga.

Ri dessa ironia...

- Ah, Luna, a cada dia me surpreende mais... - Ele murmurou contra a minha boca.

- Você ainda não viu nada.

Me inclinei e mordisquei levemente sua orelha. Me lembro de ter lido em uma revista que isso era um ótimo estimulante e parece que a informação estava certa.

Diogo gemeu alto enquanto apertava minhas pernas contra ele, então eu voltei a beijar sua boca.

Em um único movimento, ele agarrou a bainha da minha camisa de uniforme e a puxou pra cima, tirando-a de mim e a jogando no chão sem cerimônia.

Ele se levantou me segurando e eu apertei minhas pernas em sua cintura para me manter firme enquanto ele caminhou até a cama e me deitou, ficando por cima de mim.

Ele acariciou minha barriga com a mão descendo até o zíper da minha calça, então o abriu.

Minha respiração estava falhando. Eu não sabia dizer por quanto tempo esperei por isso.

Ele se afastou de mim e desceu da cama. Por um segundo meu coração acelerou, então ele se ajoelhou em meus pés e o beijou.

Eu me apoiei em meus cotovelos para observar o que ele estava fazendo. Diogo mordeu levemente meu dedão, enviando arrepios para todo o meu corpo.

- Ah... - Gemi. Isso era tão gostoso!

Ele puxou minha calça lentamente e minha calcinha a acompanhou!

Merda! Eu estava apenas de sutiã agora, totalmente exposta pra ele!

Ele jogou a calça no chão com a mesma atenção que deu a minha blusa, então se levantou me olhando.

- Você tem alguma ideia do quanto é bonita, Luna?

Eu não respondi. Tinha certeza de que estava tão vermelha quanto um camarão.

Ele se abaixou novamente distribuindo beijos irregulares pelas minhas pernas, minhas coxas, minha barriga...

Eu soltei meus cotovelos e me deitei de novo, enquanto ele beijava suavemente um dos meus seios.

Passei minha mão entre seu cabelo e inclinei minha cabeça para trás fechando os olhos, sentindo sua boca em mim.

Isso era incrível!

Ele subiu um pouco mais e beijou meu pescoço, meu queixo, e começou a distribuir beijos em meu rosto, fazendo eu implorar por mais.

Vamos lá, Diogo... Eu te quero na minha boca.

Então sua boca enfim encontrou a minha.

Essa foi a minha deixa. Levei a mão até sua calça e abri o zíper, empurrando-a para baixo. Ele levantou os quadris para me ajudar, então a chutou para o chão.

Era a vez da camisa. Agarrei sua bainha e a puxei pra cima. Ele parou de me beijar brevemente para tirá-la, então voltou a beijar meu pescoço.

Eu me sentia úmida. Nunca na vida tinha sonhado em experimentar algo tão... tão... incrível!

Ele desabotoou meu sutiã mas não o tirou. Se afastando minimamente de mim, sua voz saiu rouca e ofegante.

- Você está pronta pra isso?

- Como nunca estive antes.

Ele estendeu a mão e abriu a gaveta do criado mudo, tirando de lá um pequeno pacotinho de papel luminado.

- Você costuma guardar isso aqui? - Perguntei sem entender.

Ele sorriu.

- Não. Mas hoje fiz uma exceção a regra.

- Você sabia que eu viria? - Minha voz estava embargada.

- Digamos que eu estava esperando esse dia há algum tempo...

Eu sorri e o puxei pra mim de novo, beijando-o.

Ah, meu amor... eu também.

Diogo tirou meu sutiã e eu enfiei meus polegares sob sua cueca. Ele se afastou um pouco, me olhou e sorriu. Eu sorri de volta.

Ele tirou a cueca mas eu não consegui olhar pra baixo. O fato era que eu estava escondendo minha ansiedade e nervosismo atrás da minha falsa coragem.

Ele colocou a camisinha enquanto meus olhos não se afastavam do rosto dele. Tanta beleza assim deveria ser pecado...

Ele me olhou e sorriu. Porra, eu estava prestes a perder minha virgindade com o sonho dos meus sonhos!

- Eu não vou forçar a barra, Luna. Quando estiver pronta me fala.

Balancei minha cabeça e ele voltou a beijar suavemente minha boca.

Eu deixei que ele me beijasse por vários segundos, buscando no meu interior minha força física e psicológica. Então me afastei, encostando minha testa na dele.

- Eu... estou pronta.

Ele sorriu com carinho pra mim, me fazendo sentir segura.

Certamente eu não poderia ter escolhido melhor a quem me entregaria...

- Eu não quero te machucar, baby... então se eu fizer isso, por favor, me peça pra parar, está bem?

Eu respirei e fiz que sim.

Ele posicionou seu membro na minha entrada e lentamente, deslizou para dentro de mim.

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