we fell in love in october | Lando Norris
L A N D O
Eu odeio o cheiro de cigarros e a fumaça. Só de chegar perto sinto meus pulmões pedindo ajuda. Não sei como consegue. E, por mais inacreditável que pareça, os cigarros não me incomodam tanto quando é você que está fumando.
Eu odeio esse seu hábito. Eu odeio muitas coisas sobre você, na verdade. Como insiste em fingir que não existe nada além do físico entre nós é o que mais me tira do sério. O que torna tudo pior é que eu amo muito mais do que eu odeio. Eu amo como nós passamos horas falando sobre nada de importante, como apenas te ver de longe já melhora meu dia e como consegue me faz rir como ninguém.
O outono é sua estação preferida. Eu prefiro o verão. O que eu acho poético, pois, nos conhecemos em julho, no auge do verão, e eu percebi que te amava em outubro. Naquela festa horrível de um dos seus colegas de faculdade. Eu subi na cobertura dele e te procurei por todo lado, até te encontrar na varanda, sozinha, com seu vestido vermelho, fumando seu cigarro e olhando as estrelas. Você me contou sobre as constelações, as estrelas, a distância entre a Terra e a Lua, sobre os anéis de Saturno.
Se eu for totalmente honesto, eu não me lembro de nada. Mas, no momento, aquele era o melhor assunto do mundo. Foi quando que eu percebi que não poderia continuar negando, eu estava apaixonado.
Eu te emprestei o moletom que estava usando e fiquei com frio o resto da noite, mas não me importei. Você nunca mais me devolveu e era um dos meus preferidos. Eu não me importei.
Isso foi há um ano. Um outono atrás.
Agora, é como um deja-vú. Seu vestido vermelho, mas agora está com um casaco e com botas, seu cigarro, observando as estrelas.
Dessa vez, estamos em uma festa em volta de uma fogueira, no quintal de outro colega seu. Você me viu, está sorrindo e acenando para que eu vá ao seu encontro. Eu vou, caminho lentamente em sua direção.
De um outubro para o outro, pouca coisa mudou, continuamos sendo Lando e Sloane. Nós passamos as noites juntos, mas nunca os dias. Como nossos corpos se conectam e se atraem um ao outro, parece que a cada vez que nos encontramos, a chama aumenta. Como a fogueira ao seu lado.
Eu estava exausto daquela situação que parecia um limbo sem fim.
Percebo que não está sozinha. Está dividindo seu cigarro com um homem alto e loiro. Tento não pensar nada sobre. Não tenho o direito de ter ciúmes.
— Lando! — você me abraça. — Esse é meu amigo, Anthony.
— Oi, cara, prazer. — ele diz dando um soquinho na minha mão. — Parabéns pela temporada.
— Obrigado. — respondo. Não tinha a intenção de soar grosseiro, mas não estava confortável com a situação, eu nunca me sentia confortável perto dos seus amigos.
— Anthony, te vejo depois, ok? Vou mostrar o lugar para Lando. — Você sabia disso, por isso que segurou minha mão e me guiou para o lado oposto da fogueira. Cumprimentou algumas pessoas no caminho. Todos te adoram.
Eu nunca te falei como realmente me sinto, porque eu te perderia. E ter o seu corpo é melhor do que não ter nada.
Encaro seus olhos e coloco a mecha do seu cabelo castanho, que havia caído, no seu rosto atrás da sua orelha. Você se inclina para me beijar, mas eu recuo.
— O gosto do cigarro. — você ri.
— Ainda não se acostumou? Estamos nessa há mais de um ano, Lando. — dou de ombros.
— Sempre vai ser ruim.
— Eu sei, Olhos Brilhantes. — reviro os olhos para o apelido que insiste em me chamar desde o primeiro dia. — Eu tentei parar. Mas a teoria é mais fácil que a prática.
Você pega dois copos de cerveja e me entrega um. Brindamos.
— Por que está assim, para baixo? — apoia sua mão na minha mandíbula e acaricia minha bochecha com seu dedo.
— Sloane. — tiro sua mão do meu rosto, mas não a solto.
— Sim?
— Você se lembra de uma festa em uma cobertura ano passado, que você usou esse vestido? — perguntei, esperançoso que talvez aquela noite tenha significado algo a mais para você também. E a vejo jogar a cabeça para trás, rindo.
— Lembro. Falamos sobre estrelas antes de ir para sua casa. Como você se lembra disso? Achei que não reparasse muito no que eu uso, ou em qualquer coisa, na verdade.
— Eu reparo em você. Sempre.
— Lando... Não podemos entrar nesse caminho.
— Por que não?
— Porque eu e você não funcionamos assim.
— Nós nunca tentamos para ter certeza. Eu estou aqui, Sloane. Eu quero ficar com você, não quero sumir na manhã seguinte. — desprendo nossas mãos. — Não poderíamos ter sido tão ingênuos de acreditar que poderíamos dormir juntos por um ano e não sentir nada, certo?
— Você está certo. — dou dois passos em sua direção, colando nossos narizes. O que você está dizendo? — Mas não quero estragar o que já temos. E se você me conhecer melhor... você não vai gostar. Ninguém jamais gostou.
— Eu te conheço, Sloane. Eu sei como você é teimosa, impulsiva, como não consegue cuidar de uma planta e nem de si mesma. Eu sei que você é uma bagunça. E eu também sou. Eu não quero ir embora. Eu quero que você me conte todos os dias sobre as estrelas que nem podemos ver no céu de Londres, quero que você viaje o mundo comigo e quero olhar para você , minha visão preferida, todos os dias.
Nós sempre fomos diferentes, como o verão e o outono. Um seguido do outro. Um ciclo que nunca se acaba. Depois de todos os dias ensolarados do verão, vem a seca do outono.
As folhas caindo das árvores, a ventania, as tímidas garoas, tudo isso me lembra de você, e eu aprendi a amar essa estação. Por sua causa. Porque você ama, porque foi em outubro que eu descobri que estava perdidamente apaixonado.
Para algumas coisas, você é a pessoa mais decidida do mundo. Mas, parece não saber o que quer quando se trata do que sente. Eu sempre admirei sua confiança de longe, o quanto exala amor próprio e o quanto confia em si só te torna mais bonita. Mas, você esconde muito, o quanto não confia em si quando perto de mim.
Eu não confio em mim perto de você também. Não só por ser a mulher mais maravilhosa que eu já vi, mas porque tudo o que faz me encanta. E minha real vontade é de te beijar e te amar como nunca antes. Eu não confio em mim, porque toda vez que olho nos seus olhos e minha pele encontra a sua, eu tenho vontade de dizer que te amo. Mas eu não posso fazer nada disso.
— Posso te beijar agora?
É como se eu esquecesse todas as palavras do mundo. Apenas afirmo com a cabeça.
Seus lábios, sempre macios, agora tem o gosto da cerveja que tomamos, e o cigarro é como um amargo lembrete que não importa o que sente sobre mim, você nunca se entregaria por completo.
Sloane não namora. Eu sempre soube disso. Eu sempre soube no que estava me metendo. Você tem opiniões sobre relacionamentos, não acredita neles por já ter se machucado e por ter visto o casamento dos seus pais acabar. Eu entendo, nunca achei que fosse mudar de ideia por mim, mas não achei que fosse me encontrar nessa situação: perdidamente apaixonado por você.
— Eu gosto de você. De verdade. — foi uma confissão sua. — Só que não posso te oferecer mais nada além disso aqui. Pelo menos, não agora. Relacionamentos deveriam ser sobre duas pessoas amarem uma a outra e ficarem juntas. É o que você merece, Lando.
— Você também merece isso, Sloane.
— Eu sei.
Um silêncio nem um pouco acolhedor pairou sobre nós. De repente, o vento e o frio passaram a me incomodar. Ela estava indo embora e eu não podia fazer nada para impedi-la sem me perder no caminho. Ficar com meia Sloane era torturante assim como ficar sem ela.
— Lando. — ela chamou. — Eu te amo. No meu jeito péssimo, egoísta e bagunçado. Eu não posso ficar com você agora, mas isso não significa que eu não sinta o mesmo.
Eu dei uma risada fraca. No final, não estava bravo, nunca poderia ficar bravo com ela. E já havia passado da fase em que eu me perguntava o que havia feito de errado ou que não havia feito. A questão era de Sloane com ela mesma. E eu estava em paz com isso. Em um outubro eu iniciei o ciclo, no outro eu estava o fechando.
* * *
E aí, beleza?
Aqui é a Laura (poemdybala)!
Voltei nesse dia iluminado de George na Mercedes e Mick na Haas (e como prometido, vai ter parte 2 de Take Me Home, só não sei quando ainda) com o maior surto da história: esse conto só surgiu porque o Lando postou essa música nos stories, como um verdadeiro gadinho que ele é! Isso já faz um tempinho, mas em algum momento na semana passada, bateu a inspiração do nada e eu escrevi tudo de uma vez. E pareceu muita loucura, mas acabou que eu curti até demais.
E como sempre, o que já virou rotina por aqui, queria agradecer a Bruna por ter betado esse conto e ter aturado meu surto no textinho que deixei pra ela, e agradecer também a Giu pela edit perfeita mais uma vez! Eu juro que não quero abusar da boa vontade de vocês.
Espero muito que vocês gostem tanto quando eu gostei! E por favor, comentem bastante, que eu estou muito muito muito ansiosa para saber o que acharam!
Até a próxima,
Laura.
insta: poemdybala
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