Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Take Me Home | Mick Schumacher

Cena de Neve em Argenteuil
Claude Monet
1874-1875
The National Gallery

23 de dezembro - 14h07

O Impressionismo foi um dos movimentos artísticos mais importantes da arte moderna. Isso porque, os pintores deixaram para trás os métodos de fazerem arte do Realismo, em que as cenas representadas nas telas se aproximavam da realidade na forma que eram confeccionadas. Para os impressionistas, a realidade de suas obras estava no que era representado e não no como. Por isso, as paisagens são o tema mais recorrentes desse movimento. Eles se interessavam mais em retratar o imediato, a natureza, o urbano e o suburbano.

Uma das obras de arte preferidas de Karisma era impressionista, do maior pintor do Impressionismo, Claude Monet. O que a fazia gostar tanto de Cena de Neve em Argenteuil era o foco nas condições climáticas: uma nevasca, com direito a ventania, ruas em que o chão não poderia ser visto e céu nublado. Ainda assim, com o tempo mais deprimente possível, haviam crianças brincando na rua, sendo felizes.

Ela sabia que aquela cena poderia muito bem ter sido real, algo que Monet realmente presenciou. Karisma gostava de pensar nisso, que ele havia observado aquelas crianças e depois as retratado com seu pincel. Ela se sentia confortada por isso, como se sempre fosse possível encontrar um feixe de felicidade, mesmo em situações difíceis.

Na verdade, a escocesa estava se esforçando para acreditar nisso, naquele dia exatamente como o da pintura, em que nada parecia dar certo. Entretanto, ela não estava obtendo sucesso. Inclusive, Karisma estava condenando até a quinta geração da família de sua professora e tutora, que só havia a liberado no dia anterior, a obrigando comprar passagens de volta para casa de última hora com uma previsão de nevasca para os dias seguintes. Nunca, em sua vida, imaginou que seria tão difícil ir da Itália até a Escócia.

Os trens já haviam sido cancelados, os voos diretos já tinham números reduzidos e preços gigantes e os ônibus demorariam dias... Assim, ela acabou naquele aeroporto caótico, faltando um dia para o Natal, prestes a enfrentar uma conexão, em Zurique na Suíça, para chegar em Edimburgo. Sua mãe havia dito para ficar em Veneza até que o tempo melhorasse, mas a estudante não queria ficar sozinha no seu aniversário e no Natal, e ninguém poderia saber ao certo quando os voos voltariam ao normal.

A nevasca só chegaria na Itália no dia seguinte e na Suíça no dia 25, então, não havia problema nenhum voar até lá naquele momento. Mas isso não significava que seria tranquilo, havia caos por todos os lados do aeroporto italiano e ela nem queria imaginar como estaria o aeroporto suíço. Voos atrasados e cancelados, escalas que haviam dado errado, e por isso, Karisma torcia para que nada acontecesse com os seus.

A internet do seu celular não funcionava bem e todo o barulho em volta de si, do aeroporto lotado não a deixavam se concentrar no livro que tentava ler ou ao seu lápis para desenhar, a deixando sem nada para fazer. Por isso, ela logo notou a figura de um homem loiro correndo na direção de um dos portões de embarque, não chegando a tempo de entrar no seu avião. Ele saiu bufando, andando até a central de atendimento da companhia aérea e depois no telefone, parecendo preocupado.

Karisma era uma artista desde que se lembrava, e desenhar pessoas nunca havia sido algo que ela gostava, ela preferia as paisagens e gostava de explorar sua mente em telas abstratas, mas assim que colocou os olhos em Mick, a única coisa que ela pensou era que queria desenhá-lo.

Ele passou por ela, sem notá-la, estava muito concentrado naquele seu problema. Sua mãe estava brava no telefone, como ele havia perdido aquele voo? O que ele faria agora? Eles não poderiam mandar ninguém buscá-lo com aquele tempo e como que ele chegaria a tempo agora?

Mas, Mick ainda se considerou com sorte, mesmo perdendo seu voo agendado há meses, ele conseguiu um lugar no último voo que sairia para Zurique antes da nevasca chegar até eles. Corinna Schumacher pensava diferente por estar preocupada demais com as condições climáticas daquele voo.

Ele olhou para sua nova passagem, Portão 34, embarque às 15h35. Se localizou no aeroporto e percebeu que não estava longe, e pelo horário, o avião não demoraria a sair.

Karisma quase tomou um susto quando aquele garoto alto, de rosto simétrico e olhos azuis que a lembravam o Mar Mediterrâneo se sentou ao lado dela. Mesmo que fosse um dos únicos lugares sobrando no portão de embarque, ela nunca esperaria que ele estaria logo no voo com ela e se sentaria ali.

E, talvez, ela tenha encarado demais. Mick sorriu para ela, tentando entender porque ela estava o olhando tanto. As bochechas de Karisma ficaram vermelhas.

Morrendo de vergonha, ela apenas parou de olhar e voltou a fingir concentração em seu caderno de desenhos, como se tivesse algo ali que ela pudesse desenhar. Ela tentou vasculhar sua mente, procurando qualquer coisa que pudesse distraí-la, mas sua mente estava em braco. Ela percebeu que ele estava ignorando algumas ligações que recebia e lutando com a internet ruim do aeroporto.

— Atenção passageiros do voo 5629, o embarque começará às 16h05. — a voz da aeromoça ecoou por todo o aeroporto. Karisma bufou alto. Os atrasos haviam começado. E Mick não se sentia mais tão sortudo.

23 de dezembro - 16h10

O avião de Karisma e de Mick estava cada vez mais atrasado. Agora, previsto para sair apenas às 17h30, os dois ainda desconfiavam que atrasaria mais. Ela estava se preocupando com seu outro voo, o que realmente a levaria para sua casa, porque com esse atraso, ela poderia perder sua conexão. Mick, já havia andado de um lado para o outro e ligado para sua mãe e seu tio Ralf, tinha escutado que era irresponsável e que perderia o Natal mais de dez vezes.

O voo sem previsão para sair pela desculpa da visibilidade ruim causada pela nevasca que chegaria na Europa no dia seguinte. Ela fez a conta dos horários nos dedos, o que chamou a atenção de Mick, e caso atrasasse mais, ela perderia o voo para a Escócia.

Ele quase achou cômica a cena daquela garota morena de olhos verdes contando nos dedos, já havia reparado na beleza dela, mas não tinha pensado em falar com ela, que parecia em outro mundo, rabiscando em um caderno na maior parte do tempo em que estavam ali.

— Você quer tomar um café? — Mick perguntou para ela de repente e sem pensar direito, enquanto ela terminava de digitar uma mensagem para sua mãe avisando o novo horário.

— Eu? — ela perguntou em dúvida.

— Isso. — ele afirmou, com medo que ela negasse. — Ou parece muito esquisito?

Karisma riu.

— Eu adoraria.

Ele pegou sua mochila e se ofereceu para levar a mala de mão de Karisma, mas ela não o deixou. Eles, ainda num silêncio constrangedor por não se conhecerem, andaram até a enorme fila da cafeteria mais perto de onde estavam.

Ela pediu um café macchiato no maior tamanho que eles tinham enquanto ele pediu um chocolate quente com marshmallows em cima.

— Você me chamou para tomar um café e pediu a única coisa no cardápio sem cafeína? — ela brincou, ele riu, deu de ombros.

— Se eu tomo café, eu não durmo essa noite. E nem amanhã. — Karisma fez uma careta.

— Que azar. Eu não sei o que seria de mim sem café.

— Aliás, eu sou o Mick. — ele disse rindo. Não havia percebido que não tinham se apresentado. Ela estendeu a mão pra cumprimentá-lo.

— Karisma.

— Esse nome é incrível!

— Eu gosto porque é único. Nunca conheci outra Karisma. Mas é um inferno que ninguém escreve direito, principalmente aqui na Itália.

— Se serve de consolo, ninguém saberia escrever meu sobrenome se não fosse pelo meu pai. E mesmo assim, ainda erram muito.

— Por que? Seu pai é famoso ou alguma coisa assim? — ela perguntou. — Qual é seu sobrenome?

— Schumacher. Ele é... conhecido.

— Nunca ouvi falar. — ela mordeu os lábios, com vergonha por nunca ter escutado aquele nome em sua vida. Mick puxou o celular do bolso e colocou um vídeo no youtube do seu pai correndo para mostrar à ela. — Ele faz isso? Que demais! Parece muito daora!

— Fazia... E eu estou começando agora. — ele disse baixinho. — Se você quiser, eu posso te levar em uma corrida qualquer dia desses. — ela tirou os olhos do celular e o encarou. — Isso foi, definitivamente, esquisito. Nos conhecemos há 5 minutos atrás... E eu nem sei se você está dizendo isso só para ser educada. — Karisma riu.

— Eu quero ir. Se você me prometer ganhar a corrida e me deixar pintar você com o troféu.

— Você é tipo... uma artista? — ele perguntou desajeitadamente e ela riu novamente.

— Isso. Eu estudo arte aqui em Veneza.

— E... pelo sotaque, eu diria que você é da Escócia?

— Exatamente. E você? Italiano, claramente não é.

— Suíço.

— E mora aqui? — questionou.

— Numa cidade pequena aqui perto, onde fica a minha equipe.

23 de dezembro - 17h20

— Então, seu aniversário é amanhã? — ele perguntou após Karisma contar sobre porque estava naquele aeroporto, desesperada para chegar em casa apenas para não passar o Natal e seu aniversário sozinha. Ela confirmou. — Fazer aniversário no Natal... isso é bom ou ruim?

— Eu gosto, quando eu era pequena achava que as casas estavam enfeitadas por minha causa. — ela contou animada. — Mas eu sempre ganhei um presente um presente para os dois, e pra criança isso é ruim. Minhas festas de aniversário também eram só família e nunca meus amigos podiam vir.

— Mas você nunca precisou trabalhar ou estudar no seu aniversário e sempre comemorou no dia exato.

Ela ponderou.

— É verdade. E eu ganhava um presente mas era o melhor presente. Meus primos ficavam com inveja. — ela disse com a maior naturalidade do mundo e Mick riu. — Seu aniversário é quando?

— 22 de março. — Karisma fez uma careta, torcendo o nariz. — O que foi? — perguntou na defensiva.

— Você é de Áries. — ele riu, novamente.

— O que isso quer dizer?

— Que você é teimoso, impulsivo e não sabe esperar. Minha mãe é de Áries. É um inferno.

— E qual é o seu signo?

— Capricórnio. Nós também somos teimosos. — ela respirou fundo, olhando o relógio no painel de voos ao lado do "atrasado" em letras garrafais vermelhas em seguida do número 5629 com destino a Zurique. — Será que nós vamos conseguir sair daqui hoje?

Mick deu de ombros.

— Espero que sim. Se eu perder o Natal acho que minha mãe vai me matar.

— A minha mãe queria que eu ficasse na Itália porque não queria que eu voasse no meio da nevasca. — ela riu fraco. — E é exatamente o que eu vou fazer.

— Bom, se morrermos no avião igual sua mãe acha que vai acontecer, minha mãe não vai precisar me matar. — ele disse e se arrependeu do humor mórbido e dramático, mas Karisma riu alto, até fez uma mulher com um bebê dormindo no colo a olhá-la feio. — Eu não deveria ter perdido o voo. Foi besteira.

Ele estava olhando para baixo, e novamente, ela não conseguiu deixar de notar os traços do rosto dele.

— Mick. — ele a olhou. — Eu posso te desenhar? — ele riu.

— O que?

— Seu rosto. É um ótimo rosto para um desenho.

— Esse é seu jeito de dizer que me acha bonito? — Karisma empurrou de leve o ombro dele.

— Não. Essa é a minha opinião profissional: seu rosto é um rosto que eu gostaria muito de desenhar.

— Eu adoraria ser desenhado por você. — ele sorriu. — Até meu nariz enorme?

Ela riu enquanto pegava seu caderno de desenhos e o lápis.

— Até seu nariz enorme.

— Eu preciso fazer alguma pose? — ela riu.

— Não precisa, só se você quiser. Pode continuar falando normalmente, mas se eu começar a te olhar muito ou pedir pra você virar... por favor, não me ache estranha.

— Prometo que não vou.

23 de dezembro - 18h56

— Talvez você consiga chegar em casa de madrugada. — ele tentou consolá-la.

Finalmente o embarque havia começado. E era notável como a cada hora mais ela se preocupava em quando chegaria em casa, nem enquanto estava desenhando, o que geralmente a acalmava e a fazia esquecer de tudo, ela havia relaxado.

— Talvez. — ela suspirou. — Qual é o seu lugar?

— 20 F e o seu?

— 20 C. — eles se olharam de olhos arregalados com a coincidência. — Mas ainda vou ter que mudar para o seu lado para terminar o desenho.

— Prefiro ter você do meu lado do que outro desconhecido por aqui.

— Eu fico lisonjeada. — ela brincou.

Ela entregou o documento e passagem para a comissária de bordo e esperou que Mick fizesse o mesmo, eles entraram juntos no avião e ele insistiu para colocar a mala dela no compartimento de bagagem de mão, mesmo com Karisma dizendo que poderia fazer isso sozinha.

Ela se sentou na poltrona da janela, no lugar dele, 20 F. E assim que o senhor que se sentaria ao lado dele, no 20 E, Mick pediu para trocar e se tratava de um suiço que conversou em francês com o piloto, o que impediu Karisma de entender a conversa, mas ele mudou de bom grado e tirou uma foto com Mick, ela apenas entendeu a parte em que o pai dele foi citado.

— Seu pai é famoso assim? — ela perguntou, surpresa. — O que você tá fazendo aqui?

— Indo pra casa? — respondeu confuso.

— Na classe econômica, quero dizer. Sei lá, ele não poderia mandar um jatinho? Ou conseguir um lugar na primeira classe? — Mick riu.

— É mais complicado que isso. E eu perdi o voo, lembra? Esse era o único lugar sobrando.

— Então, você estava na primeira classe? — Mick confirmou com a cabeça enquanto ela dava uma risada alta.

— Você não tinha que terminar o desenho? — ele perguntou para mudar o assunto. — Só tem mais 1h15 minutos para olhar minha carinha linda. — Karisma rolou os olhos.

— Eu já estou acabando. — mostrou a língua para ele.

Ela se remexeu na pequena poltrona, procurando a melhor posição para desenhar. Acabou se recostando na janela e colocando uma perna em cima do banco, que usaria para apoiar a tela. Mick sorriu pelo canto do lábio, observando a cena.

— O que foi? — ela perguntou. — Esse sorrisinho me atrapalha.

— Parece que você é uma artista séria e que esse desenho vai ser colocado numa galeria de arte e valer alguns milhões.

— Eu sou uma artista séria. E quem sabe, um dia pode valer. Quando você ficar famoso por ganhar umas 100 corridas daquelas e eu virar uma pintora com remuneração de verdade, pode valer muito.

— E ainda vai ter uma história legal por trás. — Karisma apontou o lápis na direção dele.

— Touché. Isso valorizaria ainda mais. — Mick riu.

— Eu posso ser sua Monalisa. — ele disse e ela o olhou confusa.

— Ninguém realmente sabe quem é ela. E todo mundo iria saber que esse — ela apontou para o desenho. — é Mick Schumacher.

— Ok... você tem um ponto. Mas ninguém realmente saberia o porque de Karisma... você não me disse seu sobrenome...

— Campbell. — ela disse.

— O porque de Karisma Campbell ter desenhado o piloto de Fórmula 1, Mick Schumacher. — ele se corrigiu.

— Se você pensar desse jeito... Duvido que acreditariam nisso de qualquer forma. — ela disse enquanto fazia traços finos e rápidos no papel que logo se tornariam o cabelo dele. — A gente se conhecendo no aeroporto, na nevasca, com direito a atrasos, lugares na mesma fileira... Sei lá, parece coisa de filme.

— Seria um puta filme de Natal daora! Dois pobres coitados tentando voltar para casa para o Natal, seus pais preocupados com você dentro do avião e minha família pensando em jeitos dolorosos de me matar assim que eu pisar dentro de casa.

Ela o olhou fingindo pena, com seus olhos verdes encarando os azuis dele, ele quase acreditou na pequena atuação.

— Sua família é bem rica, né? Foi bom te conhecer. Eles vão sumir com seu corpo e ninguém nunca mais vai te achar. — Mick riu.

Karisma havia o mesmo humor que Mick, aquele que sua mãe não compreendia e sempre o repreendia por fazer as "piadas de mal gosto".

— Acabei. — ela disse por fim. Virou o desenho para ele. — O que acha?

— Uau. Ficou perfeito. Nunca me vi tão bonito assim!

— Idiota. — ela rolou os olhos. — Gostou mesmo?

23 de dezembro - 20h18

Assim que o avião pousou, Mick percebeu que a realidade estava o atingindo novamente. Ele voltaria para casa, para sua família que tanto amava, mas poderia ser tão cansativa, ele enfrentaria a bronca de Corinna e de Ralf sobre ter perdido o primeiro voo. Ele iria ver Karisma novamente? Ela havia sido a única coisa que o impediu de perder a cabeça naquele aeroporto em Veneza, ela havia lhe tratado como alguém normal, sem um pai famoso ou um emprego surreal.

Ele não descansaria até saber que ela estava em casa, comemorando seu aniversário e o Natal com a família, porque era o mínimo que poderia fazer por aquela garota que tinha salvado o dia dele. Além disso, Mick sabia melhor do que ninguém o quanto era importante aproveitar o tempo com quem amamos e ela deveria estar com seus pais naquela data.

Karisma já tinha perdido sua conexão, agora teria que chorar para a companhia aérea para colocá-la no próximo avião para Edimburgo e torcer para que o voo fosse logo. Com muita sorte, ela poderia chegar em casa pela manhã.

— Imagina se uma de nossas malas foi extraviada. — ele comenta olhando a esteira com as bagagens passando, e as deles ficando por último.

Ela era mais baixa que ele, chegava a altura de sua boca, por isso, olhou para cima, o encarou.

— Nem brinca com isso. É a última coisa que eu preciso. — ele riu. — Mas seria engraçado se sua mala se perdesse na primeira vez que você viaja igual gente normal na classe econômica.

— Realmente, melhor nem brincar com isso. — ele pondera e ela ri.

A bagagem de Mick chega primeiro, e ele espera a de Karisma, que chegou poucos minutos depois.

— E agora? — ela pergunta.

— Nós vamos te colocar no voo para a Escócia. — ele diz.

— Não. Eu vou fazer isso. Você vai para casa.

— Karisma. — ele disse olhando fundo nos olhos dela.

— Mick. — respondeu na mesma intensidade.

— Não vou te deixar sozinha sem saber quando vai chegar em casa. — ela concorda, entendendo que não poderia tirar essa ideia da cabeça dele, mesmo que não gostasse da decisão dele.

O aeroporto suiço não estava tão caótico como o italiano, era possível ver os efeitos e consequências da nevasca que logo mais chegaria ao país.

A fila para o balcão de atendimento ao cliente da SWISS era grande e lenta. Karisma estava cansada, sem paciência e se sentia não queria incomodar Mick, ocupando tanto do seu tempo, mesmo que ele tivesse escolhido estar ali.

— Mick, vai para casa. — ela disse mais uma vez. Ele negou.

— Nós somos companheiros na saga da volta pra casa, não posso te abandonar agora.

— Você não vai me abandonar. — Karisma certificou. — Não é porque a minha saga não acabou, que a sua não pode ter um fim.

— Eu não vou embora, Karisma. Desiste. — ela suspirou, derrotada. Ela estava cansada para discutir aquilo, e era bom ter a companhia dele. — Olha, já somos os próximos! — Mick apontou para o balcão à frente deles.

23 de dezembro - 21h03

— Pai. Calma. — ela disse no telefone. — Eu não estou presa na Suíça. Mas o único avião para Edimburgo é às 6 da manhã, não vou precisar pagar nada porque o atraso não foi minha culpa. — Karisma suspirou enquanto seu pai falava do outro lado da linha telefônica, Mick não tinha certeza do que se passava ali, mas tinha mais certeza do que nunca que esperar até que ela tivesse um voo havia sido o melhor que poderia ter feito. — Eles me deram um quarto num hotel perto do aeroporto e eu vou conseguir chegar em casa antes da nevasca, antes do meu aniversário acabar. — Ela sorriu para Mick. — Não, pai, eu não estou sozinha. Eu estou bem e inteira. — Karisma riu fraco. — Avisa a mamãe, ok? Amo vocês.

Ela parecia mais leve depois que desligou o telefone.

— Minha família famosa mandou um carro. — ele brincou. — Posso te deixar no hotel e se você quiser, podemos parar em algum restaurante para jantar. — a escocesa afirmou.

— Eu estou morrendo de fome.

24 de dezembro - 00h00

Por uma questão de logística, eles resolveram jantar no hotel que ela ficaria, e enquanto se deliciavam com um hambúrguer e conversavam, não perceberam a hora passar. Mick não estava com tanta pressa de chegar em casa mais e eles não queriam ter que dizer "adeus". O piloto, quando se deu conta de quanto tempo havia passado, começou a olhar discretamente o horário no seu telefone, esperando a meia-noite em ponto.

— Você acha que vamos tomar uma bronca se eu gritar? — ele perguntou.

— O que? — Karisma ficou confusa até que Mick começou a cantar "parabéns para você" e quando o gerente do hotel o olhou feio, como havia feito todas as vezes naquela noite quando eles riram alto demais, o piloto continuou a cantar, mas dessa vez, sussurrando. Ela tentou se conter, mas acabou rindo alto.

Mick levantou para abraçá-la e ela fez o mesmo, se jogando nos braços dele.

— Obrigada por hoje. Teria sido insuportável sem você.

— Eu posso dizer o mesmo. — ele assegurou. — Feliz véspera de Natal, Karisma.

— Mick, vai pra casa. E leva o seu desenho. — ela finalmente saiu do abraço e começou a procurar seu caderno na bolsa.

— Não. — ele disse. — Fica com você.

— Mas é seu.

— Não, é a sua Monalisa. — ele disse e ela riu. — Como vai parar em uma galeria valendo milhões de euros se eu guardar comigo?

— Tudo bem. Mas você ainda está me devendo uma corrida.

Mick sorriu.

— E quando você me desenhar com o troféu e o champanhe, eu fico com o desenho. Até mando enquadrar.

— Fechado, então.

— Tem certeza que vai ficar bem sozinha? — Karisma rolou os olhos.

— Eu não sou uma criança, Mick, e sua família está te esperando. E eu só vou dormir e depois pegar meu avião para casa. — ele assentiu e estendeu a mão.

— Me dá seu celular. — ela o olhou confusa, mas entregou o aparelho desbloqueado e ele começou a digitar. Quando devolveu o celular à ela, estava aberto no novo contato criado. — Me manda uma mensagem quando chegar na sua casa, ok?

Mick abraçou Karisma mais uma vez antes de ir. Ela ficou o olhando sair pela porta e a neve caindo do lado de fora, o branco em contraste ao azul escuro do céu.

Ela não sabia se o veria novamente, era como um tiro no escuro. Viviam vidas completamente diferentes, ela trancada num estúdio pintando e ele correndo com um carro à 300km/h, ele provavelmente viva como um príncipe em um castelo enquanto ela nem tinha um quintal. Mas, Karisma sabia que não havia o encontrado por nada, que não podia der coincidência ele ter terminado no mesmo voo que ela depois de ter desejado pinta-lo logo que colocou os olhos nele.

Ela não pensou antes de agir.

— Mick! — ela gritou e correu até ele. Ele se virou.

Ela olhou para cima, nos olhos dele. Ele parecia confuso até ela juntar seus lábios, num beijo calmo e acolhedor, como aquele dia tinha se tornado para os dois apenas pela presença do outro.

Karisma se percebeu tímida depois de se afastarem. Mick tirou uma mecha do cabelo dela que havia caído sob seu rosto e sorriu.

— Não esquece da mensagem. — ele disse. — Vou esperar notícias suas. — ela afirmou com a cabeça.

— Até mais, Mick. Feliz Natal.

Ele deu um selinho rápido nela.

— Até mais, Karisma. Feliz aniversário.

— Obrigada. — disse rindo.

24 de dezembro - 00h25

Karisma não havia se dado conta do quão cansada estava até chegar ao seu quarto no hotel, e após tomar um banho e colocar diversos despertadores para tocarem e ter certeza que não perderia a hora, ela se jogou na cama enorme e quente daquele quarto em Zurique.

Ela teria poucas horas para dormir, duas praticamente, mas não se importava porque o tempo que ficou com Mick no restaurante do hotel havia valido a pena. Ela nunca esperaria que em pouco tempo, poderia ter se conectado tanto com alguém.

Novamente, o quadro de Monet que tanto gostava voltou a sua mente. Ela tinha acordado no dia anterior, pensando se encontraria seu feixe de felicidade naquele caos sem esperança. E havia encontrado Mick, ele era a sua versão das crianças brincando em "Cena de Neve em Argenteuil" de Monet. E ela era a dele.

Quando se deu conta, estava digitando a mensagem para ele, contando a história do quadro e o que ele havia significado para ela naquele 23 de dezembro, mais uma vez o agradecendo por ter passado o dia com ela. A resposta não tardou a chegar:

Mick: Estava com medo de que você nunca me mandasse uma mensagem e eu nunca mais te encontrasse porque não tinha seu número.

Mick: Falar que amou minha companhia por meio de uma pintura é a coisa mais Karisma que você poderia fazer. Igual falar que me acha bonito falando que "meu rosto é bom para um desenho".

Karisma: E quem disse que eu te achei bonito?

Mick: Não teria me beijado se tivesse me achado feio.

Karisma: Você dá pro gasto, sabe?

Mick: Seu rosto também é bom para um desenho. Eu desenharia se soubesse como desenhar, mas nem sei segurar o lápis.

Mick: Você poderia me ensinar.

Oi, oi gente! Aqui é a Laura (poemdybala) e vim para abrir o Natal do Mundinho com ele: Mick Schumacher. Todo mundo na torcida pro nosso presente de Natal ser ele ano que vem na Fórmula 1, beleza?

Esse conto é baseado em um dos meus livros preferidos A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista e em uma das minhas épocas do ano preferidas. E eu juro que o nome do conto não é Take Me Home pelo álbum da One Direction! Inclusive, eu nem escolhi o nome sozinha, foram as meninas do mundinho que votaram no nome directioner.

Eu espero muito que vocês gostem!
Beijos,
Laura

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro